No Pinóquio da Netflix, Del Toro encontra veículo ideal para o seu gosto gótico

Geral
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

O diretor mexicano Guillermo del Toro encontra na fábula de Pinóquio o veículo ideal para o seu gosto gótico. De fato, a história de Carlo Collodi (1826-1890) revela-se ideal para provocar calafrios. Em especial no público infantil, mas continua perturbador vida afora, falando algo em surdina para a criança que subsiste em nós.

Del Toro faz seu filme usando a técnica de stop motion. Os bonecos são muito bonitos. E, ao mesmo tempo, bastante estranhos. Gepeto é o artesão que perde um filho durante a 1ª Guerra Mundial. Solitário, cria um boneco de madeira para fazer-lhe companhia. Mas o boneco não sai exatamente do jeito que ele espera. Parece um tanto tosco, o que não é de espantar, visto que Gepeto estava bêbado quando o esculpiu. E eis que chega um Pinóquio desordeiro, subversivo, nada obediente, que, logo ao ganhar vida, põe a casa do pai de cabeça para baixo. No fundo, é um libertário, porque num momento histórico em que obedecer é regra para quem tem juízo, o negócio, para ele, é subverter as normas.

Daí ter sido muito boa a ideia de Del Toro de levar a história do século 19 para os anos 1930, época do fascismo de Benito Mussolini. Por isso aparece logo no filme o chamado "catecismo" do fascismo italiano, resumido em três verbos: "Credere, obedire, combattere". Crer, obedecer, combater. Crer no líder sem qualquer sombra de dúvida. Obedecer ao superior hierárquico, em todas as situações. Estar pronto a combater o inimigo e a dar a vida pela pátria. O fascismo, em sua base, é uma proposta de militarização da existência humana, que permanece latente através dos tempos e vez por outra põe a cabeça para fora. Como está acontecendo exatamente neste momento. Daí a precisão de timing de Del Toro.

O Pinóquio do diretor mexicano é o avesso de todo esse entulho autoritário. Numa época em que todos os humanos se comportam como marionetes, a marionete age como um ser humano, com suas contradições e aspiração à liberdade. Essa inversão é a beleza maior deste Pinóquio em tom sombrio e politizado pela escolha de ambientá-lo no período de autoritarismo mais obscuro do século 20 e que conduziu ao morticínio da 2ª Guerra Mundial.

Essa camada política mais exposta não anula outras. Pinóquio, mesmo nas versões mais edulcoradas como a da Disney, tem elementos que mexem fundo no inconsciente de todos nós. Trabalha com medos difusos e com a culpa, essa vertente tão cristã da experiência humana. Daí a figura importante e um tanto asquerosa do Grilo Falante, emblema da consciência que, segundo Hamlet, nos transforma a todos em covardes. O dono do circo é outra figura melíflua, junto com seu auxiliar, o macaco Spazzatura ("lixo", em italiano). O ser marinho, no interior do qual Gepeto e Pinóquio se reencontram, não é a amena baleia da Disney, mas um monstro de fato horrendo. Del Toro não teme ser sombrio. Pelo contrário. Busca a sombra para valorizar a luz.

O tom de Collodi é moralizante, mas aqui o espírito transgressivo de Del Toro o supera, sem negá-lo. A força inconsciente desse conto infantil e gótico permanece sob qualquer roupagem. A esse núcleo sólido deve-se sua longa sobrevivência na história da literatura e o contínuo fascínio que exerce sobre o cinema.

Em outra categoria

O cantor Klaus Hee, ex-integrante da famosa boy band brasileira Dominó, morreu aos 50 anos após enfrentar um tratamento contra um câncer agressivo. A notícia foi compartilhada pelo produtor musical Ricky Colavitto, que se despediu do artista nas redes sociais, lembrando de eventos que realizaram juntos e desejando condolências à família e amigos.

Klaus Hee começou sua carreira artística ainda jovem, trabalhando como modelo e assistente de palco em programas de TV, como o Passa ou Repassa, do SBT, na mesma época em que a atriz Paolla Oliveira também estava na atração. O cantor ingressou na boy band Dominó em 1999, para substituir Rodrigo Phavanello. Ele permaneceu no grupo até 2005, quando formou a banda Kilométrico Cubo, que deixou cinco anos depois.

O velório de Klaus foi realizado nesta quarta-feira, 5, às 11h, no Cemitério Getsemani, no Morumbi, em São Paulo.

Alex Gil, ex-integrante do grupo Polegar, também fez uma homenagem emocionada ao amigo, dizendo: "Hoje, perdemos o nosso querido amigo Klaus Hee que estava lutando contra um câncer agressivo. Estávamos torcendo por sua recuperação, mas infelizmente Deus o levou para descansar do sofrimento. Que Jesus o receba em seus braços e conforte sua família e amigos mais próximos. A vida é realmente um sopro, não temos como prever até quando estaremos por aqui, portanto aproveite a sua vida da melhor maneira possível."

Virginia Fonseca usou as redes sociais para anunciar que seu filho caçula, José Leonardo, de cinco meses, recebeu alta hospitalar nesta quarta-feira, 5.

"Meu pai, eu não sei nem expressar meu sentimento agora, foi a primeira vez desde que virei mãe que tive que passar por isso, quando cheguei no hospital eu só queria chorar, morrer, me via em um beco sem saída e sem saber o que fazer, preocupada, tensa, as coisas fugiram do meu controle e eu ainda não sei lidar com isso", escreveu na legenda.

A influenciadora digital aproveitou para agradecer aos profissionais da saúde do Hospital Jutta Pediátrico, que cuidaram do pequeno durante a internação.

"Sentimento de mais uma batalha vencida, e que batalha... A pior sensação do mundo é ver quem a gente ama ruim", finalizou.

José Leonardo foi internado no sábado, dia 1º, após ser diagnosticado com bronquiolite. Ele precisou ser submetido a um tratamento intensivo.

O pequeno é fruto do casamento de Virginia e Zé Felipe. Os dois também são pais de Maria Alice, de três anos, e Maria Flor, de dois.

*Estagiária sob supervisão de Charlise Morais

O Mais Você desta quarta, 5, contou com a última eliminada do Big Brother Brasil 25, Camilla. A trancista falou de sua trajetória no programa e mencionou seus aliados e seu embate com Vitória Strada.

"É chata. Eu falei que era chata. Inclusive, eu falava para ela isso. Só que eu tinha um pensamento: era um embate que eu queria ter naquele momento?", disse, sobre a atriz.

Camilla também expressou surpresa com sua porcentagem da saída. Com 94,67% dos votos, ela foi a quinta maior rejeição da história do programa.

Sobre sua saída, Camilla completou que não gostaria que os filhos tivessem uma visão deturpada sobre si: "Não quero que eles tenham contato com as coisas que estão acontecendo, porque não me representam."

Ela revelou que não seria tão próxima de Vitória se a atriz não tivesse Matheus como dupla. "[Mas] não precisava de tanto. Não tenho problema de admitir que errei naquele momento", falou.

Quando perguntada, a trancista falou sobre não ter reparado que estava do "lado errado" no embate que teve com Vitória e Guilherme.

Entretanto, após admitir o equívoco, Camilla complementou que sua maior aliada era a irmã, Thamiris, que havia levado o monstro em um dos momentos de discussão com Vitória: "Não era o momento para ela, era o momento em que eu queria dar atenção para a minha irmã."

Além de Vitória, Camilla falou de Vilma: "Não fazia nada". A eliminada confessou também que a mãe de Diogo estava melhor após a eliminação do ator. Já sobre Guilherme, afirmou: "Ele estava na defensiva de todo mundo."