Nas Filipinas, vice-presidente ameaça publicamente mandar assassinar o presidente

Internacional
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A vice-presidente das Filipinas, Sara Duterte, disse neste sábado, 23, que contratou um assassino para matar o presidente, sua esposa e o presidente da Câmara dos Representantes se ela própria for morta, em uma ameaça pública ousada que ela alertou que não era uma piada. "Eu dei minha ordem: 'Se eu morrer, não pare até matá-los.' E ele disse, 'sim'", disse a vice-presidente.

O secretário executivo Lucas Bersamin encaminhou a "ameaça ativa" contra o presidente Ferdinand Marcos Jr. para uma força de guardas presidenciais de elite "para ação adequada imediata".

Não ficou claro quais ações seriam tomadas contra a vice-presidente.

O Comando de Segurança Presidencial das Filipinas imediatamente reforçou a segurança de Marcos e disse que considerava a ameaça da vice-presidente, que foi "feita tão descaradamente em público", uma questão de segurança nacional.

A força de segurança disse que estava "coordenando com agências de segurança pública para detectar, dissuadir e defender contra toda e qualquer ameaça ao presidente e à primeira família".

Marcos concorreu com Duterte como sua companheira de chapa vice-presidencial nas eleições de maio de 2022 e ambos venceram com vitórias esmagadoras em um chamado de campanha de unidade nacional.

Os dois líderes e seus partidos, no entanto, rapidamente tiveram uma amarga desavença sobre diferenças importantes, incluindo suas abordagens às ações agressivas da China no disputado Mar da China Meridional. Duterte renunciou ao Gabinete Marcos em junho como secretária de Educação e chefe de um órgão anti-insurgência.

Assim como seu pai igualmente franco, o ex-presidente Rodrigo Duterte, a vice-presidente se tornou uma crítica vocal de Marcos, sua esposa Liza Araneta-Marcos e o presidente da Câmara Martin Romualdez, aliado e primo do presidente, acusando-os de corrupção, incompetência e perseguição política à família Duterte e seus apoiadores próximos.

Em meio às divisões políticas, o chefe militar, general Romeo Brawner, emitiu uma declaração com a garantia de que as Forças Armadas das Filipinas, com 160 mil membros, permaneceriam apartidárias "com o máximo respeito por nossas instituições democráticas e autoridade civil". Fonte: Associated Press

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O ex-presidente Jair Bolsonaro classificou nesta tarde como "historinha" o inquérito que investiga tentativa de golpe de Estado. A Polícia Federal indiciou na quinta-feira Bolsonaro e ex-integrantes de seu governo pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. O ex-presidente alegou perseguição.

"Não acredito nessa historinha de golpe. Ninguém viu, sequer, um soldado na rua, ninguém sendo preso, nada. Obviamente, o Alexandre de Moraes (ministro do Supremo Tribunal Federal) inventando narrativas, com sua Polícia Federal bastante criativa", declarou em conversa com apoiadores em Alagoas neste sábado, 23.

Bolsonaro também disse que há "estardalhaços" sobre as informações já identificadas pelo inquirido. "Vai plantar batata. Pelo amor de Deus, deixa de querer perseguir as pessoas por interesse pessoal", afirmou.

A investigação foi iniciada no ano passado e concluída dois dias após a Polícia Federal (PF) prender quatro militares e um policial federal acusados de tentar assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do STF.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), flexibilizou medida cautelar imposta ao ex-ministro da Justiça Anderson Torres e permitiu que ele possa sair de casa à noite e aos fins de semana, de forma temporária, para cuidar da mãe que está com câncer. A defesa de Torres havia solicitado ao magistrado a revogação da ordem de recolhimento noturno e nos fins de semana com o argumento de que seu pai, em idade avançada (73 anos), não consegue cuidar sozinho de sua mãe, de 70 anos.

