Câncer infantil: remédio de R$ 2 milhões ganha parecer favorável para inclusão no SUS

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Uma campanha em prol de Pedro, filho do indigenista Bruno Pereira e da antropóloga Beatriz de Almeida Matos, mobilizou milhares de doadores no início deste ano. A meta era arrecadar R$ 2 milhões para a compra do medicamento Qarziba (betadinutuximabe), indicado para tratar um tipo agressivo de câncer chamado de neuroblastoma. A "vaquinha" deu certo e o menino, então com 5 anos, teve acesso à terapia.

O caso de Pedro é uma exceção e conseguir o remédio continua sendo um desafio, mas isso pode mudar nos próximos meses, com o novo parecer da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) sobre o medicamento.

"A recomendação do comitê é para que a tecnologia seja incorporada ao SUS, caso a empresa fabricante mantenha o desconto oferecido de avaliação para venda ao governo", diz o Ministério da Saúde. "O alto custo do tratamento é um desafio para diversos países, que entendem a importância de dar acesso à terapia para crianças que enfrentam a doença", acrescenta.

O laboratório farmacêutico Recordati, responsável pelo Qarziba, já havia pedido a inclusão anteriormente, mas o parecer havia sido negado pelo custo elevado. Agora, com a oferta de um desconto, a Conitec é favorável à disponibilização do tratamento na rede pública e o posicionamento será analisado pelo Ministério da Saúde, a quem cabe a decisão final. A estimativa da pasta é de cerca de 55 pacientes contemplados por ano.

Mobilização

Antes da reunião da Conitec, Beatriz e Laira Inácio, fundadora do Instituto Anaju, que fornece assistência a crianças com câncer e doenças raras, tiveram um encontro com a ministra da Saúde, Nísia Trindade, para discutir a possibilidade de fornecimento do medicamento pelo SUS.

"Na próxima quinta-feira, dia 5, esse tema será novamente pautado na Conitec, e precisamos unir nossas forças para pressionar o governo a garantir que esse medicamento vital esteja acessível a todas as crianças que dele necessitam", escreveram após a reunião no ministério.

"O Qarziba pode ser a esperança de muitas famílias que enfrentam o câncer infantil. Não podemos permitir que a burocracia seja um obstáculo para a vida dessas crianças. Agora, mais do que nunca, contamos com o apoio de todos para fazer nossa voz ser ouvida!", acrescentaram na postagem no Instagram em que comentam o encontro e apresentam o depoimento de crianças com neuroblastoma.

Neuroblastoma

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o neuroblastoma é um câncer que acomete principalmente as crianças menores de 10 anos, incluindo recém-nascidos e lactentes. "A doença surge em geral nas glândulas adrenais, localizadas na parte superior do rim, e leva normalmente ao aumento do tamanho do abdômen", informa.

Atualmente, o tratamento pode incluir quimioterapia, cirurgia, radioterapia e transplante de medula óssea. Com o Qarziba, a imunoterapia também entraria nessa lista.

"O Qarziba é uma imunoterapia, isto é, uma espécie de proteína que, ao se conectar com células dos tumores, ativa o sistema imunológico da pessoa para destruir estas células", explica o Ministério da Saúde. "Nas evidências analisadas, ele demonstrou potencial de aumentar em 34% a expectativa de sobrevivência e em 29% a chance de remissão."

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O ex-Beatle Ringo Starr afirmou que só seguirá fazendo música sob uma condição: estar em uma banda. Em entrevista ao jornal The Times, publicada no último domingo, 12, o baterista explicou sua decisão.

"Eu só quero estar em uma banda. Não quero estar sozinho. Não tem como subir no palco e tocar 'Yesterday' apenas com a bateria", declarou.

Starr, que fez história ao lado de Paul McCartney, John Lennon e George Harrison nos anos 60, lançou em 10 de janeiro seu novo álbum, Look Up, que traz influências do country. É seu primeiro trabalho desde 2019.

