Viés de confirmação: A mente aceita só aquilo em que acredita, dizem cientistas

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Narciso acha feio o que não é espelho, canta Caetano Veloso em Sampa. Contudo, não foi em São Paulo, mas em Londres, na década de 1960, que o psicólogo Peter Wason deu o nome de "viés de confirmação" para o mecanismo que induz a mente a aceitar as informações que sustentam as próprias crenças, em vez de questionar e ter abertura para analisar outros tipos de informação.

A ideia de uma mente racional, a serviço de apreender a realidade tal qual ela é, seguiu sendo desacreditada na década seguinte. Em 1979, foi realizado um estudo na Universidade Stanford, nos Estados Unidos, com estudantes universitários que tinham opiniões opostas sobre a pena de morte. Com base em dois artigos falsos - um que argumentava a favor e outro contra a pena de morte -, os estudantes apoiaram justamente aquele artigo que confirmava sua crença original. O estudo mostrou que ter as certezas contestadas serviu apenas como reforço para as próprias convicções.

Para os especialistas, a política e o futebol são campos de florescência do viés de confirmação. "A partir do momento em que você se expõe, você se cristaliza naquele posicionamento e aí você vai polarizando, polarizando...", diz a neurocientista Claudia Feitosa-Santana. "As pessoas estão polarizando até em relação a Neymar e Richarlison por causa da política."

Segundo Claudia, as conversas não ajudam a reduzir a polarização porque as pessoas acham que o diálogo está a serviço de desconstruir o argumento do outro. "A polarização política, da forma como ela é, só ajuda os próprios políticos. Eles conseguem conversar entre si, eles fazem acordos a portas fechadas, o eleitorado não." Há quem coloque na conta da empatia a solução. Acontece que a empatia, relacionada à verdadeira escuta, custa energia cerebral ou glicose, que é um recurso limitado.

"É muito difícil você conseguir 'empatizar' com o que não faz parte do que você considera seu círculo moral", diz Claudia. "As pessoas hoje em dia focam em empatia, sendo que ninguém tem empatia com ninguém. Usam a palavra empatia para cobrar do outro empatia, não para ser empático. O foco na verdade é a palavra respeito e ninguém se respeita".

Alinhada ao viés de confirmação, a polarização política já chega formatada. "Quem é de esquerda tem que ser a favor do aborto. Se você é de direita, você tem que ser contra. Alguns autores chamam isso de identidade prêt-à-porter, uma identidade que já vem pronta, você só vai ali e veste", diz Sérgio Rodrigo Ferreira, pesquisador da Universidade Federal do Espírito Santo. "De certo modo, isso vai matando o aspecto mais subjetivo e mais diverso. Nós temos tido muita dificuldade de conviver com o contraditório por conta disso".

Se um ambientalista e um executivo de companhia petrolífera buscarem na internet por "mudanças climáticas", os resultados das buscas serão diferentes.

"Cada vez mais o monitor do nosso computador é uma espécie de espelho que reflete nossos próprios interesses, baseando-se na análise de nossos cliques feita por observadores algorítmicos", escreve o ativista Eli Pariser no livro O Filtro Invisível: O Que a Internet Está Escondendo de Você (Editora Zahar).

Ao mapear as preferências do usuário, o algoritmo forma as chamadas bolhas, delimitando as respostas de acordo com seus gostos. Isso gera uma autossatisfação viciante que pode isolar o indivíduo num sistema de conhecimento unilateral, reforçando sua visão em vez de expandi-la, assim como acontece com o viés de confirmação.

Mais do que as bolhas, existem ainda as câmeras de eco, que recebem a contribuição dos usuários para manter o alinhamento das crenças. "Quando recebe algum posicionamento diferente, além de ser ferrenhamente contrário a ele, o usuário exclui pessoas e conteúdos que divergem de si", explica Sérgio. "Não é apenas o algoritmo que está criando a bolha, mas os usuários ativamente estão construindo esses espaços fechados."

O constante reforço da própria opinião, evitando ter valores e crenças questionados, é abertura para a desinformação e para as fake news.

"O mundo é extremamente complexo hoje em dia. Nós temos muita dificuldade de enxergar e compreender a dimensão das várias camadas das coisas que acontecem e, de certo modo, na câmara de eco há uma simplificação do mundo a partir do que previamente eu já entendo, compreendo e creio. Eu faço o mundo caber na minha crença", considera Sérgio.

