Após infecções no RN, entidades médicas divulgam orientações para mutirões de cirurgias

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O Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) emitiu um alerta nesta sexta-feira, 18, sobre a urgência de reforçar o controle das normas éticas, técnicas e sanitárias em mutirões de cirurgias oftalmológicas. A entidade expressou preocupação com a possibilidade de novos casos semelhantes aos registrados no Rio Grande do Norte, onde pacientes perderam a visão após cirurgias de catarata realizadas em um mutirão no município de Parelhas.

O CBO destacou que os mutirões de cirurgias oftalmológicas, frequentemente organizados para suprir as lacunas no acesso à saúde, costumam ser mais frequentes em anos eleitorais. Contudo, a pressa e a falta de controle em várias etapas do processo - desde a contratação de profissionais até a escolha dos ambientes cirúrgicos e o acompanhamento pós-operatório - podem resultar em impactos negativos na saúde dos pacientes.

"Para evitar isso, é fundamental garantir que o acesso a esse tipo de serviço não seja usado como moeda de troca ou meio de convencimento político. A segurança dos pacientes deve ser a prioridade em qualquer ação de saúde pública", enfatizou o CBO.

Para orientar a realização segura dos mutirões, a entidade lançou o Guia de Mutirões de Cirurgia Oftalmológica, elaborado com o apoio técnico do Conselho Federal de Medicina (CFM) e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O documento oferece informações para gestores, contratantes, organizadores, médicos e pacientes.

"É muito importante que a população tenha segurança quando precisa fazer um procedimento", defende a presidente do CBO, Wilma Lelis Barboza. "Casos isolados de complicações não devem ofuscar a importância de cirurgias e tratamentos que são essenciais para a manutenção da visão. É fundamental que as pessoas saibam que, no Brasil, muitos procedimentos são realizados com segurança, e as entidades estão comprometidas em evitar que esses incidentes se repitam", completa.

Entre as orientações, as entidades destacam:

- O atendimento oftalmológico em regime de mutirão deve ser realizado prioritariamente em estabelecimentos com histórico de prestação desse tipo de serviço;

- Cirurgias oftalmológicas devem ser realizadas exclusivamente por médicos oftalmologistas com o Registro de Qualificação de Especialista (RQE), em locais devidamente equipados e regularizados;

- A utilização de unidades móveis ou estruturas temporárias é contraindicada;

- É sugerido aos gestores que esse modelo assistencial só seja ofertado a equipes e empresas de outros estados após a comprovação documentada da incapacidade ou do não interesse das unidades oftalmológicas da região em atender à demanda nas mesmas condições contratuais;

- Durante a realização dos mutirões, cabe às vigilâncias sanitárias (de municípios ou estados) fazerem o monitoramento das atividades realizadas para assegurar o cumprimento das exigências técnicas e operacionais;

- Após a realização dos procedimentos cirúrgicos, os pacientes devem ser acompanhados por até 30 dias pela equipe responsável, sendo obrigatória a comunicação imediata à vigilância sanitária de eventos adversos.

Infecções no Rio Grande do Norte

Quinze pessoas contraíram uma infecção bacteriana após serem operadas num mutirão de cirurgias de catarata em Parelhas (RN), no fim de setembro. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, até esta quinta-feira, 17, nove delas precisaram remover o globo ocular, devido à gravidade das complicações.

Uma investigação da Secretaria de Estado da Saúde Pública do Rio Grande do Norte apontou preliminarmente que as infecções podem ter sido causadas por contaminação em procedimentos como higienização e esterilização.

O município, por sua vez, afirmou que as cirurgias foram realizadas dentro da legalidade e que está arcando com todos os atendimentos e procedimentos médicos necessários para os pacientes afetados. Informou ainda que abriu inquérito civil público e começou a ouvir as pessoas envolvidas no caso.

Segundo a presidente do CBO, a realização de mutirões para cirurgias de catarata não se justifica diante da realidade atual do atendimento oftalmológico no Brasil. "Em 2023, a oftalmologia entregou mais de um milhão de cirurgias pelo Sistema Único de Saúde (SUS), sem contar o que já existe na saúde suplementar. O número de cirurgias de catarata, considerando a prevalência e a incidência da doença em nosso País, é bastante adequado", avalia. "Em oftalmologia há outros gargalos, mas não é esse."

Wilma também ressalta que a implementação de mutirões em municípios pequenos, onde médicos não têm vínculos permanentes, pode trazer riscos à saúde. "Quando os profissionais visitam o local apenas para realizar as cirurgias, a falta de acompanhamento adequado e de avaliação pós-operatória pode comprometer a segurança do paciente", alerta.

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O cantor Netinho, de 58 anos, revelou nesta segunda-feira, 3, que já recebeu um diagnóstico e iniciou o tratamento para seu problema de saúde. Ele está internado há sete dias no Hospital Aliança Star, em Salvador, após sentir fortes dores e dificuldades para se locomover.

