STJ mantém direito de aposentaria da 1ª mulher trans da FAB, afastada por mudança de gênero

Geral
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times
A primeira mulher trans da Força Aérea Brasileira (FAB), Maria Luiza da Silva, venceu uma batalha judicial contra a corporação. Nos anos 2000, após fazer uma cirurgia de redesignação sexual, ela foi afastada compulsoriamente do cargo por ser considerada "incapaz definitivamente para o serviço militar".

Após decisão unânime, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) publicou a deliberação na última terça-feira, 25, a favor de Maria, mantendo o direito à aposentaria como subtenente. Ela entrou com a ação na Justiça logo após sair da Força para tentar se reintegrar à função, porém, só conseguiu um parecer favorável 16 anos depois, quando não tinha mais idade para atuar como cabo.

Ela, que já tinha duas décadas de carreira quando foi considerada incapaz de permanecer na Aeronáutica, passou a lutar pelo direito de aposentaria correspondente ao cargo que poderia ter alcançado se não fosse impedida de continuar trabalhando.

Para o ministro Herman Benjamin, relator do caso, é "inconcebível" não dar esse direito à ex-militar, pois ela poderia ter avançado na carreira se não fosse impedida.

"À vista disso, é inconcebível dizer, como faz a União, que a agravada tem direito à aposentadoria integral apenas no posto de cabo engajado. Prestigiar tal interpretação acentua a indesculpável discriminação e os enormes prejuízos pessoais e funcionais sofridos pela recorrida nos últimos 20 anos em que vem tentando, agora com algum êxito, anular a ilegalidade contra si praticada pelas Forças Armadas do Brasil", disse o relator em seu parecer.

Em outra categoria

Nesta segunda-feira, 4, morreu aos 88 anos Evandro Teixeira, um dos maiores fotojornalistas do Brasil. O fotógrafo estava internado na Clínica São Vicente, na Gávea, Zona Sul do Rio de Janeiro, e morreu em decorrência de falência múltipla de órgãos após complicações de uma pneumonia. Evandro deixa a mulher, Marli, com quem foi casado por 60 anos, além de duas filhas e três netas.

O velório será realizado na terça-feira, 5, em uma cerimônia aberta ao público na Câmara dos Vereadores, no Centro do Rio.

O Legado de Evandro Teixeira

Nascido em 1935, em Irajuba, um pequeno povoado a 307 quilômetros de Salvador, na Bahia, Evandro Teixeira deixou sua cidade natal para capturar o Brasil através de suas lentes. Ainda jovem, ele fez um curso de fotografia a distância e, reconhecido pelo talento, mudou-se para o Rio de Janeiro em 1957, onde passou a trabalhar no Diário da Noite.

Em suas imagens em preto e branco, Evandro registrou momentos icônicos da história brasileira, consolidando-se como um dos grandes nomes do fotojornalismo. Passou 47 anos no Jornal do Brasil, onde documentou episódios marcantes, como o golpe militar e a ocupação do Forte de Copacabana em 1º de abril de 1964. Para fazer o registro, ele se disfarçou de oficial, escondendo uma câmera ao lado de um amigo militar. "Ele bateu continência, eu bati também e disse que era o capitão tal - já não lembro o nome (risos)", relembrou em entrevista ao G1 em setembro de 2023.

A foto tornou-se capa do Jornal do Brasil, destacando os militares em contraste com a chuva que caía. "Tirei o filme da câmera e escondi na meia. Na saída, tive que mostrar a câmera, mas o filme já estava seguro", contou.

A marcha de cem mil pessoas protestou contra as arbitrariedades do regime militar. Como resposta, Costa e Silva decretou, em dezembro de 1968, o Ato Institucional número 5 (AI 5), que suspendia garantias constitucionais e concedia enormes poderes ao governo federal

Evandro transformou seu trabalho em uma forma de resistência, documentando para que os horrores da ditadura no Brasil não fossem esquecidos. Ele também registrou a histórica Passeata dos 100 Mil em 1968, na Cinelândia, no Centro do Rio, capturando cenas como a de um estudante caindo enquanto era perseguido por policiais. Em entrevista ao Estadão em 2014, refletiu sobre a cobertura desses momentos tensos: "É a própria sociedade que se manifesta de uma forma diferente. E, infelizmente, o 'inimigo' pode estar ao seu lado".

Garota do Momento estreia nesta segunda-feira, 4, na faixa das 18h da Globo. Será mais uma novela das seis de época e escrita por Alessandra Poggi, responsável pelo sucesso Além da Ilusão. A trama terá tudo que os noveleiros mais gostam: drama familiar e uma mocinha apaixonada correndo atrás de seus sonhos e lutando por seu amor, enquanto enfrenta vilanias diversas.

A mocinha, no caso, é Beatriz, interpretada por Duda Santos (Maria Santa de Renascer). A jovem criada pela avó Carmem (Solange Couto) cresceu acreditando ter sido abandonada pela mãe, Clarice (Carol Castro), mas descobre a verdade sobre seu passado e muda-se para o Rio de Janeiro, onde fará de tudo para encontrá-la. Na Cidade Maravilhosa, se torna garota propaganda de uma das maiores fábricas de sabonete do País. No Rio, também se apaixona por Beto.

O menino é filho de Olga (Palomma Duarte) e Raimundo (Danton Mello). Seu pai é dono de uma grande agência de publicidade, mas Beto nunca quis participar do negócio da família e prefere trabalhar como jornalista e fotógrafo. A grande ferida do personagem é o abandono da mãe. O jovem é namorado de Bia (Maisa), mas não é apaixonado por ela.

