Delta está em 69,7% de novas amostras na cidade de SP; Prefeitura minimiza riscos

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A cidade de São Paulo tem 69,7% das amostras identificadas com a variante Delta, enquanto a Gama representa 28,4%. É o que mostra uma análise da Prefeitura, em parceria com o Instituto Butantan. Por outro lado, a gestão municipal disse não ver riscos, "porque a curva de crescimento não é significativa". Ainda de acordo com o levantamento, divulgado na quarta-feira, 1º, foram registrados 395 novos casos da variante na capital paulista. Até o momento, são 800 casos da cepa com maior transmissibilidade.

"Apesar da presença da variante na cidade, o número de casos não apresentou curva de crescimento significativa e, por isso, não oferece risco de impacto sobre a rede de saúde pública da capital", destaca a Prefeitura.

Com o objetivo de entender o perfil do vírus, a administração municipal vai realizar a testagem dos casos comunicados nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs). "Na prática, isso significa que os munícipes detectados com a variante Delta e Gama passarão por um teste de antígeno para covid-19. Tanto aquelas com sintomas como os assintomáticos que tiveram contato com pessoas com caso positivo", afirma.

A capital já está com a população adulta elegível vacinada e avançou para a imunização do público mais jovem. "A vacinação alcançou 104,1% do público-alvo, entre maiores de 18 anos, imunizados com a primeira dose ou com a dose única das vacinas contra a covid-19. Outros 54,7% estão com a condição vacinal completa. O município de São Paulo aplicou 14.621.904 doses de vacina contra a covid-19. São 9.570.750 com as primeiras doses, 4.729.960 de segundas aplicações e 321.194 doses únicas."

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Airyn De Niro, filha do ator Robert De Niro e da atriz Toukie Smith, decidiu contar sua própria história como mulher trans negra. Aos 29 anos, ela falou à revista Them sobre sua experiência com a transição de gênero, os desafios da autoaceitação e a escolha por trilhar uma trajetória profissional independente.

Durante a conversa, Airyn relatou que sua primeira ida a um salão especializado em cabelos afros marcou um momento importante de transformação. Inspirada pelo visual da atriz Halle Bailey em A Pequena Sereia, ela deixou o local com dreadlocks rosa e, pela primeira vez, sentiu-se confortável com o que via no espelho. "Foi como se tudo se encaixasse", disse. "Senti que era isso que eu deveria estar fazendo."

Dias depois, fotos suas ao lado do pai chamaram atenção da imprensa internacional, que noticiou sua aparência de forma sensacionalista, segundo ela, muitas vezes com informações incorretas ou sem citá-la diretamente. "Há uma diferença entre estar visível e ser vista. Eu estive visível, mas nunca senti que fui realmente vista", desabafou.

Airyn decidiu iniciar o uso de hormônios em novembro de 2024 como parte do processo de transição. "Sempre fui muito feminina, mesmo antes de saber exatamente o que isso significava", contou.

Com o tempo, começou a pensar em como manter essa feminilidade ao envelhecer. "Quem quer ser um homem velho?", questionou. Ela também revelou que, ao ver outras mulheres trans sendo abertas sobre suas experiências, passou a imaginar que talvez não fosse tarde para ela - se referindo a si mesma como uma "late bloomer" (alguém que floresce mais tarde).

Filha de pais famosos, mas criada longe dos holofotes, ela contou ter enfrentado exclusão na adolescência por ser uma jovem negra, fora dos padrões de beleza e com expressão de gênero que fugia ao esperado. "Sempre me diziam que eu era demais ou de menos em alguma coisa: grande demais, pouco magra, pouco negra, pouco branca, muito feminina ou pouco masculina", relembrou. Mesmo com o apoio da família em manter sua vida privada, afirmou ter vivenciado isolamento entre colegas de escola e dificuldade em se reconhecer nas representações midiáticas.

Ela destacou que a transição também a aproximou de referências femininas negras que sempre admirou, como Laverne Cox, Marsha P. Johnson e Michaela Jaé Rodriguez. "A transição também me aproximou da minha negritude. Me sinto mais próxima dessas mulheres quando abraço essa nova identidade", afirmou ela, que diz também se inspirar na própria mãe.

No campo profissional, Airyn tenta construir sua carreira por conta própria, apostando em testes para voz original de videogames e audições para séries, como Euphoria. "Quero que pessoas negras, LGBT+ e de corpos maiores tenham suas próprias referências. Sempre quis modelar, como minha mãe. Estar em uma capa de revista ao lado dela seria um sonho", disse.