Beatles e reencontro com McCartney

Sobre seu papel nos Beatles, Starr reconheceu suas limitações vocais, mas destacou o apoio de seus colegas. "Eu sempre quis ser outra pessoa, como Jerry Lee. Quero dizer, consigo segurar uma melodia, desde que seja no meu tom. Deu certo com os Beatles porque John e Paul eram grandes compositores", afirmou.

Ele também relembrou algumas das canções que marcaram sua trajetória, como With a Little Help from My Friends e Yellow Submarine. "Essas músicas ainda são gigantescas, e eu continuo tocando-as nas turnês. Eles escreveram muitas canções incríveis para mim."

Em dezembro, Starr reencontrou Paul McCartney no palco, durante uma apresentação no O2 Arena, em Londres. Os dois tocaram clássicos como Helter Skelter e Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band. Esse foi o primeiro show em que se reuniram desde julho de 2019.

Ainda Estou Aqui entrou em cartaz em mais de 200 salas de cinema na França com o título Je Suis Toujours Là nesta semana. Com a exibição, o longa passou a receber resenhas de veículos franceses. E um dos mais tradicionais jornais do país, o Le Monde, fez uma crítica negativa do filme.

O crítico Jacques Mandelbaum dedicou uma página da edição do tradicional jornal francês para sua crítica. Para ele, a atuação de Fernanda Torres é "um tanto monocórdica."

Mandelbaum não gostou da "concentração melodramática" em Eunice Paiva, que fez o filme "passar com um traço leve demais pela compreensão do mecanismo totalitário".

O autor da crítica ainda comparou o trabalho de Fernanda Torres com o de Sônia Braga em Aquarius, alegando que as duas personagens beiram uma representação religiosa demais do sofrimento. O jornal avaliou o filme com uma estrela, em uma escala que vai até quatro.

Outros veículos franceses, porém, foram mais elogiosos a Ainda Estou Aqui. O jornal Liberátion disse que "Walter Salles narra com força e emoção o luto impossível que atingiu os Paiva". O Le Figaro classificou o filme como "uma cativante e poderosa narrativa histórica".

A revista especializada em cinema Première, por sua vez, o definiu como "uma obra dilacerante". Outra publicação tradicional, a Cahiers du Cinemà, o chamou de "um filme realizado com sutileza, que reafirma a necessidade da transmissão".

Emilia Pérez, representante francês ao Oscar 2025, é o principal rival de Ainda Estou Aqui na premiação. Os indicados ao Oscar serão revelados no próximo dia 23.

*Estagiária sob supervisão de Charlise de Morais

Neil Gaiman negou as acusações de abuso sexual das quais é alvo. O autor de Sandman usou seu blog pessoal para rebater os relatos apresentados pela New York Magazine na última segunda-feira, 13. A reportagem da revista apresenta denúncias de oito mulheres.

"(São) descrições de coisas que aconteceram ao lado de coisas que definitivamente não aconteceram. Estou longe de ser uma pessoa perfeita, mas nunca me envolvi em atividade sexual não consensual com ninguém. Nunca", começou.

O britânico ainda justificou seu silêncio e ressaltou que sempre tentou ser uma pessoa reservada. "Fiquei quieto até agora, tanto por respeito às pessoas que estavam compartilhando suas histórias quanto por um desejo de não chamar ainda mais atenção para muita desinformação [...] Sentia que as mídias sociais eram o lugar errado para falar sobre assuntos importantes."

Gaiman afirmou que já foi uma pessoa "descuidada" com os sentimentos das outras, mas que nunca abusou de ninguém sexualmente e que todas as relações que teve foram consensuais.

"Algumas das histórias horríveis que estão sendo contadas agora simplesmente nunca aconteceram, enquanto outras foram tão distorcidas do que realmente aconteceu que não têm relação com a realidade. Estou preparado para assumir a responsabilidade por quaisquer erros que cometi. Não estou disposto a virar as costas para a verdade, e não posso aceitar ser descrito como alguém que não sou, e não posso e não vou admitir ter feito coisas que não fiz", finalizou.

O autor já havia negado as acusações de abuso sexual quando o podcast Master: as alegações contra Neil Gaiman, da Tortoise, abordou o assunto.