Pantanal: queimadas em junho superam patamar da maior devastação já registrada

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Os focos de incêndio no Pantanal aumentaram 1.500% de 2023 para 2024, considerando o período de janeiro até 17 de junho. Os dados são do Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia.

De janeiro a maio deste ano, 1.276 km² pegaram fogo, uma área equivalente a 178.700 campos de futebol. Com 1.291 focos, a cidade de Corumbá, no Mato Grosso do Sul, concentra a maior parte dos incêndios - no bioma e no País em 2024.

As 2.246 queimadas registradas pelo Inpe no bioma até meados deste mês se aproximam do patamar de 2020 na mesma época. Naquele ano, 26% da extensão do bioma pantaneiro pegou fogo, com 2.315 focos até junho. Foi até hoje a maior devastação já registrada no Pantanal.

Levando em conta somente o mês de junho de cada ano, porém, o cenário de 2024 é ainda mais preocupante: até 18 de junho de 2024, houve 1.434 focos, contra 406 em todo o mês de junho de 2020.

Como resposta, os governos estaduais anunciaram investimentos e a proibição do uso do fogo nas propriedades. Já o governo federal criou uma sala de situação interministerial (leia mais abaixo).

Mais quente e seco

O baixo volume de chuvas colocou a região em alerta já no fim do ano passado. A bacia do Rio Paraguai enfrenta uma seca recorde, com escassez hídrica declarada pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) em maio. Com isso, o bioma não conseguiu atingir sua cota de cheia. A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, classificou a situação como inédita.

Além da seca, a previsão de temperaturas acima do normal na região até agosto agrava o risco de que o fogo continue a se espalhar. Os incêndios no bioma tradicionalmente se concentram entre agosto e outubro, com um pico em setembro.

A convergência entre fenômenos climáticos e o aquecimento global tem piorado a situação. O País deve passar a sentir a incidência do La Niña, efeito do resfriamento das águas do Pacífico. Segundo especialistas, seus impactos sobre o Centro-Oeste podem variar, mas o fenômeno esteve associado à forte seca no Pantanal em 2020.

Bioma teve maior proporção queimada nos últimos 40 anos

Segundo dados do MapBiomas Fogo, que também monitora os focos de queimada no País, divulgados na terça-feira, 18, Corumbá (MS), foi um dos municípios mais atingidos pelo fogo no Brasil de 1985 a 2023.

Apesar da área menor em comparação a outros biomas - 90 mil km² foram atingidos por fogo pelo menos uma vez -, o Pantanal foi proporcionalmente o mais queimado no período. O fogo já atingiu 59% da extensão do bioma.

De acordo com a coordenadora do MapBiomas Fogo, Ane Alencar, os incêndios devastadores registrados no bioma em anos recentes estão relacionados ao tipo de vegetação campestre, em que o fogo encontra menos barreiras para se espalhar, principalmente na época de seca.

Mas, também tem ligação com o uso do fogo no manejo das pastagens mesmo no período de estiagem, o que deveria ser evitado. "Está muito seco e qualquer fogo pode virar um grande incêndio", disse ao Estadão.

O que governos estão fazendo

Em nota, o governo do Estado do Mato Grosso informou ao Estadão que antecipou o período proibitivo de uso do fogo no Pantanal e que lançou na segunda-feira, 17, a Operação de combate aos incêndios.

Equipes de bombeiros e brigadistas estão combatendo dois incêndios construindo aceiros para impedir o avanço das chamas, além do monitoramento remoto feito com satélites pelo Batalhão de Emergências Ambientais, em Cuiabá.

O governo do MT declarou investir R$ 74,5 milhões para a execução do Plano de Ação de Combate ao Desmatamento Ilegal e Incêndios Florestais e do Plano de Prevenção e Combate ao Fogo no Parque Estadual Encontro das Águas.

