Mãe de seis filhos morre após ser atingida por bala perdida em Santos

Geral
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times
Uma mulher de 31 anos, mãe de seis filhos, morreu depois de ser atingida por um tiro na cabeça em Santos, no litoral paulista, na última quarta-feira, 27. A Secretaria de Segurança Pública afirma que a morte ocorreu após confronto entre policiais militares e criminosos. Familiares e amigos contestam a versão oficial e dizem que ela foi vítima de um disparo quando três motos da PM patrulhavam a região.

A cabeleireira Edneia Fernandes Silva foi baleada na Praça José Lamacchia, na região conhecida como Mangue Seco, na quarta-feira. Ela foi levada para a UPA Zona Noroeste e, depois, transferida para a Santa Casa de Santos. Parentes e conhecidos se mobilizaram nas redes sociais pedindo doações de sangue, mas ela não resistiu. O óbito foi confirmado nesta quinta-feira, 28.

De acordo com a SSP, policiais militares patrulhavam a região quando viram dois homens em uma moto em alta velocidade que ignoraram a ordem de parada. A equipe da Rocam (Rondas Ostensivas Cândido Mariano) patrulhava a Avenida Hugo Maia. Ainda de acordo com a versão oficial, os suspeitos atiraram cinco vezes contra a equipe, que interveio com um tiro contra os suspeitos.

A motocicleta, que não tinha queixa de roubo, foi apreendida. Os dois atiradores fugiram e não tinham sido identificados até a publicação desta matéria. A pistola do policial também foi apreendida.

Uma amiga da vítima fez um relato diferente ao Estadão. De acordo com a testemunha, que não quer se identificar, ela estava sentada com Edneia em um dos bancos da praça. Ao ouvir o disparo, ela afirma que correu, mas percebeu que Edneia tinha ficado caída sobre a mesa. Ela conta que houve apenas um tiro quando três motos da passaram pelo local e que não houve confronto entre bandidos e policiais. O caso foi encaminhado para o 5º DP de Santos, onde será investigado.

"Todas as circunstâncias relativas aos fatos são rigorosamente investigadas pelo 5º DP de Santos e pela Polícia Militar, que instaurou um Inquérito Policial Militar. Exames periciais foram solicitados e, tão logo os laudos sejam concluídos, serão remetidos à autoridade policial para análise e esclarecimento do caso", disse o órgão de segurança.

A Baixada Santista é o foco da Operação Verão. O reforço no policiamento começou em dezembro de 2023, como acontece anualmente, mas foi intensificada no dia 2 de fevereiro, após a morte de Samuel Cosmo, agente da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), tropa de elite da PM. No início da operação, o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, transferiu seu gabinete para a Baixada. A equipe da SSP-SP manteve a sede na Baixada Santista por 13 dias.

Até agora, a ação soma 55 mortes em 54 dias. A SSP negou que a morte de Edneia faça parte da operação. "A ocorrência não faz parte do escopo da Operação Verão", informou o órgão.

Diante das mortes constantes na região, a Ouvidoria das Polícias de São Paulo e organizações de direitos humanos pediram o fim da operação na segunda-feira passada. As entidades apresentaram um relatório com 12 casos nos quais teriam ocorrido violações de direitos humanos.

O documento traz denúncias de supostas execução sumária, tortura, obstrução proposital das câmeras corporais, fraude processual com alteração de local de crime, modificação das cenas do crime, ameaças e intimidações em Guarujá, São Vicente, Santos e Cubatão.

As entidades pedem ainda o uso obrigatório de câmeras corporais e a criação de protocolos internos na SSP para prevenir o que chamam de "operações vingança" após a morte de policiais. O relatório foi entregue ao Ministério Público, que vai continuar as investigações sobre as operações.

A Secretaria da Segurança defende a legalidade da atuação policial na região e diz que todos os casos passam por apuração. A pasta ressalta ainda o resultado da mobilização com prisões de suspeitos e apreensões de drogas do crime organizado.

Em outra categoria

O julgamento de Sean Combs, mais conhecido como P. Diddy, de 54 anos, teve início nesta segunda-feira, 5, em Nova York (EUA), com a fase de seleção do júri. O rapper, produtor e empresário responde a uma série de acusações federais que envolvem tráfico sexual, coação, distribuição de drogas e uso de armas de fogo. O caso é conduzido pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos, que afirma ter evidências de que ele liderava uma rede sofisticada de exploração sexual por mais de duas décadas.

Segundo os documentos apresentados pela Procuradoria, P. Diddy usava sua influência na indústria da música para atrair e recrutar mulheres jovens, muitas vezes menores de idade, sob a promessa de oportunidades profissionais. Em vez disso, elas eram submetidas a abusos físicos e psicológicos, incluindo relações sexuais forçadas, filmagens sem consentimento e consumo forçado de substâncias ilegais. As denúncias relatam episódios de violência, ameaças com arma de fogo e pagamento em dinheiro para silenciar vítimas e testemunhas.

