Conto infantil de Ana Primavesi explica o ciclo da água e dá pistas sobre a seca no Brasil

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Em tempos de seca extrema, incêndios e uma nuvem de fumaça se espalhando pelo Brasil, novamente a engenheira agrônoma Ana Maria Primavesi, falecida há quatro anos, aos 99 anos, vem nos ensinar a importância de preservar solo, água e florestas. Apontando, sempre, o caminho para se reverter a triste e atual crise climática no Planeta.

Considerada a precursora da agroecologia em terras tropicais, e referência quando se trata de preservação da vida dos solos - ensinamentos dos quais, hoje, a agricultura empresarial vem prestando cada vez mais atenção, mesmo que a ela não dê o devido crédito -, a agrônoma escrevia livros científicos, mas também sabia falar com as crianças sobre temas ambientais.

Prova disso é o livro recém-lançado Tatá, Pepe e Gigi: as Três Gotinhas de Chuva, pela Editora Expressão Popular. A história para crianças, extraída do compilado A Convenção dos Ventos - Agroecologia em Contos, descreve como funciona o ciclo da água no Planeta por meio da jornada dessas três gotinhas - uma boa forma de se ensinar o tema em ambiente escolar.

A aventura das personagens mostra como este ciclo ocorre naturalmente em um ambiente preservado e como o ser humano vem conseguindo interrompê-lo, com desflorestamento e compactação do solo, que resultam em secas, erosão, tempestades e enchentes cada vez mais incontroláveis - vide a tragédia recente no Rio Grande do Sul.

Na primeira parte do conto, Tatá, Pepe e Gigi se divertem caindo de uma nuvem como chuva sobre a floresta, usando folhas como escorregador, pousando suavemente sobre um colchão de folhas caídas no chão da mata e, finalmente, chegando ao solo, onde topam com inúmeros túneis. Curiosas, penetram nessas cavidades e, ali, aprendem a levar minerais para alimentar as raízes das plantas ou abastecer o lençol freático. Assim, conseguem manter a floresta úmida, viva e alimentada. Cumprida esta função, voltam a evaporar, seja das copas das árvores, seja de lagos ou rios, e a ser nuvem, preparando-se para cair no mar, evaporar novamente e irem "se divertir" em outra parte do Planeta.

Com um ambiente preservado, esse "playground" natural seria palco infinito de diversão para as gotinhas. Mas, em tempos de crise climática, como o atual, quando retornam anos depois a cair como chuva, não encontram mais a floresta, e sim plantações e o solo fechado, compactado, para recebê-las. Sem penetrar na terra, escorrem sobre a superfície, transformando-se em enchentes ao se juntarem com bilhões de outras gotinhas que também foram barradas. E os agricultores, que esperavam a água para banhar seus plantios, só veem Tatá, Pepe e Gigi irem cada vez mais para o alto e bem longe, por causa da rápida evaporação ocasionada pelo calor excessivo do solo, indo cair na forma de violentas torrentes em outra freguesia, com solo igualmente compactado.

"Gigi olhou para trás e sentiu pena das plantas que, apesar da chuva, iriam ficar sem água, porque somente a água que entra na terra rega as raízes", conta, no livro, Primavesi. E o que as plantas vão fazer? "Morrer de sede, numa seca danada."

O livro, que serve de alerta também para adultos, não poderia ter sido lançado num momento mais propício de seca extrema pela qual passa o Brasil. E nada como conscientizar as crianças sobre a importância da preservação ambiental, como fez, ao longo de mais de 70 anos, a visionária Ana Maria Primavesi. O livro custa R$ 28 e pode ser adquirido no site da Expressão Popular, no link https://encurtador.com.br/QUxOY

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O ex-Beatle Ringo Starr afirmou que só seguirá fazendo música sob uma condição: estar em uma banda. Em entrevista ao jornal The Times, publicada no último domingo, 12, o baterista explicou sua decisão.

"Eu só quero estar em uma banda. Não quero estar sozinho. Não tem como subir no palco e tocar 'Yesterday' apenas com a bateria", declarou.

Starr, que fez história ao lado de Paul McCartney, John Lennon e George Harrison nos anos 60, lançou em 10 de janeiro seu novo álbum, Look Up, que traz influências do country. É seu primeiro trabalho desde 2019.

