Por que cinzas do Pantanal viajam até a França e são exibidas no Parlamento Europeu

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A eurodeputada Anja Hazekamp exibiu cinzas retiradas do Pantanal brasileiro durante uma sessão plenária realizada no Parlamento Europeu nesta quinta-feira, 10, em Estrasburgo, na França. As cinzas são da Terra Indígena Kadiwéu, localizada em Porto Murtinho (MS).

Na sessão, que tratava das "consequências dos incêndios florestais devastadores na Amazônia e a importância do bioma para as mudanças climáticas", a representante dos Países Baixos fez um pronunciamento de cerca de dois minutos.

Em sua fala, chamou atenção para os incêndios florestais e o desmatamento nos biomas da América do Sul - citando a Amazônia, o Cerrado e o Pantanal - que são impulsionados pelas relações comerciais da Europa com a América do Sul, segundo afirmou a parlamentar.

"Na Europa, somos cúmplices da destruição em massa dessas florestas, savanas e pântanos frágeis e vitais. A principal causa desses incêndios é o desmatamento implacável para que os agricultores possam dar lugar ao gado, que se torna carne e acaba no nosso prato", disse.

Integrante do Parlamento Europeu desde 2014, Hazekamp é bióloga, defensora dos animais e representa o Partido Holandês pelos Animais.

Ela também criticou o adiamento da regulamentação da lei europeia antidesmatamento (EUDR), "claramente destinado a permitir o fechamento do controverso acordo com o Mercosul" e que significará "a importação de ainda mais carne e ração e vai levar a um desmatamento ainda maior", segundo ela.

No início de outubro, a Comissão Europeia pediu ao Parlamento e ao Conselho Europeu o adiamento de um ano da entrada em vigor da lei que proíbe a entrada no bloco de commodities de áreas desmatadas. A nova lei passaria a valer em 30 de dezembro deste ano, mas com o adiamento fica para dezembro de 2025.

Com o recipiente contendo cinzas do Pantanal em mãos, a eurodeputada ambientalista fez um apelo ao presidente da comissão para parar de importar produtos relacionados ao desmatamento e pôr fim às negociações do acordo entre UE e Mercosul, cobrando medidas pela proteção da Amazônia, Pantanal e Cerrado.

Mais de 60% de terra indígena foi queimada

Em 2024, 2,3 milhões de hectares do Pantanal já foram consumido pelas chamas segundo dados do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Lasa/UFRJ). O número equivale a quase 16% do bioma.

Mais de 350.000 hectares de terras indígenas situadas no Pantanal já queimaram neste ano. A Terra Indígena Kadiwéu, no Pantanal de Mato Grosso do Sul, é a maior fora da Amazônia e teve cerca de 63% de sua área devastada pelo fogo, segundo os números do Lasa/UFRJ.

As cinzas que chegaram a Estrasburgo foram coletadas por um brigadista indígena na Aldeia Tomázia em 13 de setembro e entregues a líderes europeus pela organização Environmental Justice Foundation (EJF).

A entrega foi feita por Luciana Leite, defensora da biodiversidade e do clima na EJF, que esteve em Bruxelas no mês passado com o objetivo de chamar a atenção internacional para a situação do ecossistema no Brasil:

"O Pantanal é a maior área úmida tropical do mundo, e sua contribuição para a regulação climática beneficia a humanidade como um todo. Comprometer-se com a sua preservação fortalece o compromisso urgente que devemos ter com o enfrentamento às mudanças no clima no mundo, mas também com a sobrevivência das comunidades e povos tradicionais e indígenas que vivem nesse ecossistema único", disse.

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O filme cult alemão The Edukators (2004), terá uma sessão especial, em versão remasterizada em 4K, com a presença do diretor austríaco Hans Weingartner, que desembarca em São Paulo nessa semana.

A exibição está marcada para às 17h10, no CineSesc, no próximo dia 25 de outubro e faz parte da 48ª edição da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.