O governo afirma que o esquema era sustentado por uma estrutura de poder que incluía assistentes pessoais, membros da equipe de segurança e parceiros de negócios. Os investigadores dizem ter reunido registros bancários, mensagens de texto, imagens de câmeras de vigilância e testemunhos que corroboram as acusações. Durante uma das buscas realizadas em março deste ano, agentes apreenderam computadores, celulares e diversos documentos em propriedades do rapper em Los Angeles e Miami.

P. Diddy nega todas as acusações e rejeitou a possibilidade de um acordo judicial, o que significa que o caso será levado a julgamento completo. Seus advogados alegam que ele é alvo de uma campanha de difamação motivada por interesses financeiros e que pretende provar sua inocência em todas as frentes. Em nota recente, a defesa disse que "nenhum crime foi cometido" e classificou o caso como "totalmente baseado em alegações falsas".

Além da investigação criminal em curso, ele enfrenta processos civis de ex-parceiras, ex-funcionários e pessoas ligadas ao seu círculo profissional. Uma das acusações mais relevantes partiu de Cassandra Ventura, conhecida como Cassie, ex-namorada do rapper, que afirmou ter sido abusada e controlada por ele durante quase 10 anos. O processo, entretanto, foi encerrado após um acordo extrajudicial, mas serviu como um dos gatilhos para novas denúncias e foi citado nos documentos federais como parte do histórico de condutas atribuídas a ele.

A seleção dos jurados deve seguir nos próximos dias. A promotoria pretende apresentar depoimentos de vítimas e testemunhas-chave, além de provas documentais que sustentem a acusação de que P. Diddy comandava uma organização criminosa com fins de exploração sexual. Se condenado, o artista pode ser sentenciado à prisão perpétua.

O presidente da China, Xi Jinping, realizará uma visita oficial à Rússia de 7 a 10 de maio, confirmou o Kremlin no domingo (4). O presidente chinês está entre os líderes que comparecerão ao Desfile do Dia da Vitória em Moscou, em 9 de maio, para comemorar o fim da Segunda Guerra Mundial.

O Kremlin afirmou que Xi visitará a convite do presidente russo, Vladimir Putin, e que, além de participar das celebrações do Dia da Vitória, os líderes discutirão "o desenvolvimento de relações de parceria abrangente, interação estratégica" e "questões da agenda internacional e regional".

Putin e Xi assinarão diversos documentos bilaterais, afirmou o Kremlin.

A visita de Xi à Rússia será a terceira desde que o Kremlin enviou tropas para a Ucrânia em fevereiro de 2022. A China afirma ter uma posição neutra no conflito, mas apoia as alegações do Kremlin de que a ação da Rússia foi provocada pelo Ocidente e continua a fornecer componentes essenciais necessários a Moscou para a produção de armas.

No sábado, 3, Moscou acusou o presidente ucraniano Volodimir Zelenski de ameaçar a segurança de dignitários presentes nas celebrações do Dia da Vitória, após ele ter rejeitado o cessar-fogo unilateral de 72 horas da Rússia. Zelenski afirmou que a Ucrânia não pode fornecer garantias de segurança a autoridades estrangeiras que planejam visitar a Rússia por volta de 9 de maio, alertando que Moscou poderia encenar provocações e, posteriormente, tentar culpar a Ucrânia. Fonte: Associated Press.

O presidente Donald Trump anunciou neste domingo, 4, que autorizou a implementação de uma tarifa de 100% para filmes produzidos fora dos Estados Unidos; a medida tem efeito imediato. Ele classificou os incentivos para atração de cineastas americanos a outros países como uma "ameaça à segurança nacional".

A novidade foi divulgada através do perfil do republicano em sua rede social, a Truth Social. A decisão é válida tanto para filmes "completamente" estrangeiros quanto para filmes de produtoras americanas filmados em outros países.

"A indústria cinematográfica nos Estados Unidos está morrendo muito rapidamente. Outros países estão oferecendo todos os tipos de incentivos para atrair nossos cineastas e estúdios para fora dos Estados Unidos", declarou.

Para ele, Hollywood, cidade símbolo desse tipo de produção e que abriga diversos estúdios de filmagem, "está sendo devastada".

Trump chamou a atração de cineastas americanos a outros estúdios de gravação ao redor do mundo de "esforço coordenado", afirmando que "além de tudo, (é) uma questão de mensagem e propaganda!"

Segundo o republicano, o Departamento de Comércio e o Representante de Comércio dos Estados Unidos deram início imediato ao processo de implementação da tarifa. "Nós queremos filmes feitos na América novamente!", finalizou.