Equador: Noboa suspende vinda ao Brasil por causa de julgamento de ministra e crise energética

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O presidente do Equador, Daniel Noboa, anunciou na terça-feira, 22, ter suspendido uma viagem ao Brasil para participar de eventos sobre mudanças climáticas em São Paulo nesta semana. Nobba ficará em Quito para dar apoio à ministra do Interior, Mônica Palencia, que terá o impeachment julgado pelo Parlamento, e também para enfrentar a grave crise de geração de energia que mantém os equatorianos sob racionamento.

Em publicação no X, o presidente anunciou a decisão de última hora e argumentou: "não deixarei Mônica Palencia sozinha, vou acompanhá-la em todo o seu caminho". "Estamos passando por momentos que nos desafiam como país; com determinação e frontalidade temos que enfrentá-los", acrescentou. A chanceler Gabriela Sommerfeld cumprirá a agenda do presidente no Brasil. Fonte: Associated Press.

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O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) criticou, nesta terça-feira, 22, a gestão fiscal do atual prefeito de São Paulo e candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), afirmando que o emedebista quebrou o governo para tentar vencer a eleição na capital paulista. As declarações foram feitas durante um evento de apoio a Guilherme Boulos (PSOL), realizado na região central da cidade.

"Em 2021, a Prefeitura fez mais de 3 bilhões de superávit primário. Em 2022, já caiu para R$ 1,5 bilhão. No ano passado, fez mais de 6 bilhões de déficit primário. E esse ano vai ser pior ainda... Esse ano vai piorar. Quebrar governo para tentar ganhar eleição é subestimar a inteligência e a capacidade de julgamento das pessoas", disse Alckmin.

Alckmin oficializou seu apoio a Boulos no segundo turno da disputa pela Prefeitura de São Paulo dois dias após o resultado do primeiro turno, ao postar uma foto ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do candidato do PSOL, com a legenda: "Ao lado do presidente Lula, por São Paulo e com Guilherme Boulos."

No primeiro turno, Alckmin havia apoiado sua correligionária Tabata Amaral, que terminou em 4º lugar com 9,91% dos votos. Tabata foi convidada para o evento de apoio a Boulos, mas não compareceu. Embora tenha declarado apoio ao candidato do PSOL, ela já havia sinalizado que não participaria ativamente de sua campanha.

Denominado "Agora É Boulos da Frente Ampla", o evento busca replicar a imagem da frente ampla que apoiou Lula nas eleições presidenciais de 2022. No entanto, diferentemente da coligação construída pelo petista, Boulos não conseguiu atrair o apoio de partidos fora do espectro da esquerda.

Ao Estadão, o deputado federal Orlando Silva (PCdoB), um dos organizadores do evento, afirmou que o ato demonstra como Boulos conseguiu reunir nomes de diferentes campos políticos em prol de sua candidatura. "Estamos construindo, com esse ato, uma frente ampla, de diversos segmentos, não só políticos como também culturais, além de nomes fortes da sociedade civil", disse.

Participaram do evento o ministro do Empreendedorismo, Márcio França (PSB), a vice na chapa de Boulos, Marta Suplicy (PT) e o ex-ministro da Casa Civil no governo Lula José Dirceu, entre outros políticos.

Antes, Alckmin também esteve com Boulos em uma lanchonete na região central de São Paulo. O encontro não constava na agenda oficial divulgada para a imprensa. De acordo com a assessoria do vice-presidente, a visita ocorreu devido a uma brecha na agenda.

A equipe de Boulos avalia que Alckmin, ex-governador de São Paulo por quatro mandatos, possui capital político e é bem avaliado entre o eleitorado paulistano, o que pode ajudar a atrair votos de indecisos e eleitores moderados, além de reduzir a rejeição ao candidato do PSOL.

Após um primeiro turno marcado por uma relação de altos e baixos, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o prefeito Ricardo Nunes (MDB) estiveram juntos em um evento na reta final da campanha eleitoral em São Paulo. Bolsonaro, que no início da corrida pelo comando do Executivo paulistano chegou a flertar com a candidatura de Pablo Marçal (PRTB), ontem colou o adesivo do emedebista no peito e pediu votos para o candidato à reeleição a uma plateia de empresários.

Na semana que antecede a votação em segundo turno, Nunes, contudo, fez questão de evidenciar a aliança com o governador paulista, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Na noite desta segunda, 21, o prefeito disse que o governador foi "a grande figura dessas eleições" e demonstrou ser um "grande líder" por ter mostrado que tem lado nos momentos mais adversos. "Numa guerra é o capitão que põe o peito na frente e não deixa ninguém para trás, soldado para trás", declarou. A frase abre margem para duas interpretações: Tarcísio tem a patente de capitão do Exército, assim como Bolsonaro, mas o ex-presidente foi reticente na campanha.

Nesta terça, 22, em entrevista para a GloboNews, Nunes reafirmou o prestígio de seu maior aliado: disse que, se houvesse apenas uma vaga no seu evento de posse - caso seja reeleito -, chamaria o governador.

Antes, o prefeito, Bolsonaro e Tarcísio participaram de um almoço em uma churrascaria no Morumbi promovido por Fauzi Hamuche, da confraria Caves. Os três chegaram juntos, pouco antes das 13h. Em um discurso breve, de cerca de três minutos, o ex-presidente reforçou o pedido de votos ao emedebista e lembrou que as eleições só terminam às 17h do próximo domingo. "Dia 27, em nove capitais, eu sou 22. Mas, em São Paulo, eu sou 15", afirmou Bolsonaro, destacando que é preciso trabalhar até o último momento.