O governo do Mato Grosso do Sul também declarou ter proibido a queima controlada nas propriedades e diz estar atuando com força total no combate aos incêndios na porção sul do bioma, que integra o território do Estado com 13 bases avançadas do Corpo de Bombeiros, que contam com o apoio do Ibama e de brigadas privadas.

Afirmou ainda estar monitorando a evolução dos focos e trabalhando para identificar e autuar os responsáveis por iniciar os focos.

O governo federal anunciou na sexta-feira, 14, uma sala de situação para ações de prevenção e controle dos incêndios e secas em todos os biomas, com foco inicial no Pantanal.

A primeira reunião foi realizada na segunda-feira com participação dos ministérios do Meio Ambiente, da Justiça, da Integração e do Desenvolvimento Regional, da Defesa, do Ibama e do ICMBio, sob coordenação da Casa Civil. A próxima está agendada para segunda-feira, 24.

Ao Estadão, o Ministério do Meio Ambiente afirmou que a atuação da sala está focada na prevenção e no combate aos incêndios, na responsabilização dos autores de queimadas criminosas e no apoio e abastecimento da população impactada.

Brigadistas do Ibama controlaram duas frentes de incêndio nos últimos dias e em outras duas, o fogo foi extinto.

No início de junho, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou com governadores dos Estados que compõem a Amazônia e o Pantanal um pacto pela Prevenção e Controle de Incêndios. Na ocasião, a ministra Marina Silva mencionou a seca que atingiria os biomas neste ano e a necessidade de se preparar para minimizar seus impactos.

Marina levantou a possibilidade de o governo mobilizar "recursos extraordinários, meios extraordinários e ações legais também extraordinárias para a contratação de brigadistas", sem detalhar valores.

Também no começo deste mês, o Supremo Tribunal Federal deu ao Congresso Nacional um prazo de 18 meses para editar uma lei de proteção ao bioma, concluindo haver "omissão inconstitucional" por parte dos deputados e senadores na matéria.

Considerado patrimônio nacional, o Pantanal conta atualmente com a proteção do Código Florestal e de leis estaduais. Por enquanto, só a Mata Atlântica conta com uma lei federal específica, que representou um divisor de águas na preservação do bioma.

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Antônio Fagundes surpreendeu Tatá Werneck ao revelar que já foi preso. Convivado do programa Lady Night exibido na última quinta-feira, 14, o ator contou que foi detido em uma viagem internacional por motivo inusitado.

Fagundes foi preso em Singapura, país do sudeste asiático, por conta de uma bengala.

O ator coleciona bengalas, mas não costuma comprar exemplares em viagens ao exterior, pela dificuldade de transporte. Porém, acabou encontrando uma que era desmontável, e decidiu levar.

Ao passar no raio-x do aeroporto com a mala, Fagundes foi obrigado a abri-la. Eis que o próprio ator levou um susto: dentro da bengala, havia uma adaga - uma espada curta semelhante a um punhal.

Ele narrou o ocorrido: "Cheguei em Singapura. O rapaz perguntou: 'Essa mala é sua?' Disse: 'É'. Ele perguntou: 'Posso abrir? Posso revistar?' Ele revistou, pegou a bengala e perguntou o que era. Disse que era uma bengala. Ele desenroscou e tirou uma adaga desse tamanho de dentro da bengala", contou o ator. "Aí ele falou: 'O senhor tá preso!' Em Singapura! Fui fichado em Singapura. Eles acreditaram em mim, que eu não sabia o que era a bengala, mas me ficharam."

Viih Tube, que deixou a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) na sexta-feira, 15, ainda está no hospital. Ela precisou fazer uma transfusão de sangue depois do nascimento do segundo filho, Ravi. Na manhã deste sábado, 16, a influenciadora publicou alguns stories em seu Instagram e escreveu sobre como a filha Lua, de 1 ano, e o recém-nascido estão lhe dando forças no momento delicado.

