Emmy 2021 tem 'The Crown' e 'Ted Lasso' como destaques entre os vencedores

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A 73ª edição do prêmio Emmy ocorreu na noite do domingo, 19, em Los Angeles. Em 2021, The Crown e Ted Lasso dominaram a lista de vencedores sendo, respectivamente, a melhor série de drama e a melhor série de comédia. O Gambito da Rainha foi escolhida como melhor minissérie.

The Crown, da Netflix, que retrata histórias inspiradas na família real do Reino Unido, emplacou todas as categorias de atuação em séries de drama, com melhor ator (Josh O'Connor), atriz (Olivia Colman), ator coadjuvante (Tobias Menzies) e atriz coadjuvante (Gillian Anderson).

Já Ted Lasso, série de humor envolvendo o mundo do futebol, da Apple TV+, contou com os prêmios de melhor ator (Jason Sudeikis), ator coadjuvante (Brett Goldstein) e atriz coadjuvante (Hannah Waddingham) dentro da categoria, cuja estatueta de melhor atriz ficou para Jean Smart, de Hacks - que ainda levou o melhor roteiro e a melhor direção em séries de comédia.

Mesmo com a citação de Frank Scherma, CEO da Television Academy, à importância da diversidade durante sua fala na cerimônia, nenhuma pessoa negra foi premiada nas principais categorias de atuação.

Na disputa entre os serviços de streaming, a Netflix ficou com nove premiações, à frente da Apple TV+, com quatro, e HBO Max, com três. O Disney+ ganhou a categoria de melhor especial de variedade gravado com Hamilton.

The Handmaid's Tale, indicada a 21 categorias (incluindo prêmios técnicos, anunciados na última semana) tornou-se a maior "perdedora" em uma única edição do Emmy, sem conquistar nenhuma estatueta em 2021. The Mandalorian, série da Disney+ ligada ao universo Star Wars, também não teve grande sorte.

Michael K. Williams, ator que foi encontrado morto em seu apartamento no último dia 6 de setembro, já após o encerramento das votações, não conseguiu vencer de forma póstuma o prêmio para o qual era um dos cotados, a categoria de Melhor ator coadjuvante em série dramática, por sua atuação como Montrose Freeman em Lovecraft Country.

Uma declaração do ator foi usada como homenagem durante o encerramento da sessão In Memoriam. MJ Rodriguez, de Pose, também não conseguiu se tornar a primeira mulher trans a receber um Emmy na categoria de melhor atriz.

Debbie Allen recebeu o Governors Award em 2021 "em reconhecimento às suas numerosas contribuições ao meio televisivo através de várias formas criativas e suas atitudes filantrópicas ao redor do mundo".

John Oliver, do Last Week Tonight, recebeu os prêmios de melhor roteiro para programa de variedade, e melhor programa de variedade em talk show.

O tradicional humorístico Saturday Night Live, no ar desde 1975, ampliou seu recorde com novos prêmios.

Discursos

Entre os discursos, Michaela Coel, roteirista de I May Destroy You, dedicou seu prêmio aos sobreviventes de abuso sexual - crime do qual foi vítima e é retratado na produção.

Scott Frank, diretor de O Gambito da Rainha, fez uma das falas mais longas da noite. Com duas folhas de papel nas mãos, chegou a pedir à produção para reduzir o volume da música tocada para 'apressar' os vencedores mais falastrões por três ocasiões.

In Memoriam: Emmy Awards 2021

O Emmy 2021 também prestou a costumeira homenagem aos artistas que morreram desde a última edição do prêmio.

Em ordem de aparição foram homenageados as seguintes personalidades: Larry King, David L. Lander, Christopher Plummer, Willard Scott, Dawn Wells, George Segal, William Link, Anne Beatts, Charlie Robinson, Ned Beatty, Billie Hayes, Michael Apted, David Rodriguez, Walter C. Miller, Markie Post, Jamie Tarses, Herbert S. Schlosser, Lynn Stalmaster, Roy Christopher, Alex Trebek, Yaphet Kotto, Hal Holbrook, Gavin Macleod, Chuck Fries, William BlinnCharlie Hauck, Jeremy Stevens, Richard Gilliand, Dustin Diamond, Sonny Fox, Dorothea G. Petrie, Allan Burns, John Sacret Young, Marc Wilmore, Norm Crosby, Helen McCrory, Jackie Mason, Charles Grodin, Conchata Ferrell, Olympia Dukakis, Jessica Walter, Cicely Tyson, Clarence Williams, Ed Asner, Cloris Leachman, Paul Mooney, Biz Markie, Norm MacDonald e Michael K. Williams.

