Brasil vai ter mais secas e enchentes

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Com o avanço do aquecimento global, o Brasil deve sofrer com eventos climáticos extremos mais frequentes, como estiagens no Nordeste e no Centro-Oeste e enchentes em cidades do Sudeste. São possíveis ainda efeitos negativos na economia, como forte queda da produção agrícola. É o que indica o novo relatório do Painel Intergovernamental sobre o Clima da ONU (IPCC), apresentado ontem, na análise para as Américas do Sul e Central.

Conforme o IPCC, os efeitos para o Sudeste, onde os aumentos nas precipitações média e extrema são observados desde a década de 1960, virão com ainda mais tempestades. Na região mais populosa do Brasil, cidades já castigadas todos os anos pelas chuvas, como São Paulo, Rio e Belo Horizonte, devem enfrentar o problema com mais intensidade e frequência, e haverá crescimento de inundações.

Com grandes porcentuais de impermeabilização de seus solos, as cidades são consideradas "hotspots" do aquecimento global, normalmente mais quentes que as áreas em redor. Essas mudanças, projetadas para um aumento médio de 2ºC, serão acompanhadas das elevações de emissões de gases de efeito estufa, aerossóis e destruição da camada de ozônio.

O mesmo processo deverá ocorrer no Nordeste, com um agravante: a região terá aumento das inundações causadas por tempestades, mas também sofrerá com secas mais longas. Entre 2012 e 2017, a mais longa estiagem já registrada afetou os Estados nordestinos. Foram seis anos com chuvas abaixo da média, já a mais baixa do País.

E os problemas apontados pelo IPCC não param por ai. Na região central do continente, sob influência climática da chamada Monção Sul-americana, que sofrerá forte alteração em seu comportamento, as projeções apontam para o aumento das secas em meados do século 21, o que afeta a Região Centro-Oeste do Brasil. Essa mudança atingirá também a produção agrícola, um dos principais motores da economia brasileira. Cenários com a maior frequência de incêndios e desertificação são também considerados de alta probabilidade.

Vale ressaltar que o Cerrado desempenha papel essencial no apoio ao ciclo da água no Brasil, uma vez que é fonte de 8 das 12 bacias hidrográficas do País. O desmatamento contínuo reduz as chuvas e aumenta as temperaturas locais, colocando também em risco a vegetação remanescente e a produção de alimentos. Em 2020, por exemplo, a estiagem atrapalhou o início do plantio de soja. Neste ano, o País vive estiagem histórica, que põe no horizonte o risco de racionamento energético.

O aumento do nível do oceano ameaça a costa brasileira. De acordo com o IPCC, em comparação com o nível médio global do mar, nas últimas três décadas o nível relativo aumentou mais no Atlântico Sul e no Atlântico Norte.

O relatório considera ser "extremamente provável que o aumento do nível do mar relativo continue nos oceanos ao redor da América Central e do Sul, contribuindo para o aumento das inundações costeiras em áreas baixas e recuo da costa ao longo da maioria costas arenosas.

Ministérios têm visão distinta; Biden e Johnson cobram ação

O Ministério do Meio Ambiente disse que "o compromisso brasileiro é uma meta porcentual de redução de emissões frente ao ano base de 2005 e, por ser de longo prazo, não foi e não deve ser alterada". "Ela é uma das mais ambiciosas entre os países em desenvolvimento." Já o Ministério da Agricultura considerou que "o documento traz cenários preocupantes de mudanças do clima, evidenciando ainda mais a vulnerabilidade do setor" e falou em "prejuízos incalculáveis".

Outras autoridades mundiais mostraram preocupação. O presidente dos EUA, Joe Biden, afirmou que o mundo não pode mais esperar para enfrentar a crise climática. "Os sinais são inconfundíveis. A ciência é inegável. E o custo da inação continua escalando." Comentário semelhante foi feito pelo enviado especial do país para questões relacionadas ao clima, John Kerry. "O que o mundo exige agora é uma ação real. Todas as grandes economias devem se comprometer com ações climáticas agressivas nesta década crítica." O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, afirmou que o IPCC faz uma "chamada de atenção". (Com agências internacionais)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Registros de ligações do celular de Betsy Arakawa, esposa do ator Gene Hackman, indicam que ela estava viva um dia depois da data estimada de sua morte. A informação foi confirmada na última segunda-feira à NBC News pelo gabinete do xerife de Santa Fé, Novo México.

O histórico de ligações encontrado pelas autoridades locais no aparelho telefônico da pianista aponta que ela tentou pedir ajuda antes de morrer. A mulher fez três ligações para uma clínica médica particular chamada Cloudberry Health na manhã do dia 12 de fevereiro. No mesmo dia, à tarde, a clínica retornou a ligação, mas Betsy não atendeu.

