Diretor põe na tela um período em que tudo parece possível, a infância

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O cinema sempre fez parte da vida de Julien Rappeneau. Filho do diretor Jean-Paul Rappeneau, acostumou-se, na infância e adolescência, a frequentar os sets do pai. Eram filmes como O Selvagem, Que Figura Meu Pai, Cyrano de Bergerac, O Cavaleiro do Telhado e a Dama das Sombras, interpretados por grandes nomes do cinema francês - Yves Montand, Gérard Depardieu, Juliette Binoche.

Aos 51 anos, Julien conversa por Zoom com o Estadão. Conta que, apesar da familiaridade, o cinema não foi sua opção inicial. Foi jornalista e tornou-se roteirista antes de virar diretor. As circunstâncias de mercado fizeram com que estivesse com dois filmes nos cinemas brasileiros. O Tesouro do Pequeno Nicolas, que continua em cartaz, somou com Meu Filho É Um Craque. São dois filmes sobre a infância. O que torna o tema tão atraente para Julien Rappeneau?

"A infância é esse período em que tudo parece possível. Se você tem condições, como eu tive, por conta de minha família, vive numa espécie de inocência, antes de ser testado pela vida, e o mundo. Gosto de retratar esse período, a camaradagem, as primeiras decepções, os primeiros amores. Dizem que a infância determina os adultos em que nos transformamos, então o rito de passagem é uma consequência. A gênese dos dois filmes foi diferente. Meu Filho É Um Craque foi um filme que escolhi fazer, O Pequeno Nicolau surgiu de um convite da produção. Apesar disso, o considero tão meu quanto o anterior. O fato de ter feito os dois filmes não me transforma num diretor de filmes infantis, sobre crianças. Meu próximo filme será diferente, com temática adulta."

O Tesouro do Pequeno Nicolau é o terceiro filme da série adaptada das tiras de René Goscinny e Sempé. Sucede a O Pequeno Nicolau, de 2009, e As Férias do Pequeno Nicolau, de 2014. Os dois primeiros foram realizados por Laurent Tirard, com base nos personagens criados por Goscinny e Sempé. Le Petit Nicolas surgiu nos anos 1950 e virou uma referência para os franceses, como O Sítio do Picapau Amarelo para os brasileiros.

Álbuns

"Não perdia as tiras e os álbuns quando era garoto e, depois, como meu pai havia feito conosco, passei a comprar e ler as aventuras de Nicolau para meus filhos." Quando coloca no plural, Julien refere-se ao irmão Martin, que também virou artista e tem o crédito da trilha do filme.

Na trama, Nicolau forma o grupo dos inseparáveis com os colegas de classe. A vida é feita de brincadeiras na sala de aula, no pátio da escola e no campinho de futebol, onde o grande desafio é recuperar as bolas que caem por trás da cerca, na casa da vizinha idosa, e ela tem aquele cachorro. Os inseparáveis consideram-se também invencíveis. A crise instala-se quando o pai de Nicolau recebe uma proposta irrecusável - a de virar o patrão em outra cidade. A perspectiva de mudança mexe com todo mundo, especialmente com o garoto. Nicolau e seus amigos farão de tudo para inviabilizar a mudança, mas não será fácil.

"É uma história muito bonita sobre a camaradagem masculina. Nicolau levará esses amigos para a idade adulta. A passagem do tempo, representada pelo eclipse, fará com que esses amigos se reencontrem 32 anos depois, agora com seus filhos."

Ambos os filmes, ao falar de filhos, falam também sobre pais. "É inevitável. A infância e a adolescência carregam a questão familiar, sejam a família de sangue ou a dos amigos, que elegemos. No meu caso, talvez pela própria figura de meu pai, a paternidade é uma coisa importante. Ele próprio fez um filme sobre o tema. O diferencial é que meus pais da ficção, não se assemelham em nada a Jean-Paul. Mas o tema é forte, é universal."

Sobre seus atores, Maléaume Paquin em Meu Filho É Um Craque e Ilan Debrabant no Tesouro do Pequeno Nicolau, só tem elogios. Escolheu-os num longo processo de casting. "Ilan já tinha alguma experiência. Nem ele nem os demais garotos que faziam os amigos se conheciam. Foi maravilhoso vê-los criar no set a amizade tão necessária na tela."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Registros de ligações do celular de Betsy Arakawa, esposa do ator Gene Hackman, indicam que ela estava viva um dia depois da data estimada de sua morte. A informação foi confirmada na última segunda-feira à NBC News pelo gabinete do xerife de Santa Fé, Novo México.

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Conforme a equipe médica, os registros do celular da mulher ainda não estavam nas mãos dos investigadores quando uma entrevista coletiva informou a causa das mortes de Betsy e Gene Hackman.

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Nos comentários, no entanto, muitos questionaram a ideia. "Você fala mal do filme e depois ele é sua inspiração", escreveu um. "É sério que você quer fazer homenagem agora, depois de todas as coisas ruins que você andou dizendo sobre o filme? Um pouco tarde para mim", criticou outro.

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