Por meio de um vídeo publicado no Instagram, Netinho informou que começou o tratamento no sábado, 1º, mas não divulgou detalhes sobre o diagnóstico.

Segundo ele, o momento é de total dedicação da equipe médica. "Quando tudo acabar, vou pedir um relatório completo e vou divulgar", afirmou.

Estado de saúde evolui positivamente

Apesar da internação, o cantor relatou que não sente mais dores e já consegue caminhar sem dificuldades. Ele comparou a situação atual com seu quadro de saúde de 2013, quando sofreu três AVCs e perdeu a voz devido ao uso de anabolizantes.

Netinho prometeu compartilhar sua rotina no hospital, mas sem falar sobre medicamentos ou procedimentos médicos. "Dessa vez estou lúcido e vou todo dia seguir fazendo vídeos", disse o cantor.

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD) anunciou nesta segunda-feira, 3, a compra e desapropriação do imóvel onde foi gravado o filme Ainda Estou Aqui, vencedor do primeiro Oscar do Brasil. O local, segundo Paes, será transformado na Casa do Cinema Brasileiro, um museu dedicado à memória do cinema nacional. A decisão será publicada em edição extra do Diário Oficial do Rio.

O espaço, que homenageia a história de Eunice Paiva e sua família, também será um tributo às atrizes Fernanda Montenegro e Fernanda Torres, que deram vida aos personagens no longa. "Faremos da casa onde foi gravado o filme um lugar de memória permanente da história de Eunice Paiva e sua família, da democracia e ainda uma homenagem às duas grandes mulheres que orgulham o Brasil e deram vida a ela - Fernanda Torres e Fernanda Montenegro", escreveu o prefeito em sua conta no X (antigo Twitter).

Segundo Paes, o espaço será aberto para visitação do público e contará com exposições interativas sobre a história do País na premiação. O local também servirá como sede da Rio Film Commission, órgão responsável por atrair produções audiovisuais para a cidade.

"A Casa do Cinema Brasileiro vai estar pronta para receber a nossa primeira estatueta. Quem sabe ela não vem morar aqui? Nós vamos sorrir", brincou o prefeito. Pela tradição da categoria, a estatueta não fica com o diretor do filme, Walter Salles, para quem é entregue o prêmio durante a cerimônia. Ela se torna posse do país que o longa representa.

Casa está à venda por quase R$ 14 milhões

A casa do filme Ainda Estou Aqui não é a mesma onde vivia a família Rubens Paiva, que já não existe mais. O imóvel à venda foi aquele escolhido pela produção do filme por conta da proximidade estética com a propriedade original. A mansão está localizada na esquina da Avenida João Luiz Alves com a Rua Roque Pinto, e está a venda por R$ 13,9 milhões

Localizado na Urca, bairro da zona sul da cidade, o imóvel de 500 m² se tornou um cartão postal do Rio. Além de ambientar um dos filmes brasileiros mais importantes da década, o imóvel se destaca pela arquitetura e pela vista privilegiada. Da casa é possível observar a Baía de Guanabara, o Pão de Açúcar e o Cristo Redentor - três pontos turísticos significativos da capital carioca. A propriedade também conta com cozinha planejada, piscina aquecida, terraço privativo e até elevador.

A jovem Lívia Savini, que morou no local com sua família, antes de ele se transformar na locação para o longa com Fernanda Torres, tem publicado vídeos caseiros para revelar o ambiente por outro ângulo. Lívia compartilhou uma série de vídeos em seu perfil no TikTok, mostrando que a casa passou por algumas adaptações a fim de se adequar ao período histórico do longa de Walter Salles e ficar mais parecida com a antiga residência da família Paiva, que era localizada no Leblon.

A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas publicou uma foto de Fernanda Torres em suas redes sociais na noite deste domingo, 2.

A brasileira concorreu ao Oscar de Melhor Atriz por sua atuação em Ainda Estou Aqui, mas foi superada por Mikey Madison, que atuou em Anora, longa que foi eleito o Melhor Filme.

A publicação conta com mais de 566 mil curtidas e 114 mil comentários. Veja aqui

"Do coração do cinema brasileiro para o coração de Hollywood - a indicada a Melhor Atriz, Fernanda Torres", diz a legenda.

Os comentários da publicação foram tomados por brasileiros. "Só falta o Oscar na mão dela, Academia", escreveu Camila Queiroz. "Estamos aqui esperando para ver Fernanda Torres totalmente premiada", disse um internauta.

Apesar de Fernanda Torres não ter ganhado sua estatueta, Ainda Estou Aqui se consagrou como Melhor Filme Internacional, rendendo o primeiro Oscar ao Brasil.

*Estagiária sob supervisão de Charlise Morais