Por que o risco de elevação do nível do mar pode ser maior do que o projetado até aqui?

Geral
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times
Um estudo publicado nesta terça-feira, 25, pela revista científica Nature Geoscience sugere que o risco de elevação do nível do mar, em decorrência do aquecimento global, pode ser ainda maior do que as projeções atuais indicam. Isso se daria por conta de infiltrações de águas oceânicas em mantos de gelo da Antártida, o que resultaria em um derretimento acelerado.

O resultado dessa infiltração foi identificado pelos pesquisadores como um possível ponto de inflexão. O processo de derretimento ocorreria da seguinte forma:

- a água quente que chega do oceano derrete cavidades sob os mantos de gelo, o que, consequentemente, aumenta o tamanho dessa cavidade e faz com que um fluxo de água ainda maior circule por ali, em um processo denominado pelos pesquisadores como "retroalimentação".

Alexander Bradley e Ian Hewitt, os autores do estudo, identificaram que mesmo pequenos aumentos de temperatura na água infiltrada pode resultar em um grande derretimento de gelo. "A cada décimo de grau de aquecimento do oceano, chegamos cada vez mais perto de ultrapassar esse ponto de inflexão", disse Bradley em entrevista ao jornal britânico The Guardian. O estudo não identificou a proximidade do ponto de inflexão.

Os cientistas acreditam que os modelos de análise do derretimento de mantos de gelo não consideram o efeito da retroalimentação e que a inclusão do fenômeno nos cálculos pode resultar em previsões alarmantes para o futuro do planeta.

"A infiltração de água do mar pode ser a peça que faltava. Há muitas evidências de que, quando você a inclui nos estudos, a quantidade de elevação do nível do mar que os modelos preveem pode ser muito maior", diz Bradley.

Ele acredita que os novos estudos podem projetar até o dobro de elevação do nível do mar. Resta saber se o fenômeno identificado na pesquisa pode ser replicado em larga escala. "Queremos colocar a infiltração de água do mar nos modelos de mantos de gelo para ver se essa duplicação da elevação do nível do mar se confirma ao analisar toda a Antártida", completa.

O aumento do nível dos oceanos é um dos mais alarmantes impactos de longo prazo que podem ser causados pelas mudanças climáticas. Um levantamento da organização Climate Central indicou que sete cidades brasileiras correm risco de inundação nas próximas décadas. Entre elas, estão Rio de Janeiro e Santos, no litoral paulista.

Ainda segundo o estudo, 100 cidades de 39 países diferentes correm risco de inundação. A Climate Central chegou a essa conclusão a partir de dados do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC).

Leia o artigo completo.

Em outra categoria

Uma pintura de Mark Rothko avaliada em US$ 56 milhões (R$ 318 milhões na cotação atual) foi danificada após uma criança "riscá-la" durante uma visita a um museu na Holanda.

O caso aconteceu na semana passada. O quadro era exibido como peça de destaque no Museu Boijmans Vans Beuningen, em Roterdã.

À BBC, um porta-voz do museu descreveu o dano como superficial. "Pequenos arranhões são visíveis na camada de tinta sem verniz na parte inferior da pintura", explicou.

"Foram requisitados especialistas em conservação na Holanda e no exterior. Atualmente, estamos pesquisando os próximos passos para o tratamento da pintura", completou.

A gerente de conservação da Fine Art Restoration Company, Sophie McAloone, disse ao veículo que pinturas modernas sem verniz, como a de Rothko são "particularmente suscetíveis a danos" por causa da "combinação de materiais modernos e complexos, da ausência de uma camada de revestimento tradicional e da intensidade dos campos de cores planas, que tornam até as menores áreas de danos instantaneamente perceptíveis."

"Nesse caso, arranhar as camadas superiores de tinta pode ter um impacto significativo na experiência de visualização da peça", concluiu.

*Estagiária sob supervisão de Charlise Morais

Manoel Carlos, de 92 anos, reapareceu nas redes sociais nesta terça-feira, 29, em uma foto publicada pela filha, a atriz e empresária Júlia Almeida.

A imagem, que mostra pai e filha no apartamento onde vivem no Rio de Janeiro, marca a primeira aparição pública do autor desde que enfrentou uma piora no estado de saúde.

Conhecido por novelas como Laços de Família, Por Amor e Mulheres Apaixonadas, Manoel Carlos sofre de Parkinson e passou por uma cirurgia em dezembro.

Desde então, mantém uma rotina mais reservada. Em janeiro, Júlia negou rumores de que o pai estaria isolado e afirmou que o recolhimento foi uma escolha dele próprio.

"Ele é uma pessoa discreta, que pediu para ficar mais recluso. Está bem cuidado, com equipe médica e ao lado da minha mãe, como ele escolheu estar", declarou na ocasião.

Na legenda da publicação mais recente, Júlia compartilhou uma reflexão sobre pausas, simplicidade e criação com propósito. Sem mencionar diretamente o estado de saúde do pai, ela escreveu: "Pausar não é se afastar. É voltar pro corpo, pro que é simples, pro que já está aqui".

nome

O Instituto Identidades do Brasil (ID_BR) anunciou nesta quarta-feira, 30, uma seleção de artistas que vão se apresentar na 8ª edição do Prêmio Sim à Igualdade Racial. A iniciativa tem o propósito celebrar pessoas negras e indígenas, empresas e iniciativas que se destacam na luta pela igualdade racial no País.

João Gomes, Sandra de Sá, Belo, Gaby Amarantos e Djonga se unem a JotaPê, Majur e Os Garotin e vão se apresentar durante a cerimônia, que será realizada no próximo dia 7 de maio, quarta-feira, no Rio de Janeiro. Os melhores momentos serão transmitidos na Globo no dia 25, após o Fantástico.

Completam o line-up Altayr Veloso, cantor e compositor carioca; Dom Filó, DJ, produtor cultural e ativista do Movimento Negro; Maria Preta, rapper e poeta; Zaynara, cantora e compositora paraense; Kena Maburo, artista indígena, e Ilê Aieyê, primeiro bloco afro do Brasil, além das finalistas Djuena Tikuna e Kaê Guajajara, artistas e ativistas indígenas

"Nesta edição, reunimos artistas que representam a alma da música brasileira e que, com sua arte, reforçam a urgência da igualdade racial. Cada show é uma manifestação de afeto, ancestralidade e resistência", afirma o diretor Tom Mendes.

Além de premiar os destaques nos três segmentos principais, cultura, educação e empregabilidade, o prêmio neste ano também promete levantar questões relativas à mudança climática e a pautas de gênero, e buscar diálogos direcionados às regiões Norte e Nordeste do País.