'Horror no Brasil': imprensa argentina repercute assassinato de turista em Búzios, no Rio

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A imprensa argentina tem divulgado a morte da compatriota Florencia Aranguren, de 31 anos, em Armação de Búzios, no litoral do Rio de Janeiro, na última quarta-feira, 6, como um "horror" e destacado dados de violência na região. "Búzios deixou de ser um paraíso", diz uma manchete do Clarín.

Florencia estava em Búzios a passeio e havia chegado da Argentina havia quatro dias quando foi assassinada a facadas. O corpo dela foi encontrado em uma trilha próxima à praia de José Gonçalves, após denúncia anônima.

Segundo a Polícia Civil, um homem, que não teve a identidade revelada, foi preso em flagrante por homicídio. Ele estava com roupas sujas de sangue e tinha marcas de arranhões, mas nega envolvimento no assassinato, afirmando que sofreu uma tentativa de assalto e por isso estava naquelas condições.

O crime ainda vem sendo investigado e detalhes da causa da morte de Florencia não foram divulgados. Um exame de DNA deve constatar se o sangue nas roupas do suspeito é ou não da turista. Imagens de câmeras de segurança também estão sendo analisadas.

O delegado Phelipe Cyrne Mattos Silva, da 127ª DP (Armação de Búzios), disse que a família de Florencia foi notificada pelo consulado da Argentina. A irmã da vítima deu uma declaração ao jornal Clarín sobre o caso. "Pedimos justiça. Continuem espalhando a notícia para que esse assassino continue na prisão. Estamos conversando com advogados e quando chegarmos faremos uma reclamação", disse.

'Búzios deixou de ser um paraíso

A região dos lagos, no Rio de Janeiro, onde fica Armação de Búzios, é conhecida por atrair muitos turistas argentinos. É comum encontrar imigrantes trabalhando em restaurantes, hotéis e agências de turismo.

Não à toa, a morte violenta da argentina esta semana chocou o país vizinho e despertou o interesse da imprensa local sobre dados de segurança pública na cidade litorânea brasileira. O Clarín deu destaque à informação de que o balneário José Gonçalves, onde o corpo da turista foi encontrado, teve 20 ocorrências de feminicídios nos últimos dois anos. O periódico classificou o caso como um "horror no Brasil".

O dado é colocado pelo jornal junto à informação de que o balneário está localizado em uma área protegida e seu acesso é feito por uma trilha de 2 quilômetros. Ou seja, não se trata de uma área urbana, onde geralmente a incidência de crimes é maior, o que acende maior alerta sobre o índice.

O jornal La Nación trouxe uma reportagem de denúncias sobre a falta de segurança nas praias de Búzios e que a grande quantidade de turistas na região tem atraído criminosos. O veículo entrevistou uma porta-voz do movimento Frente Feminista de Búzios, que disse que "a cidade não está preparada para atender turistas e a polícia também não".

O Jornal El Diario também citou feminicídio e recordou outro caso de mulher argentina morta em Búzios, em abril do ano passado. "A argentina Evangelina Mariel Trotta, 48 anos, dona de uma locadora de buggy naquela região, foi encontrada morta a facadas e, dias depois, seu ex-marido e pai de seus filhos, que era procurado pelo crime de feminicídio, se suicidou com um tiro", relatou.

O Infobae, outro veículo argentino, recordou também um caso de quase cinco anos atrás, em Salvador, na Bahia. "Em fevereiro de 2019, outro argentino foi morto a facadas em uma praia do Brasil. Seu nome era Daniel Barizone, tinha 65 anos e era natural da província de Córdoba. Dois criminosos o atacaram enquanto ele estava de férias com a família em Salvador da Bahia", escreveu.

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A derrota do Oscar de Melhor Atriz e Melhor Filme por Fernanda Torres e Ainda Estou Aqui para a americana Mikey Madison e Anora, filme independente dirigido pelo norte-americano Sean Baker, ainda tem abalado os ânimos dos brasileiros e é tema central do carnaval de rua em 2025. Ainda Estou Aqui ganhou na categoria "Filme Internacional".

Nesta terça, 4, os foliões adaptaram a marchinha Aurora, escrita por Mário Lago e Roberto Roberti em 1941, para calibrar o clima de rivalidade. (Veja o vídeo abaixo)

"Se você fosse sincera, ô ô ô ô, Anora. Devolvia o nosso Oscar, ô ô ô ô, agora", canta um grupo de pessoas em um bloco de rua não identificado. O vídeo viralizou nas redes sociais.

Na adaptação, é pedido que Anora entregue os prêmios aos brasileiros. Boa parte do público ficou revoltada com a escolha da Academia pelo filme independente e pela jovem atriz Mikey Madison, de 25 anos.

A torcida do Brasil era para que, principalmente, Fernanda Torres levasse o título de "Melhor Atriz" na maior premiação do cinema. A própria atriz se pronunciou dizendo que o resultado foi justo e pedindo para que fãs não enviem mensagens de ódio a Mikey Madsona.

A vitória do filme Ainda Estou Aqui no Oscar 2025 foi um momento de grande emoção para Ana Lúcia Paiva. Presente na cerimônia em Los Angeles, Nalu revelou que usou um colar que pertenceu à sua mãe, Eunice Paiva, durante o anúncio da categoria de Melhor Filme Internacional, vencida pelo longa brasileiro.

"Na hora do anúncio, eu estava com a mão no peito, porque estava com o colar da minha mãe antes e não consegui tirar, porque deu um nó. Então pensei: 'Vou ficar com esse colar, porque mamãe não quer me deixar, quer ir comigo para o Oscar'", contou Nalu ao Gshow. No momento da vitória, ela segurou o colar, beijou a pedra e chorou de emoção.

Filha de Eunice e Rubens Paiva, Nalu Paiva ainda destacou a importância do discurso do diretor Walter Salles, que homenageou sua mãe ao receber o prêmio. "Foi um momento maior do que eu, que representa nossa história. Walter, meu amigo de sempre, homenageando minha mãe na frente do mundo, isso é muito lindo", celebrou.

O escritor e poeta brasileiro Affonso Romano de Sant'Anna morreu na manhã desta terça-feira, 4, aos 87 anos. O autor, que morava no Rio de Janeiro, foi diagnosticado com Alzheimer em 2017.

O escritor, que estava acamado havia quatro anos, era casado com a também escritora Marina Colasanti. Ela morreu em janeiro deste ano, também aos 87 anos. Affonso deixa uma filha, a atriz e cineasta Alessandra Colasanti, além de um neto.

Nascido em Belo Horizonte, no estado de Minas Gerais, o autor escreveu mais de 60 livros ao longo de seis décadas de carreira. Entre suas obras de destaque, estão os três volumes de poesias e crônicas reunidas - além de Como Andar no Labirinto (2012), Tempo de Delicadeza (2007) e Intervalo Amoroso (1998).

Affonso também teve forte atuação na academia, atuando como professor e dirigindo o departamento de Letras da PUC-Rio entre 1973 a 1976. Também lecionou no exterior, em faculdades dos Estados Unidos, Alemanha, Portugal e França.

Na área da educação, presidiu a Biblioteca Nacional durante a década de 1990, sendo um dos responsáveis pelo Programa Nacional de Incentivo à Leitura, que está ativo até hoje.

Na imprensa, atuou como cronista do Jornal do Brasil, de O Globo, Estado de Minas e Correio Braziliense. Também foi crítico literário.

O velório do escritor será realizado nesta quarta-feira, 5, das 11h às 14h. O evento ocorre na Capela Histórica do Cemitério da Penitência, na cidade do Rio de Janeiro.