O triângulo amoroso é fechado com a estreante em telenovelas da Globo, Maisa, que dá vida a Bia. A menina é criada por Clarice, no lugar de Beatriz, sem saber, que na verdade, é filha de outro casal, Juliano (Fábio Assunção) e Valéria. Mimada e caprichosa, será a antagonista da história. Bia costuma usar seu problema cardíaco congênito para se fazer de vítima.

Carol Castro interpreta Clarice, mãe de Beatriz que, depois de ter ficado viúva, passou a trabalhar como lavadeira. Com talento para a arte, a vai para o Rio em busca de oportunidades e conhece o empresário Juliano, por quem se apaixona. Juliano é herdeiro da Perfumaria Carioca e, apesar de estar noivo de Clarice, a trai com Valéria (Julia Stockler), que acaba morrendo. Depois de descobrir a traição, a moça sofre um acidente e perde a memória. Depois disso, O rapaz aceita o plano inescrupuloso sugerido pela mãe de criar um novo passado para Clarice. Assim, Bia acaba sendo criada pelos dois, como se fosse filha do casal.

A mãe de Juliano é a perspicaz e malvada Maristela (Lilia Cabral), mulher rica, conservadora e preconceituosa, que se opõe ao casamento do filho com Clarice. A perda de memória da nora aparece como oportunidade para apagar o passado que Maristela desaprova, por envolver uma criança (Beatriz). Inteligente e manipuladora, arquiteta o plano para dar outra vida à jovem, que se casa com seu filho.

Para isso, ela conta com a ajuda de Zélia (Letícia Colin), que fo sua secretária no passado. Maristela propõe que ela finja ser irmã de Clarice e a ajude a inventar um passado mentiroso. Zélia aceita e se torna sócia de Clarice no comando da Magnifique Escola para Moças, passando a fazer parte da alta sociedade carioca.

A novela também vai mostrar a efervescência cultural da época, com a televisão, a música e diversão entre os jovens. Eduardo Sterblitch é Alfredo Honório, dono do canal de TV Ondas do Mar e apresentador do Alfredo Honório Show, um programa de auditório de sucesso. Alegre e extrovertido, ele ama o trabalho e trata os funcionários com respeito e empolgação. É casado com Teresa (Maria Eduarda de Carvalho) e sua maior preocupação é a felicidade da filha, Eugênia (Klara Castanho). A menina sofreu um acidente doméstico quando criança, queimando parte do braço em um incêndio. Por conta das cicatrizes, tornou-se uma moça com baixa autoestima e emocionalmente frágil. A mãe se culpa pelo ocorrido e por isso desenvolveu um Transtorno Obsessivo Compulsivo.

Os jovens da novela se encontrarão no Boliche Bowling Rock, administrado por Ulisses (Ícaro Silva). Seus pais, Vera (Tatiana Tiburcio) e Sebastião (Cridemar Aquino), trabalham para a família de Beto - os dois foram criados juntos e são melhores amigos. Ulisses é dono do Boliche Bowling Rock, ponto de encontro da garotada, e está sempre envolvido com as atividades musicais do Clube Gente Fina. O local, administrado por seus pais, promove todo tipo de evento social.

Antônio Augusto Amaral de Carvalho, fundador da Jovem Pan, morreu aos 93 anos. A informação foi divulgada pelo Grupo Jovem Pan na tarde desta segunda-feira, 4. A causa da morte não foi revelada.

"É com imenso pesar que o Grupo Jovem Pan anuncia o falecimento de Antônio Fagundes Amaral de Carvalho, aos 93 anos. Fundador da Jovem Pan, Seu Tuta, ícone da comunicação, revolucionou a história da Rádio Jovem Pan e marcou época na televisão. Ele estava internado no Hospital Sírio Libanês com a saúde debilitada", diz o comunicado divulgado pela emissora.

Em 1940, Tuta entrou no meio jornalístico, em programas de televisão em rádio. Em seguida, na década de 1960, ajudou a criar festivais de música na TV Record, ajudando a explosão de movimentos como a Tropicália e a Jovem Guarda.

Nos anos 1970, Tuta transformou a Rádio Panamericana em Jovem Pan, com a qual foi pioneiro nas transmissões esportivas ao vivo a partir de estádios fora do eixo Rio-São Paulo. Quando idealizou a Jovem Pan Online, se tornou o primeiro comunicador a apostar em transmissões pela internet.

Durante sua carreira, o fundador da Jovem Pan venceu o prêmio APCA, da Associação Paulista de Críticos Teatrais. "Pai, marido, avô, bisavô e querido por centenas de funcionários. Antônio Augusto Amaral de Carvalho começou a entrar para a história já nos tempos da TV Record. Seu Tuta imortalizou a frase: 'Ninguém faz sucesso sozinho'", finaliza a nota de pesar.

Tuta era filho do empresário e advogado Paulo Machado de Carvalho, fundador da TV Record, que dá nome ao Estádio do Pacaembu, em São Paulo, e irmão de Paulo Machado de Carvalho Filho, que também trabalhou na rádio e TV Record.

O empresário presidiu a Rádio Jovem Pan entre 1973 e 2014, ano em que deu o cargo para seu filho Antônio Augusto Amaral de Carvalho Filho, o Tutinha, que deixou o cargo em 2023.