Jogador Daniel Alves é acusado por compositores de violar direitos autorais

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O jogador de futebol Daniel Alves está sendo acusado pelos compositores Giuliano Matheus e seu filho, Thiago Matheus, de violação de direitos autorais ao registrar em seu nome e de outros artistas a música Avião, destaca o Estadão. Giuliano afirma que a canção foi feita por ele, por Thiago e, em menor parte, por Daniel, que teria pedido para acrescentar algumas ideias à versão original em um encontro que os três tiveram em Turim, na Itália, em 2017. Três anos depois, no final de 2020, a mesma canção, usada por uma campanha da Organização das Nações Unidas como uma mensagem de esperança e contra a disseminação de fake news durante a pandemia da covid-19, apareceu registrada sem os nomes de Giuliano e Thiago e com os nomes de Daniel Alves, Afonso Nigro, Milton Guedes e Maurício Monteiro.

Um videoclipe feito para a ONU mostra a música, assinada pelos novos autores, sendo cantada por artistas como Fábio Jr., Carlinhos Brown, Daniel, Nando Reis, Rogério Flausino, Roberta Miranda, Rodrigo Faro, Sandra de Sá e o espanhol Alejandro Sanz, além de uma participação do próprio Daniel na percussão. Giuliano e Thiago entraram com uma ação alegando danos morais e materiais contra Daniel Alves e os coautores que aparecem no registro da canção depois de notificá-los extrajudicialmente e não terem a autoria que alegavam reparada. Procurada pela reportagem, uma das advogadas representantes de Daniel, Adriana Coutinho Pinto, afirmou, na tarde de ontem, que seu cliente não iria se pronunciar sobre o caso.

Giuliano Matheus conta que conheceu Daniel Alves pessoalmente em 2016, em Barcelona, e que trabalhou como seu sócio na empresa de agenciamento de artistas e organização de eventos denominada Forever Music. Antes da dissolução da produtora, Giuliano produziu um CD do irmão de Daniel, Ney Alves. Ele afirma que fez a canção Avião originalmente em homenagem ao seu avô, Antonio Barranco, morto em 2011, aos 81 anos. Um documento com a letra finalizada depois do encontro com Daniel Alves em Turim, registrada em seu computador no dia 5 de abril de 2017, está sendo usado por seus advogados como uma das comprovações da autoria. Giuliano conta que só soube da mudança da autoria com a exclusão de seu nome e de Thiago no final de 2020, quando recebeu mensagens por WhatsApp de amigos dizendo que sua música "iria passar na televisão". A Record fazia à época a chamada que anunciava a exibição do vídeo de Avião para a campanha da ONU. O lançamento foi bastante noticiado pela imprensa.

Giuliano afirma que, assim que soube do uso da canção com o nome de outros autores, tentou fazer com que os responsáveis ligados a Daniel Alves o convencessem a desistir de usar a música e apresenta como provas transcrições de ligações telefônicas feitas a ele por assessores do jogador tentando convencê-lo a liberar seus direitos para poderem seguir com a gravação. "Eu disse a eles que não. Depois do que fizeram (excluindo seu nome e de Thiago da autoria), eu não iria liberar nada. Era assunto encerrado. Mas eles foram em frente", diz Giuliano à reportagem. O advogado que representa Giuliano e Thiago, José de Araújo Novaes Neto, da Novaes e Roselli, diz que o ato de Daniel viola vários pontos do direito autoral e pede indenização por danos morais e materiais.

ONU

Afonso Nigro, cantor que ficou conhecido nos anos 1980 como um dos integrantes do grupo Dominó, diz à reportagem que foi chamado para produzir a música no final de 2020 para a campanha da ONU e confirma que soube da notificação extrajudicial dos autores reclamando por seus nomes na autoria. "Olhando de fora, aquilo me pareceu uma briga pessoal entre os dois (Giuliano e Daniel Alves)." Nigro afirma que, além de fazer arranjos e atuar como produtor da canção, teve de "mexer muito na letra". "Interferimos bastante, a letra era ruim, era preciso colocá-la em uma métrica." Ele disse que o caso estava nas mãos dos advogados, por isso não retirou o nome da autoria.

O experiente gaitista e saxofonista Milton Guedes, outro artista que aparece como coautor na versão da campanha da ONU, diz algo parecido. Ele fala à reportagem que se lembra de ter tomado um susto com a notificação. "Eu fiquei surpreso, porque era uma canção que estava registrada. Recebi um áudio com a voz de Daniel Alves cantando a canção de forma bastante didática." Milton, assim como Afonso, diz que mexeu na letra e chegou a mudar a melodia original para que ela se adequasse à campanha da ONU em meio à pandemia. "Eu canetei pelo menos um terço." Ao ser informado de que os compositores Giuliano e Thiago diziam ter provas de que tinham documentos que comprovavam a existência da música antes que ela fosse levada a ele, Milton lamentou. "Eu espero que tudo se resolva da melhor forma. Era para ser uma campanha bonita." Sobre o fato de não ter atendido ao pedido via notificação para a retirada de seu nome da coautoria, disse que foi tranquilizado pela produção. "Fomos tranquilizados, nos disseram que iriam resolver aquilo."

