Escola gratuita ensina programação sem professor e tem 4 mil na lista de espera

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Uma escola que ensina programação sem professor, sem mensalidade e que não precisa nem se formar. Parece o sonho dos jovens. Mas para estudar na francesa École 42, referência em tecnologia mundial, é preciso saber colaborar e ajudar os outros a aprender. "A gente diz que antes de aprender qualquer código, você precisa rever os seus", diz Karen Kannan, sócia da instituição, que chegou ao Brasil no meio da pandemia e tem 4 mil alunos na fila de espera para participar da seleção.

O conceito da École 42 inclui acabar com o estereótipo tech, de pessoas "esquisitas", que fazem tudo sozinhas. "Não dá para ensinar tecnologia sem pensar no ser humano. Programar vai além de digitar um código, passa pela forma, pela escuta, é sobre como você vai construir algo programando."

Qualquer pessoa com mais de 18 anos, mesmo que não tenha terminado o ensino médio ou que nunca tenha programado, pode se candidatar. A seleção dura dias e são testadas resiliência, garra, vontade de aprender. Há jogos de memória, lógica e os candidatos precisam encontrar soluções para problemas trabalhando junto com outros concorrentes. Quatro vezes por ano são escolhidos cerca de 300 estudantes, que só progridem na École 42 se cumprirem projetos, feitos sempre em grupo e avaliados pelos colegas.

"No começo achei que seria impossível, que eu nunca aprenderia nada, ainda mais sem professor", diz Michele Prado, de 36 anos, que é bióloga e foi para a École 42 para mudar de carreira, sem nunca ter programado. Mas ela conta que encontrou um ambiente de colaboração em que até os mais tímidos não deixam de pedir ajuda.

Logo no primeiro dia, os alunos são colocados em salas - chamadas de naves - apenas com computadores e precisam cumprir as tarefas a partir de tutoriais. "Ou você se comunica ou você não evolui. Você percebe que tem sempre alguém que sabe algo para te ajudar", afirma.

A nova forma de estudar, aos poucos, se torna natural e defendida pelos alunos. "Se você aprende como um robô, vai ser substituído por um robô", diz Renan Giullen, de 28 anos, que tinha um restaurante antes de conseguir uma vaga na 42. Ele lembra dos tempos de escola, em que o professor parecia ser detentor do conhecimento, mas nem sequer tinha tempo para se dedicar a cada aluno.

Renan Silva, de 27 anos, trabalhava numa fábrica de mortadela e foi atrás da 42 depois de ver um vídeo no YouTube. Hoje, é um dos mais procurados pelos colegas para ajudar a encontrar soluções. Além de não ter que pagar para estudar, estudantes de baixa renda recebem uma bolsa permanência.

"Para resolver um problema complexo precisamos de muita diversidade. Se tivermos só branco, de classe alta, eles vão sempre resolver do mesmo jeito", diz Karen. Por isso, 40% dos alunos são de famílias vulneráveis, 40% autistas, com transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) ou com outra neurodiversidade e 26% são não masculinos, com meta de chegar a 35%.

Rotina

Aurora Cardoso, de 28 anos, é uma mulher trans, que veio de Belém e começou do zero em tecnologia. Ela chega cedo ao prédio da escola, na Vila Madalena, na zona oeste de São Paulo, divide a geladeira e os aprendizados com os colegas. Mas cada aluno faz sua rotina. Os espaços da École 42 ficam abertos 24 horas e os estudantes escolhem como querem cumprir suas 35 horas semanais.

Antes mesmo de terminar os dois anos de curso, quase todos já foram procurados por empresas do setor de tecnologia e estão empregados. O diploma lá fora tem valor de uma graduação, o que não ocorre no Brasil, mas ninguém se importa.

Muitos vão para as próprias empresas financiadoras da escola, como Itaú, Vivo, Localiza, Ultra e Zup, mas também abastecem um mercado ávido por pessoas qualificadas em tecnologia. "O estudante fica na escola até quando ele achar que precisa ou o mercado achar que precisa", afirma Karen.

A École 42 surgiu na França em 2013 com a ideia de transformar o país numa potência digital e suprir a necessidade de profissionais para a área. Hoje está em 26 países e tem três unidades no Brasil (São Paulo, Rio e Belo Horizonte). O 42 é uma referência ao livro Guia do Mochileiro das Galáxias, de Douglas Adams, em que o número seria a resposta dada por um computador para todas as questões do universo.

Adolescentes

A sócia da École 42 quer trazer para o País uma escola com perfil parecido, mas para adolescentes. Ela procura financiadores para montar aqui a Tumo, instituição de tecnologia da Armênia, também gratuita, que atende estudantes de 12 a 18 anos. Por aqui, ela seria uma opção para o contraturno escolar.

O projeto da Tumo junta a aprendizagem autônoma, projetos e workshops, passando por 14 habilidades, entre elas animação, desenvolvimento de games, música e robótica. A escola tem atualmente 20 mil alunos na Armênia, além de Paris, Berlim, Moscou e outras cidades. E ainda leva os chamados Tomo Boxes, unidades montadas em comunidades, para atender os adolescentes perto de onde moram.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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A Academia Brasileira de Letras (ABL) vai eleger hoje, 30, a partir das 16h, o novo ocupante para a cadeira 7, que era ocupada pelo cineasta Cacá Diegues, morto em fevereiro, aos 84 anos.