A influenciadora compartilhou um vídeo de Lua registrado pela família, em que a pequena abraça um porta-retrato com foto da mãe e do pai, Eliezer. Em seguida, a criança coloca o objeto em seu carrinho de brinquedo como se os levassem para passear.

"Filha, querer estar com você está me dando forças. A mamãe está com muita esperança de te ver logo, com muita saudade! Já chorei tanto com esse vídeo", escreveu Viih Tube.

Outro vídeo mostra que Lua levou o retrato para sua brinquedoteca. "Eu preciso de você, e você precisa de mim", escreveu Viih.

Viih ainda mostrou momentos com Ravi na maternidade. "Enquanto estive na UTI, ele vinha de 3h em 3h para mamar, e também eram os momentos que mais me davam força", compartilhou. A influenciadora confirmou que já está no quarto, mas não tem usado muito o celular. "Passando para dizer que estou bem melhor, logo vou para casa", tranquilizou.

O que aconteceu com Viih Tube

Ravi, segundo filho do casal, nasceu na noite de segunda-feira, 11. Viih havia optado pelo parto normal, mas após 19 horas de trabalho de parto ativo, foi necessária uma cesárea de emergência. "Foram coisas perigosas e visíveis. Estava dando algo errado, e teve que ser correndo. Tanto que quase tivemos que ir para a UTI, tanto eu quanto o Ravi", compartilhou ela na quarta.

A influenciadora voltou a ser internada três dias depois, na quinta-feira, 14. "Viih Tube está na UTI pois precisou de uma transfusão de sangue. Mas se recupera bem, acompanhada pela mãe", confirmou a assessoria. O motivo que teria levado à necessidade de reposição de sangue não foi informado, no entanto.

Ela apresentou melhora significativa no quadro de saúde e deixou a UTI na manhã de sexta-feira, 15, "Está no quarto, segue monitorada pela equipe médica, acompanhada pelo marido Eliezer e a mãe Viviane. Também na maternidade, o filho Ravi esta muito bem!", informou um novo comunicado.

Até o momento, não foi divulgada a previsão de alta de Viih Tube e de Ravi.

"O Café da Lua Cheia não tem endereço fixo. Ele surge cada hora em um lugar: às vezes no centro comercial que você frequenta, na estação final da linha de trem ou até às margens calmas de um rio. E o nosso estabelecimento não aceita pedidos dos clientes. Nós preparamos uma bebida, um doce ou um prato exclusivo para você. Quem sabe, talvez tudo não passe de um sonho... - disse o gato tricolor, sorrindo com os olhos quase fechados".

Imagine que você não está muito contente com o resultado de algumas decisões que tomou na vida e não sabe o que fazer a partir de então. Agora, imagine que, ao caminhar perdido durante uma noite de lua cheia, um café misterioso apareça, de repente, à sua frente. Você é convidado a se sentar, mas não por qualquer funcionário e sim por um gato tricolor de dois metros! Essa é a premissa de Os Gatos do Café da Lua Cheia, romance de estreia da japonesa Mai Mochizuki, que já vendeu mais de 300 mil exemplares no Japão e teve os direitos vendidos para mais de 20 países.

No decorrer da história, a autora nos apresenta os desafios enfrentados por uma roteirista de jogo de videogame ansiosa e insegura, de uma ambiciosa e rigorosa diretora de um canal de TV, de uma jovem atriz em ascensão, de um sério e reservado profissional de T.I. e de uma cabelereira amigável e simpática, bem como seus respectivos encontros com os gatos falantes do Café da Lua Cheia. Pode até parecer que estas quatro pessoas foram escolhidas ao acaso, mas, na verdade, o leitor acabará descobrindo que todas estão ligadas por uma inesquecível e inspiradora memória de infância.

Embalados por música clássica e um cardápio recheado de apetitosas comidas e bebidas inspiradas pelo Sistema Solar, os quatro personagens principais são atendidos por gatos com nomes de planetas e especialistas em Astrologia, que leem seus mapas astrais e dão conselhos valiosos para que essas pessoas continuem seus caminhos mais sintonizadas com suas próprias personalidades, de forma mais consciente e promissora.

