AstraZeneca some dos postos, e governo de SP ameaça ir ao STF contra União

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Quase todos os postos de saúde da cidade de São Paulo estão sem vacina da AstraZeneca para aplicar como segunda dose nesta sexta-feira, 10. O problema chega a mais de 95% das Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e outros pontos de aplicação, como parques e drive-thrus. Cerca de 200 mil pessoas estão com a aplicação atrasada, número que chegará na segunda-feira a 340 mil, segundo a Prefeitura. O governador João Doria (PSDB) disse que o Estado pretende recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) caso não receba do Ministério da Saúde 1 milhão de doses de AstraZeneca até a próxima terça-feira, 14. A quantia, segundo ele, já deveria ter sido entregue pelo governo federal, evitando o desabastecimento do imunizante.

"O ministério deve, sim, um milhão de doses da vacina da AstraZeneca e, se não der por aquilo que representa a proporcionalidade de São Paulo e seus 645 municípios, dará por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF)", disse o governador. "Se nós não recebermos a vacina até a próxima terça-feira, como é a promessa do Ministério da Saúde, nós ingressaremos com uma nova medida no Supremo."

Segundo Doria, o Estado já enviou dois ofícios ao Ministério da Saúde solicitando que providencie a entrega de vacinas. "Isso não é um problema só de São Paulo, é um problema do País", disse. Em reportagem publicada na quinta-feira, 9, o Estadão apontou que alguns Estados temem a falta de doses de AstraZeneca nas próximas semanas.

O governador acrescentou ainda que, caso não tenha doses AstraZeneca, que o ministério forneça a vacina da Pfizer, sugerindo o uso heterólogo como alternativa para a falta de doses de AstraZeneca. Na nota técnica 6/2021, o ministério determinou que vacinas heterólogas podem ser administradas quando houver indisponibilidade do imunizante aplicado como primeira dose. Não especificou, contudo, quais seriam os critérios para isso.

Na quinta-feira, o ministério afirmou que já repassou ao Estado 12,4 milhões de doses da AstraZeneca referentes à primeira aplicação e outras 9,2 milhões referentes à segunda aplicação. A diferença, cerca 2,8 milhões de doses, segundo a pasta, ainda não foi enviada porque o intervalo previsto só terminaria no final deste mês. "Ao contrário do que foi divulgado pelo governo de São Paulo, o Ministério da Saúde não deve segunda dose de vacina covid-19 da AstraZeneca ao Estado de São Paulo", diz a nota. Ainda de acordo com a pasta, São Paulo utilizou como primeira dose vacinas destinadas a dose dois.

No caso da Pfizer, a escassez também foi constatada pela manhã. Mais de 85% dos postos chegaram a ficar sem a vacina para aplicação do reforço, mas parte das unidades foi reabastecida no início da tarde.

Com o sumiço nas primeiras horas do dia, a arquiteta Karina Garcia, de 26 anos, achou melhor se precaver. "Vi que estava faltando e fiquei preocupada", relata a jovem, que foi tomar a segunda dose do imunizante na UBS Boracea, na Barra Funda, zona oeste da capital, por volta das 16h30. "Antes de vir para cá, liguei no posto de saúde para ter certeza que havia vacina disponível."

Pontualmente, moradores de São Paulo também relataram problemas com a disponibilidade de Coronavac. "Precisei sair mais cedo do trabalho, passei duas horas na fila e, quando chegou minha vez, disseram que não tinha", diz a operadora de loja Ana Flávia Santos, de 24 anos. Segundo afirma, tentou primeiro em um posto da Brasilândia, na zona oeste, antes de ir para a Barra Funda. "É uma situação frustrante: a gente perde o dia de serviço."

O levantamento do Estadão levou em consideração dados divulgados pela Prefeitura por meio do site De Olho na Fila, que informa sobre a disponibilidade dos imunizantes para a segunda dose. A escassez também se estende a vacinas para a primeira dose, dado que a gestão municipal não detalha em seu site.

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), disse na manhã desta sexta que a cidade precisa de 200 mil doses para suprir a aplicação da segunda dose da AstraZeneca que estão em atraso. Na segunda-feira, esse número aumentará para 340 mil, com as 140 mil pessoas que estavam previstas para receber o reforço na data.