Após a Procuradora-Geral da República (PGR) manifestar-se favorável ao pedido da defesa do ex-ministro, Moraes decidiu neste sábado flexibilizar a medida cautelar. O magistrado ressaltou, contudo, que a exceção é temporária e vale somente para Torres deslocar-se de sua residência até a casa de sua mãe.

Torres continuará cumprindo de forma integral outras medidas cautelares, mas o uso de tornozeleira eletrônica e proibição de se ausentar do Distrito Federal.

"A excepcionalidade da situação posta autoriza a flexibilização da cautelar de monitoramento eletrônico, para que o réu possa prestar auxílio à sua mãe nos cuidados necessários ao tratamento de sua saúde", diz Moraes, na decisão. "Ressalte-se o caráter provisório da presente decisão, que não dispensa o requerente do cumprimento das demais medidas cautelares a ele impostas", enfatiza o ministro do STF.

Torres foi ministro da Justiça no governo Bolsonaro. Ele é investigado por suposto envolvimento nos ataques golpistas aos prédios dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023. Na ocasião, atuava como secretário de Segurança Pública do DF.

A suspeita é de que Torres tenha sido omisso e conivente com os ataques. No dia dos atos antidemocráticos, ele estava nos Estados Unidos.

O ex-ministro chegou a ser preso, por decisão de Moraes, mas recebeu liberdade provisória em maio do ano passado, com a imposição de medidas cautelares.

Na última quinta-feira, Torres foi um dos 37 indiciados pela Polícia Federal no inquérito que investiga tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022 para impedir a posse do então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Também estão na lista de indiciados o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros integrantes de seu governo.

O general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil de Jair Bolsonaro, disse neste sábado, 23, que foi um dos poucos a manter lealdade ao ex-presidente. Indiciado pela Polícia Federal (PF) em inquérito que investiga tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, o militar negou que tenha tratado do plano.

"Nunca se tratou de golpe, e muito menos de plano de assassinar alguém. Agora parte da imprensa surge com essa tese fantasiosa e absurda de "golpe dentro do golpe". Haja criatividade", escreveu Braga Netto, em seu perfil no X (antigo Twitter), ao publicar uma nota de sua defesa.

O documento, assinado pelos advogados de Braga Netto, diz que o ex-ministro "sempre primou pela correção ética e moral na busca de soluções legais e constitucionais" e elenca cargos que ele ocupou, como o de interventor na Segurança Pública do Rio de Janeiro no governo Michel Temer, além dos postos no Exército.

"Lembra, ainda, que durante o governo passado foi um dos poucos, entre civis e militares, que manteve lealdade ao Presidente Bolsonaro até o final do governo, em dezembro de 2022 e a mantém até os dias atuais, por crença nos mesmos valores e princípios inegociáveis", afirma outro trecho da nota.

A defesa de Braga Netto diz acreditar que "observância dos ritos do devido processo legal" elucidará a verdade dos fatos e as responsabilidades de cada um dos envolvidos nos inquéritos da PF.

Na última quinta-feira, Braga Netto, Bolsonaro e outras 35 pessoas foram indiciadas por tentativa de golpe de Estado em 2022 para impedir a posse do então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.

A PF atribui a Braga Netto envolvimento direto com a ação de kids pretos mobilizados para a Operação Punhal Verde e Amarelo, missão orquestrada para matar Lula, o então vice-presidente eleito Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), então presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

De acordo com a PF, a missão que empregou até viaturas oficiais da Força foi acertada em uma reunião na casa de Braga Netto. O grupo clandestino intitulou de Operação "Copa 2022" o monitoramento de Moraes no dia 15 de dezembro daquele ano - a 16 dias da posse de Lula.

De acordo com o inquérito da Operação Contragolpe, Braga Neto era peça-chave no plano de golpe de Estado - o general seria o coordenador-geral de um hipotético "Gabinete Institucional de Gestão da Crise" caso a ruptura ocorresse.