Ao todo, são 13 concorrentes, incluindo Míriam Leitão, Cristovam Buarque, Tom Farias e Marcia Camargos. O novo ocupante da cadeira deve ser revelado em 30 minutos.

A ABL divulgou também os nomes dos concorrentes às vagas que pertenceram aos imortais Heloisa Teixeira e Marcos Vilaça. Heloisa ocupava a cadeira 30 da Academia. Em abril de 2023, tomou posse como a 10ª mulher eleita imortal. Escritora, crítica cultural e importante nome do feminismo brasileiro, ela morreu dia 28 de março, aos 85 anos.

O advogado, jornalista e escritor Marcos Vilaça morreu no dia seguinte, 29 de março, também aos 85 anos. Ele ocupava a cadeira 26 desde 1985. As eleições para as vagas dos acadêmicos serão nos dias 22 e 29 de maio, respectivamente.

CONCORRENTES

Disputam a vaga que pertenceu a Heloisa o poeta, professor e tradutor Paulo Henriques Britto, e o poeta e compositor Salgado Maranhão. Também estão inscritos Arlindo Miguel, Paulo Roberto Ceratti, Spencer Hartmann Júnior e Eduardo Baccarin Costa.

Entre os inscritos para a sucessão da cadeira 26, que era de Vilaça, estão o advogado, escritor e professor universitário José Roberto de Castro Neves e o escritor, editor, tradutor e historiador Rodrigo Lacerda. Completam a lista Diego Mendes Sousa, Sivaldo Venerando do Nascimento e Evandro Aléssio Rodrigues Pereira.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O cantor Roberto Carlos foi o convidado pela TV Globo para abrir o Show 60 anos, que comemorou o aniversário da emissora na noite de segunda-feira, 28, em uma arena de shows na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Roberto cantou Emoções e Eu Quero Apenas, ao vivo, com sua inconfundível afinação.

O que pouca gente percebeu é que, após a transmissão do evento, a Globo passou uma chamada no estilo 'o que vem por aí' e, entre as atrações anunciadas, estava 'Roberto Carlos em Gramado'.

O Estadão questionou a assessoria do cantor se o anúncio indica a renovação de contrato de Roberto com a Globo - o vínculo venceu em 31 de março deste ano. De acordo com a assessoria de Roberto, a renovação está em "95% acertada, faltando apenas alguns detalhes" para o martelo final. A reportagem também perguntou à TV Globo sobre o assunto, mas não obteve resposta.

Sobre o especial de fim de ano ser gravado em Gramado, cidade da serra gaúcha, a equipe do cantor afirma que as conversas são muito preliminares ainda. "Foi apenas uma ideia que alguém deu", diz a assessoria. A decisão se dará mais para frente, no segundo semestre, quando o cantor e a emissora vão discutir o formato e o local de gravação do especial.

No Show 60 anos, Roberto se sentiu à vontade. Além de ser muito aplaudido, foi paparicado pelos artistas nos bastidores. Recebeu e tirou fotos com vários deles, como Cauã Reymond, Fafá de Belém e Fábio Jr. O cantor deixou o local por volta de duas horas da manhã, quase uma hora após o final do show.

Roberto Carlos fez seu primeiro especial na TV Globo em 1974 e, nesses mais de 50 anos, só deixou de apresentá-lo por duas ocasiões, quando sua mulher, Maria Rita, morreu, e durante a pandemia. Aos 84 anos, Roberto segue em plena atividade. Em maio, fará uma longa turnê pelo México. Na volta, se apresenta em São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza, entre outras cidades.

Cauã Reymond publicou nas redes sociais uma foto ao lado de Fábio Porchat e Tatá Werneck durante o show comemorativo dos 60 anos da TV Globo.

"Que noite incrível e especial pra @tvglobo, pra mim e pro Brasil! Um show de emoção, humor, esporte, afeto. Feliz demais pelos 60 anos dessa emissora que está no imaginário e na história de todo mundo", escreveu o ator na legenda. Confira aqui.

O registro foi publicado horas depois de uma esquete protagonizada por Tatá, Porchat e Paulo Vieira no palco do evento.

Durante a apresentação, os humoristas fizeram piadas sobre as polêmicas dos bastidores do remake de Vale Tudo.

No número cômico, Tatá menciona rapidamente os "bastidores de Vale Tudo", e Paulo emenda: "Não fala tocando, não fala tocando. Abaixa o braço, tá com um cecê de seis braços". Fábio rebate: "Pelo amor de Deus, é a minha masculinidade". Tatá completa: "Que masculinidade, Fábio?".

Nas redes sociais, internautas rapidamente interpretaram a brincadeira como uma referência aos rumores de tensão entre Cauã Reymond e Bella Campos durante as gravações da novela.

Segundo relatos, Bella teria reclamado do comportamento do ator nos bastidores. A Globo não se pronunciou oficialmente sobre o assunto, mas o tema ganhou destaque nos comentários online após a exibição do especial.