"É uma questão de falta de fornecimento por parte do Ministério da Saúde e estão resolvendo. Aparentemente, deverá ser feita (a segunda dose para pessoas que receberam AstraZeneca), com Pfizer", declarou.

O problema constatado nesta sexta-feira começou a ser notado nesta quinta-feira, 9, quando o secretário de saúde da cidade, Edson Aparecido, reconheceu que a quantidade de vacinas da AstraZeneca era insuficiente para abastecer todos os postos. Na quinta, a falta de doses afetava metade dos postos, situação que se agravou desde então.

A escassez de doses afeta todas as regiões da capital paulista. Na zona leste, nenhum dos 146 postos têm vacinas da AstraZeneca disponíveis para a segunda dose, mesma situação dos postos do centro (10), zona oeste (33) e norte (92).

O cenário de falta de imunizantes passou a afetar nesta sexta-feira as doses da Pfizer. Em cerca de 400 postos e pontos de aplicação, a vacina não estava sendo ofertada no fim da manhã, falta que também foi constatada em todas as zonas da cidade. Além da segunda dose, o imunizante é aplicado em adolescentes a partir de 12 anos. No início da tarde, parte dos postos passaram a informar um abastecimento.

Ao menos três Estados relataram nesta sexta-feira a falta do diluente necessário para a aplicação da Pfizer. Bahia, Pernambuco e Mato Grosso do Sul disseram que o envio do insumo está atrasado por parte do Ministério da Saúde. Sem a diluição, parte das doses fica parada nos estoques.

Lote da AstraZeneca está previsto para a semana que vem, diz Prefeitura

Em nota, a Prefeitura disse ter recebido nesta quinta-feira 255 mil doses da Pfizer e 128,5 mil da Coronavac. "Estas vacinas estão sendo entregues em todas as regiões da cidade e as Unidades estão sendo reabastecidas", informou a gestão municipal.

Sobre a AstraZeneca, a secretaria municipal disse que o Ministério da Saúde sinalizou a entrega de um lote para a capital, prevista para o início da próxima semana. "Recomendamos à população que acompanhe a disponibilidade de segundas doses dos imunizantes por meio da plataforma De Olho na Fila, no seguinte endereço: https://deolhonafila.prefeiturasp.gov.br/."

Quanto à possibilidade de aplicar vacina da Pfizer em que recebeu a primeira dose da AstraZeneca, a Prefeitura disse que a "medida precisa ser orientada pelo Programa Estadual de Imunização (PEI) e publicada em informe técnico para ser seguida pelo município". (Colaborou Marco Antônio Carvalho)

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Chico Rubens Paiva, neto de Eunice e Rubens Paiva, compartilhou os bastidores da vitória histórica de Ainda Estou Aqui neste domingo, 2, durante a cerimônia do Oscar. O longa de Walter Salles venceu na categoria de Melhor Filme Internacional e faturou o primeiro Oscar da história do Brasil.

Em sua conta no Instagram, o executivo postou uma sequência de fotos que mostra Fernanda Torres, Walter Salles e demais membros da equipe do longa celebrando a conquista. A imagem de destaque, no entanto, mostra o neto ao lado de sua tia, Nalu Paiva. No longa, a filha de Eunice e Rubens foi interpretada por Bárbara Luz.

"A última sequência de uma noite incrível. E não poderia ser diferente: nós, em família", escreveu. Chico é filho de Vera Paiva - interpretada por Valentina Herszage no filme - e o neto mais velho de Eunice e Rubens.

Ainda na rede social, ele também postou um vídeo do momento em que a vitória de Ainda Estou Aqui foi anunciada no Dolby Theatre. "Viva a democracia, viva o cinema brasileiro!", escreveu.

Por fim, o neto de Eunice ainda publicou uma série de vídeos que mostram os bastidores após a premiação. Nela, podemos ver Adrien Brody andando com seu Oscar, Fernanda Torres conversando com Mikey Madison e Walter Salles tirando uma foto com Gints Zilbalodis.

Adrien Brody entrou para a história do Oscar mais uma vez, mas não foi apenas por sua atuação. Na cerimônia de 2025, realizada no último domingo, 2, o ator bateu o recorde do discurso mais longo já feito em um agradecimento na premiação, com um total de cinco minutos e 40 segundos. O título pertencia a Greer Garson, que, em 1943, falou por cinco minutos e 30 segundos ao vencer por Rosa da Esperança.