Claudia Feitosa-Santana traz um contraponto, lembrando que fazemos parte de grupos diversos, como veganos ou petlovers. "Nós não estamos todos exatamente dentro das mesmas bolhas. Nós temos muitos grupos e é isso que confere estabilidade para a nossa sociedade."

A falta de tempo, de conhecimento e de fontes confiáveis para filtrar a enxurrada de informações que recebemos pode colocar também a ciência no balaio do descrédito.

Amanda Moura de Sousa, pesquisadora na Universidade Federal do Rio de Janeiro, vem estudando a desinformação na área da saúde e a infodemia, o enorme fluxo de informações que invade a internet, diante da pandemia de covid-19.

"Para economizar o esforço de tentar lidar com algum fato, às vezes a gente precisa recorrer às nossas crenças, só que essas crenças podem levar para um caminho não muito saudável, que é eliminar a dúvida e se focar na certeza que você já tem", diz a especialista em ciência da informação.

Ela lembra de mensagens que circulavam no início da pandemia, dizendo que os laboratórios não tinham avançado suficientemente em seus estudos e usavam as pessoas como cobaias na aplicação de vacinas. Mais de 71% das mensagens falsas naquele período circulavam pelo WhatsApp, segundo análise do aplicativo Eu Fiscalizo, desenvolvido por pesquisadoras da Fiocruz. "Pela relação de desconfiança que as pessoas muitas vezes têm com os cientistas ou com o próprio fazer da ciência, que às vezes escapa à compreensão delas, elas acabam aderindo à desinformação sem buscar outra fonte", afirma Amanda.

O medo da complexidade e o viés de confirmação são também citados pela pesquisadora de Nova York Sara Gorman no livro Denying to the Grave: Why We Ignore the Facts That Will Save Us (Negando Até o Túmulo: Por Que Ignoramos os Fatos Que nos Salvarão, em tradução livre).

Segundo a autora, é tendência da mente enfatizar um pequeno risco, fortalecendo, assim, as próprias crenças. "Recusar-se a vacinar uma criança é um exemplo disso: aqueles que têm medo da imunização exageram o pequeno risco de um efeito colateral e subestimam a devastação que ocorre durante uma epidemia de sarampo ou apenas o quão letal a coqueluche pode ser", escreve.

Se a ciência é vista muitas vezes de forma distorcida, o próprio fazer científico não está imune ao viés de confirmação - simplesmente porque cientistas são também humanos.

Kelley Cristine Gasque, da Universidade de Brasília, investigou as percepções de cientistas em relação ao viés de confirmação no processo de busca e uso das informações em seu fazer científico.

"Uma questão que achei bastante interessante que surgiu é que esse viés pode ser influenciado pelo financiamento da pesquisa, pela exigência dos resultados e expectativa do mercado", comenta Kelley. "Empresas, por exemplo, que têm interesses econômicos vão investir muito em pesquisa e é óbvio que querem tal resultado. Então, você tem a tendência de buscar pesquisas em uma base que vai corroborar com aquilo que eles querem."

Também o desejo de que a pesquisa dê certo foi citado pelos cientistas como gatilho para o viés de confirmação.

O antídoto para o problema seria, segundo os próprios cientistas, ter uma boa formação acadêmica, buscar fontes diversificadas, manter o espírito aberto para pontos de vista diferentes, desenvolver o pensamento crítico e a criatividade.

"O ser humano não é que nem um bezerro ou um potro que sai da mãe já andando. Nós somos extremamente dependentes até nossos 2, 3 anos de idade. Nós dependemos dos outros para sobreviver e isso é extremamente assustador", observa João Luiz Cortez, especialista em programação neurolinguística.

Se a sobrevivência de hoje implica depender de um cuidador nos primeiros anos de vida, em tempos passados a dependência do grupo tinha peso e medida maiores. "Nós nos perpetuamos como espécie porque adquirimos a capacidade de viver em sociedade e é isso que nos fez resistir numa floresta inóspita com animais muito mais fortes do que nós", conta João.

Valores são construídos de forma complexa e ancorados na afetividade desde a primeira infância. Por isso, mudar certas certezas é difícil e vai além da questão do orgulho narcisístico. A base de crenças é esteio para a sobrevivência emocional.