O encontro teve referências à eleição presidencial de 2026. Logo no início, Fabio Wajngarten, que articulou o almoço e é um dos principais interlocutores entre Bolsonaro e a campanha de Nunes, disse que a aliança em torno do prefeito é um "embrião" para 2026. Após o almoço - que reuniu mais de 300 pessoas, entre vereadores eleitos, empresários de diferentes setores e advogados -, em conversa com jornalistas, o ex-presidente afirmou que formou líderes pelo Brasil. E se comparou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, dizendo que o petista não formou substitutos. "Quem é o substituto de Lula na política dentro do Brasil? Não tem. De Bolsonaro? Tem um monte por aí. Colaborei a formar lideranças e estou muito feliz com isso", declarou.

Em discurso, Nunes agradeceu a Bolsonaro pela negociação que extinguiu a dívida de São Paulo em troca da cessão do Campo de Marte à Aeronáutica e apelou aos eleitores para que não deixem de votar no domingo. Tarcísio fez um discurso alinhado ao do prefeito, reforçando a importância de conquistar os indecisos. "Temos que convencer todos aqueles que pensam que está resolvido, porque não está, tem trabalho até o último dia."

BH

Ainda ontem, Tarcísio declarou apoio ao deputado estadual Bruno Engler (PL), candidato à prefeitura de Belo Horizonte. Em vídeo publicado nas redes sociais do candidato, o governador disse que vai "compartilhar experiências" com Engler para ajudá-lo em um eventual comando do Executivo municipal.

Segundo Tarcísio, Belo Horizonte precisa de renovação e "sangue novo". O governador de São Paulo ainda se colocou como fiador de Engler, ao afirmar que candidato do PL tem políticas públicas de qualidade para a capital mineira.

'Múltipla'

Em entrevista coletiva após o evento, Nunes minimizou a ausência de Bolsonaro no primeiro turno, dizendo que o ex-presidente percorre o País na eleição e participou da campanha por videoconferência e falando com as pessoas. Bolsonaro afirmou que sua agenda é "múltipla" e colaborou de forma distante, por exemplo, com a indicação do coronel Mello Araújo (PL) para a vice do emedebista.

'No meio de campo'

O ex-presidente citou a reunião que teve com Marçal há cerca de três meses, dizendo que o influenciador saiu do encontro afirmando que teria o apoio do ex-mandatário, o que não era verdade. "O pessoal da direita achou que eu estava com ele e não era verdade. Depois foi uma dor de cabeça para mostrar que nosso candidato era quem já vinha dando certo, quem tinha tudo para continuar um bom trabalho em São Paulo", disse Bolsonaro.

"O cara só pode fazer um gol se alguém passar a bola para ele. Eu joguei no meio de campo", declarou Bolsonaro. A presença do ex-presidente na reta final da campanha, entretanto, não foi resultado de uma estratégia deliberada, mas uma questão de compatibilidade de agendas.

À GloboNews, Nunes ressaltou que não tem medo de perder votos por causa da rejeição do ex-presidente na capital paulista. Para ele, as pessoas estão "saturadas" de discussões sobre "esquerda e direita" e querem "vida real". Ele também afirmou que é grato ao ex-capitão. (COLABORARAM LUCCAS LUCENA, GEOVANI BUCCI E VINÍCIUS NOVAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), anulou nesta terça-feira, 22, a eleição antecipada da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), que foi realizada em novembro de 2023, referente ao biênio 2025/2026.

O magistrado tomou a decisão ao atender a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e determinou que o órgão realize novo pleito entre 1º de dezembro de 2024 e 1º de fevereiro de 2025.

Em 14 de novembro do ano passado, a Alepe reelegeu Álvaro Porto (PSDB) como presidente, mais de um ano antes do início da vigência do novo mandato, que se refere ao biênio 2025/2026.

A realização do pleito de forma antecipada foi possível por causa de uma resolução aprovada pela Assembleia que alterou o Regimento Interno do órgão.

A Alepe alegou que uma emenda constitucional aprovada em novembro de 2023 havia suprimido da Constituição do Estado a data definida para a realização da eleição da Mesa Diretora no segundo biênio da legislatura.

Por isso, segundo a Assembleia, tornou-se possível antecipar esse pleito, que antes só poderia ser realizado entre 1º de dezembro do último ano do mandato da Mesa Diretora e 1º de fevereiro do ano subsequente - o que, no atual caso, equivale ao período entre 1º de dezembro de 2024 e fevereiro de 2025.

O novo período para realização da eleição, agora revogado por Dino, havia sido definido pela Alepe entre 1º de novembro do primeiro ano da legislatura e 1º de fevereiro do terceiro ano da legislatura.

"O Supremo Tribunal Federal tem posição consolidada de que os Estados não possuem liberdade irrestrita para determinar qualquer forma de eleição para os cargos de direção dos seus parlamentos", justifica o ministro.

"Ao estabelecer a periodicidade das eleições para os cargos do Poder Executivo e do Legislativo, a Constituição previu que elas ocorram em data próxima ao início do novo mandato, estabelecendo a contemporaneidade entre a eleição e o mandato respectivo", diz outro trecho da decisão.