'Sou um cara que gosta de brincar com monstros', diz criador de Terrifier

Geral
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

Filme que anteriormente passaria batido até no streaming, Terrifier 2 chega aos cinemas nesta quinta-feira, 29, como uma das principais apostas de bilheteria da semana. O motivo? O terror, que acompanha os assassinatos violentos e gráficos do palhaço demoníaco Art the Clown, se tornou um sucesso absoluto nas redes sociais e no universo da cultura popular.

Tudo isso nasceu há quase 20 anos, quando o cineasta Damien Leone começou a fazer os primeiros curtas com essa criatura. Em 2016, porém, a história ganhou força quando Terrifier ganhou seu primeiro longa. "Não me sinto um pai, mas é como se visse um filho crescendo diante dos meus olhos", contou o diretor em entrevista ao Estadão.

Fez um sucesso inesperado. As pessoas gostaram da criatividade do cineasta em lidar com as mortes violentas, a graça de algumas cenas e até mesmo a forma como Art the Clown é tratado. Agora, Terrifier 2 chega com a obrigação de ampliar a história. Para isso, surge uma heroína: Sienna (Lauren LaVera), a final girl (a última sobrevivente) que consegue bater de frente com o palhaço.

Confira, a seguir, os principais trechos da entrevista com Damien Leone.

Conte um pouco sobre a ideia de Terrifier 2. Quando surgiu a vontade de fazer um segundo filme?

Eu queria fazer um segundo filme enquanto ainda estava filmando o primeiro. Uma das razões é que, originalmente, no primeiro filme, não há nenhuma cena do Art the Clown voltando à vida. Enquanto estava filmando, ficava pensando como não poderíamos deixar a audiência imaginando isso… Queria que soubessem que ele voltaria e que teria mais desse personagem, além de mostrar que estávamos em um território de sobrenatural. Tinha de ser maior e melhor em todos os níveis. É o nosso Uma Noite Alucinante 2. Tinha de ser uma sequência épica. A personagem da Sienna também estava na minha mente. Tenho a ideia dessa heroína desde 2008. É essa final girl vestida de Valquíria, muito forte, poderosa. É uma personagem moderna com elementos de fantasia. No primeiro filme, Art the Clown é o vilão e o personagem principal. Mas aqui, queria ter heróis com que o público pudesse simpatizar para além de Art the Clown. Afinal, é aquela coisa dos slashers (filmes de terror com assassino psicopata): tem gente que simpatiza com Art the Clown. Temos vários exemplos de sequências de filmes de terror que não funcionam.

Você teve medo de fazer um segundo filme?

Sim, sempre há uma certa apreensão em uma sequência. Principalmente depois que um primeiro filme é tão bem recebido. Era um filme de terror obscuro, de baixo orçamento, mas que criou uma base de fãs que amam as histórias, que têm tatuagens do Art the Clown, que colecionam tudo de Terrifier. Não quero decepcionar essas pessoas e há uma certa apreensão nisso. Fica intenso, se torna desafiador. Mas também fico mais empolgado. Adoro brincar com o Art the Clown, explorar o personagem, colocá-lo em diferentes situações. Continuo sendo um cara que gosta de brincar com monstros.

Qual sua relação com Art the Clown? Hoje em dia, já é fácil escrever sobre o personagem?

Ele já está em minha vida há quase 20 anos. Em 2005, escrevi a primeira história sobre ele. Não me sinto um pai, mas é como se estivesse vendo meu filho crescendo diante dos meus olhos. É muito selvagem. Tudo nele está mudando. As pessoas estão fazendo memes, tatuagens, cosplay. É quase como se ele não fosse mais meu. Agora, pertence a toda a comunidade. Mas continua sendo minha responsabilidade em um terceiro filme, por exemplo, manter a consistência do personagem. Conforme ele fica mais popular, fica mais intenso. Surge mais pressão a partir disso.

Falando sobre o gore (cenas extremamente violentas) do filme, há algum limite de violência?

Sim, com certeza há alguns limites. No final do dia, quero que a pessoa se divirta no cinema. Não quero que as pessoas saiam do filme se sentindo nojentas, como se precisassem tomar um banho. Quero que a audiência se divirta em um mundo ficcional. Eu tenho meus próprios limites. Quando estava escrevendo cenas como a do quarto, por exemplo, uma dessas cenas brutais, senti que era preciso tirar alguma coisa para não deixar tudo exageradamente repulsivo. Ainda assim, algumas pessoas chegam a desmaiar (risos).

Quais são suas expectativas para o filme?

A resposta ao filme nos Estados Unidos foi uma das mais surreais de toda a minha vida, do meu elenco, da minha equipe. Nunca imaginamos que o filme seria lançado nos cinemas. Isso é raro para um filme de orçamento tão baixo. Quando as primeiras notícias chegaram, falando que as pessoas estavam desmaiando ou vomitando durante o filme, se tornou rapidamente viral por aqui. A gente foi a talk shows, viramos notícia. Pessoas que admiro começaram a falar do meu filme. É maluco. E o mais legal: as pessoas disseram que estavam se divertindo, lembrando daqueles slashers de outros tempos que agora estão voltando. É ótimo fazer parte disso. Agora, estamos recebendo boas reações no Brasil também. É legal ver as pessoas cobrindo os olhos durante a sessão, se divertindo.

Por fim, o que podemos esperar de Terrifier 3?