Brody conquistou a estatueta de Melhor Ator por sua interpretação do arquiteto húngaro-judeu László Tóth em O Brutalista. Ao subir ao palco do Dolby Theatre, em Los Angeles (EUA), ele não se preocupou com o tempo regulamentar de 45 segundos e aproveitou a ocasião para abordar temas como antissemitismo, racismo e a fragilidade da carreira artística.

"Estou aqui, mais uma vez, para representar os traumas persistentes, as repercussões da guerra, da opressão sistêmica, do antissemitismo, do racismo e da exclusão. Oro por um mundo mais saudável, feliz e inclusivo", afirmou durante o discurso.

O ator ainda relembrou sua primeira vitória no Oscar, em 2003, quando levou o prêmio por O Pianista e teve sua fala interrompida pela música de encerramento. Desta vez, ao ouvir os primeiros acordes que indicavam o fim do tempo, reagiu rapidamente: "Desliguem a música! Eu já fiz isso antes. Não é meu primeiro rodeio, mas serei breve".

Ao final de sua fala, Brody agradeceu pelo reconhecimento e deixou uma mensagem de união e esperança. "Vamos lutar pelo que é certo, continuar sorrindo, amando uns aos outros e reconstruindo juntos. Obrigado".

O carnaval de Salvador foi palco de um desentendimento entre Daniela Mercury e Tony Salles na madrugada desta terça-feira, 4, no circuito Dodô (Barra-Ondina). A cantora reclamou publicamente da proximidade do trio elétrico do cantor, que interferiu na qualidade do som de sua apresentação.

A situação aconteceu por volta da 1h, quando Daniela interrompeu a música Maimbê Dandá e encarou o trio de Tony Salles antes de se manifestar. "Muito feio encostar na gente assim, viu? Carnaval não pode ser assim não, viu Tony? Respeite que não sou moleque, rapaz. Ficou feio, viu bicho", reclamou a cantora.

O marido de Scheila Carvalho, por sua vez, respondeu sem citar o nome da artista. Ele explicou que seu trio precisou acelerar o percurso por causa de atrasos na programação.

"A gente está um pouco corrido hoje. Eu peço mil desculpas a vocês, porque atrasou muito a saída lá e vocês precisam de uma explicação. O percurso é para ser feito dentro de um tempo e as pessoas, às vezes, acabam segurando o percurso e atrasa", disse ao público.

O cantor também criticou a retenção dos trios ao longo do circuito e mencionou que ainda tinha um show para realizar em um camarote na mesma noite. "O trio precisa andar. Foi feito para andar. A gente precisa se respeitar, não é porque sou uma banda de pagode, que sou periférico, suburbano, que é para me desrespeitar", afirmou.

O Estadão procurou a assessoria de Tony Salles, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto para manifestação. Já a equipe de Daniela Mercury informou que o posicionamento da cantora está no depoimento escrito por sua esposa, Malu Verçosa. Leia na íntegra:

"Sou da época do encontro de trios, da festa da música no Carnaval de Salvador, da magia da percussão e da nossa cultura. Mas a cena que vi no desfile dessa segunda no circuito Barra Ondina foi de desrespeito, principalmente com o público, mas também com a minha artista. O cantor Tony Salles chegou atrasadíssimo no Farol da Barra e o fiscal nos pediu para passar na frente já que estávamos prontos. Passou o artista Guga Meira e em seguida Daniela, tamanho o atraso dele. Aliás é assim que tem que ser para o carnaval não parar e não atrasar o desfile. Registre-se que seguimos o fluxo do desfile respeitando a distância do trio da nossa frente. O trio do cantor Tony Salles veio colado no nosso trio a partir do Cristo da Barra até Ondina, atrapalhando o desfile ao ponto de fazer Daniela parar de cantar em alguns momentos. Ao ponto da Band noticiar isso (que vergonha). E ele justifica dizendo que estava atrasado pro show no camarote. Chegasse no horário então. Quem tem compromisso, não atrasa. Coisa feia. E sabe o que é pior? Encerramos o desfile e ele, que estava atrasado, ainda ficou mais meia hora cantando. Respeite a rainha, Tony Salles."