Galerista assassinado mudou testamento e excluiu ex-marido, acusado de ser mandante do crime

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O galerista americano Brent Sikkema, de 75 anos, assassinado no dia 15 de janeiro, em sua casa, no Jardim Botânico, no Rio de Janeiro, excluiu de seu testamento o ex-marido Daniel Garcia Carrera, acusado de ser o mandante do crime. A exclusão, revelada pelo Fantástico, foi confirmada pelo Estadão. Dono de uma fortuna que inclui imóveis nos Estados Unidos, em Cuba e no Brasil, Brent foi morto pelo cubano Alejandro Triana Prevez, que está preso. De acordo com o Ministério Público do Rio de Janeiro, Alejandro apontou Daniel Carrera, que é cubano e americano naturalizado, como cúmplice e mandante do crime.

A exclusão de Daniel do testamento, aconteceu em maio de 2022 e levou o ex-marido a entrar com ação de divórcio contra Brent na Corte Suprema do Condado de Nova York. O processo está em segredo de justiça, mas o Estadão teve acesso à movimentação. A juntada do testamento ao processo foi registrada no dia 2 de maio. Os dois estavam casados desde dezembro de 1993, mas já havia a separação de fato desde janeiro de 2022.

Conforme o depoimento à Polícia Civil de Simone Silveira Nunes, advogada que cuidava dos negócios do galerista e de seu ex-marido no Brasil, após a separação de fato, Brent alterou o testamento, colocando todo o seu patrimônio, que estava em nome de Daniel, para o filho menor de idade. Ela revelou que o galerista tinha dois testamentos, um confeccionado em Nova York, e o outro relacionado apenas aos bens do Brasil. Assim que Brent alterou o testamento, enviou uma cópia para ela.

Segundo as declarações da advogada, Brent deixou os bens em nome do filho menor com algumas ressalvas, como a de que ele só vai dispor dos bens quando fizer 30 anos de idade. Daniel ainda tem a guarda da criança. Brent tinha também duas casas em Cuba, uma em Havana e outra em Varadero. Um desses imóveis, segundo a advogada, foi colocado em nome de uma tia de Daniel. Até a entrada do pedido de divórcio, o ex-marido assinava Daniel Sikkema.

Conforme a denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro, Alejandro havia trabalhado para o casal - Brent e Daniel - quando ainda morava em Cuba. Quando emigrou para o Brasil, em 2022, ele ficou desempregado e foi contratado por Daniel para matar o ex-patrão. Ele passou a receber um auxílio financeiro, que chegou a 1,8 mil dólares, e teve a promessa de receber 200 mil dólares após a execução do combinado.

Na noite do crime, Alejandro foi até a casa de Brent, certificou-se de que o americano estava sozinho e, usando as chaves fornecidas por Daniel, invadiu o imóvel. O cubano usou uma faca retirada de um faqueiro, na cozinha, para matar o galerista em sua cama, com várias facadas. Em seguida, ele lavou a arma e recolocou no faqueiro. Antes de deixar a casa, furtou 40 mil dólares e 30 mil reais que estavam sobre uma cômoda.

Alejandro foi preso no dia 18 de janeiro, em Minas Gerais. No último dia 10, a juíza Tula Corrêa de Mello, da 3.ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, converteu a prisão temporária dele em preventiva e decretou a prisão de Daniel Sikkema, acatando a denúncia do MP, de que ele seria o "autor intelectual e principal interessado no crime". A juíza determinou ainda que o mandado de prisão de Daniel fosse encaminhado à Difusão Vermelha da Interpol, já que o acusado se encontra no exterior.

O advogado de Alejandro, Gregório Andrade, disse ao Estadão que a mudança no testamento teria sido a motivação do crime. "Houve a alteração do testamento e foi por isso que Daniel ajuizou a ação de divórcio. O Brent deixou R$ 1 milhão para o ex-marido anterior ao Daniel e o restante para o filho. Ele excluiu o Daniel e foi por isso que ele planejou o crime lá nos Estados Unidos e manipulou o meu cliente aqui."

Segundo o defensor, foram prometidos US$ 200 mil (pouco menos de R$ 1 milhão) a Alejandro para matar Brent. "Houve a promessa, mas ele não chegou a receber. Eram 200 mil dólares que ele iria receber e ficou tentado por isso." Segundo o advogado, Brent vinha se desentendendo com Daniel e havia mandado trocar a fechadura da porta da casa no Rio. "É preciso esclarecer de que forma o Daniel recebeu a nova chave lá nos Estados Unidos para dar acesso ao meu cliente. Vamos pedir uma acareação (colocar frente a frente) entre os dois, e também a reconstituição do crime."

A reportagem entrou em contato com os advogados de Daniel, Jane Pearl e Marilyn Sugarman nos Estados Unidos e aguarda retorno. Também procurou as advogadas de Brent, Veronica Kapka e Aimee Richter, mas elas ainda não se manifestaram.

Brent era dono da Sikkema Jenkins & Co, uma das galerias de arte mais famosas de Nova York. Ele fundou a empresa em 1991, inicialmente na Wooster Street, no SoHo. Em 1999, a galeria migrou para a localização atual, na 530 West 22nd Street.