Em seu 20º aniversário, The Edukators teve versão remasterizada feita pela O2 Pós, e será exibida ao público pela primeira vez. Hans também participará de um bate papo sobre o filme após a sessão.

O longa-metragem conta a história de Jan (Daniel Brühl) e Peter (Stipe Erceg), os Edukadores, rebeldes contemporâneos que expressam sua indignação de forma pacífica: eles invadem mansões, trocam móveis e objetos de lugar e espalham mensagens de protesto. Os ingressos para a sessão podem ser adquiridos no site oficial.

Em 2013, o filme inspirou uma peça teatral que foi encenada em São Paulo e no Rio de Janeiro. Na ocasião, o cineasta visitou o País para acompanhar a produção.

A investigação da morte de Liam Payne passou a ser liderada pelo promotor argentino Andrés Madrea nesta semana, com atenção ao pai do cantor, Geoff Payne. O ex-integrante da banda One Direction morreu na última quarta-feira, 16, aos 31 anos, após cair do terceiro andar de um hotel em Buenos Aires, na Argentina.

O Ministério Publico da Argentina informou que se reuniu com Geoff Payne e garantiu a ele que os exames toxicológicos ainda não foram divulgados, refutando os relatos de que haviam drogas no organismo do cantor.

"O representante do Ministério Público Fiscal informou ao pai que os exames toxicológicos e histopatológicos complementares à autopsia ainda não foram concluídos, e que seus resultados são necessários para decidir sobre a liberação do corpo", diz comunicado.

A nota também diz que o pai de Payne "expressou seu desejo de que seja investigado e conhecido o que ocorreu de fato e manifestou sua disposição para testemunhar sobre tudo que sabe da vida de seu filho, que possa ajudar na investigação".

A Procuradoria-Geral da República ainda disse que seu representante informou ao pai do músico que considerava a privacidade da família Payne uma prioridade. A informação foi publicada no portal institucional, fiscal.gob.ar.

Reservado em relação à sua vida amorosa, Marco Pigossi decidiu abrir uma exceção nesta terça-feira, 22, ao compartilhar detalhes sobre sua paixão pelo cineasta italiano Marco Calvani.

Os dois se casaram em setembro deste ano na Itália, e o ator revelou à revista Variety que seu relacionamento se fortaleceu durante as filmagens do longa Maré Alta, lançado este ano.

"Eu sempre digo que há uma verdadeira história de amor por trás do romance no filme. Fomos nos apaixonando conforme ele escrevia o roteiro e me perguntava coisas como: 'Qual é o seu poema favorito no Brasil?' ou 'Qual seria uma cidade muito conservadora no interior do país?'. Naquele momento, eu não tinha ideia do que ele estava criando, nem pensava no roteiro", explicou.

Pigossi conta que percebeu seu amor por Calvani quando leu o roteiro e viu que o cineasta havia lembrado de todos os detalhes que compartilharam. "O poema que mencionei estava logo no início do texto. Comecei a chorar imediatamente, e ele me disse: 'Escrevi isso para você. Eu me apaixonei por você enquanto me apaixonava pelo personagem'. É uma loucura", revelou.

A conexão entre eles se aprofundou rapidamente, e em apenas um mês decidiram morar juntos. "Começamos a viver como um casal de lésbicas, foi divertido", brincou Pigossi.

O Noivado

A relação começou em novembro de 2021, e em novembro de 2023, eles oficializaram a união civil no apartamento de Pigossi, localizado na zona oeste de São Paulo.

Calvani pediu Pigossi em casamento durante um jantar romântico à beira-mar em Provincetown, nos Estados Unidos. "Marco disse: 'Este é o lugar onde decidimos construir uma vida juntos, onde decidimos morar juntos e onde acabamos de terminar de filmar. Portanto, este é o lugar onde vou pedir você em casamento'", finalizou.