Ataques israelenses no norte de Gaza deixam ao menos 87 mortos ou desaparecidos

Internacional
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times
Ataques israelenses a várias casas no norte da Faixa de Gaza deixaram, na noite de sábado para domingo, pelo menos 87 pessoas mortas ou desaparecidas. As informações são do Ministério da Saúde do território.

O órgão afirmou que outras 40 pessoas ficaram feridas nos ataques à cidade de Beit Lahiya, que esteve entre os primeiros alvos da invasão terrestre de Israel há quase um ano.

Os ataques ocorrem em paralelo a uma investigação dos Estados Unidos sobre a divulgação não autorizada de documentos confidenciais que avaliam os planos de Israel para atacar o Irã, segundo três autoridades norte-americanas. Um quarto oficial americano disse que os documentos parecem ser legítimos.

Os documentos, atribuídos à Agência de Inteligência Geoespacial e à Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos, são marcados como ultrassecretos e indicam que Israel estava movimentando recursos militares para conduzir um ataque em resposta à ofensiva de mísseis balísticos do Irã em 1º de outubro.

As autoridades norte-americanas falaram sob condição de anonimato porque não estavam autorizadas a discutir o assunto publicamente.

Os EUA querem que Israel pressione por um cessar-fogo em Gaza após o assassinato do líder do Hamas, Yahya Sinwar, na semana passada. Mas nem Israel nem o Hamas demonstraram qualquer interesse renovado num acordo do tipo, depois de meses de negociações que foram interrompidas em agosto.

O Irã apoia o Hamas e o grupo militante Hezbollah no Líbano, onde um ano de tensões crescentes se transformou numa guerra total no mês passado. Israel enviou tropas terrestres para o Líbano no início de outubro.

Não houve comentários imediatos sobre os ataques em Beit Lahiya por parte dos militares israelenses, que afirmaram estar "operando em Gaza tanto em ataques aéreos como em operações terrestres".

Mounir al-Bursh, diretor-geral do Ministério da Saúde em Gaza, disse num post no X que a onda de feridos agravou "uma situação já catastrófica para o sistema de saúde" na região.

A conectividade com a Internet caiu no norte de Gaza na noite de sábado e ainda não havia sido restaurada ao meio-dia de domingo, dificultando a coleta de informações sobre os ataques.

O Norte de Gaza já sofreu a destruição mais pesada da guerra e está cercado pelas forças israelenses desde o final do ano passado, na sequência do ataque mortal do Hamas a Israel. Fonte: Associated Press

Em outra categoria

O bilionário Elon Musk disse no sábado, 19, que concederá US$ 1 milhão por dia até a eleição para uma pessoa selecionada aleatoriamente e que tiver assinado a petição do America PAC, seu comitê de ação política, prometendo defender o direito à liberdade de expressão e ao direito de portar armas.

Musk fundou o America PAC para registrar eleitores em Estados indecisos e persuadi-los a votar no republicano Donald Trump. A ação espalhafatosa do fundador da Tesla e da SpaceX demarca um território desconhecido na política americana.

O bilionário fez o anúncio num comício em Harrisburg, Pensilvânia, onde entregou o primeiro cheque a um dos espectadores. "Um dos desafios que enfrentamos é como podemos fazer com que as pessoas saibam sobre esta petição", disse. "Esta notícia eu acho que vai realmente voar", completou.

A conta do America PAC no X publicou que a oferta está disponível para eleitores registrados na Pensilvânia que assinarem a petição. O grupo já havia divulgado uma oferta de US$ 100 para os eleitores do Estado que assinarem a petição e US$ 47 para eleitores de outros Estados decisivos, incluindo Michigan e Wisconsin. O documento diz: "ao assinar abaixo, prometo meu apoio à Primeira e Segunda Emendas".

Musk investiu US$ 75 milhões no America PAC nos últimos três meses até setembro, de acordo com registros federais.

Antes do novo anúncio de US$ 1 milhão, os especialistas em legislação eleitoral estavam divididos sobre se a oferta de recompensas pela assinatura da petição - aberta apenas aos eleitores registrados - era contra a lei, por fornecer um incentivo. Um advogado de Musk não respondeu imediatamente a um pedido de comentário sobre o assunto na noite de sábado.

É crime federal, punível com pena de prisão, pagar pessoas com a intenção de induzi-las ou recompensá-las a votar ou a se registrar. A proibição abrange não apenas despesas monetárias, mas também qualquer coisa de valor monetário, como "bebidas alcoólicas, chances de loteria e benefícios sociais", diz um manual de crimes eleitorais do Departamento de Justiça. Fonte: Dow Jones Newswires

O ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), voltou a defender a regulamentação das plataformas digitais para combater a disseminação de notícias falsas e de discursos de ódio. Há ações em tramitação no STF sobre o assunto, mas os processos estão engavetados. Por enquanto, os ministros decidiram aguardar o Congresso, que não conseguiu consenso para avançar um projeto de lei sobre o tema, após o fracasso do PL das Fake News.