A Organização das Nações Unidas informou sua posição por meio de sua assessoria de imprensa: "Toda a documentação legal exigida foi entregue pelos autores. As verificações cabíveis foram feitas junto aos órgãos competentes. Se há uma disputa, as partes envolvidas (na disputa) devem ser consultadas."

Assim que saiu do encontro musical com Daniel, em abril de 2017, Giuliano registrou em seu notebook a nova letra, com a inclusão do trecho criado com o jogador. Alguns dias depois, Thiago cantou trechos da música em uma gravação feita por seu celular, ainda sem as partes inseridas por Daniel, já que não estava acostumado ainda com os versos. Esse material, segundo os advogados de Giuliano, provaria mais uma vez a existência anterior da música à gravação de 2020.

O Estadão teve acesso à letra original de Avião. Doze versos da forma original são mantidos na versão gravada para a campanha da ONU, enquanto sete aparecem modificados. Curiosamente, todos os quatro versos criados por Daniel ao final da composição, feitos com Giuliano no encontro de Turim, foram substituídos na versão final pelos novos coautores. Segundo a acusação, a colaboração de Daniel, que não está mais na música, se restringia às seguintes frases: "Para tudo e presta atenção / vou falar pela segunda vez / Amor de verdade tem cumplicidade no fazer e no que fez / Eu sinto saudade do tempo que o meu bilhetinho demorava a chegar / daquele jeito carinhoso era bem mais gostoso a gente namorar."

Os representantes de Giuliano e Thiago pedem que seus clientes sejam indenizados. Para eles, deve ser considerada a gravidade da ofensa e a capacidade econômica do ofensor que, no caso, são Daniel Alves e os demais. A dimensão da ofensa, segundo os profissionais, é muito grande, pelas circunstâncias. Afirmam que o fato de ter envolvido a ONU e artistas conhecidos internacionalmente amplia a dimensão do projeto. Novaes Neto entende que, sobre o dano patrimonial de seu cliente, o prejuízo estaria ligado à "perda de chance". "Caso a ação seja julgada procedente, o valor desta indenização será apurada através de uma perícia, considerando a repercussão da divulgação da obra, e o que os autores deixaram de ganhar em todos os sentidos, com a exclusão de seus nomes."

Uma nova prova que será usada pelos advogados surgiu na tarde de ontem e diz respeito a um pedido de gravação da música Avião a Giuliano, feito a ele por um cantor antes da gravação da ONU. Giuliano Matheus, que tem como nome de batismo Wanderlei Jose da Silva, já teve músicas gravadas por artistas como Bruno & Marrone, Gusttavo Lima, Zé Neto e Cristiano, Wesley Safadão, Leonardo, Daniel, Gian e Giovani, Maiara e Maraisa, João Bosco e Vinícius, Cesar Menotti e Fabiano, Roberta Miranda, Asa de Águia e os internacionais Luis Fonsi e Thalia.

Compare as letras

Aqui, a letra registrada por Giuliano e Thiago com os quatro últimos versos de Daniel Alves:

"Para tudo e presta atenção no que eu vou dizer pra você / Eu não sou perfeito eu tenho defeito mas há tempo de aprender / A gente vive lado a lado mas tá separado por um celular / Mandando milhões de mensagens, e sentindo saudade de poder falar / Eu te gosto assim, faz tão bem pra mim / Então abrace quem tá sempre do seu lado / Aproveita esse momento que já já vai ser passado / Perde a vergonha de dizer 'ahhh, eu te amo' / Dá um beijo com carinho hoje mesmo esse ano / Essa vida é um avião e passa voando / Para tudo e presta atenção vou falar pela segunda vez / Amor de verdade tem cumplicidade no fazer e no que fez / Eu sinto saudade do tempo que o meu bilhetinho demorava a chegar / Daquele jeito carinhoso era bem mais gostoso a gente namorar"

Aqui, a letra gravada com a exclusão de Giuliano e Thiago:

"Para tudo e presta atenção no que vou te dizer / A vida é tão rara e sonhando juntos podemos vencer / A gente vive lado a lado mas tá separado por um celular / Mandando milhões de mensagens com tanta saudade de se encontrar / Tudo vai passar / É só acreditar /Então abrace /Quem tá sempre do seu lado /Aproveite esse momento /que já já vai ser passado /A esperança é feito abraço apertado /Manda um beijo com carinho hoje mesmo esse ano /Que essa vida é um avião e passa voando / Para tudo e preste atenção / vou falar mais uma vez / Chegou a hora de recomeçar tudo o que já se fez /Sem nunca perder a esperança de ver todos juntos com o mesmo olhar /Pra reconstruir o futuro vencendo o presente que já vai passar".

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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A Academia Brasileira de Letras (ABL) vai eleger hoje, 30, a partir das 16h, o novo ocupante para a cadeira 7, que era ocupada pelo cineasta Cacá Diegues, morto em fevereiro, aos 84 anos.

