Trump garante que cumprirá plano de deportação em massa de imigrantes

Internacional
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times
O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, disse à NBC News nesta sexta, 8, que uma de suas primeiras ações ao assumir o cargo em janeiro será tornar a fronteira americana com o México "forte e poderosa". Quando questionado sobre sua promessa de campanha de deportações em massa, Trump disse que seu governo não teria "nenhuma escolha" a não ser realizá-las.

Trump afirmou que considera sua vitória esmagadora sobre a vice-presidente Kamala Harris um mandato "para trazer bom senso" ao país. "Obviamente, temos de tornar a fronteira forte e poderosa e, ao mesmo tempo, queremos que as pessoas entrem em nosso país", disse ele à NBC. "E você sabe, eu não sou alguém que diz: 'Não, você não pode entrar'. Queremos que as pessoas entrem."

Sobre o investimento que precisará fazer para concretizar sua promessa, o republicano respondeu que não é "uma questão de preço". "Não temos escolha quando as pessoas têm matado e assassinado, quando traficantes poderosos têm destruído o país. Eles agora vão voltar para os seus países, não vão ficar aqui. Isso não é algo em que você coloque um preço", afirmou.

Deportações

Como candidato, Trump prometeu várias vezes realizar o "maior esforço de deportação da história americana". Perguntado sobre o custo de seu plano, ele disse: "Não se trata de uma questão de custo. De fato, não temos escolha."

Não se sabe ao certo quantos imigrantes ilegais vivem nos EUA, mas o diretor interino da Polícia de Imigração e Alfândega dos EUA (ICE, na sigla em inglês), Patrick J. Lechleitner, disse à NBC News, em julho, que um esforço de deportação em massa seria um enorme desafio logístico e financeiro.

Estima-se que 11 milhões de pessoas estejam no país ilegalmente, mas o republicano, durante a campanha, falava em deportar mais de 21 milhões. O Conselho Americano de Imigração calcula que a deportação em massa na escala prevista por Trump poderia custar US$ 315 bilhões aos cofres americanos, incluindo custos econômicos mais amplos por meio do impacto no mercado de trabalho.

Cooperação

Dois ex-funcionários do governo Trump envolvidos com a imigração durante seu primeiro mandato disseram à NBC News que o esforço exigiria a cooperação entre várias agências federais, incluindo o Departamento de Justiça e o Pentágono.

Na entrevista telefônica, Trump creditou parte de sua vitória eleitoral à sua mensagem sobre imigração. "Eles querem ter fronteiras e gostam que as pessoas entrem, mas elas têm de entrar com amor pelo país. Elas têm de entrar legalmente."

Trump também destacou a coalizão diversificada de eleitores que ele atraiu, apontando os ganhos que obteve entre latinos, jovens, mulheres e asiáticos, com relação a 2020.

"Comecei a ver que o realinhamento poderia acontecer, porque os democratas não estão alinhados com o pensamento do país", disse Trump à NBC. "Não se pode tirar o dinheiro da polícia, esse tipo de coisa. As pessoas entendem isso."

Resistência

A promessa de deportação em massa, no entanto, deve colocar Trump em rota de colisão com as autoridades estaduais e municipais democratas, que disseram que resistiram às ordens, mesmo diante das ameaças do governo de suspender o repasse de recursos para Estados, cidades e polícias que não cooperarem com Washington.

A NBC News noticiou que Trump poderia reter subsídios federais de departamentos de polícia e xerifes que se recusassem a participar de programas de captura de imigrantes. Autoridades locais nas grandes cidades americanas, ligadas aos democratas, disseram que estão preparadas para se posicionar contra o plano de Trump.

Na Califórnia, onde vive uma das maiores comunidades de imigrantes dos EUA, o governador, Gavin Newsom, um democrata, convocou uma sessão legislativa estadual especial em dezembro para "salvaguardar os valores e os direitos fundamentais da Califórnia diante das ameaças de um novo governo Trump".

Karen Bass, prefeita de Los Angeles, onde um terço da população é de origem estrangeira, emitiu uma declaração de solidariedade aos seus residentes. "Não importa onde você nasceu, como veio para este país, quem você cultua ou quem você ama, Los Angeles estará sempre ao seu lado", disse. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em outra categoria

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) iniciou o descarte de 195.227 urnas eletrônicas do modelo UE 2009, que atingiram o fim de sua vida útil - estimada em cerca de dez anos ou seis eleições. O processo, que integra o Plano de Logística Sustentável (PLS), teve início em agosto do ano passado, com a retirada dos primeiros equipamentos.

A desmontagem das urnas envolve a separação de materiais como metais, plásticos e placas eletrônicas. Em seguida, os componentes são triturados para descaracterização. De acordo com o TSE, 98% dos materiais são reaproveitados, enquanto o restante é destinado a aterros sanitários certificados, seguindo as normas ambientais.

