Crianças foram mortas por traficantes após furto de passarinhos, diz polícia

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A Polícia Civil do Rio de Janeiro afirma ter esclarecido o desaparecimento das três crianças que moravam em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, e estão sumidas desde 27 de dezembro. Segundo o secretário estadual de Polícia Civil, Allan Turnowski, Lucas Matheus, de 9 anos, Alexandre Silva, de 11, e Fernando Henrique, de 12, foram mortos por traficantes da facção criminosa Comando Vermelho devido ao suposto envolvimento em um furto de passarinhos.

O responsável por ordenar os assassinatos foi morto, meses depois, porque, ao pedir aos próprios chefes autorização para os crimes, não informou que as vítimas eram crianças. Os chefes temeram que a repercussão do caso prejudicasse o tráfico no bairro em que as crianças moravam.

As três crianças eram amigas, moravam com suas famílias na favela do Castelar, em Belford Roxo, e na manhã de 27 de dezembro saíram de casa para brincar juntos no campo de futebol vizinho ao condomínio onde moravam. Como eles não voltaram para o almoço, seus familiares estranharam, foram procurá-los no campo e constataram o desaparecimento. Passaram a tarde e a noite procurando os meninos em hospitais, delegacias e até no Instituto Médico Legal, sem sucesso. No dia seguinte eles registraram o caso na Polícia Civil, que iniciou as investigações.

A última imagem dos meninos mostra o trio caminhando juntos pela rua Malopia, no bairro Areia Branca, em Belford Roxo, no próprio dia 27. Essas imagens só foram localizadas em março - três meses após o desaparecimento deles, portanto.

Em janeiro, familiares das crianças levaram um homem à Polícia Civil e o acusaram de estar envolvido no desaparecimento. Mas os investigadores concluíram que o homem era inocente. Em maio, a polícia fez uma operação na favela do Castelar e prendeu 17 suspeitos, mas não foi divulgada nenhuma ligação entre as prisões e o caso do sumiço.

Em julho, um homem afirmou que os corpos das crianças haviam sido jogados em um rio, acondicionados em um saco preto. A polícia fez buscas e achou um saco com restos mortais, mas exames de DNA indicaram se tratar de animais e não das crianças.

Desde o início das investigações, uma das hipóteses era de que as crianças haviam sido mortas por traficantes do próprio bairro onde moravam, depois de furtar uma gaiola com passarinhos de um parente de um dos traficantes. Segundo Turnowski, essa linha de investigação se confirmou. "Os traficantes do Castelar mataram essas crianças autorizados pela cúpula da facção criminosa. O que a gente tem é que, quando pediu autorização para as chefias do tráfico que estavam presas para punir aquelas crianças, não foi falado que eram crianças", disse à TV Globo o secretário de Polícia Civil, Allan Turnowski.

O responsável pela morte teria sido Willer da Silva, conhecido como Estala, um dos chefes do tráfico na região do Castelar. Ele havia pedido autorização a chefes que estavam presos, sem dizer que as vítimas dos assassinatos eram três crianças. Por isso, depois do crime, Silva foi morto por traficantes do mesmo grupo no complexo da Penha, na zona norte do Rio.

O mandante dessa morte seria Wilton Carlos Rabello Quintanilha, o Abelha, que estava preso na penitenciária Vicente Piragibe, no complexo de Gericinó, em Bangu (zona oeste do Rio), e no dia 27 de julho conseguiu sair da prisão, mesmo tendo ordens de prisão em vigor, por um esquema de corrupção na secretaria estadual de Administração Penitenciária - em agosto o então secretário Raphael Montenegro foi exonerado e preso.

O inquérito sobre o desaparecimento das crianças ainda não foi concluído, mas deve ser nas próximas semanas, segundo a polícia.

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Por Laysa Zanetti

Caco Ciocler vai entrar para o elenco de Vale Tudo, interpretando um personagem inédito na trama. O ator será Esteban, um interesse amoroso de Celina (Malu Galli). A informação foi publicada pela coluna Play, do jornal O Globo, e confirmada por Caco em seu perfil no Instagram.

Na versão de 1988 da novela, a irmã de Odete não teve sua vida afetiva explorada e, portanto, o personagem Esteban não existiu. Ainda não se sabe qual será a sua história ou como vai conhecer Celina.

Na trama original, Celina era interpretada por Nathalia Timberg, e dedicava a maior parte do tempo aos sobrinhos e aos cuidados da mansão. Desta vez, a autora Manuela Dias pretende adicionar mais camadas à sua história e dar a ela mais autonomia.

