Kamala promete representar a todos após insulto de Biden a apoiadores de Trump

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A vice-presidente e candidata à presidência dos Estados Unidos pelo Partido Democrata, Kamala Harris, pediu em comício na quarta-feira, 30, que os americanos "parem de apontar o dedo uns para os outros", ao tentar se distanciar do insulto proferido na véspera pelo presidente Joe Biden aos apoiadores de Trump, que foram chamados de "lixo".

 

"Sabemos que temos uma oportunidade nesta eleição de virar a página de uma década de Donald Trump, que vem tentando nos manter divididos e com medo uns dos outros", disse a candidata democrata. Kamala Harris realizou comícios em três Estados-chave na quarta: Carolina do Norte, Pensilvânia e Wisconsin. Fonte: Associated Press.

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O empresário Daniel Pardim Tavares Gonçalves foi preso em flagrante nesta terça-feira, 29, sob a acusação de prestar falso testemunho à CPI das Bets do Senado Federal. Durante depoimento, o empresário foi questionado pela senadora Damares Alves (Republicanos-DF) se conhecia a advogada Adélia Soares. Pardim respondeu que não a conhecia e, momentos depois, teve a prisão decretada pela senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), relatora da CPI.

Os senadores avaliaram ser improvável que Pardim não conhecesse Adélia, pois ambos são representantes da empresa Peach Blossom. A firma é investigada pela Polícia Civil do Distrito Federal por disponibilizar jogos ilegais no País.

A defesa de Pardim qualificou a prisão como "ilegal" e "arbitrária". Ele foi detido e liberado durante a noite após o pagamento de uma fiança no valor de um salário mínimo. Ao Estadão, o advogado Lucas Monteiro Faria reiterou que Daniel não conhece Adélia.

Daniel Pardim é empresário e cozinheiro. Desde 2016, é proprietário de uma loja de massas artesanais de Sapopemba, na zona leste de São Paulo. Desde 2020, o nome de Pardim também consta como sócio do "Boteco do Barba", também localizado em Sapopemba. Embora o registro da lanchonete esteja ativo, o local não está em funcionamento.

Em 14 de junho de 2024, o cozinheiro fundou duas empresas em um só dia. Uma das firmas criadas foi a Peach Blossom River Technology, de capital social de R$ 100 mil. A Peach Blossom é a representante no Brasil da empresa Playflow. Segundo uma investigação da Polícia Civil do Distrito Federal, a Playflow contribuiu para que um grupo da China operasse jogos ilegais no Brasil.

A Playflow está sediada no Reino Unido e foi fundada pela brasileira Adélia de Jesus Soares. Ela é advogada da influenciadora Deolane Bezerra, também investigada por operar jogos ilegais no País. Adélia também participou da edição de 2016 do Big Brother Brasil, da TV Globo. Ela permaneceu 49 dias no programa e foi a sexta eliminada do reality show.

As investigações da CPI apontam que Pardim seria um "laranja" de Adélia. Ao ser questionado sobre a advogada, Daniel Pardim foi instruído por seu advogado a dizer que não a conhecia. Ocorre que Daniel e Adélia constam como representantes da "Peach Blossom R", uma empresa sediada nas Ilhas Virgens Britânicas. Além disso, Adélia e a esposa de Daniel, a contadora Leila Pardim, seguem-se mutuamente no Instagram.

A CPI das Bets acabaria nesta quarta-feira, 30. Os membros do colegiado pediram mais 130 dias de funcionamento, mas o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), concedeu uma sobrevida de 45 dias à comissão.

A oposição no Congresso Nacional planeja um plano B e orquestra, além de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara dos Deputados, uma CPI Mista, que reúne as duas Casas Legislativas, para contornar a fila de requerimentos do tipo.

O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ) e o da oposição, Zucco (PL-RS), dizem que, neste momento, há 13 requerimentos de instalação de CPI na Câmara, contando com a CPI do INSS, que conseguiu o número mínimo de assinaturas nesta quarta-feira, 30.

Segundo eles, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB) ainda iria definir quais CPIs teriam prioridade de instalação. A Câmara permite até cinco comissões investigativas em curso no mesmo momento.

Para driblar essa fila, caso Motta não dê prioridade à CPI do INSS, seria a instalação de uma comissão mista, com deputados e senadores. Na Câmara, a missão está com a deputada Coronel Fernanda (PL-MT), e no Senado Federal, com a senadora Damares Alves. (Republicanos-DF).

Neste momento, o número mínimo de 27 assinaturas já foi alcançado no Senado, enquanto na Câmara ainda há 96 assinaturas. São necessárias 1/3 de apoios (27 no Senado e 171 na Câmara) nas duas Casas.

"A CPI dos aposentados é algo urgente. Seja CPI na Câmara ou CPMI, isso precisamos implementar com toda urgência do mundo para que não só a gente coíba os erros", diz Sóstenes.