O descarte está sendo realizado pela empresa NGB Recuperação e Comércio de Metais, em Guarulhos (SP), sob auditoria de servidores do TSE para garantir segurança e transparência. Até o momento, aproximadamente 52% das urnas já foram processadas. A empresa tem até junho de 2025 para concluir o trabalho. Ao todo, as urnas descartadas somam 1.873.940 quilos, incluindo baterias e outros componentes.

"Esses procedimentos exigidos garantem uma destinação ambientalmente adequada. Também aprimoram os objetivos estratégicos de políticas e práticas de sustentabilidade da Justiça Eleitoral, que prima pela promoção da coleta seletiva, com estímulo à redução do consumo e da produção de resíduos, bem como ao reuso e à reciclagem de materiais", destaca a Justiça Eleitoral.

A urna eletrônica está em uso no Brasil desde 1996. Os equipamentos são armazenadas pelos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) de cada uma das 27 unidades da federação.

Decano do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Gilmar Mendes comemorou o Oscar de Ainda Estou Aqui em seu perfil no X, antigo Twitter. "Uma vitória que destaca a força e a resiliência de nossa cultura no mundo", escreveu ele nesta segunda-feira, 3.

"O filme, de maneira sensível, retrata os horrores do regime e suas consequências para a vida dos brasileiros. Eunice Paiva, interpretada com brilhantismo pela Fernanda Torres, é símbolo de resiliência e serve para nos lembrar que a luta pela democracia tem que ser constante", afirmou o ministro.

Ainda na plataforma, Gilmar Mendes disse que o prêmio vem em boa hora para o País: "Celebramos, neste mês, 40 anos de nossa redemocratização. Em 15 de março de 1985, o então vice-presidente José Sarney tomava posse, encerrando duas décadas de ditadura no País".

No domingo, 2, Ainda Estou Aqui levou a estatueta de Melhor Filme Internacional. O longa-metragem, que também tinha sido indicado nas categorias Melhor Filme e Melhor Atriz, mostra a transformação da família do ex-deputado Rubens Paiva depois de seu desaparecimento, com foco em sua mulher, Eunice Paiva. Rubens Paiva foi preso, torturado e morto pela ditadura militar.

O filme já foi comentado por outros membros da Corte e foi inclusive citado em decisões sobre crimes ocorridos durante o período. Para o ministro Flávio Dino, o longa atualizou o debate sobre a Lei da Anistia.

Recentemente, o STF reconheceu a repercussão geral de dois casos ocorridos na época - um deles o do desaparecimento de Rubens Paiva. Em um próximo momento, será julgado o mérito das ações. Os ministros decidirão se a Lei da Anistia se aplica aos crimes cometidos ou se os acusados podem ser punidos por eles.

Um dos processos trata do desaparecimento de Rubens Paiva e de Mário Alves de Souza Vieira, cujos corpos nunca foram encontrados, e da morte de Helber José Gomes Goulart.

Já o segundo consiste na acusação, por parte do Ministério Público Federal no Pará, dos militares Lício Augusto Ribeiro Maciel e Sebastião Curió Rodrigues de Moura. Maciel é acusado de matar e ocultar os restos mortais de três membros da Guerrilha do Araguaia. Contra Moura, consta a acusação de atuar na ocultação de cadáveres entre 1974 e 1976.

O senador Jaques Wagner (PT-BA) saiu em defesa de Gleisi Hoffmann (PT) nas redes sociais. A indicação da paranaense para comandar a Secretaria de Relações Institucionais (SRI) tem sido alvo de críticas por parte da oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A pasta é responsável pela articulação política do governo.

Em seu perfil no X, antigo Twitter, o líder do PT no Senado elogiou Gleisi, que disse ter sensibilidade, inteligência política e competência. Ele acrescentou que a futura ministra, cuja posse está marcada para o dia 10 de março, "sabe em que cadeira vai sentar".

"Preparem-se para morder a língua", escreveu o senador, em mensagem aos que não acreditam que Gleisi seja uma escolha adequada para o cargo. O congressista afirmou que, durante as eleições de 2022, ela "articulou alianças em busca do consenso e do diálogo".

Líderes da Oposição no Senado e na Câmara ouvidos pelo Estadão consideram que a substituição de Alexandre Padilha (PT) por Gleisi indica uma "radicalização e isolamento" do Executivo. Para eles, a troca coloca "ideologia e interesses partidários acima do Brasil".

O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB), também já defendeu a escolha da paranaense para chefiar a pasta da articulação política. "Ela vai ser uma boa surpresa. Tem experiência legislativa, Câmara Federal, Senado da República, executiva e de presidente de partido", disse Alckmin a jornalistas na última terça-feira, 28.

Gleisi já era cotada para assumir um ministério, mas para substituir Márcio Macêdo na Secretaria-Geral da Presidência.

Como ministra da SRI, caberá a ela, por exemplo, negociar os repasses das emendas parlamentares, causa de tensão entre o Planalto, o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF).