Governo Lula quer pena de até 18 anos de prisão para quem provocar incêndio florestal

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O Ministério da Justiça e Segurança Pública submeteu à Casa Civil nesta quarta-feira, 25, uma minuta de projeto de lei para aumentar a pena de pessoas que provoquem incêndios florestais. A proposta é de que a pena máxima para esses casos possa chegar a 18 anos de reclusão caso a pessoa que cometeu o crime tenha praticado os quatro agravantes previstos no projeto, acumulando metade da pena máxima para cada um deles.

Atualmente, a lei prevê pena de dois a quatro anos de prisão para quem pratica incêndio em florestas. Com a proposta do governo, a pena para esse crime poderia variar de três a seis anos, e ainda haveria um acréscimo de até um terço até a metade em casos como:

- Expor a perigo a vida coletiva ou a saúde pública;

- Atingindo áreas de unidades de conservação ou áreas sujeitas, por ato do Poder Público, a regime especial de uso;

- Quando praticada por duas ou mais pessoas;

- Com a finalidade de obter vantagem financeira para si ou para outra pessoa.

A proposta estabelece ainda que será sujeito às mesmas penas as pessoas que explorarem economicamente terras públicas que tenham sido incendiadas. A pena pode ser reduzida à metade em casos onde não haja intenção de provocar o incêndio, ou seja, atos culposos.

Na exposição de motivos que acompanha a proposta, o Ministério da Justiça e Segurança Pública afirma que, segundo a Polícia Federal, as baixas penas para esse crime dificultam sua punição, já que muitos deles acabam prescrevendo antes mesmo do fim do processo. A proposta foi elaborada por um grupo de trabalho criado em fevereiro deste ano para mapear lacunas no combate aos crimes ambientais.

"A urgência da proposta se justifica pelo crescimento expressivo no número de incêndios em 2024. De acordo com o Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o País iniciou o mês de setembro com mais de 154 mil focos de calor registrados no ano (cada foco de calor visualizado no satélite pode representar uma ou várias frentes de fogo ativas)", diz a exposição de motivos assinada pelo ministro Ricardo Lewandowski.

Em entrevista ao Estadão, o delegado da Polícia Federal Humberto Freire, responsável pela Diretoria de Amazônia e Meio Ambiente do órgão, classificou as penas atuais para o crime de incêndio florestal como "muito brandas".

"O crime organizado infelizmente entendeu esse viés altamente lucrativo do crime ambiental e as penas baixas. Ele investe, o crime ambiental gera lucro altíssimo e quando descoberto, as penas são muito baixas", afirmou.

A alteração na legislação é uma das principais apostas do governo federal para tentar coibir a prática de queimadas. Além da proposta do próprio Executivo, tramita no Congresso um projeto de lei de autoria do senador Davi Alcolumbre (União) para modificar as penas. O projeto está na Câmara dos Deputados sob relatoria do deputado petista Patrus Ananias.

Fogo consumiu território equivalente ao Estado da Paraíba em agosto

A área queimada no Brasil este ano mais do que dobrou em relação a 2023. Desde janeiro, foram destruídos quase 11,4 milhões de hectares (cerca de 11 milhões de campos de futebol), alta de 116% em relação a 2023. O levantamento é do Monitor do Fogo, do MapBiomas, que reúne ONGs, universidades e empresas de tecnologia.

A escalada de focos de fogo em todo o País é a pior desde o início da série histórica do MapBiomas, de 2019. Só em agosto foram 5,65 milhões de hectares destruídos, área equivalente à do Estado da Paraíba.

Como o Estadão mostrou, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi alertado antecipadamente sobre a seca e o risco de incêndios florestais no Brasil. Uma série de documentos incluindo ofícios, notas técnicas, atas de reuniões e processos judiciais mostra que a gestão petista tinha ciência do que estava por vir desde o início do ano.

O Ministério do Meio Ambiente afirmou, após a publicação da reportagem, que o governo se antecipou, mas que ninguém esperava eventos nas proporções atuais e que não é possível controlar a situação se o "povo" continuar provocando incêndios.

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O Prêmio Platino, que destaca filmes e séries ibero-americanos, divulgou sua lista de ganhadores em 2025 neste domingo, 27, no palácio municipal Ifema, em Madri, na Espanha. As produções brasileiras Ainda Estou Aqui e Senna foram premiadas.

O destaque ficou por conta do longa Ainda Estou Aqui, que ganhou nas categorias mais importantes, como melhor filme ibero-americano, melhor atriz (Fernanda Torres) e melhor direção (Walter Salles). Já Senna venceu a categoria de melhor criador de série (Vicente Amorim, Fernando Coimbra, Luiz Bolognesi, Patrícia Andrade).