Beatles e reencontro com McCartney

Sobre seu papel nos Beatles, Starr reconheceu suas limitações vocais, mas destacou o apoio de seus colegas. "Eu sempre quis ser outra pessoa, como Jerry Lee. Quero dizer, consigo segurar uma melodia, desde que seja no meu tom. Deu certo com os Beatles porque John e Paul eram grandes compositores", afirmou.

Ele também relembrou algumas das canções que marcaram sua trajetória, como With a Little Help from My Friends e Yellow Submarine. "Essas músicas ainda são gigantescas, e eu continuo tocando-as nas turnês. Eles escreveram muitas canções incríveis para mim."

Em dezembro, Starr reencontrou Paul McCartney no palco, durante uma apresentação no O2 Arena, em Londres. Os dois tocaram clássicos como Helter Skelter e Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band. Esse foi o primeiro show em que se reuniram desde julho de 2019.

Ainda Estou Aqui entrou em cartaz em mais de 200 salas de cinema na França com o título Je Suis Toujours Là nesta semana. Com a exibição, o longa passou a receber resenhas de veículos franceses. E um dos mais tradicionais jornais do país, o Le Monde, fez uma crítica negativa do filme.

O crítico Jacques Mandelbaum dedicou uma página da edição do tradicional jornal francês para sua crítica. Para ele, a atuação de Fernanda Torres é "um tanto monocórdica."

Mandelbaum não gostou da "concentração melodramática" em Eunice Paiva, que fez o filme "passar com um traço leve demais pela compreensão do mecanismo totalitário".

O autor da crítica ainda comparou o trabalho de Fernanda Torres com o de Sônia Braga em Aquarius, alegando que as duas personagens beiram uma representação religiosa demais do sofrimento. O jornal avaliou o filme com uma estrela, em uma escala que vai até quatro.

Outros veículos franceses, porém, foram mais elogiosos a Ainda Estou Aqui. O jornal Liberátion disse que "Walter Salles narra com força e emoção o luto impossível que atingiu os Paiva". O Le Figaro classificou o filme como "uma cativante e poderosa narrativa histórica".

A revista especializada em cinema Première, por sua vez, o definiu como "uma obra dilacerante". Outra publicação tradicional, a Cahiers du Cinemà, o chamou de "um filme realizado com sutileza, que reafirma a necessidade da transmissão".

Emilia Pérez, representante francês ao Oscar 2025, é o principal rival de Ainda Estou Aqui na premiação. Os indicados ao Oscar serão revelados no próximo dia 23.

*Estagiária sob supervisão de Charlise de Morais

Neil Gaiman negou as acusações de abuso sexual das quais é alvo. O autor de Sandman usou seu blog pessoal para rebater os relatos apresentados pela New York Magazine na última segunda-feira, 13. A reportagem da revista apresenta denúncias de oito mulheres.

"(São) descrições de coisas que aconteceram ao lado de coisas que definitivamente não aconteceram. Estou longe de ser uma pessoa perfeita, mas nunca me envolvi em atividade sexual não consensual com ninguém. Nunca", começou.

O britânico ainda justificou seu silêncio e ressaltou que sempre tentou ser uma pessoa reservada. "Fiquei quieto até agora, tanto por respeito às pessoas que estavam compartilhando suas histórias quanto por um desejo de não chamar ainda mais atenção para muita desinformação [...] Sentia que as mídias sociais eram o lugar errado para falar sobre assuntos importantes."

Gaiman afirmou que já foi uma pessoa "descuidada" com os sentimentos das outras, mas que nunca abusou de ninguém sexualmente e que todas as relações que teve foram consensuais.

"Algumas das histórias horríveis que estão sendo contadas agora simplesmente nunca aconteceram, enquanto outras foram tão distorcidas do que realmente aconteceu que não têm relação com a realidade. Estou preparado para assumir a responsabilidade por quaisquer erros que cometi. Não estou disposto a virar as costas para a verdade, e não posso aceitar ser descrito como alguém que não sou, e não posso e não vou admitir ter feito coisas que não fiz", finalizou.

O autor já havia negado as acusações de abuso sexual quando o podcast Master: as alegações contra Neil Gaiman, da Tortoise, abordou o assunto.