Terrifier 3? Pois é. É inevitável. Já sei como será, felizmente. Sei como uma saga dessa, ou uma franquia, como preferir, deve terminar. Mas acho que devo fazer mais dois filmes. Tenho muitas ideias e não quero fazer outro filme longo. Mas certamente você verá Sienna de novo, assim como o irmão dela. Victoria Heyes também retorna. Vai ser divertido. São várias questões a que queremos responder para não deixar o público no escuro. Eu, como criador, tenho responsabilidade de dar respostas em algum nível. Vai ser incrível.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em outra categoria

Hollywood encontrou na nostalgia uma fórmula quase infalível para o sucesso, ressuscitando franquias dos anos 1980 e 1990 com remakes, sequências e prelúdios que apelam para fãs antigos ao mesmo tempo em que atraem um novo público. Um título que não será submetido a esse processo de modernização, pelo menos no que depender do roteirista Bob Gale, é De Volta para o Futuro, trilogia dirigida por Robert Zemeckis e lançada entre 1985 e 1990.

Em um evento nos Estados Unidos, Gale disse não entender porque a imprensa frequentemente questiona os envolvidos com a saga sobre novos capítulos da história de Marty McFly (Michael J. Fox). "Eles acham que se falarem sobre isso o bastante, nós vamos fazer?", questionou o roteirista.

"Em toda entrevista eles perguntam 'Bob, quando teremos De Volta para o Futuro 4?' Nunca. 'Quando teremos um prelúdio?' Nunca. 'Quando teremos um derivado?' Nunca", declarou. "[A franquia] está boa do jeito que está. Não é perfeita, mas como Bob Zemeckis diz, 'é perfeita o bastante.'"

Segundo Gale, nem ele, nem Zemeckis e nem o produtor Steven Spielberg planejam retornar a De Volta para o Futuro. "Steve não deixa fazerem outro E.T. - O Extraterrestre, ele respeita o fato de que não queremos fazer mais De Volta para o Futuro. Ele entende e sempre nos apoiou nisso. Obrigado, Steven."

De Volta para o Futuro acompanha as aventuras do adolescente Marty McFly que, ao lado do cientista Doc Brown (Christopher Lloyd), usa um carro modificado para viajar no tempo. Ao longo dos três filmes, ele visita a época que seus pais estavam no Ensino Médio, um futuro em que tem uma família e o Velho Oeste dos Estados Unidos.

Os três filmes da franquia estão disponíveis no Globoplay.

Morreu aos 66 anos o músico galês Mike Peters, mais conhecido como vocalista da banda The Alarm. O artista convivia há 30 anos com um tipo de câncer no sangue.

Diagnosticado inicialmente com Leucemia Linfócita Crônica (LLC) em 1995, Peters enfrentou múltiplos tratamentos nas últimas décadas, mas viu seu quadro de saúde se agravar recentemente e não resistiu às complicações da doença.

No ano passado, o artista precisou cancelar uma turnê de 50 shows nos Estados Unidos após descobrir que a doença havia evoluído, e que ele desenvolveu uma forma agressiva de linfoma. Desde então, ele estava em tratamento na Christie NHS Foundation Trust, em Manchester, na Inglaterra.

No Instagram, o perfil oficial da banda lamentou a morte com uma publicação breve. "Totalmente livre", diz o texto da imagem com o nome do cantor e as suas datas de nascimento e morte.

Vida e carreira de Mike Peters

Nascido em 25 de fevereiro de 1959 no País de Gales, Mike Peters ficou conhecido como o líder da banda The Alarm, cuja música tem influências do new wave e do punk. Após o grupo se dissolver em 1991, ele lançou alguns trabalhos solo, até a banda se reunir novamente em 2000 e permanecer ativa desde então.

Antes do sucesso, no entanto, Peter começou a carreira na música com o grupo Hairy Hippie, formado com colegas de escola na década de 1970 para se apresentar na festa de aniversário de sua irmã. Mais tarde, ele formou o The Toilets após se encantar com uma apresentação do Sex Pistols. O The Alarm veio quando ele se mudou para Londres, em 1981.

O grupo ganhou destaque internacional a partir de 1983, quando participou de uma turnê americana do U2 e lançou seu primeiro álbum, Declaration. Nos anos seguintes, também se apresentaram com Bob Dylan e o Queen e chegaram a vender 5 milhões de discos. Suas faixas de sucesso incluem Sixty Eight Guns, Strength e Rain in the Summertime.

Após receber o diagnóstico de câncer, Mike se tornou uma voz ativa na luta contra a doença, e lançou a organização Love Hope Strength, para conscientizar as pessoas sobre câncer e leucemia, arrecadar fundos para custear o tratamento de pessoas carentes e incentivar a doação de medula óssea.

O astro deixa a esposa, Jules, de 58 anos, e os filhos Dylan, 20, e Evan, 18.

O universo de Miami Vice vai ganhar uma nova adaptação para os cinemas. Segundo informações da Variety, o diretor Joseph Kosinski, responsável pelo sucesso de Top Gun: Maverick, foi escalado para comandar o projeto, que será produzido pela Universal Pictures.

A nova versão terá roteiro adaptado por Dan Gilroy, de O Abutre e O Legado Bourne. Ainda não há detalhes sobre a trama, mas o filme será inspirado na série exibida originalmente entre 1984 e 1989 pela NBC, que acompanhava dois detetives infiltrados no submundo do crime em Miami. No Brasil, a produção também ficou conhecida como Miami Vice.

Em 2006, uma versão da série chegou às telas com Jamie Foxx e Colin Farrell no elenco e direção de Michael Mann, criador da série original.

O elenco da nova versão ainda não foi anunciado. Além da direção, Kosinski também será produtor do projeto por meio da sua empresa, Monolith, ao lado de Dylan Clark (Planeta dos Macacos). A vice-presidente executiva de produção e desenvolvimento da Universal, Sara Scott, acompanhará o filme em nome do estúdio.