Naufrágio de iate turístico no mar Vermelho deixa 4 mortos; sete pessoas estão desaparecidas

Internacional
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times
As forças navais egípcias resgataram cinco pessoas na terça-feira, 26, e recuperaram quatro corpos, um dia após o naufrágio de um iate turístico que transportava 44 passageiros na cidade costeira de Marsa Alam, no Mar Vermelho. O iate afundou devido ao mau tempo, informaram as autoridades. Até agora são 33 sobreviventes, enquanto sete pessoas continuam desaparecidas.

O Sea Story, um liveaboard (embarcação projetada para viagens prolongadas no mar), enviou um sinal de socorro depois que uma grande onda atingiu a embarcação, fazendo-a virar, de acordo com relatos de sobreviventes.

Alguns passageiros estavam dentro das cabines quando o barco virou em questão de minutos, segundo os depoimentos.

Uma operação de resgate, ainda em andamento, foi iniciada, e 28 pessoas foram resgatadas na segunda-feira, 25.

Na terça-feira, o governador da região do Mar Vermelho, Amr Hanafy, informou que os cinco sobreviventes são dois belgas, um egípcio, um cidadão suíço e um finlandês. Ele também disse que os quatro corpos ainda não foram identificados.

A embarcação transportava 13 egípcios, incluindo membros da tripulação, e 31 estrangeiros dos Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido, Polônia, Bélgica, Suíça, Finlândia, China, Eslováquia, Espanha e Irlanda.

O Ministério das Relações Exteriores da Alemanha informou na terça-feira que três alemães continuam desaparecidos, enquanto outros três foram resgatados. Enquanto isso, Pawel Wronski, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Polônia, afirmou que dois cidadãos poloneses, um homem e uma mulher, também estão desaparecidos, e que suas famílias foram notificadas.

Turbulências e ondas altas

Os liveaboards geralmente partem para excursões de vários dias. O Sea Story deixou o porto de Ghalib, em Marsa Alam, no domingo, com previsão de chegar a Hurghada cinco dias depois.

Ele naufragou a 46 milhas náuticas de Marsa Alam, segundo o governador.

As autoridades informaram que o barco não apresentava problemas técnicos, possuía todas as autorizações necessárias para a viagem e passou pela última inspeção de segurança naval em março.

De acordo com o site do operador da embarcação, Dive Pro Liveaboard, o Sea Story foi construído em 2022 e tem capacidade para 36 passageiros.

No sábado, a Autoridade Meteorológica do Egito alertou sobre turbulências e ondas altas, recomendando evitar atividades marítimas no domingo e na segunda-feira.

Marsa Alam é famosa por suas praias intocadas, uma grande variedade de vida marinha e frequentes tubarões, especialmente o curioso tubarão galha-branca oceânico, atraindo entusiastas de mergulho de todo o mundo. No entanto, alguns dos pontos de mergulho são desafiadores, com fortes correntes, e exigem certificação avançada.

O exército egípcio também está envolvido na coordenação da operação de resgate./AP

Em outra categoria

O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou nesta quarta, 27, o julgamento de ações que discutem a responsabilidade das plataformas digitais por conteúdos ilegais publicados pelos seus usuários. A expectativa é que a sessão de hoje seja preenchida pela leitura dos relatórios (um resumo do caso) e pelas sustentações orais de advogados. São 16 entidades cadastradas como amicus curiae, que terão 5 minutos cada para falar, além dos dois autores das ações, Facebook e Google, que terão 15 minutos cada. Os votos devem ficar para esta quinta, 28.

Serão julgadas duas ações em conjunto, relatadas pelos ministros Dias Toffoli e Luiz Fux. Está em discussão a constitucionalidade do artigo 19 do Marco Civil da Internet, de 2014, que estabelece que as plataformas só podem ser responsabilizadas por conteúdos publicados por terceiros caso elas deixem de cumprir uma ordem judicial de remoção. Há duas exceções: em casos de violação de direitos autorais e divulgação de fotos íntimas sem consentimento, a plataforma é obrigada a agir assim que for notificada pela vítima.

O caso foi pautado pelo presidente do Supremo, Luís Roberto Barroso, diante do debate travado no Congresso. Na última vez que as ações contra o MCI entraram em pauta, em junho de 2023, o PL das Fake News estava próximo de ser votado na Câmara. Mas a tramitação voltou à estaca zero depois de o presidente da Câmara, Arthur Lira, criar um grupo de trabalho para redigir um novo texto.

Ambas as ações chegaram ao Supremo em 2017. O processo de relatoria de Toffoli se originou de uma ação indenizatória contra o Facebook devido a um perfil falso. O Facebook recorreu ao Supremo contra decisão da segunda instância que determinou o pagamento de indenização por danos morais de R$ 10 mil à usuária que teve seu nome usado no perfil. A mulher notificou o Facebook pedindo a exclusão do perfil falso, mas a solicitação não foi atendida.

No outro caso, de relatoria de Fux, uma professora de ensino médio era alvo de comentários ofensivos de alunos em uma comunidade no antigo Orkut chamada "Eu Odeio a Aliandra". Ela obteve decisão favorável na segunda instância para receber uma indenização de R$ 21 mil do Google, que controlava o Orkut - rede social desativada em 2014. O Google recorreu contra essa decisão.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), minimizou a prisão do capitão Diogo Costa Cangerana, que atuou na equipe de segurança do Palácio dos Bandeirantes e foi detido nesta terça-feira, 26, em uma operação da Polícia Federal que investiga fintechs ligadas ao Primeiro Comando da Capital (PCC). Tarcísio prometeu punição rigorosa ao policial e classificou o caso como um ato isolado, afirmando que "toda instituição tem suas maçãs podres".

"O que você tem são atos isolados de pessoas que desviam conduta, como tem em qualquer outra organização. E esses que desviam conduta vão ser severamente punidos. Podem ter certeza: vão ter a pior punição possível para servir de exemplo", disse o governador, após participar da inauguração do novo prédio da Escola Estadual Professor Geraldo Sorg, em Mogi Guaçu (SP). Na ocasião, Tarcísio foi questionado sobre as suspeitas de trama golpista envolvendo seu padrinho político, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O governador não quis comentar e encerrou a coletiva.

Embora Cangerana ocupasse, segundo o próprio governo, o cargo de "Chefe de Equipe da Divisão de Segurança de Dignitários do Departamento de Segurança Institucional", Tarcísio negou que o policial exercesse a função de chefe de sua segurança e acrescentou que ele foi "mandado embora" da Casa Militar em setembro. Na ocasião, Cangerana foi transferido para o 13.º Batalhão da PM, responsável pelo patrulhamento da Cracolândia.

"Ele prestava serviço na Casa Militar, estava lá há 14 anos e foi mandado embora", afirmou o governador. "Trabalhou durante 14 anos (na Casa Militar), com vários governadores. Quando eu cheguei, ele foi embora. Nós tiramos ele em setembro deste ano. Se a gente soubesse de alguma coisa, obviamente ele teria saído há muito mais tempo."

Suspeito de ser um dos articuladores do "sistema financeiro do crime", Cangerana foi visto ao lado de Tarcísio em diversas agendas públicas. Em publicações no perfil oficial do governador no Instagram, ele aparece acompanhando o governador em um ato de campanha com o prefeito Ricardo Nunes (MDB) no Mercado Municipal de São Paulo, em agosto, e durante uma viagem a Balneário Camboriú (SC) para a Conferência Política de Ação Conservadora (CPAC) Brasil. Na ocasião, Tarcísio se encontrou com o presidente da Argentina, Javier Milei, e com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Tarcísio defendeu que não há envolvimento da Polícia Militar com o Primeiro Comando da Capital, tratando-se, portanto, de um caso pontual. "Não podemos falar da polícia dessa maneira. A polícia é boa, séria, profissional, presta um relevante serviço por mim, por você, pela nossa sociedade e, obviamente, em toda instituição, infelizmente, a gente tem as maçãs podres, e essas maçãs podres nós vamos tirar do cesto, punir severamente."

O relatório final do inquérito das Operações Tempus Veritatis e Contragolpe, da Polícia Federal (PF), mostra um militar do Exército com medo de assinar uma carta pró-Golpe de Estado. Isso porque Ronald Ferreira de Araújo Júnior não queria ser investigado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). "Vamos ser presos por ele", diz em uma mensagem logo depois de encaminhar uma figurinha de Moraes pelo WhatsApp.

De acordo com a PF, Araújo Júnior, que é tenente-coronel, "apesar de atuar na propagação e obtenção de assinaturas, demonstra receio em ele próprio assinar o documento pelo fato de ser tenente-coronel e ainda expor seu comandante, amigo pessoal", citou a PF no relatório. Araújo Júnior é apontado como um dos militares responsáveis por conseguir assinatura de militares pró-golpe. O Estadão procura a defesa dos envolvidos. O espaço está aberto para manifestação.

No dia 26 de novembro de 2022, há exatos dois anos, Araújo Júnior revela explicitamente medo de ser investigado por Moraes. "O problema é o cabeça de p..... pegar essa p.... e meter no inquérito das fake news, né cara (sic). Aí a gente tá fu..... O inquérito do fim do mundo, essas p.... lá dos atos antidemocrático (sic). Sei lá quantos inquéritos ilegais esse filho da p... tem, né. Então esse é o perigo", afirmou ao também tenente-coronel Sérgio Cavaliere.

Araújo Júnior disse ainda que se a investigação fosse tocada por militares, não teria receio. "Será que a Justiça Militar, os generais, vão f.... a gente? Eu acho que não", disse em outro trecho da mensagem de áudio transcrita pela PF.

O militar Araújo Júnior afirmou ainda que no dia 25 de novembro, um dia antes da troca de mensagens, uma live ocorreu entre servidores do Exército sobre a tentativa de golpe de Estado. Segundo ele, um militar afirmou no encontro virtual que os coronéis deveriam assinar o documento golpista.

"É o cara que vai ter menos prejuízo, mano. O cara já está no último posto da carreira, coronel, acabou. Entendeu? Ele mesmo disse que achava que tenente-coronel e major não deveriam assinar, mas aí vai ter pouca adesão", disse.

Cavaliere demonstra concordar com Araújo Júnior e diz necessitar de mais informações sobre o movimento. Ele cita realizar chamada de vídeo com Mauro Cid, então ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL). "A gente que vai entrar de bucha de canhão e ficar mais três anos ai sofrendo a perseguição que vai vir de um lado ou de outro (...) e a pior situação é não dar em nada. Se sair o Bolsonaro e entrar o molusco (Lula) aí pronto. A gente vai ser perseguido", respondeu.