Nesta legislatura, a oposição já usou a CPMI para garantir a instalação de uma comissão de inquérito - isso aconteceu, por exemplo, na CPMI do 8 de Janeiro.

A "CPI das Fraudes do INSS", de autoria de Coronel Chrisóstomo (PL-RO) foi uma reação após a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU) deflagrarem uma operação que identificou um esquema de cobranças irregulares que soma R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024, segundo a PF.

No processo, 11 entidades associativas foram alvo de medidas judiciais. Em troca dos descontos mensais, elas afirmam que prestam serviços dos mais diversos tipos, como assistência funerária, consultas médicas e "maridos de aluguel" (reparos em residências).

Como mostrou o Estadão, os valores repassados pelo governo federal ao Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi) - que tem o irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Frei Chico, como vice-presidente - cresceram 564% de 2020 para 2024, a partir dos descontos nas mensalidades de aposentados e pensionistas do INSS.

Como resultado, o então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, pediu demissão. Outros seis servidores públicos foram afastados de suas funções, como o diretor de Benefícios de Relacionamento com cidadão, o procurador-geral junto ao INSS, o coordenador geral de Suporte ao Atendimento ao Cliente e o coordenador geral de Pagamentos e Benefícios.

A vereadora Luana Alves (PSOL) acionou nesta quarta-feira, 30, a Corregedoria da Câmara Municipal de São Paulo contra a também vereadora Cris Monteiro (Novo). A parlamentar do PSOL pede que a colega seja investigada pela declaração de que "mulher branca, bonita e rica incomoda". Segundo Luana Alves, o episódio configurou um ato de racismo e quebra de decoro parlamentar.

O caso ocorreu nesta terça-feira, 29, quando, na tribuna da Câmara, Cris Monteiro dirigiu-se a sindicalistas que acompanhavam a votação do reajuste dos servidores municipais e provocou forte reação da plateia e de parlamentares.

Em nota enviada ao Estadão, a vereadora do Novo afirmou não ter sido notificada sobre o requerimento, e que não teve a intenção de ofender ninguém (leia abaixo).

Durante o discurso, Cris repreendeu Luana, que tentava confrontá-la, e disse: "Por favor, Luana, calada. Pode me devolver o tempo. Eu escutei todos vocês calada. (...) Agora, quando vem uma mulher branca aqui, falar a verdade para vocês, vocês ficam todos nervosos. Porque uma mulher branca, bonita e rica incomoda muito vocês". Em coro, servidores que acompanhavam a sessão das galerias gritaram "racista" após a declaração da vereadora do Novo.

No documento, Luana Alves argumenta que a conduta de Cris Monteiro violou princípios constitucionais como o da igualdade e da dignidade da pessoa humana, além do crime de racismo, que destaca a vereadora, é inafiançável, imprescritível e sujeito à pena de reclusão.

"A fala da vereadora Cris Monteiro revela conteúdo discriminatório com base na cor da pele, classe e gênero, sendo inaceitável em qualquer espaço, especialmente no plenário desta Casa Legislativa. A argumentação reforça que o racismo pode se manifestar por meio de discursos que reforçam privilégios e estigmatizam corpos racializados, e, portanto, exige responsabilização política desta Corregedoria", diz trecho do documento.

A vereadora do PSOL pede que a Corregedoria tome providências cabíveis em relação à conduta da parlamentar. As possíveis penalidades incluem considerar a conduta incompatível com o decoro parlamentar, o que, conforme a Lei Orgânica e o Regimento Interno da Casa, pode levar à perda do mandato.

Nesta terça, 29, o áudio da transmissão oficial da sessão pela Rede Câmara, canal da Casa no YouTube, chegou a ser interrompido por alguns minutos, mas foi restabelecido em seguida. Após o retorno, a vereadora do Novo pediu desculpas.

"Lamento profundamente se alguém em particular se sentiu ofendido com a minha fala, não foi minha intenção. Faço uso da tribuna, como qualquer parlamentar, para defender minhas ideias e falar o que penso", disse Cris Monteiro.

LEIA A NOTA COMPLETA

"A vereadora Cris Monteiro se manifesta publicamente sobre a frase proferida no plenário da Câmara Municipal nesta terça-feira. Ela lamenta a repercussão de sua fala e reforça que em nenhum momento teve a intenção de ofender qualquer pessoa.

Ao longo dos últimos cinco anos de mandato, Cris Monteiro sempre pautou sua atuação pelo respeito aos colegas parlamentares e à população de São Paulo. Sua trajetória é marcada pelo diálogo, pela escuta ativa e pelo compromisso com soluções concretas para os desafios da cidade.

Autora de leis importantes como as de Naming Rights e Não se Cale, entre outras iniciativas de impacto, a vereadora segue dedicada ao trabalho legislativo com seriedade, responsabilidade e o objetivo de fazer de São Paulo uma cidade melhor para todos."