Nº de pedidos de tapa-buraco em SP é 12,8% maior do que no pré-pandemia

Geral
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

Bancos de couro, ar-condicionado digital, central multimídia, faróis com acendimento automático, motor 1.8 e um irritante barulho seco contra a lataria, na altura do pneu dianteiro esquerdo, que tira do sério Donato Aparecido Fernandes, de 59 anos. Os primeiros itens vieram de fábrica. O último é cortesia de um dos buracos que se espalham pelas ruas de São Paulo. Taxista há 15 anos, ele sabe bem onde foi. "Na esquina das Ruas Barra Funda e Lopes Oliveira. Caí ali muitas vezes, mas na última ouvi o barulho do amortecedor", diz.

"Arrumar isso não vai sair por menos de R$500", afirma. O que Donato sente nos ouvidos e no bolso também pode ser visto nos dados da Prefeitura. De janeiro a setembro, o serviço 156 - a central de atendimento da administração municipal - recebeu 115.452 reclamações e pedidos de recapeamento, alta de 12,8% ante o mesmo período de 2019, último ano antes da pandemia. Em relação a 2020, quando a circulação de carros diminui drasticamente, o aumento foi de 44,6%.

São Paulo tem 17 mil km de vias, o que equivale a 196 milhões de metros quadrados, conforme mapeamento da Prefeitura. É o dobro de Nova York. Com a temporada de chuvas, os problemas também se avizinham. Ruas esburacadas e pavimentação asfáltica precária tendem a causar dores de cabeça. Em junho, a gestão Ricardo Nunes (MDB) anunciou que estava iniciando "o maior programa de recapeamento da história". Ao todo, 5,8 milhões de metros quadrados de vias devem ser recuperadas, equivalentes a 703 campos de futebol.

Mas os problemas continuam. Em Higienópolis, Pacaembu, Vila Buarque e na Rua da Consolação, Donato lista os buracos que atrapalham sua rotina. Em algumas dessas ruas é possível até mesmo acompanhar o nascimento e o crescimento dos buracos por fotos das vias ao longo dos anos no sistema de mapas do Google.

EXEMPLOS

Na Consolação, na direção da Avenida Paulista, ao entrar na Rua Maria Antônia, um enorme cone laranja da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) alertava os motoristas sobre uma fenda no asfalto no fim da semana passada. Há poucos metros dali, no cruzamento da Rua Augusta com a Marquês de Paranaguá, pedras foram colocadas em uma vala para tentar nivelar a passagem. Especialmente após chuvas, não é incomum encontrar arranjos improvisados pelos próprios moradores.

Problemas com a qualidade das vias e do asfalto não são exclusividade. Há três meses, o encanador Antônio Candido Leite Júnior, de 44 anos, teve de procurar um borracheiro, à noite, após rasgar um pneu na Avenida Miguel Ignácio Curi, em Itaquera. "Deixei R$ 200 na borracharia: o pneu rasgou de fora a fora. Não teve o que fazer", diz Leite Júnior. "Passo lá quase todo dia. Arrumaram, mas e dai? O prejuízo é meu."

Desde 2019, a cidade tem um Manual de Especificação Técnica para ações de tapa-buraco. Lista especificações técnicas, como o "requadramento", um recorte quadrado maior do que o buraco que corrige não só a erosão, mas toda a parte comprometida. Essa técnica tende a garantir maior durabilidade do serviço e não era adotada antes. Segundo a coordenadora de Engenharia Civil da Universidade Mackenzie, Patrícia Barboza, o que garante a qualidade da pavimentação nas vias são planejamento e gestão. "Nenhum buraco aparece de um dia para o outro", diz.

"Começa como trinca, a água vai se infiltrando e faz com que essa estrutura, formada por diversas camadas, vá perdendo a qualidade, até se transformar em um buraco."

