Moldávia decide próximo presidente e adesão à UE em meio a temores de interferência da Rússia

Internacional
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A população da Moldávia vai às urnas neste domingo, 20, para decidir sobre dois temas importantes: o próximo presidente do país e se a ex-nação soviética continua no processo de adesão à União Europeia (UE). A votação ocorre em meio a temores de uma possível interferência da Rússia, que deseja que os moldavos não se aproximem do Ocidente. Moscou nega que esteja interferindo na Moldávia.

A atual presidente da Moldávia, Maia Sandu, é favorita para garantir outro mandato presidencial em uma eleição em que 11 candidatos estão concorrendo. Em 2020, Sandu tornou-se a primeira mulher a liderar o país, que fica entre a Romênia, país que está na União Europeia e na Otan, e a Ucrânia, nação invadida pela Rússia em fevereiro de 2022.

Se Sandu não conseguir obter mais de 50% dos votos neste domingo, um segundo turno será realizado no dia 3 de novembro, o que poderá colocá-la contra Alexandr Stoianoglo, um ex-procurador-geral que tem posições mais favoráveis a Moscou e está com 10% das intenções de voto.

Referendo

Os eleitores também escolherão "sim" ou "não" no referendo sobre a entrada no bloco europeu. As sondagens preveem uma vitória do sim com 55%, mas a incógnita será a participação eleitoral, que precisa atingir pelo menos 33% para que o referendo seja válido.

Os partidos da Moldávia que têm uma tendência pró-Rússia estão tentando boicotar o referendo para que a participação não chegue a 33%.

"Esta votação determinará o nosso destino durante muitas décadas", declarou Sandu neste domingo. "É a vontade do povo moldavo que tem de ser expressa, e não a vontade de outras pessoas, nem dinheiro sujo", insistiu a candidata, conhecida pela sua reputação de incorruptibilidade.

Acusação de interferência russa; Moscou nega

O governo da Moldávia acusa a Rússia de estar por trás de uma campanha de "guerra híbrida" para desestabilizar o país e inviabilizar o seu caminho em direção ao bloco europeu. As alegações incluem o financiamento de grupos de oposição pró-Moscou, difusão de desinformação, intromissão nas eleições locais e o apoio a um importante esquema de compra de votos. Moscou tem negado repetidamente que esteja interferindo na Moldávia.

No início de outubro, as autoridades moldavas afirmaram ter descoberto um enorme esquema de compra de votos orquestrado por um oligarca pró-Rússia exilado que atualmente reside na Rússia. Autoridades acreditam que ele pagou € 15 milhões a 130 mil cidadãos para minar os resultados das duas cédulas.

A Moldávia, uma antiga república soviética com uma população de cerca de 2,5 milhões de habitantes, candidatou-se à adesão à União Europeia após a Rússia invadir a Ucrânia. Bruxelas concordou em junho com o início das negociações de adesão.

(Com agências internacionais)

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A conta do America PAC no X publicou que a oferta está disponível para eleitores registrados na Pensilvânia que assinarem a petição. O grupo já havia divulgado uma oferta de US$ 100 para os eleitores do Estado que assinarem a petição e US$ 47 para eleitores de outros Estados decisivos, incluindo Michigan e Wisconsin. O documento diz: "ao assinar abaixo, prometo meu apoio à Primeira e Segunda Emendas".

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O ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), voltou a defender a regulamentação das plataformas digitais para combater a disseminação de notícias falsas e de discursos de ódio. Há ações em tramitação no STF sobre o assunto, mas os processos estão engavetados. Por enquanto, os ministros decidiram aguardar o Congresso, que não conseguiu consenso para avançar um projeto de lei sobre o tema, após o fracasso do PL das Fake News.

"Nós temos uma questão ética e jurídica muito delicada que é traçar a linha própria entre a liberdade de expressão legítima e necessária para a vida democrática e, por outro lado, impedir que o mundo despenque em um abismo de incivilidade, mentiras, ofensas e ódio", disse Barroso em palestra na noite da sexta-feira, 18, na Faculdade de Direito de Santo André, na Grande São Paulo.

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"As plataformas digitais atraíram a publicidade porque têm mais visualizações, mais engajamento. E, triste como seja para a condição humana, a agressividade, a grosseria, a ofensa, a mentira e a teoria conspiratória trazem muito mais engajamento do que a fala moderada e racional", criticou o ministro. "Portanto, existe um incentivo perverso. Se você disseminar o ódio, você tem mais visualizações. É por isso que, em alguma medida, é preciso regular."

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O STF tem entrado em rota de colisão com gigantes da tecnologia. Antes de banir temporariamente o X (antigo Twitter), o tribunal já havia pressionado o Telegram por ignorar notificações judiciais. O Supremo também mandou investigar representantes do Google e do Telegram por campanhas contra o PL das Fake News.

Para os ministros, se querem operar em território nacional, as big techs precisam se enquadrar à legislação brasileira. Integrantes do STF reconhecem, no entanto, que a demora do Congresso em regulamentar o tema coloca o tribunal em uma situação indesejável.

Recentemente, os ministros decidiram que as plataformas não podem recorrer judicialmente para tentar reverter bloqueios a perfis nas redes sociais, o que desagradou representantes dessas empresas. A Primeira Turma do STF considerou que, como não são partes nos processos, as redes sociais só podem executar as ordens de suspensão das contas. Dessa forma, cabe aos donos dos perfis contestar as decisões na Justiça.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, deu entrada no Hospital Sírio-Libanês em Brasília na noite de sábado, 19, após sofrer um acidente doméstico que resultou em um ferimento na cabeça. Ele tinha uma viagem marcada para Kazan, na Rússia, para participar da 16ª Cúpula do Brics, com ida prevista neste domingo, 20, e retorno na quinta-feira, 24.

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Ele levou três pontos no local. Após o atendimento médico, o presidente foi liberado para retornar ao Alvorada.

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O chanceler Mauro Vieira vai assumir o comando da delegação brasileira, comparecendo presencialmente ao evento dos Brics.

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Relembre o histórico médico do presidente

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