"Celina é uma cinquentona que não se casou, criou os filhos da irmã e não trabalha", resumiu Galli ao jornal O Globo, explicando os novos traços da personagem. "A gente trouxe o interesse dela pelas artes plásticas, ela é uma incentivadora dos artistas. É mais ativa nesse sentido."

Longe das novelas desde a refilmagem de Pantanal, Caco vai começar a gravar suas cenas no folhetim neste sábado, 3. Recentemente, participou da minissérie Os Quatro da Candelária e do filme Meu Sangue Ferve por Você, cinebiografia de Sidney Magal.

Miguel Falabella foi afastado das apresentações desta semana do espetáculo Uma Coisa Engraçada Aconteceu a Caminho do Fórum, em São Paulo. O comunicado foi feito nas redes sociais da peça nesta quinta-feira, 1º, que explica que o ator passa por um problema de saúde.

Em seu perfil, Falabella detalhou a situação, e revelou que precisou se afastar porque está com uma hérnia de disco. "Estou com muita dor, não estou conseguindo andar direito e, por isso, infelizmente não estou fazendo Uma Coisa Engraçada Aconteceu a Caminho do Fórum. Como dizia minha mãe, doença é aluguel que a gente paga para usar o corpo", declarou.

A peça é uma adaptação brasileira do musical com letra e música de Stephen Sondheim, ambientado na Roma Antiga e inspirado nas comédias farsescas de Plauto. A história acompanha Pseudolus, personagem de Falabella que é um escravo determinado a conquistar sua liberdade. Para isso, ele promete ajudar seu jovem amo a conquistar a amada. Ivan Parente, Giovanna Zotti, Carlos Capeletti, Mauricio Xavier e Lucas Colombo também integram o elenco da peça.

Diante da ausência de Falabella, o protagonista será interpretado por Edgar Bustamante nas próximas sessões, desta quinta a domingo, 4.

Nos comentários das publicações, fãs e amigos desejam melhoras a Miguel. "Cuidaremos do nosso lourão mais que amado e ele já já estará de volta pro palco", comentou Danielle Winits. "Boa recuperação, chuvisquinho. Já já você está 100% e de volta aos palcos pra receber todo carinho e amor que você merece", desejou o também ator Daniel Rangel.

A peça Uma Coisa Aconteceu a Caminho do Fórum está em cartaz de quinta a domingo no Teatro Claro Mais SP, com apresentações às 20h (quinta e sexta), 16h e 20h (sábado) e 15h e 20h (domingo).

A série argentina O Eternauta acaba de chegar à Netflix e já tem conquistado os espectadores. Baseada na HQ homônima considerada uma das maiores obras da literatura argentina, ela tem uma história trágica por trás: seu criador, Héctor Oesterheld, foi morto pela ditadura na Argentina na década de 1970.

Nascido em Buenos Aires em 1919, Oesterheld é um dos principais nomes dos quadrinhos e da ficção cientifica na Argentina. Escreveu alguns romances e outras HQs, além de ter publicado em revistas de grande importância, mas O Eternauta é considerada a sua obra-prima.

A trama acompanha um grupo de sobreviventes de uma nevasca mortal que precisa lutar contra uma ameaça alienígena. Com Juan Salvo como protagonista, o quadrinho foi publicado entre 1957 e 1959 com ilustrações de Francisco Solano López, com uma versão mais politizada sendo lançada na década de 1970.

Oesterheld frequentemente dizia que o herói de O Eternauta era um "herói coletivo". No final dos anos 1960, ele também escreveu biografias em quadrinhos de Che Guevara e Evita Perón, importantes líderes de esquerda, em parceria com o cartunista Alberto Breccia.

Naquele período, o autor já era envolvido com os Montoneros, organização político-militar argentina de esquerda que tinha objetivo de resistir e derrubar a ditadura no país. As quatro filhas de Oesterheld, Estela, Diana, Beatriz e Marina, também estavam envolvidas com o grupo.

As Forças Armadas da Argentina, já vigiando a atividade de Oesterheld, começaram a fechar o cerco em sua família. A primeira desaparecida foi Beatriz, que tinha apenas 19 anos, em 1976. Meses depois, foi a vez de Diana, seguida de Marina, ambas grávidas na época. A última foi Estela, já no final de 1977.

Oesterheld desapareceu em abril daquele ano. Acredita-se que tenha sido fortemente torturado física e psicologicamente, sendo obrigado a ver fotos das filhas executadas, e que foi morto apenas em 1978. O seu corpo nunca foi encontrado. Das filhas, apenas Beatriz pôde ser velada.

A morte do autor e de seus familiares só foi reconhecida em 1985, com um julgamento histórico que resgatou a memória dos desaparecidos e revelou os horrores da ditadura na Argentina.