Charles Peirce, filósofo e pedagogo americano nascido em 1839, afirmava que só a dúvida leva ao conhecimento e, para chegar a ele, passamos por uma alternância entre o desconforto da dúvida e a segurança da crença. Os métodos de fixação da crença listados por Peirce incluem apego, imposição, gostos e também, mas não apenas, o método científico.

Segundo João, ignorar fatos reais para proteger a estabilidade emocional representa um estado limitado de desenvolvimento pessoal. "À medida que eu vou me fortalecendo emocionalmente, espiritualmente, eu tenho uma estrutura, uma musculatura que me permite lidar com a realidade como ela é."

Apesar das bolhas, grupos, e algoritmos, não há o que unifique a experiência humana. "A maneira como nos sentimos nunca se repete no tempo e jamais é igual à forma como outra pessoa se sente", escreve Claudia Feitosa-Santana no livro Eu Controlo Como Me Sinto. "E os filósofos já sabiam disso havia muito tempo. Na Grécia Antiga, Heráclito, um dos pensadores mais antigos que conhecemos, afirmou o seguinte: 'Não podemos nos banhar no mesmo rio duas vezes'."

Para além da soberania da razão, Caetano cantaria: "Alguma coisa acontece no meu coração". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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A influenciadora Bárbara Evans se pronunciou nesta segunda-feira, 24, sobre o distanciamento de sua mãe, Monique Evans. A relação conturbada entre as duas ganhou atenção nas redes sociais depois que a ex-modelo revelou ter sido bloqueada pela filha e impedida de acompanhar a rotina dos netos.

Nos Stories, Bárbara afirmou que a decisão de cortar contato com a mãe foi motivada por mensagens recebidas durante uma discussão. Segundo a influenciadora, os áudios enviados por Monique teriam sido especialmente duros. "Nunca esperei ouvir todas aquelas coisas de uma mãe", disse. Ela ressaltou que foi Monique quem rompeu a relação e que apenas respeitou a decisão: "Foi uma opção e escolha dela, não minha".

A influenciadora, mãe de Ayla, de 2 anos, e dos gêmeos Álvaro e Antônio, de 1 ano, reforçou que tem registros das conversas e que não se tratou de uma briga trivial. "Eu hoje tenho a minha família e não admito certas coisas", afirmou. Bárbara também pediu para que o público não julgasse a situação sem conhecer os detalhes e revelou que seu irmão não enfrenta a mesma situação com a mãe.

No desabafo, ela mencionou a dificuldade de lidar com familiares que enfrentam transtornos emocionais, sem citar diretamente Monique. "Sempre dei o meu melhor, mas tudo tem um limite", concluiu.

A declaração foi feita depois que Monique Evans revelou ao portal Leo Dias que precisou criar um perfil falso para conseguir acompanhar os netos. "A gente ainda não está se falando, a gente precisa de tempo. Então, eu estou obedecendo, estou na minha", afirmou.

A madrugada desta terça-feira, 25, após o Sincerão no BBB 25 foi de repercussão e tentativas de conciliação. A confusão que aconteceu entre Aline e Diogo por causa da lentilha foi intensificada e o brother recebeu conselhos para se afastar da baiana. Por outro lado, Camilla conversou com Renata sobre as atitudes de Vitória Strada e revelou que nunca quis votar na bailarina.

Confira o resumo da madrugada no 'BBB 25':

Momento errado

Após a dinâmica, Vitória tentou falar com Camilla,mas Thamiris disse que não era o momento.

Tensão no casal

Aline contou a Diogo que estava magoada com ele. A sister disse que o ator não teve paciência com ela durante o dia e cobrou compreensão. A sister ainda resgatou uma conversa entre os dois.

Discurso ensaiado

Thamiris e Gracyanne ensaiaram um discurso para Camilla falar com Vitória nas próximas oportunidades. Gracyanne ainda aconselhou a carioca a se desculpar com a atriz.

A lentilha

O papo entre Diogo e Aline continuou na área externa e o brother afirmou que não queria brigar por causa da lentilha. Mais cedo, os dois discutiram por discordar da quantidade preparada do grão na casa. Entenda aqui.

Esclarecimentos

Aline falou para Eva e Renata que alguém da casa falava mal das bailarinas. Eva disse que Camilla falou que as poupou de saberem coisas que elas ficariam chateadas.

