Empresas e associações se manifestam por ações concretas após o relatório do IPCC

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Empresas e associações se manifestaram sobre o relatório do Painel Intergovernamental sobre o Clima da ONU (IPCC)na segunda-feira, 9, que apontou um ritmo de aquecimento acelerado no planeta, com consequências também para o setor produtivo. Os representantes reconheceram a gravidade do cenário apresentado e detalharam ações necessárias a serem tomadas para mitigar a previsão.

Presidente do conselho diretor da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Marcello Brito avalia que o alerta mais recente demonstra a "completa ineficiência" de governos, setor privado e sociedade para desenvolver estratégias ambientais "mesmo quando sua própria existência da forma como conhecemos está ameaçada". O representante da entidade afirma, ainda, "não haver mais espaço para políticas negacionistas".

"Há muito o setor já se movimenta no rumo de uma agricultura de baixa carbono e novas técnicas de cultivo, na busca de uma agricultura de resiliência que possa enfrentar esses desafios e mitigar os danos na segurança alimentar, mas não na velocidade necessária, seja no Brasil, Estados Unidos ou Europa", diz Brito. "Como saída temos a aplicação maciça de ciência, tecnologia, inovação e uma revisão 360º da política agroambiental do nosso País e do mundo."

Segundo o presidente da Abag, também falta ação coordenada para reduzir a emissão de gases de efeito estufa. "Só há metas individuais, não há uma política setorial por produto ou mesmo nacional do setor do agronegócio. Aqui há um claro espaço de oportunidade", afirma. "No agro, poderíamos alcançar a neutralidade climática em 2030 e ser o 'frontrunner' mundial."

Em nota, a Marfrig afirma que "busca desenvolver uma pecuária de baixo carbono", lançou plano de sustentabilidade no ano passado e tem meta de zerar o desmatamento até 2030. "A Marfrig foi pioneira no segmento a assumir o compromisso com o desmatamento zero, em 2009, identificando os impactos da pecuária no bioma Amazônia. Desde então, investiu mais de 260 milhões de reais somente em sustentabilidade."

Segundo o comunicado, a companhia fechou 2020 com 62% da sua cadeia de valor na Amazônia e 47% no cerrado mapeados - o objetivo é atingir 100% rastreado até 2025 e 2030, respectivamente. Também diz que participa de iniciativas internacionais e, com base em critérios científicos, tem meta de reduzir 43% os gases estufas até 2035.

O CEO Global da JBS, Gilberto Tomazoni, disse em nota que "a ciência já demonstrou que a questão climática é urgente". "O relatório do IPCC só reforça a necessidade de que devemos, juntos, sociedade, poder público e setor privado, trabalhar para reduzir as emissões de gases causadores do efeito estufa."

Tomazoni lembrou que a JBS assumiu o compromisso de zerar o balanço líquido de suas emissões até 2040. "Nessa corrida ao Zero não há pódio de chegada. Não é uma disputa entre países ou entre empresas. É uma luta contra o aquecimento global. É uma luta pela vida. Ou todos ganham ou todos perdem. E cada um precisa fazer a sua parte. Nós, da JBS, vamos demonstrar que é possível abastecer o mundo de alimentos e ajudar a enfrentar o aquecimento global."

Pablo Machado, diretor executivo da Suzano para China e atualmente também responsável pela área de Sustentabilidade da Suzano, disse que o relatório publicado "reforça a preocupação de que o aquecimento global está se intensificando ao longo das décadas e que algumas das alterações climáticas ocasionadas por ele já possam ser irreversíveis". "Isso significa, na prática, que as mudanças climáticas já estão provocando riscos e mudanças à sociedade e à vida, e que a adoção de medidas efetivas para reduzir a emissão de carbono na atmosfera é urgente."

"Não há mais tempo para pensarmos no longo ou médio prazo, é preciso atuar já, com o olhar no curtíssimo prazo. Ou seja, precisamos avançar na 26ª Conferência das Nações sobre Mudanças Climáticas (COP 26), que será realizada pelas Nações Unidas de 1º a 12 de novembro de 2021, em Glasgow, no Reino Unido", acrescentou.

Ele disse ser premente "que o diálogo e as negociações avancem em direção a pontos ainda em aberto e, dessa forma, consiga-se endereçar o tema a partir da definição de ações coletivas e intersetoriais, cientes de que é preciso buscar soluções adicionais para que sejam cumpridas as metas de redução de emissões estabelecidas no Acordo de Paris."

'Relatório precisa ser visto como um grande chamado'

Para Denise Hills, diretora global de Sustentabilidade da Natura, o documento é um chamado para todos, não apenas para as empresas. "O relatório precisa ser visto como um grande chamado para uma ampla cooperação internacional, da mesma forma como tem sido a luta contra o coronavírus."

A executiva acredita que as empresas devem estabelecer um plano claro de metas para toda a cadeia de valor, estimulando um olhar integrado para a gestão do carbono. "É fundamental criar uma agenda de ação integrada para abordar as questões de clima, biodiversidade, florestas, oceanos e desenvolvimento sustentáveis", afirma.