Ao todo, são 13 concorrentes, incluindo Míriam Leitão, Cristovam Buarque, Tom Farias e Marcia Camargos. O novo ocupante da cadeira deve ser revelado em 30 minutos.

A ABL divulgou também os nomes dos concorrentes às vagas que pertenceram aos imortais Heloisa Teixeira e Marcos Vilaça. Heloisa ocupava a cadeira 30 da Academia. Em abril de 2023, tomou posse como a 10ª mulher eleita imortal. Escritora, crítica cultural e importante nome do feminismo brasileiro, ela morreu dia 28 de março, aos 85 anos.

O advogado, jornalista e escritor Marcos Vilaça morreu no dia seguinte, 29 de março, também aos 85 anos. Ele ocupava a cadeira 26 desde 1985. As eleições para as vagas dos acadêmicos serão nos dias 22 e 29 de maio, respectivamente.

CONCORRENTES

Disputam a vaga que pertenceu a Heloisa o poeta, professor e tradutor Paulo Henriques Britto, e o poeta e compositor Salgado Maranhão. Também estão inscritos Arlindo Miguel, Paulo Roberto Ceratti, Spencer Hartmann Júnior e Eduardo Baccarin Costa.

Entre os inscritos para a sucessão da cadeira 26, que era de Vilaça, estão o advogado, escritor e professor universitário José Roberto de Castro Neves e o escritor, editor, tradutor e historiador Rodrigo Lacerda. Completam a lista Diego Mendes Sousa, Sivaldo Venerando do Nascimento e Evandro Aléssio Rodrigues Pereira.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O cantor Roberto Carlos foi o convidado pela TV Globo para abrir o Show 60 anos, que comemorou o aniversário da emissora na noite de segunda-feira, 28, em uma arena de shows na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Roberto cantou Emoções e Eu Quero Apenas, ao vivo, com sua inconfundível afinação.

O que pouca gente percebeu é que, após a transmissão do evento, a Globo passou uma chamada no estilo 'o que vem por aí' e, entre as atrações anunciadas, estava 'Roberto Carlos em Gramado'.

O Estadão questionou a assessoria do cantor se o anúncio indica a renovação de contrato de Roberto com a Globo - o vínculo venceu em 31 de março deste ano. De acordo com a assessoria de Roberto, a renovação está em "95% acertada, faltando apenas alguns detalhes" para o martelo final. A reportagem também perguntou à TV Globo sobre o assunto, mas não obteve resposta.

Sobre o especial de fim de ano ser gravado em Gramado, cidade da serra gaúcha, a equipe do cantor afirma que as conversas são muito preliminares ainda. "Foi apenas uma ideia que alguém deu", diz a assessoria. A decisão se dará mais para frente, no segundo semestre, quando o cantor e a emissora vão discutir o formato e o local de gravação do especial.

No Show 60 anos, Roberto se sentiu à vontade. Além de ser muito aplaudido, foi paparicado pelos artistas nos bastidores. Recebeu e tirou fotos com vários deles, como Cauã Reymond, Fafá de Belém e Fábio Jr. O cantor deixou o local por volta de duas horas da manhã, quase uma hora após o final do show.

Roberto Carlos fez seu primeiro especial na TV Globo em 1974 e, nesses mais de 50 anos, só deixou de apresentá-lo por duas ocasiões, quando sua mulher, Maria Rita, morreu, e durante a pandemia. Aos 84 anos, Roberto segue em plena atividade. Em maio, fará uma longa turnê pelo México. Na volta, se apresenta em São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza, entre outras cidades.

Cauã Reymond publicou nas redes sociais uma foto ao lado de Fábio Porchat e Tatá Werneck durante o show comemorativo dos 60 anos da TV Globo.

"Que noite incrível e especial pra @tvglobo, pra mim e pro Brasil! Um show de emoção, humor, esporte, afeto. Feliz demais pelos 60 anos dessa emissora que está no imaginário e na história de todo mundo", escreveu o ator na legenda. Confira aqui.

O registro foi publicado horas depois de uma esquete protagonizada por Tatá, Porchat e Paulo Vieira no palco do evento.

Durante a apresentação, os humoristas fizeram piadas sobre as polêmicas dos bastidores do remake de Vale Tudo.

No número cômico, Tatá menciona rapidamente os "bastidores de Vale Tudo", e Paulo emenda: "Não fala tocando, não fala tocando. Abaixa o braço, tá com um cecê de seis braços". Fábio rebate: "Pelo amor de Deus, é a minha masculinidade". Tatá completa: "Que masculinidade, Fábio?".

Nas redes sociais, internautas rapidamente interpretaram a brincadeira como uma referência aos rumores de tensão entre Cauã Reymond e Bella Campos durante as gravações da novela.

Segundo relatos, Bella teria reclamado do comportamento do ator nos bastidores. A Globo não se pronunciou oficialmente sobre o assunto, mas o tema ganhou destaque nos comentários online após a exibição do especial.