Confira abaixo a lista com os vencedores do prêmio Emmy em 2021 nas principais categorias

Melhor série de comédia

Ted Lasso

Melhor ator em série de comédia

Jason Sudeikis (Ted Lasso)

Melhor atriz em série de comédia

Jean Smart (Hacks)

Melhor atriz coadjuvante em série de comédia

Hannah Waddingham (Ted Lasso)

Melhor ator coadjuvante em série de comédia

Brett Goldstein (Ted Lasso)

Melhor série de drama

The Crown

Melhor ator em série de drama

Josh O'Connor (The Crown)

Melhor atriz em série de drama

Olivia Colman (The Crown)

Melhor ator coadjuvante em série dramática

Tobias Menzies (The Crown)

Melhor atriz coadjuvante em série dramática

Gillian Anderson (The Crown)

Melhor minissérie

O Gambito da Rainha

Melhor atriz em minissérie ou filme para TV

Kate Winslet (Mare of Easttown)

Melhor ator em minissérie ou filme para TV

Ewan McGregor (Halston)

Melhor ator coadjuvante em minissérie ou filme para TV

Evan Peters (Mare of Easttown)

Melhor atriz coadjuvante em minissérie ou filme para TV

Julianne Nicholson (Mare of Easttown)

Melhor roteiro para programa de variedades

Last Week Tonight with John Oliver

Melhor programa de variedades de talk show

Last Week Tonight with John Oliver

Melhor programa de variedades em esquetes

Saturday Night Live

Melhor reality show de competição

RuPaul's Drag Race

Roteiro em série de drama

Peter Morgan (The Crown - Episódio War)

Roteiro em minissérie ou filme para TV

Michaela Coel (I May Destroy You?)

Melhor direção em série de drama

Jessica Hobbs (The Crown - Episódio War)

Roteiro em série de comédia

Lucia Aniello, Paul W. Downs e Jen Statsky (Hacks - Episódio There Is No Line)

Melhor direção em série de comédia

Lucia Aniello (Hacks - Episódio There Is No Line)

Melhor direção em minissérie ou filme para TV

Scott Frank (O Gambito da Rainha)

Governors Award

Debbie Allen

Melhor especial de variedade (ao vivo)

Stephen Colbert's Election Night 2020: Democracy's Last Stand Building Back America Great Again Better 2020

Melhor especial de variedade (gravado)

Hamilton

Em outra categoria

A série argentina O Eternauta acaba de chegar à Netflix e já tem conquistado os espectadores. Baseada na HQ homônima considerada uma das maiores obras da literatura argentina, ela tem uma história trágica por trás: seu criador, Héctor Oesterheld, foi morto pela ditadura na Argentina na década de 1970.

Nascido em Buenos Aires em 1919, Oesterheld é um dos principais nomes dos quadrinhos e da ficção cientifica na Argentina. Escreveu alguns romances e outras HQs, além de ter publicado em revistas de grande importância, mas O Eternauta é considerada a sua obra-prima.

A trama acompanha um grupo de sobreviventes de uma nevasca mortal que precisa lutar contra uma ameaça alienígena. Com Juan Salvo como protagonista, o quadrinho foi publicado entre 1957 e 1959 com ilustrações de Francisco Solano López, com uma versão mais politizada sendo lançada na década de 1970.

Oesterheld frequentemente dizia que o herói de O Eternauta era um "herói coletivo". No final dos anos 1960, ele também escreveu biografias em quadrinhos de Che Guevara e Evita Perón, importantes líderes de esquerda, em parceria com o cartunista Alberto Breccia.

Naquele período, o autor já era envolvido com os Montoneros, organização político-militar argentina de esquerda que tinha objetivo de resistir e derrubar a ditadura no país. As quatro filhas de Oesterheld, Estela, Diana, Beatriz e Marina, também estavam envolvidas com o grupo.

