Porto Alegre tenta resgatar remanescentes antes de volta das chuvas

Geral
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times
Com previsão de chuvas intensas até o início da semana, brigadistas que trabalham no centro histórico de Porto Alegre, uma das regiões mais atingidas pela enchente, tentam convencer últimas pessoas a deixarem a região antes que o nível da água volte a subir. A reportagem acompanhou uma patrulha das Guardas Municipais de Porto Alegre e de São Paulo na manhã deste sábado, 11, pelas ruas da capital gaúcha.

De acordo com o Climatempo, até segunda-feira, 13, deve chover cerca de 300 mm no Estado. A média varia de 140 mm a 180 mm. A concentração dos maiores volumes de chuva na Serra Gaúcha preocupa, já que é onde nascem os rios que deságuam, por exemplo, no Guaíba. Até o momento, o Estado registra 136 mortos em decorrência das inundações.

Neste sábado, sob uma forte chuva, Alex Bittencourt, descia um balde amarrado em uma corda para receber doação de água, entregue por voluntários. O morador está em um prédio no centro histórico junto com outras seis pessoas, que se recusam a deixar o local com a justificativa de que ir para abrigos seria um opção pior do que ficar cercado por água, próximo às margens do Rio Guaíba.

"A previsão é de 20 dias para baixar a água. Vai subir agora de novo, porque vai dar uma chuva na serra. Tem barco para sair", afirmava o guarda Alessandro Silva, da Guarda Metropolitana de São Paulo, que está no Sul desde o início da semana auxiliando nos salvamentos.

Apesar do alerta, Bittencourt insistiu que as outras pessoas não queriam deixar o local. Segundo ele, ainda há mantimentos como arroz, feijão, e ainda há gás para cozinhar. Os moradores também conseguiram uma bateria para carregar o celular.

"Tem pessoas se arriscando para trazer coisas para vocês. A orientação é todo mundo sair. A gente está entrando aqui todo dia se arriscando. O pessoal tem que sair o quanto antes", pediu o guarda Pedro Grangeiro.

Apesar da tentativa de convencimento dos brigadistas, o morador resistiu no prédio cercado pelas águas: "Tem muita coisa aqui dentro", afirmou, justificando ainda que não queria deixar os bens sob risco.

Nas escadas de um banco, dois seguranças espremidos entre a água e o teto também guardavam o local. No trajeto pelo centro, uma embarcação com quatro homens foi interpelada pela guarda. Um dos integrantes do grupo afirmou que eram comerciantes locais e criaram o grupo autointitulado "Segurança Centro" para patrulhar o local.

A enchente no centro de Porto Alegre, mesmo após a baixa temporária da água, ainda chega a dois metros em alguns pontos. O vazio destoa das ruas movimentadas do centro em dias normais. Palácios históricos, como o Mercado Público, estão cercados pela água. Na rodoviária e na estação de trem, a paisagem, com vagões em meio às águas, mostra como o cotidiano dos gaúchos foi totalmente interrompido pelas cheias. O centro da capital expõe a fragilidade das grandes cidades diante da natureza impactada pelas mudanças climáticas.

Nesse cenário, um idoso e uma mulher acenavam da janela. Diante da aproximação dos brigadistas, no entanto, recusaram o resgate e diziam estar seguros no prédio, sobretudo no próprio apartamento. "Há vários comandantes do Exército aqui. Não se preocupe", brincou o idoso, que não quis dar o nome e saiu da varanda quando a reportagem se identificou.

Na mesma rua, sob uma chuva ininterrupta e relevando o risco da inundação, uma mulher em um bote, acompanhada por dois homens, tentava entrar em um prédio abaixando a cabeça para passar por um espaço de menos de meio metro entre as águas e o teto. "Sou proprietária, vim ver como está o apartamento", disse.

Apesar da incredulidade diante das pessoas que recusavam o resgate, a equipe de socorro mantinha a resiliência:

"Muita gente já foi resgatada, mas muita gente deixa para última hora. A ideia é sempre ir passando até as pessoas entenderem que a água não vai baixar, com essa chuva, vai aumentar. Às vezes, passando em outro horário, tenham a decisão de sair", disse o guarda Alessandro Silva.