Atualmente, ela estuda para se tornar conselheira em saúde mental e deseja oferecer apoio a jovens em situação de vulnerabilidade. "Pessoas negras e LGBT+ precisam de mais acolhimento e acesso a profissionais que entendam suas vivências", afirmou. "É muito benéfico trabalhar com alguém que compartilhe parte da sua experiência."

Ao final da entrevista, ao ser questionada sobre o que gostaria que o público enxergasse nela, Airyn foi direta: "Alguém que está tentando se curar de não ter se sentido bem consigo mesma por muito tempo. E, nesse processo, buscando ajudar outras pessoas a também se sentirem melhor com quem são."

Wagner Moura participou do podcast Dinner's On Me, apresentado por Jesse Tyler Ferguson, o Mitchell de Modern Family, divulgado na última terça-feira, 29.

No episódio, o ator fala sobre a entrada de última hora em Ladrões de Drogas, série da AppleTV+ dirigida por Ridley Scott, relembra o início do relacionamento com a mulher, Sandra Delgado, e comenta sua relação com novelas brasileiras: "Eu amo novelas. Cresci assistindo".

Como Wagner Moura entrou para o elenco de 'Ladrões de Drogas'

Moura contou que foi chamado às pressas para substituir outro ator na série. "Me ligaram na sexta-feira para embarcar no sábado, experimentar o figurino no domingo e gravar na segunda", disse. "Falei: 'Sou um ator sério, gosto de me preparar'. Mas também pensei: talvez isso vá me sacudir de um jeito novo. Fui."

Ele gravou as primeiras cenas praticamente sem conhecer o personagem. "Estava ali escutando o Brian e respondendo, tentando entender o personagem enquanto a câmera rodava. Ridley Scott grava com seis câmeras ao mesmo tempo. Foi mais rápido que novela."

Além de destacar a intensidade do processo, Moura também mencionou como as novelas brasileiras influenciaram sua formação como ator. "Eu amo novelas. Cresci assistindo", afirmou.

Na série, Wagner vive um personagem que se passa por agente da DEA para realizar assaltos com o parceiro, interpretado por Brian Tyree Henry. "Ele é um cara que passa a série inteira tentando sair desse ciclo de violência. Mas, para isso, ele precisa se separar do Ray, que é o personagem do Brian, o amor da vida dele."

Segundo o ator, a série evita estereótipos e aposta em uma abordagem mais sensível. "São dois homens, um latino e um negro. Quando você se aproxima dos personagens, vê que são o oposto do clichê. São pessoas muito vulneráveis, que não querem estar ali."

"Se o sistema não fosse tão brutal, essas pessoas poderiam ter uma vida completamente diferente. Isso me interessou. Os personagens são interessantes, não são aquele clichê de testosterona. Tem muita ternura."

Vida pessoal e volta ao teatro

Na conversa, o ator relembrou como conheceu a mulher, Sandra Delgado. "A gente se conheceu no Carnaval de Salvador. No dia seguinte, ela já estava dormindo lá em casa. Três meses depois, a gente já morava junto."

Eles estão juntos há mais de 20 anos e têm três filhos. "Acho que sou um pai muito melhor agora do que quando tinha 30 anos. Muito melhor", disse.

Além dos projetos para TV, o ator contou que voltará ao teatro com uma adaptação de Inimigo do Povo, de Henrik Ibsen. "Não é exatamente a peça, mas uma adaptação. Vamos começar no Brasil e depois levar para a Europa - Avignon, Edimburgo, esses festivais."

"Estou muito animado, mas também apavorado", disse, lembrando que sua última peça foi Hamlet, em 2009. "O teatro exige outra escuta. Preciso disso agora."

Míriam Leitão foi eleita imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL) nesta quarta-feira, 30. A jornalista e escritora de 72 anos ocupará a cadeira 7, que pertenceu ao cineasta Cacá Diegues, morto em fevereiro.

A eleição aconteceu na sede da ABL no Rio de Janeiro, com urnas eletrônicas cedidas pelo TRE-RJ. Míriam venceu com 20 votos, superando o economista, ex-senador e ministro Cristovam Buarque, que recebeu 14 votos. No total, 16 nomes estavam inscritos na disputa, incluindo Tom Farias, Rodrigo Cabrera Gonzales e Edir Meirelles.