O que a China quer com a missão na Lua? Interesse inclui até fabricação de eletrônicos

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Após a sonda espacial chinesa Chang'e-6 pousar no lado oculto da Lua, onde recolheu rochas e amostras do solo, cresceram as especulações sobre os interesses do país asiático no satélite natural. A missão, segundo a Administração Nacional Espacial da China (CSNA), tem como objetivo analisar esses materiais recolhidos para investigar a formação e evolução da história da Lua.

Os estudos do primeiro país a colocar uma sonda nesse lado da Lua vão além da busca pela descoberta de sua formação. A sonda iniciou a missão em 3 de maio, prevista para durar 53 dias, e volta à Terra em 25 de junho.

A China tem interesses econômicos que ultrapassam a gravidade e órbita terrestre. O país asiático realiza atividades de pesquisa e exploração no satélite natural da Terra há algum tempo. Enviaram ao território lunar uma nave não tripulada em 2013. Em 2020, outra sonda chinesa realizou um feito histórico ao pousar na Lua, a Chang'e-4.

Para o vice-presidente da Associação Brasileira de Planetários, Alexandre Cherman, esses interesses são principalmente econômicos por dois motivos. Além da exploração de Marte, com a Lua como uma "ponte" mais próxima do planeta vermelho, este a longo prazo, mas principalmente pela exploração de minério, em específico os usados na fabricação de eletrônicos.

"Com a extração dessas reservas naturais na Terra, a gente imagina que elas devam durar mais 20, 30 anos no máximo. Ou seja, ou tem que substituir essa produção por outra coisa ou buscar em outro lugar. E a Lua é o lugar ideal", explicou.

O astrônomo aponta que o maior produtor de eletrônicos do planeta já enxerga esses recursos naturais de matéria-prima como esgotáveis em um tempo previsto. A construção das bases lunares pelos chineses é uma forma de tentar garantir a exploração desses minérios.

"Do ponto de vista científico, a Lua tem uma importância estratégica para conquistar novos territórios. Estamos vivendo hoje uma nova corrida espacial. A China está fazendo isso como política de Estado, quer vencer essa corrida espacial", analisou Cherman.

Ele destaca que outro elemento, o Hélio-3, também entra nessa discussão econômica como um tipo de combustível para ser explorado fora da Terra, mas o interesse predominante é nos metais chamados terras-raras, grupo que agrega cerca de 15 elementos químicos usados nos eletrônicos, principalmente chips e placas.

"Hoje, 90% da produção desse metal no mundo é com a China. (Buscar ele na Lua) ainda não é economicamente viável, mas vai chegar um momento que ele vai ser tão raro na Terra, escasso, que quem já tiver acesso vai se dar bem. A China já está jogando agora o jogo que começa daqui uns 30 anos", completou Alexandre.

Mesmo diante desse grande interesse, a China ainda investe menos em tecnologia espacial se comparado aos Estados Unidos, as duas nações protagonistas nessa corrida. Pesquisadores já detalharam os valores do envolvimento de cada país na exploração espacial. Em 2021, os EUA aportaram aproximadamente US$ 60 bilhões (R$ 288 bilhões), enquanto a China, não investiu mais de US$ 16 bilhões (R$ 76 bilhões).

Além disso, do total de 5.465 satélites em órbita da Terra, os americanos operam 3.433, já a China, 541. Os Estados Unidos têm também mais plataformas de lançamento espacial em operação, sete, ao todo - e outras 13 em desenvolvimento - e a China, quatro (duas em planejamento).

Tratado que limita apropriação de países pode mudar

Toda essa discussão e avanço nos trabalhos de pesquisa e exploração da Lua levam a acreditar que os direitos sobre a ocupação do satélite serão por "ordem de chegada", mas não é o que estabelece o Tratado do Espaço Sideral.

Além da China e os Estados Unidos, outros 132 países são signatários do Tratado, de 1967, que estabelece que "o espaço, incluindo a Lua e outros corpos celestes, não está sujeito à apropriação nacional por alegação de soberania, de ocupação ou qualquer outra".

O astrônomo brasileiro acredita que o acordo só será mantido enquanto essa exploração estiver na "potencialidade", mas quando se mostrar possível, a partir da criação das bases espaciais fora do planeta, poderá sofrer mudanças.

"Esse acordo vai ser repensado, reformulado, ou se vai ser simplesmente ignorado. Muito provavelmente em favor da diplomacia, esse acordo vai ser reformulado, ressignificado, com algum apêndice. Isso deve ser discutido no conselho de segurança da ONU (Organização das Nações Unidas)", defendeu Cherman.

O programa espacial chinês anunciou um pouso na Lua até 2030. Para a missão, os cientistas chineses desenvolvem um novo modelo do foguete Long March, além de um robô que poderá rodar sobre a superfície lunar tripulado por astronautas.

Segundo a agência espacial chinesa (CMSA), serão enviados ao espaço um módulo de pouso na superfície do satélite e uma espaçonave tripulada. Depois, os dois objetos se unem e os astronautas entram no módulo de pouso para pousar na Lua. Assim como a China, os Estados Unidos querem levar quatro astronautas para lá até 2025.

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Morreu nesta sexta-feira, 2, em São Paulo, a atriz mirim Millena Brandão, do canal SBT, aos 11 anos. A artista teve morte encefálica, de acordo com o hospital onde ela estava internada.