Entre as medidas tecnológicas, o uso do georreferenciamento é uma das formas mais efetivas, diz ela. São Paulo tem um programa do tipo. Implementado em 2019, o Sistema Gaia identificou a qualidade e o conforto do pavimento, avaliando a ondulação do asfalto. A medida nasceu da parceria com a sociedade civil: 108 veículos, entre táxis e carros de aplicativos, mapearam a situação das vias rodando pela cidade. O sistema foi desenvolvido pela Prefeitura em conjunto com a Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.

Tempo médio de atendimento foi de 121 para 10 dias, diz Prefeitura

A Prefeitura afirma que o asfalto usado na Operação Tapa Buraco é o mesmo das rodovias paulistas, "eleitas as melhores do País". A gestão Ricardo Nunes (MDB) ressalta que neste ano foram tapados 117.879 buracos nas ruas da cidade, 2427 a mais do que o número de reclamações recebidas pelo serviço 156.

"O aumento no número de solicitações é resultado da maior divulgação do Portal 156", conforme a Prefeitura, que visa a atender as solicitações dos munícipes para "tornar São Paulo uma cidade melhor e mais funcional, com a participação de todos".

Segundo a Prefeitura, algumas solicitações recebidas via 156 são indeferidas por não se tratarem de serviços de tapa-buracos, mas de problemas em sarjetas, reparos em calçadas, entre outros. Ainda assim, afirma a administração, apesar de registradas inadequadamente, as equipes das subprefeituras incluem os reparos na programação.

TEMPO

"O tempo médio de atendimento para solicitações de tapa-buraco caiu de 121 dias, em 2017, para cerca de 10 dias, representando uma diminuição de 91%. Nas principais vias da capital, a operação tapa-buraco é executada em até 48 horas. Estes são os menores números registrados para o serviço na série histórica", afirma.

Empresas concessionárias, como a Sabesp, a Comgás, e de telefonia também são autorizadas a fazer a recomposição do asfalto em vias em que executam serviços e devem seguir o manual da Prefeitura. A Secretaria Municipal das Subprefeituras informou ainda que vai realizar vistorias nos locais citados pela reportagem e os serviços necessários serão realizados. Caso sejam de concessionárias, estas empresas serão acionadas para fazer o devido reparo.

MANUTENÇÃO

De acordo com Patrícia Barboza, professora de Engenharia Civil da Universidade Presbiteriana Mackenzie, o tempo é o fator crucial para esse processo. E o tempo em vias, urbanas ou rodoviárias, é medido não só em meses e anos, mas também pelo tráfego e pela carga que passa por elas. "A pavimentação não é feita para durar a vida inteira. Na cidade, a duração média para que seja preciso fazer o recapeamento é de 12 anos. Esse tempo a gente mede em tráfego. Esses 12 anos podem ser 15 anos ou dez, de acordo com o trânsito", afirma.

Onde solicitar: pelo aplicativo sp156, nas subprefeituras ou no descomplica sp e pelo telefone 156. O Estadão ainda recebe e encaminha queixas dos leitores pelo Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em outra categoria

O canal de humor Porta dos Fundos anunciou neste sábado, 8, que o ator Antonio Tabet, o diretor e roteirista Ian SBF e a companhia Paramount deixaram o quadro societário da empresa. No caso de Antonio e Ian, a parceria durou quase 13 anos.

O anúncio foi feito em uma publicação no Instagram com fotos antigas do grupo de humor. "Agradecemos imensamente a parceria de sucesso nesses quase 13 anos. Não existiria o Porta sem a visão, as ideias, o talento, o senso de humor e a dedicação dos dois", diz o comunicado.

"Ian inventou um jeito novo de filmar e editar que virou sinônimo de Porta dos Fundos. Antonio Tabet foi uma máquina de videos virais e personagens antológicos que vão deixar saudades", continua o texto.

De acordo com o comunicado, a "porta segue aberta - e mais, escancarada - pra futuras parcerias" com a dupla Tabet e SBF.

Tabet confirmou a saída em uma publicação no Instagram, em que compartilhou uma foto dele com Ian. "Fizemos história e seguiremos fazendo", escreveu. "Quero agradecer aos funcionários, amigos e principalmente ao público que esteve conosco ao longo desta jornada. A gente segue se amando e levaremos vocês conosco (muitos literalmente)."

