Com o avanço da seca, cresce o número de cidades com problemas de abastecimento de água no interior de São Paulo. Em Barretos, no norte do Estado, não chove há mais de 160 dias e parte dos 122.485 moradores já é abastecida com caminhões-pipa. A prefeitura decretou emergência.Foram criados um canal exclusivo para a população pedir o abastecimento com caminhões e um comitê de crise para adotar medidas de mitigação da seca. "Essa iniciativa envolve tanto o setor público quanto o privado, pois estamos usando diversos caminhões-pipa para abastecer os reservatórios do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) e amenizar a grave crise hídrica enfrentada pela cidade. Estamos há um longo período sem chuva", disse o secretário de Ordem Pública e Defesa Civil, Edson Costa.
Empresas locais e prefeituras de cidades vizinhas, como Bebedouro, Monte Azul Paulista e Jaborandi, enviaram caminhões com água para ajudar no abastecimento. A prioridade da força-tarefa é abastecer escolas, creches e residências com pessoas acamadas. Ontem, o atendimento com caminhões foi ampliado para atender o comércio e as casas das regiões mais afetadas. Apesar de considerar a situação grave, o Saae informou que "não há interrupção geral no fornecimento de água".
RIO PRETO
Em São José do Rio Preto, o decreto de emergência por estiagem foi publicado no Diário Oficial do município na quinta-feira. A cidade está há cinco meses sem chuvas significativas. Segundo o texto, a escassez hídrica "tem causado dificuldades no serviço de abastecimento de água e prejuízos econômicos privados expressivos, especialmente nos setores da agricultura e pecuária". A Represa Municipal, responsável por abastecer 30% dos 480,3 mil moradores, entrou em nível crítico. O Serviço Municipal de Água e Esgoto (Semae) iniciou um plano emergencial de monitoramento do sistema de captação. Os incêndios que atingem a periferia da cidade contribuem para elevar o consumo de água.
RACIONAMENTO
Algumas cidades que já racionam água no interior são Artur Nogueira, Bauru, Vinhedo e Atibaia. Segundo a Sabesp, houve 35% de chuvas entre fevereiro e setembro, em comparação com o ano passado. Foram adotadas medidas técnicas para reforçar o sistema de abastecimento, como transferências no sistema integrado, contratação de estações móveis de tratamento para elevar a vazão de água e disponibilidade de caminhões-tanque, além de ações de conscientização.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Barretos tem falta d'água após 160 dias sem chuva
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