As Forças Armadas da Argentina, já vigiando a atividade de Oesterheld, começaram a fechar o cerco em sua família. A primeira desaparecida foi Beatriz, que tinha apenas 19 anos, em 1976. Meses depois, foi a vez de Diana, seguida de Marina, ambas grávidas na época. A última foi Estela, já no final de 1977.

Oesterheld desapareceu em abril daquele ano. Acredita-se que tenha sido fortemente torturado física e psicologicamente, sendo obrigado a ver fotos das filhas executadas, e que foi morto apenas em 1978. O seu corpo nunca foi encontrado. Das filhas, apenas Beatriz pôde ser velada.

A morte do autor e de seus familiares só foi reconhecida em 1985, com um julgamento histórico que resgatou a memória dos desaparecidos e revelou os horrores da ditadura na Argentina.

Não é surpresa que compositores como Wagner e Beethoven foram alguns dos favoritos de Hitler. No entanto, quando se escondeu no bunker no final da Segunda Guerra Mundial, o líder nazista levou consigo uma coleção de discos surpreendente, que inclui compositores e músicos russos, judeus e gays. Ele os ouviu até sua morte, em 30 de abril de 1945.

A descoberta foi publicada inicialmente na revista alemã Der Spiegel em 2007, quando Alexandra Besymenskaja, filha do general soviético Lew Besymenski, redescobriu o material. Seu pai fez parte da equipe responsável pela evacuação do bunker e, apaixonado por música, levou os discos consigo.

Mais tarde, a coleção foi estudada em detalhes por Fred Brouwers no livro Beethoven no Bunker. Entre as gravações, há Tchaikovski, que era russo e homossexual, Rachmaninov, e execuções do violinista polonês Bronislaw Huberman, de origem judaica e que se opôs ativamente ao nazismo.

Além disso, a seleção também continha gravações de jazz, operetas e outros estilos considerados "música degenerada" pelo 3º Reich. A maioria dos compositores, como Paul Abraham, foram perseguidos pelo nazismo.

Confira, abaixo, 5 composições que Hitler ouvia no bunker antes de morrer

- Adagio da "Sinfonia no. 7", de Anton Bruckner, com a Filarmônica de Berlim. Regida por Wilhelm Furtwängler, gravação de 1942.

- Sonata no. 24, em fá sustenido maior, op. 78, de Beethoven: Adagio cantabile - Allegro ma non troppo e Allegro vivace

- Concerto para Violino e Orquestra em ré maior opus 35, de Tchaikovsky, com Bronislaw Huberman (violino) e Orquestra da Ópera Estatal de Berlim

Regida por William Steinberg (1899-1978). Movimentos: Allegro moderato - Canzonetta.Andante - e Finale. Allegro vivacíssimo. Gravação de 28 de dezembro de 1928.

- Paul Abraham and his orchestra 1930: Good Night

E uma gravação moderna de um dos maiores sucessos de Abraham, "Bal in Savoy (Toujours l'amour)", com a soprano Angela Gheorghiu

O ator Robert de Niro, de 81 anos, fez uma declaração pública sobre sua relação com a filha Airyn, de 29, que recentemente se assumiu como uma mulher trans.

"Eu amava e apoiava Aaron como meu filho, e agora amo e apoio Airyn como minha filha. Não sei qual é o grande problema... Amo todos os meus filhos", disse ele em uma nota ao site Deadline na quarta, 30.

A declaração foi feita após a repercussão de uma entrevista de Airyn à revista Them, na qual ela falou sobre crescer sob os holofotes do vencedor do Oscar e o processo da transição de gênero.

Na ocasião, ela contou que decidiu iniciar o uso de hormônios em novembro de 2024 como parte do processo de transição. "Sempre fui muito feminina, mesmo antes de saber exatamente o que isso significava", disse.

Ela destacou que a transição também a aproximou de referências femininas negras que sempre admirou, como Laverne Cox, Marsha P. Johnson e Michaela Jaé Rodriguez. "A transição também me aproximou da minha negritude. Me sinto mais próxima dessas mulheres quando abraço essa nova identidade".

Airyn é filha de De Niro com a atriz e modelo Toukie Smith, de 72 anos. Embora nunca tenham se casado, eles mantiveram um relacionamento de quase dez anos entre as décadas de 1980 e 1990.