O humorista disse que "vem coisa boa por aí" e que tem novos projetos a apresentar. Ele se apresenta nos teatros como o personagem Peçanha, sátira de um policial que ficou famosa em vídeos do Porta dos Fundos.

Ian também postou nas redes sua despedida. "Fim de uma era! Muita coisa vindo aí pra todos nós!", disse. Ele destacou que vai lançar o filme A Própria Carne e uma nova temporada da série Sociedade da Virtude.

A cineasta brasileira Gabriela Lamas foi às redes sociais nesta semana para divulgar um curta dirigido por ela há quatro anos, Eu Não Sou um Robô, disponibilizado recentemente no YouTube. No vídeo, a diretora desabafou sobre semelhanças entre a produção belga Eu Não Sou Um Robô, dirigido por Victoria Warmerdam, vencedor do Oscar de Melhor Curta-Metragem.

O Estadão entrou em contato com a Oak Motion Pictures, responsável pelo filme vencedor do Oscar, para um pronunciamento sobre o assunto, mas ainda não obteve retorno. E deixou o espaço aberto para manifestação.

Segundo Gabriela, Eu Não Sou Um Robô foi gravado em 2020 inspirado pela pandemia da covid-19.

Ela também foi uma das responsáveis pelo roteiro e pela atuação de uma das personagens do filme.

Na trama, a personagem interpretada por ela está sozinha em casa e, após tentar passar por testes de Captcha, que diferencia humanos de robôs, questiona a realidade. Ela, então, começa a conversar com uma mosca sobre questões existenciais.

Eu Não Sou um Robô, lançado em 2024, também traz uma personagem que se questiona sobre ser um robô ou não após não conseguir passar por testes de Captcha.

Gabriela apontou que a cena inicial do curta se assemelha muito à cena inicial da produção brasileira.

Segundo ela, também há outras montagens de cena e diálogos semelhantes ao seu curta.

No final do filme brasileiro, a protagonista corta um de seus dedos, enquanto, no filme belga, a personagem principal se joga do terceiro andar de um prédio.

Gabriela afirmou que chegou a entrar em contato com a equipe do outro filme para questionar sobre as semelhanças.

Como resposta, o produtor do curta afirmou que o roteiro de Eu Não Sou um Robô foi escrito por Victoria Warmerdam em 2019 e que o lançamento do filme chegou a ser adiado por conta da pandemia.

"Tirando a ironia disso tudo, eu acho que é super possível que duas pessoas tenham tido uma ideia igual ao mesmo tempo", disse a brasileira. "Mesmo sendo a diretora, eu consigo dizer que essa ideia de usar o Captcha e chamar o filme de Eu Não Sou um Robô está 'fácil de pegar'... Ali embaixo do Captcha, está escrito 'eu não sou um robô'."

Delma é o novo anjo do programa BBB 25. Neste sábado, 8, os brothers disputaram mais uma Prova do Anjo. Desta vez, o desafio envolveu um jogo de tabuleiro.

Pouco antes da prova, Tadeu Schmidt anunciou que Vinícius e Guilherme estavam livres da dinâmica do Pegar ou Guardar imposta por Thamiris. Os dois tiveram de dormir fora da casa e se alimentar com uma comida pior que a da Xepa.

Após o anúncio, os brothers participaram de um sorteio em que tinham de escolher colegas para vetar do desafio.

Apenas Diego Hypolito, Delma, João Gabriel, João Pedro, Renata, Vinícius, Vitória Strada e Guilherme disputaram a Prova do Anjo.

Delma se emocionou após vencer a disputa. Ela escolheu Thamiris para o Monstro. Ela terá de se vestir de câmera em um desafio inspirado no Plantão da Globo.

A sister terá de imunizar um participante no próximo paredão, formado no domingo, 9. No mesmo dia, o Big Fone tocará novamente.

Quem atender será levado à "loja misteriosa", onde poderá escolher entre receber o Poder de anular, Poder do não, Poder dois, Poder do desvio, Poder da imunidade e Poder supremo.