Em outra categoria

Lillian Knapp, cantora que ficou conhecida por ter feito parte da dupla Leno e Lílian, da Jovem Guarda, morreu neste sábado, 22, aos 76 anos de idade. A cantora passou as últimas semanas internada para tratar um "tumor agressivo" na pélvis, segundo informou a família.

O anúncio foi feito por seu marido, o produtor musical Cadu Nolla, no Facebook. Ele compartilhou fotos e escreveu uma homenagem à cantora: "Me despeço de você com uma frase de uma música que era símbolo da sua liberdade: 'Pois sou uma gaivota sem destino, que gosta de voar em liberdade'."

"E assim ela foi, como um lindo pássaro, voando, em direção ao paraíso. 'Inshalá' encontre os que estão esperando para recebê-la com todo o meu amor e felicidade. Vou sempre respeitar o legado e o amor que tivemos. Vá em paz, meu amor eterno", escreveu.

Leno Azevedo, seu companheiro na dupla que fez sucesso na música brasileira nos anos 1960 e 1970, morreu em dezembro de 2022, aos 73 anos de idade. Eles ficaram famosas pela música Devolva-me, além de outras como Pobre Menina e Sou Rebelde.

A atriz e apresentadora Maria Ribeiro usou suas redes sociais neste sábado, 22, para relatar um assalto que resultou em um prejuízo de R$ 30 mil. O crime ocorreu durante a madrugada em São Paulo, quando seu celular, que estava desbloqueado, foi roubado.

Horas depois, já no início da tarde, Maria recebeu uma ligação do banco informando que a quantia havia sido retirada de sua conta. Apesar da promessa de uma contestação dos valores, a atriz questionou a segurança dos serviços bancários e o impacto emocional de situações como essa.

No desabafo, ela destacou a frustração diante da violência urbana e da vulnerabilidade financeira, além do desgaste emocional causado pela tentativa de reverter o prejuízo.

"Também vou abrir uma contestação - ou um processo, não tenho letramento jurídico para saber que nome dar à isso - que dê conta do dano psicológico que se dá quando você se sente desprotegida em tantos níveis. Pela cidade, pelo seu banco, pelo sistema. E eu sei que todo mundo passa por isso. Que sou mais uma", escreveu a atriz.

Maria também refletiu sobre a importância da saúde mental em meio a adversidades como essa. "Está mais do que na hora do capitalismo entender o valor da nossa saúde mental", pontuou.

O relato da atriz repercutiu entre seus seguidores, que se solidarizaram com a situação e compartilharam experiências semelhantes. "E se essas palavras não servirem pra nada, serviram pra mim. Que nada posso fazer além de reclamar. O que obviamente é um movimento tolo e romântico- e a vida, sem dúvida , é dos pragmáticos- mas, ao menos, é um movimento que contém alguma esperança. Vã, certamente. Mas, por hora, algo reconfortante", concluiu em seu perfil no Instagram.

Whindersson Nunes decidiu, por conta própria, se internar em uma clínica psiquiátrica no interior de São Paulo para tratar da saúde mental na última quinta-feira, 20. O humorista, que já falou abertamente sobre sua luta contra a depressão, recebeu apoio do pai, Hidelbrando Batista, que fez uma reflexão sobre a necessidade de cuidar de si.

Neste sábado, 22, Hidelbrando usou as redes sociais para compartilhar sua visão sobre a importância de reservar tempo para o autocuidado. "Tudo nessa vida a gente pode dar um jeito. Mas o tempo perdido, esse não tem conserto", escreveu. Ele destacou que é essencial agir no presente, sem esperar por um momento ideal que pode nunca chegar.

No dia anterior, o pai de Whindersson já havia comentado a internação do filho, ressaltando seu orgulho pela decisão. "Ele escolheu se cuidar, tratar a mente. Isso me deixa feliz. Já havia feito esse pedido a ele e a Deus. Sei que sairá bem e inspirado para voltar aos palcos, que é o que ele mais gosta de fazer", declarou.

Whindersson, que já havia sido internado anteriormente para tratar a saúde mental, falou sobre os desafios da depressão em entrevistas passadas. Em 2021, ao conversar com Rafinha Bastos, ele relembrou os impactos da fama e do isolamento. "Trabalhei muito, demais, a ponto de não saber o quanto eu tinha [de dinheiro]", disse na época.