Questionada sobre a linha do tempo do caso, uma porta-voz do gabinete do xerife de Santa Fé, Denise Womack Avila, disse que as autoridades não haviam determinado o dia e a hora da morte de Betsy, mas reconheceu que a informação divulgada era a de que suas últimas atividades haviam sido no dia 11 de fevereiro.

Conforme a equipe médica, os registros do celular da mulher ainda não estavam nas mãos dos investigadores quando uma entrevista coletiva informou a causa das mortes de Betsy e Gene Hackman.

No último dia 7 de março, as autoridades revelaram que Betsy morreu pelos efeitos do hantavírus, que causa uma doença respiratória e está associado a fezes de roedores, aos 65 anos. Já Hackman teria morrido uma semana depois, vítima de doença cardíaca. A médica-legista-chefe Heather Jarrel informou que a doença de Alzheimer foi um fator contribuinte para a morte do ator.

As mortes de Hackman e Arakawa foram consideradas como sendo de causas naturais, mas a polícia de Santa Fé ainda não concluiu a investigação, com o objetivo de fazer uma linha do tempo com informações obtidas dos celulares coletados na casa. "O caso é considerado aberto até que tenhamos as informações necessárias para fechar a linha do tempo", disse uma porta-voz à Associated Press.

Uma homenagem de Rachel Zegler à atriz Adriana Caselotti, dubladora de Branca de Neve na animação original de 1937, gerou polêmicas no Instagram. A protagonista do live-action que chega aos cinemas nesta quinta-feira, 20, foi criticada por referenciar o filme original, que já chamou de "datado" em uma ocasião anterior.

Na publicação, Rachel compartilhou uma foto sua caracterizada como a Branca de Neve em um estilo mais clássico, em que replica uma fotografia de Caselotti referenciando a animação. "Eu precisava prestar homenagem à Branca de Neve original, senhorita Adriana Caselotti, a quem devo tudo", escreveu na legenda.

Nos comentários, no entanto, muitos questionaram a ideia. "Você fala mal do filme e depois ele é sua inspiração", escreveu um. "É sério que você quer fazer homenagem agora, depois de todas as coisas ruins que você andou dizendo sobre o filme? Um pouco tarde para mim", criticou outro.

Mesmo assim, outros seguidores elogiaram a atriz e, sobretudo, o penteado usado para a foto, que se assemelha ao de Branca de Neve e os Sete Anões: "É esse o estilo de cabelo que você deveria ter usado no filme", opinou uma terceira pessoa. "Por que não fizeram o seu cabelo assim para o filme?", questionou outra.

Com Rachel Zegler e Gal Gadot, Branca de Neve vem envolto a polêmicas desde o anúncio da escalação das atrizes. Zegler, cuja família tem origem colombiana, foi alvo de comentários racistas nas redes sociais, e a onda de ódio aumentou quando ela apontou, em seu perfil no X, que o príncipe "literalmente persegue a princesa" na animação de 1937.

"Eu interpreto os sentimentos das pessoas como uma paixão pelo filme", declarou em entrevista à Vogue México, a respeito das críticas. "Que honra fazer parte de algo que desperta tanto a paixão nas pessoas. Nem sempre teremos os mesmos sentimentos que as outras pessoas ao nosso redor, tudo o que podemos fazer é dar o nosso melhor."

Dirigido por Marc Webb (O Espetacular Homem-Aranha, 500 Dias com Ela), o novo Branca de Neve sugere um novo olhar para a história da primeira princesa da Disney.

Confira o trailer

A atriz Fernanda Montenegro agradeceu nesta quarta, 19, ao público que foi assistir a Vitória nos cinemas. O longa, protagonizado por ela, estreou no topo das bilheterias na semana passada.

"A essa altura da minha vida, me coube fazer essa personagem. Eu estou muito agradecida ao acaso, ou a Deus, ou aos deuses", disse Fernanda em um vídeo publicado no Instagram.

Confira aqui

A trama do filme é baseada na história verídica de Joana da Paz, aposentada que desmascarou uma quadrilha de traficantes e policiais corruptos na Ladeira das Tabajaras, na Zona Sul do Rio de Janeiro, em 2004.

Fernanda também celebrou o recente sucesso de produções brasileiras. "As plateias estão lotadas. É um momento especial para o cinema brasileiro, com tanto acerto, com tanta presença de público nos nossos cinemas, assistindo aos nossos filmes brasileiros", comentou.

"Por mais que eu fale, eu não dou conta da minha emoção", disse a atriz. "Muito obrigada pela presença da plateia que tem vindo ver Vitória. Uma história de coragem, de resistência."

O longa estreou na última quinta, 13. O roteiro é baseado no livro Dona Vitória da Paz, de Fábio Gusmão, jornalista que noticiou o caso.