Sem papo

Diogo comentou sobre a relação dele com Vinícius e disse que fica difícil resolver já que o brother não quer conversar com ele.

Conflito

Diogo citou uma fala de Aline e disse que ela deu a entender que ele queria estar com outra pessoa na casa. A baiana disse que não queria falar sobre o assunto e o clima pesou entre o casal.

Influenciáveis

Em conversa com Gracyanne e Camilla, Thamiris analisa o comportamento dos gêmeos João Gabriel e João Pedro.

Tem que falar

Diogo conversou com Vilma e João Gabriel sobre os argumentos de Vinícius no Sincerão e eles concordaram que o brother precisa conversar com o ator depois do que foi dito na dinâmica.

Problema sério

João Gabriel e Vilma analisaram a relação de Diogo e Aline. Os dois aconselharam o ator a se afastar da Sister. Vilma acredita que os desentendimentos com Aline e Vinicius foram armados para tirar Diogo do sério. A mãe de Diogo ainda destacou um comentário de Vinícius sobre Aline e pediu ao filho para "cair fora" da relação com a baiana. A conversa continuou com Vilma insistindo no afastamento do casal.

A lentilha (de novo)

Aline explicou aos colegas do Quarto Anos 50 sobre a situação dela e Diogo no fatídico caso da lentilha. Vinicius opinou que o ator sempre quer conduzir as situações na casa. Mais tarde, a lentilha voltou a ser o assunto no Quarto Fantástico.

Ciúmes

Thamiris e Gracyanne conversam sobre Eva e Renata. As duas acham que as dançarinas sentem ciúmes da relação dos gêmeos João Pedro e João Gabriel com Thamiris na casa.

Camilla e Renata

Camilla e Renata conversaram na área externa da casa para tentar entender os conflitos entre integrantes do Quarto Nordeste com as dançarinas. Camilla afirmou que Vitória convenceu ela a votar na dupla. A carioca contou que ninguém quis saber sua versão após o atrito com a atriz na formação do último Paredão. Renata falou que nunca viu movimentação do Quarto Nordeste para salvar Vitória ou Mateus dos Paredões. Camilla explicou que Vitória recebeu atenção de Thamiris mas quis fazer um "momento sozinha".

Cena

Thamiris resgatou a confusão com Vitória e disse que a atriz fez cena de excluída no reality.

A lentilha (mais uma vez)

Thamiris e Camilla repercutiram a situação da lentilha e saíram em defesa de Diogo.

Matheus Vargas, cantor sertanejo que é filho de Leonardo, negou rumores de traição após ser visto em um vídeo com outra mulher, vazado após o término com a influenciadora Hariany Almeida. O depoimento foi postado em suas redes sociais na segunda, 24. Lia-se: "É importante reforçar que não houve traição por parte do cantor. O término não foi motivado pelo vídeo que circula nas redes sociais, e qualquer insinuação nesse sentido não corresponde à verdade".

Desde o início de 2025, o casal já vinha conversando sobre o fim do relacionamento. A última vez que esse assunto foi abordado foi na sexta-feira, 21, antes da viagem de Hariany, quando ambos reconheceram que já não estavam bem há algum tempo. Na mesma madrugada, Hariany confirmou que na segunda-feira, 24, retornaria para buscar seus pertences na casa de Matheus.

"O vídeo que está sendo compartilhado foi gravado no domingo, 23, durante um churrasco entre amigos, em um momento de descontração, sem qualquer envolvimento amoroso ou traição por parte de Matheus", completa a postagem. Por fim, a assessoria responsável pelo cantor afirma que tomará medidas cabíveis contra os que "propagarem notícias falsas" sobre o assunto. Ele também agradece pelo carinho dos fãs.

Entenda o término

Na noite de domingo, Hariany anunciou aos seus seguidores que havia terminado com Matheus por meio de suas redes sociais. "Essa situação não me define e nem me derruba (...) Eu sou uma mulher forte que não espera nada de homens para validar meu valor ou felicidade", escreveu.

Também no domingo, foi vazado um vídeo do cantor sertanejo com alguns amigos em um suposto churrasco, ao lado de duas mulheres. Segundo as redes sociais de Matheus, o casal já havia terminado no dia.