Ao final, você aprenderá que nossos problemas não são tão difíceis de resolver quanto imaginamos e que se nos dedicarmos, com uma ajudinha dos astros e dos felinos, somos capazes de seguir a trilha certa, alcançando com tranquilidade e sucesso os objetivos que almejamos.

Leia trecho de Os Gatos do Café da Lua Cheia

Estávamos no comecinho de abril. Uma brisa fresca entrou pela janela que eu havia deixado escancarada e trouxe o aroma da primavera, além de uma bela melodia de piano. A música era Saudação do Amor, de Elgar.

De repente, como que atraído pela música, um gato surgiu no solar da varanda. O prédio não proibia animais de estimação, então o bichano devia ser de algum vizinho. Era um tricolor, com pelos brancos, marrons e pretos.

Parei de picar o que estava preparando na cozinha e fiquei simplesmente olhando para ele. Era fascinante a forma como desfilava pela superfície estreita do batente sem se desequilibrar, com tanta elegância. Com o céu azul sem nuvens e a cerejeira ao fundo, a cena até parecia uma pintura.

Em contrapartida, eu não ostentava nem um pingo de senso artístico. Estava cozinhando - ou quase isso - um almoço nada elegante: picava cebolinha para o lámen instantâneo e me preparava para refogar cenoura, brotos de feijão e espinafre no óleo de gergelim.

O gato parou no meio do batente e semicerrou os olhos, parecendo deliciado com o som do piano. O rabo longo balançava como um pêndulo.

Meu apartamento era pequeno, de um cômodo só, o que significava que a distância da cozinha até a varanda era bem curta. Talvez por ter sentido o meu olhar, o felino se virou e miou. Não foi a "Saudação do Amor", mas foi a saudação do gato.

Sorri, lavei as mãos e fui até lá. Ao abrir a tela mosquiteira, percebi que o bichano não estava mais no solar. Procurei em volta e não o achei. Como moro no terceiro andar, fiquei preocupada com a possibilidade de ele ter escorregado e caído. Olhei lá para baixo, mas também não o encontrei. Sorri, aliviada. Gatos não caem desse jeito, pensei, e apoiei as mãos no batente.

A Saudação do Amor já havia acabado. Agora tocava o Estudo Opus 10, nº 3, de Chopin, conhecido também como Tristesse, a música do adeus.

O adeus... Soltei um longo suspiro e abaixei a cabeça. Dizer adeus a quem se ama afeta qualquer um, ainda mais uma mulher de 40 anos que sonha ardentemente em se casar e acredita ter encontrado a pessoa certa. Havíamos ficado juntos por tanto tempo que a presença dele se tornara algo muito natural para mim. Mas a verdade é que não existem coisas "naturais". Bem, sendo assim, então talvez gatos pudessem escorregar e cair.

Tomada de novo por essa preocupação, olhei para baixo mais uma vez, porém nem sombra do animal. Ele devia de fato estar bem. Fui só eu mesma quem levou um tombo.

Onde será que eu errei?, me questionei.

Ouvi vozes infantis vindo lá de baixo e olhei na direção do barulho. Havia crianças caminhando por ali, que deviam estar de férias. A tensão foi substituída pela nostalgia: será que os alunos de quem cuidara naquela época estavam bem?

Será que eu deveria mesmo ter desistido de ser professora? Ah, mas se eu ainda desse aula, os pestinhas continuariam a me fazer perguntas invasivas como "Professora, a senhora não é casada?", e se me perguntassem isso naquele momento eu provavelmente acabaria caindo no choro na frente da turma. Tinha sido melhor assim. Assenti como que tentando convencer a mim mesma disso.

Voltei para dentro do apartamento e fechei a tela mosquiteira. Só então percebi que já não se ouvia mais o som do piano.