Brent começou a trabalhar com exposições artísticas e atuou como Diretor de Exposições no Visual Studies Workshop, em Rochester. Em 1976, Brent abriu sua primeira galeria. A Sikkema Jenkins se dedica também à exposição de fotos, esculturas e instalações. Entre os nomes presentes na galeria, estão os renomados Vik Muniz, Arturo Herrera, Sheila Hicks e Jeffrey Gibson.

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O cantor Roberto Carlos foi o convidado pela TV Globo para abrir o Show 60 anos, que comemorou o aniversário da emissora na noite de segunda-feira, 28, em uma arena de shows na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Roberto cantou Emoções e Eu Quero Apenas, ao vivo, com sua inconfundível afinação.

O que pouca gente percebeu é que, após a transmissão do evento, a Globo passou uma chamada no estilo 'o que vem por aí' e, entre as atrações anunciadas, estava 'Roberto Carlos em Gramado'.

O Estadão questionou a assessoria do cantor se o anúncio indica a renovação de contrato de Roberto com a Globo - o vínculo venceu em 31 de março deste ano. De acordo com a assessoria de Roberto, a renovação está em "95% acertada, faltando apenas alguns detalhes" para o martelo final. A reportagem também perguntou à TV Globo sobre o assunto, mas não obteve resposta.

Sobre o especial de fim de ano ser gravado em Gramado, cidade da serra gaúcha, a equipe do cantor afirma que as conversas são muito preliminares ainda. "Foi apenas uma ideia que alguém deu", diz a assessoria. A decisão se dará mais para frente, no segundo semestre, quando o cantor e a emissora vão discutir o formato e o local de gravação do especial.

No Show 60 anos, Roberto se sentiu à vontade. Além de ser muito aplaudido, foi paparicado pelos artistas nos bastidores. Recebeu e tirou fotos com vários deles, como Cauã Reymond, Fafá de Belém e Fábio Jr. O cantor deixou o local por volta de duas horas da manhã, quase uma hora após o final do show.

Roberto Carlos fez seu primeiro especial na TV Globo em 1974 e, nesses mais de 50 anos, só deixou de apresentá-lo por duas ocasiões, quando sua mulher, Maria Rita, morreu, e durante a pandemia. Aos 84 anos, Roberto segue em plena atividade. Em maio, fará uma longa turnê pelo México. Na volta, se apresenta em São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza, entre outras cidades.

Cauã Reymond publicou nas redes sociais uma foto ao lado de Fábio Porchat e Tatá Werneck durante o show comemorativo dos 60 anos da TV Globo.

"Que noite incrível e especial pra @tvglobo, pra mim e pro Brasil! Um show de emoção, humor, esporte, afeto. Feliz demais pelos 60 anos dessa emissora que está no imaginário e na história de todo mundo", escreveu o ator na legenda. Confira aqui.

O registro foi publicado horas depois de uma esquete protagonizada por Tatá, Porchat e Paulo Vieira no palco do evento.

Durante a apresentação, os humoristas fizeram piadas sobre as polêmicas dos bastidores do remake de Vale Tudo.

No número cômico, Tatá menciona rapidamente os "bastidores de Vale Tudo", e Paulo emenda: "Não fala tocando, não fala tocando. Abaixa o braço, tá com um cecê de seis braços". Fábio rebate: "Pelo amor de Deus, é a minha masculinidade". Tatá completa: "Que masculinidade, Fábio?".

Nas redes sociais, internautas rapidamente interpretaram a brincadeira como uma referência aos rumores de tensão entre Cauã Reymond e Bella Campos durante as gravações da novela.

Segundo relatos, Bella teria reclamado do comportamento do ator nos bastidores. A Globo não se pronunciou oficialmente sobre o assunto, mas o tema ganhou destaque nos comentários online após a exibição do especial.

Bruno Gagliasso comentou publicamente pela primeira vez sobre a invasão de sua casa, registrada no início de abril.

Em conversa com a imprensa durante o evento de 60 anos da TV Globo, o ator afirmou, segundo a colunista Fábia Oliveira: "Rapaz, invadiram, mas deu tudo certo".

O caso ganhou repercussão nas redes sociais após o relato de Giovanna Ewbank. A apresentadora, que estava em casa com os filhos, contou que uma desconhecida entrou na residência da família, sentou-se no sofá da sala e chegou a pedir um abraço.

Segundo Giovanna, a mulher conseguiu acessar o imóvel depois que uma funcionária a confundiu com uma conhecida da família.

Próximos projetos

Além de comentar o ocorrido, Bruno Gagliasso falou sobre seus 20 anos de carreira e destacou o personagem Edu, da série Dupla Identidade, como um dos papéis mais marcantes de sua trajetória.

"Fiz personagens que guardo pro resto da minha vida, que me fizeram crescer como ser humano. Ficar 20 anos fazendo personagens que dialogam com a sociedade só me enriquece como ser humano e como ator", afirmou.

Sobre os próximos passos na carreira, o ator brincou: "Quem sabe fazer o remake de A Viagem, aproveitar que estou com esse cabelo e fazer o Alexandre (Guilherme Fontes)".