Também conhecida como morte cerebral, a morte encefálica é a perda completa e irreversível das funções cerebrais. Como o cérebro controla outros órgãos, quando é constatada sua morte, outras funções vitais também serão perdidas e o óbito da pessoa é declarado.

Millena havia sofrido diversas paradas cardiorrespiratórias nos últimos dias, recebido diagnóstico de tumor cerebral e estava internada no Hospital Geral de Grajaú, na capital, desde o dia 29.

O que configura morte encefálica?

Para funcionarem, os neurônios precisam de oxigênio e glicose, que chegam ao cérebro pela circulação sanguínea. Quando algum problema impede o fluxo sanguíneo, essas células podem morrer e as funções cerebrais são prejudicadas. Se a perda das funções é completa e irreversível, é declarada a morte cerebral.

Apesar de alguns órgãos poderem continuar funcionando, o cérebro já não consegue controlá-los. Assim, embora ainda haja batimentos cardíacos, por exemplo, eles tendem a parar. A respiração também não acontecerá sem a ajuda de aparelhos.

O que pode causar a morte encefálica?

Qualquer problema que cesse a função cerebral antes de encerrar o funcionamento de outras partes do organismo causa a morte encefálica. Entre as causas mais comuns estão:

- Parada cardiorrespiratória;

- Acidente vascular cerebral (AVC);

- Doença infecciosa que afete o sistema nervoso central;

- Tumor cerebral;

- Traumas.

Quando a morte encefálica é declarada?

No Brasil, a resolução nº 2.173/17 do Conselho Federal de Medicina (CFM) estabelece critérios rigorosos para a declaração de morte encefálica. De acordo com especialistas, o protocolo brasileiro é um dos mais criteriosos do mundo.

O CFM determina a realização de uma série de exames para comprovar a perda do reflexo tronco encefálico, aquele responsável por controlar funções autônomas do organismo, como a respiração.

Essa análise deve ser feita por dois médicos que examinam o paciente em horários diferentes, e os resultados precisam ainda ser complementados por um exame - um eletroencefalograma ou uma tomografia, por exemplo.

Morte encefálica e doação de órgãos

A "Lei dos Transplantes" (Lei nº 9.434/1997) estabelece que a doação de órgãos após a morte só pode ser realizada quando constatada a morte encefálica.

Quando isso acontece, as funções vitais do paciente são mantidas de maneira artificial até que a remoção dos órgãos seja feita.

Miguel Falabella atualizou o estado de saúde após revelar em suas redes sociais que estava com hérnia de disco. O ator e diretor publicou um vídeo nesta sexta-feira 2, gravado e compartilhado direto do hospital em que precisou ficar internado para fazer uma cirurgia.

"Quero agradecer muito as literalmente milhares de mensagens que recebi de força, carinho, de afeto", declarou no vídeo, contando já está se recuperando.

"Me operei hoje às 9h da manhã e o médico disse para mim: 'Você vai acordar sem dor'. Eu não acreditei, mas ele tinha razão."

Falabella comunicou na última quinta-feira, 1º, que estava afastado das apresentações desta semana do espetáculo Uma Coisa Engraçada Aconteceu a Caminho do Fórum, em São Paulo, por estar com muita por conta da hérnia de disco.

O ator Edgar Bustamante substitui Falabella nas sessões que vão até este domingo, 4.

No novo vídeo, Falabella comemora estar melhor. Segundo ele, a cirurgia ocorreu sem intercorrências.

"Sem dor, já acordei, já fui ao banheiro, eu estou andando. Esperando alta para ir para casa. Depois dou notícias. Muito obrigado, um beijo enorme, agora é fisioterapia e vida que segue."

Ela veio, apareceu e deu um presente: a passagem de som, que foi praticamente uma 'apresentação extra'. Nesta sexta-feira, 2, depois de quatro dias de espera, Lady Gaga surgiu aos fãs que já estão na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, aguardando o mega show da diva pop que acontece neste sábado, 3.

O ensaio não foi surpresa, ainda assim pegou os fãs desprevenidos. Uma multidão, ansiosa para reencontrar aquela que não via desde 2012, correu em direção ao palco ao ouvir a voz da cantora.

A artista dançou, tocou piano e ficou a poucos metros dos fãs. Aos gritos de "Gaga, eu te amo", a cantora se emocionou e levou a plateia ao delírio com canções como "Abracadabra", "Shallow" e "Garden of Eden".

A passagem de som, iniciada pouco depois das 20h, teve cerca de uma hora de duração, mais de dez músicas apresentadas e troca de figurino - praticamente um show completo depois da sua quase vinda ao Rock In Rio de 2017, cancelada devido a fortes dores causadas pela fibromialgia, mas que rendeu os inesquecíveis memes "Ela não vem mais!" e "Brazil, I'm devastated."

Durante o ensaio de "Vanish Into You", música de seu novo álbum intitulado "Mayhem", o público quase derrubou a barreira de contenção, mas a artista seguiu com a passagem de som sem interrupções.

Ao que tudo indica, a tão esperada apresentação terá um setlist similar ao do Coachella 2025, já que os hits 'Alejandro', 'Paparazzi' e 'Bloody Mary' também marcaram presença na passagem de som.

O show de sábado, gratuito e previsto para começar às 21h45, deve reunir mais de 1,5 milhão de pessoas na orla carioca.

A TV Globo irá transmitir a apresentação ao vivo, que também poderá ser assistida no Multishow e no Globoplay. A expectativa é de um espetáculo histórico, marcando o retorno de Gaga ao Brasil após doze anos.