A Ambev já vem com ações para reduzir as emissões de gases na atmosfera. A empresa assumiu o compromisso de reduzir 25% das emissões da cadeia de valor até 2025. 63% das emissões de gás carbônico já foram reduzidas desde 2003. Foi neste mesmo ano que a empresa iniciou a reestruturação das matrizes energéticas, substituindo os combustíveis fósseis nas caldeiras de vapor por óleo vegetal, biomassa e biogás. Em 2018, a empresa anunciou o cumprimento da meta de 100% da energia comprada de fontes renováveis.

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O cantor Roberto Carlos foi o convidado pela TV Globo para abrir o Show 60 anos, que comemorou o aniversário da emissora na noite de segunda-feira, 28, em uma arena de shows na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Roberto cantou Emoções e Eu Quero Apenas, ao vivo, com sua inconfundível afinação.

O que pouca gente percebeu é que, após a transmissão do evento, a Globo passou uma chamada no estilo 'o que vem por aí' e, entre as atrações anunciadas, estava 'Roberto Carlos em Gramado'.

O Estadão questionou a assessoria do cantor se o anúncio indica a renovação de contrato de Roberto com a Globo - o vínculo venceu em 31 de março deste ano. De acordo com a assessoria de Roberto, a renovação está em "95% acertada, faltando apenas alguns detalhes" para o martelo final. A reportagem também perguntou à TV Globo sobre o assunto, mas não obteve resposta.

Sobre o especial de fim de ano ser gravado em Gramado, cidade da serra gaúcha, a equipe do cantor afirma que as conversas são muito preliminares ainda. "Foi apenas uma ideia que alguém deu", diz a assessoria. A decisão se dará mais para frente, no segundo semestre, quando o cantor e a emissora vão discutir o formato e o local de gravação do especial.

No Show 60 anos, Roberto se sentiu à vontade. Além de ser muito aplaudido, foi paparicado pelos artistas nos bastidores. Recebeu e tirou fotos com vários deles, como Cauã Reymond, Fafá de Belém e Fábio Jr. O cantor deixou o local por volta de duas horas da manhã, quase uma hora após o final do show.

Roberto Carlos fez seu primeiro especial na TV Globo em 1974 e, nesses mais de 50 anos, só deixou de apresentá-lo por duas ocasiões, quando sua mulher, Maria Rita, morreu, e durante a pandemia. Aos 84 anos, Roberto segue em plena atividade. Em maio, fará uma longa turnê pelo México. Na volta, se apresenta em São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza, entre outras cidades.

Cauã Reymond publicou nas redes sociais uma foto ao lado de Fábio Porchat e Tatá Werneck durante o show comemorativo dos 60 anos da TV Globo.

"Que noite incrível e especial pra @tvglobo, pra mim e pro Brasil! Um show de emoção, humor, esporte, afeto. Feliz demais pelos 60 anos dessa emissora que está no imaginário e na história de todo mundo", escreveu o ator na legenda. Confira aqui.

O registro foi publicado horas depois de uma esquete protagonizada por Tatá, Porchat e Paulo Vieira no palco do evento.

Durante a apresentação, os humoristas fizeram piadas sobre as polêmicas dos bastidores do remake de Vale Tudo.

No número cômico, Tatá menciona rapidamente os "bastidores de Vale Tudo", e Paulo emenda: "Não fala tocando, não fala tocando. Abaixa o braço, tá com um cecê de seis braços". Fábio rebate: "Pelo amor de Deus, é a minha masculinidade". Tatá completa: "Que masculinidade, Fábio?".

Nas redes sociais, internautas rapidamente interpretaram a brincadeira como uma referência aos rumores de tensão entre Cauã Reymond e Bella Campos durante as gravações da novela.

Segundo relatos, Bella teria reclamado do comportamento do ator nos bastidores. A Globo não se pronunciou oficialmente sobre o assunto, mas o tema ganhou destaque nos comentários online após a exibição do especial.

Bruno Gagliasso comentou publicamente pela primeira vez sobre a invasão de sua casa, registrada no início de abril.

Em conversa com a imprensa durante o evento de 60 anos da TV Globo, o ator afirmou, segundo a colunista Fábia Oliveira: "Rapaz, invadiram, mas deu tudo certo".

O caso ganhou repercussão nas redes sociais após o relato de Giovanna Ewbank. A apresentadora, que estava em casa com os filhos, contou que uma desconhecida entrou na residência da família, sentou-se no sofá da sala e chegou a pedir um abraço.

Segundo Giovanna, a mulher conseguiu acessar o imóvel depois que uma funcionária a confundiu com uma conhecida da família.

Próximos projetos

Além de comentar o ocorrido, Bruno Gagliasso falou sobre seus 20 anos de carreira e destacou o personagem Edu, da série Dupla Identidade, como um dos papéis mais marcantes de sua trajetória.

"Fiz personagens que guardo pro resto da minha vida, que me fizeram crescer como ser humano. Ficar 20 anos fazendo personagens que dialogam com a sociedade só me enriquece como ser humano e como ator", afirmou.

Sobre os próximos passos na carreira, o ator brincou: "Quem sabe fazer o remake de A Viagem, aproveitar que estou com esse cabelo e fazer o Alexandre (Guilherme Fontes)".