Os brasileiros vencedores do Prêmio Platino 2025

Ainda Estou Aqui (melhor filme ibero-americano de ficção)

Walter Salles (melhor direção, por Ainda Estou Aqui)

Fernanda Torres (melhor atriz, por Ainda Estou Aqui)

Vicente Amorim, Fernando Coimbra, Luiz Bolognesi e Patrícia Andrade (melhor criador de série, por Senna)

Outros indicados brasileiros ao Prêmio Platino 2025

O Brasil ainda contou com outros indicados que não faturaram nenhum prêmio neste ano. Foram eles:

Arca de Noé (melhor animação)

Cidade de Deus - A Luta Não Para (melhor série, minissérie de ficção ou documentário)

Senna (melhor série, minissérie de ficção ou documentário)

Alexandre Rodrigues, o Buscapé de Cidade de Deus (melhor ator de série)

Gabriel Leone, o Ayrton de Senna (melhor ator em série)

Andreia Horta, a Jerusa de Cidade de Deus (melhor atriz em série)

Hugo Bonemer, o Nelson Piquet de Senna (melhor ator coadjuvante de série)

Os ganhadores do Prêmio Platino 2025

Melhor estreia de ficção: El Ladrón de Perros

Melhor filme de animação: Mariposas Negras

Melhor atriz coadjuvante de série: Carmen Maura (Tierra de Mujeres)

Melhor ator coadjuvante de série: Jairo Camargo (Cien Años de Soledad)

Melhor documentário: El Eco

Melhor música original: Alberto Iglesias (La Habitación de Al Lado)

Melhor criador de série: Vicente Amorim, Fernando Coimbra, Luiz Bolognesi, Patricia Andrade (Senna)

Melhor comédia iberoamericana de ficção: Buscando a Coque

Melhor direção de arte: Eugenio Caballero, Carlos Y. Jacques (Pedro Páramo)

Melhor direção de fotografia: Edu Grau (La Habitación de Al Lado)

Melhor direção de som: Diana Sagrista, Alejandro Castillo, Eva Valiño, Antonin Dalmasso (Segundo Premio)

Melhor direção de edição: Victoria Lammers (La Infiltrada)

Prêmio Platino ao cinema e educação em valores: Memorias de Un Cuerpo que Arde

Melhor ator coadjuvante: Daniel Fanego (El Jockey)

Melhor atriz coadjuvante: Clara Segura (El 47)

Prêmio Platino de honra 2025: Eva Longoria

Melhor ator em série: Claudio Cataño (Cien Años de Soledad)

Melhor atriz em série: Candela Peña (El Caso Asunta)

Melhor roteiro: Arantxa Echevarria, Amelia Mora (La Infiltrada)

Melhor direção: Walter Salles (Ainda Estou Aqui)

Melhor atriz: Fernanda Torres

Melhor ator: Eduard Fernández (Marco)

Melhor série, minissérie de ficção ou documentário: Cien Años de Soledad

Melhor filme iboeroamericano de ficção: Ainda Estou Aqui

Renato Aragão relembrou o dia em que subiu em um dos braços e beijou a mão da estátua do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, em entrevista ao Jornal Nacional em ocasião dos 60 anos da TV Globo.

O humorista, conhecido por seu trabalho com o grupo Os Trapalhões, se emocionou ao rever as imagens e explicou o porquê de ter feito o que fez: "Consegui chegar no Rio de Janeiro, fazer sucesso na vida. Daí eu agradecia, mas eu queria simbolicamente estar lá agradecendo a imagem de Deus."

Questionado sobre como resumiria o momento em uma frase, disse: "Obrigado, meu bom Deus. Essa fé não vai acabar nunca. Nem depois que eu for."

Por que Renato Aragão subiu no Cristo Redentor

O eterno 'Didi Mocó' chamou atenção ao 'escalar' um dos braços do Cristo Redentor em 28 de julho de 1991, em ocasião dos 25 anos do grupo Os Trapalhões, no Criança.

Em depoimento ao projeto Memória Globo, há alguns anos, Renato Aragão já havia abordado o tema, negando que o tivesse feito por exibicionismo. "Eu queria ir lá à noite, escondido, com uma lanterna. Mas disse: 'Isso é infantilidade, idiotice'. Tenho que prestar contas ao Ibama, à Cúria, à Igreja. Não pode ir assim."

O comediante também destacou que chegou a beijar os pés do Cristo Redentor durante as gravações do filme Os Trapalhões e o Mágico de Oróz, mas fazia questão de fazer o mesmo nas mãos da estátua.

"Foi difícil conseguir. A nossa chantagem foi que era um programa em benefício das crianças [Criança Esperança]", relembrou, sobre as autorizações.

César Tralli, apresentador e repórter da TV Globo, publicou um texto de despedida do Vaticano após participar da cobertura sobre a morte e o funeral do papa Francisco. Neste domingo, 27, ele fez uma postagem em seu Instagram antes de embarcar em sua viagem na Itália: "Partiu, Brasil!".

"Com as lembranças de tantos abraços, apertos de mão, sorrisos, olhares de afeto e compaixão. A energia boa que vai, volta... Fazer do respeito ao próximo um caminho de paz e tolerância", escreveu.

Em seguida, Tralli concluiu: "Ouvi de uma jovem voluntária de 15 anos, que estava ajudando idosos no funeral do Papa, uma frase que me marcou: 'Não é sobre religião. É sobre ter amor no coração'. Bom domingo, boa semana e muito obrigado pela companhia".