"Nós temos uma questão ética e jurídica muito delicada que é traçar a linha própria entre a liberdade de expressão legítima e necessária para a vida democrática e, por outro lado, impedir que o mundo despenque em um abismo de incivilidade, mentiras, ofensas e ódio", disse Barroso em palestra na noite da sexta-feira, 18, na Faculdade de Direito de Santo André, na Grande São Paulo.

O presidente do STF também afirmou que a lógica de funcionamento das plataformas digitais impulsiona as fake news e os discursos extremistas.

"As plataformas digitais atraíram a publicidade porque têm mais visualizações, mais engajamento. E, triste como seja para a condição humana, a agressividade, a grosseria, a ofensa, a mentira e a teoria conspiratória trazem muito mais engajamento do que a fala moderada e racional", criticou o ministro. "Portanto, existe um incentivo perverso. Se você disseminar o ódio, você tem mais visualizações. É por isso que, em alguma medida, é preciso regular."

Barroso reconheceu, no entanto, que o processo de regulamentação não é simples porque precisa equilibrar o direito à liberdade de expressão: "Não é uma regulação fácil, porque você não quer impedir as pessoas de manifestarem. Nem sempre é singela a determinação do que é aceitável ou não."

O STF tem entrado em rota de colisão com gigantes da tecnologia. Antes de banir temporariamente o X (antigo Twitter), o tribunal já havia pressionado o Telegram por ignorar notificações judiciais. O Supremo também mandou investigar representantes do Google e do Telegram por campanhas contra o PL das Fake News.

Para os ministros, se querem operar em território nacional, as big techs precisam se enquadrar à legislação brasileira. Integrantes do STF reconhecem, no entanto, que a demora do Congresso em regulamentar o tema coloca o tribunal em uma situação indesejável.

Recentemente, os ministros decidiram que as plataformas não podem recorrer judicialmente para tentar reverter bloqueios a perfis nas redes sociais, o que desagradou representantes dessas empresas. A Primeira Turma do STF considerou que, como não são partes nos processos, as redes sociais só podem executar as ordens de suspensão das contas. Dessa forma, cabe aos donos dos perfis contestar as decisões na Justiça.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, deu entrada no Hospital Sírio-Libanês em Brasília na noite de sábado, 19, após sofrer um acidente doméstico que resultou em um ferimento na cabeça. Ele tinha uma viagem marcada para Kazan, na Rússia, para participar da 16ª Cúpula do Brics, com ida prevista neste domingo, 20, e retorno na quinta-feira, 24.

O Estadão apurou que o presidente caiu no banheiro do Palácio da Alvorada no final da tarde, após retornar de São Paulo, onde participou de uma live com o candidato do PSOL à Prefeitura da capital paulista, Guilherme Boulos.

O presidente foi levado à unidade do Sírio-Libanês na capital federal onde seu ferimento na cabeça foi tratado.

Ele levou três pontos no local. Após o atendimento médico, o presidente foi liberado para retornar ao Alvorada.

Neste domingo, Lula retornou ao Sírio-Libanês para novos exames. Foi quando os médicos orientaram o presidente a cancelar a longa viagem de avião para a Rússia.

O chanceler Mauro Vieira vai assumir o comando da delegação brasileira, comparecendo presencialmente ao evento dos Brics.

Lula está liberado para suas demais atividades e segue sob cuidados médicos do cardiologista Roberto Kalil Filho e da infectologista Ana Helena Germoglio.

Segundo o boletim médico, Lula sofreu um ferimento corto-contuso na região occipital, ou seja, uma lesão com corte e contusão na parte de trás da cabeça.

Relembre o histórico médico do presidente

Aos 78 anos, Lula já passou por cirurgias e enfrentou um câncer na garganta em 2012. A última vez que o presidente deu entrada no Hospital Sírio-Libanês foi em janeiro, na unidade de São Paulo, para a realização de exames de rotina. Na ocasião, ele também ficou sob os cuidados dos médicos Ana Helena Germoglio e Roberto Kalil Filho.

Meses antes, em setembro de 2023, ele foi submetido a uma cirurgia de artroplastia total de quadril à direita, um procedimento que envolve a substituição da articulação do quadril por uma prótese, visando aliviar a dor e restaurar a mobilidade.

No mesmo período, ele também passou por uma blefaroplastia, que é uma cirurgia plástica das pálpebras, realizada para remover o excesso de pele, gordura ou músculo, melhorando a aparência e, em alguns casos, a visão.

Ambas as cirurgias ocorreram sem intercorrências, o que significa que não houve complicações, e Lula ficou internado em um quarto particular durante sua recuperação.