Biden diz que EUA vão tentar nos próximos dias alcançar cessar-fogo em Gaza novamente

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O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou nesta quarta-feira, 27, que autoridades norte-americanas irão fazer um novo esforço para alcançar um cessar-fogo em Gaza. Em publicação no X, antigo Twitter, Biden disse que este será um esforço conjunto com a Turquia, o Egito, o Catar, Israel e outros.

 

"Alcançaremos um cessar-fogo com a libertação de reféns e um fim para a guerra sem o Hamas no poder", escreveu o presidente dos EUA.

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O relatório final do inquérito do golpe mostra que oficiais das Forças Especiais (FE), os kids pretos, buscaram convencer os generais do Alto-Comando do Exército a aderir ao golpe militar para impedir a posse do então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e manter Jair Bolsonaro no poder. Diz o relatório que esses oficiais, "com formação em forças especiais, estava lotados "em postos relevantes dentro da estrutura do Exército".

Eram, principalmente, assessores de generais de quatro estrelas, membros do ACE. Eles fizeram uma reunião, no dia 28 de novembro de 2022, na SQN 305 BL I, em Brasília, com o objetivo, segundo a PF, "de executar ações para pressionar alguns integrantes do alto comando, a aderirem ao golpe de Estado, que estava em curso".

"Novamente o objetivo era o emprego de técnicas de forças especiais em ambiente politicamente sensível para desencadear ações que incitassem o meio militar e, com isso, convencer os comandantes que mantinham uma conduta legalista, em especial, o comandante do Exército, general (Marco Antônio) Freire Gomes, a aderir ao intento golpista.", diz o documento da Operação Contragolpe, que levou ao indiciamento de Bolsonaro e outros 36 acusados pelos crimes de golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do estado democrático de direito e organização criminosa e organização criminosa.

Recuperação de dados apagados dos telefones

Segundo os federais, apesar de apagar os dados em seus telefones celulares, as medidas cautelares de quebra de sigilo telemático "foram exitosas em recuperar trocas de mensagens pelo aplicativo WhatsApp que demonstraram o objetivo da referida reunião". Segundo os federais, os assessore atuaram de forma deliberada, sem conhecimento dos comandantes, em evidente quebra de hierarquia, com a finalidade estabelecer uma relação de confiança entre Freire Gomes e Bolsonaro.

O objetivo seria que o então comandante do Exército aderisse a tentativa de golpe de Estado, dando o suporte armado à ação que estava em curso. Para exemplificar essa ação, os federais citam mensagens do coronel Correa Netto, então assistente do comandante militar do Sul, general José Sant'Anna Soares Silva, e do coronel Fabrício Moreira de Bastos, na época integrante do Centro de Inteligência do Exército (CIE).

Correia Netto escreveu que objetivo era "reunir alguns FE em funções chaves para termos uma conversa sobre como podemos influenciar nossos chefes". "Para isso vamos fazer uma reunião em BSB (Brasília)". Após a reunião, houve novas trocas de mensagem entre Correa Neto e o coronel Fabrício Moreira de Bastos descreveram as "fragilidades identificadas e as ações que seriam adotas, dentre elas, a utilização de técnicas de forças especiais no campo de controle da informação, a criação de um denominado 'gabinete de crise', no Comando de Operações Terrestres (COTER)".

Na época, o COTER eras comandado pelo general Estevam Theóphilo, um dos 37 indiciados pelo golpe. Ainda no final da mensagem, os investigados evidenciaram que o objetivo final das ações seria estabelecer o tal vínculo de confiança entre Freire Gomes e Bolsonaro. "Além disso, também descreveram que o então presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes seria o alvo a ser atacado, utilizando o jargão militar de 'centro de gravidade'."

Entre as ações dos oficiais estava a confecção de uma carta. A carta em questão recebeu o título de 'Carta dos oficiais superiores ao Comandante do Exército Brasileiro'. Em outra frente os investigados atuaram para pressionar o então Comandante Militar do Nordeste, o general Richard Nunes (atual chefe do Estado-Maior do Exército), o então Comandante Militar do Sudeste, Tomás Paiva (atual comandante do Exército), e o então chefe do Estado-Maior do Exército, general Valério Stumpf (atualmente na reserva). Todos eles e o comandante do Sul, general Sant'Ana eram os principais opositores do golpe no ACE. Tudo siso foi definido na reunião no dia 28 de novembro de 2022 com coroneis.

A divulgação da mentira das fraudes das urnas eletrônicas

O relatório da PF prossegue afirmando que, nessa linha de ação, os militares Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros, Marcos Paulo Cavaliere e Hélio Ferreira Lima "disseminaram estudos sem qualquer lastro, que teriam identificado o registro de votos após o término do horário de votação e a existência de inconsistências no código-fonte das urnas eletrônicas que propiciaram fraudes nas eleições presidenciais".

Esse material teria sido "disponibilizado no serviço de nuvem Google Drive, editado pelo então assessor especial da Presidência da República, Tércio Arnaud Tomaz, "integrante do autodenominado gabinete do ódio". Ele teria encaminhado tudo ao então ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cesar Cid, "possivelmente com o objetivo de facilitar a propagação do conteúdo falso". Esse conteúdo havia sido produzido originalmente pelo marqueteiro argentino Fernando Cerimedo.

O relatório conclui que a "diversificação da disseminação do conteúdo falso produzido pelo argentino Fernando Cerimedo continuou a ser realizada pelos investigados". O tenente-coronel Marques de Almeida, então lotado no COTER, segundo os federais, "dentro da divisão de tarefas estabelecida pelos investigados, atuou deliberadamente para burlar a ordem judicial de bloqueio do conteúdo falso sobre o sistema eleitoral brasileiro, disponibilizando o material produzido por Cerimedo em servidores localizados fora do País".

De acordo com a PF, o Relatório de Fiscalização do Sistema Eletrônico de Votação produzido pelo Ministério da Defesa também "foi um instrumento utilizado pelo grupo investigado para reforçar o sentimento de uma possível fraude nas eleições presidenciais de 2022".

Os federais indicam ainda as digitais de Bolsonaro no episódio. "Os dados analisados indicam o então presidente da República Jair Bolsonaro determinou a postergação da divulgação do referido relatório, pelo fato de não terem identificado qualquer indício de fraudes ou vulnerabilidades no sistema eletrônico de votação".

Segundo a investigação, dentro do planejamento traçado, a publicidade do relatório destruiria a narrativa construída para manter mobilizadas as manifestações, que serviriam de suporte para a execução do golpe de Estado. O Relatório de fiscalização do Ministério da Defesa foi publicado em 9 de novembro de 2022.

Diante da repercussão de que a fiscalização não identificou qualquer indício de ilegalidade nas eleições de 2022, o então Ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, no dia seguinte, "no sentido de manter a narrativa de possível fraude eleitoral, divulgou uma nota afirmando de forma contraditória que 'embora não tenha apontado, também não excluiu a possibilidade da existência de fraude ou inconsistência nas urnas eletrônicas e no processo eleitoral de 2022'".

O Estadão busca contato com os citados. Até a publicação deste texto, não havia conseguido localizar a defesa dos oficiais citados pela Polícia Federal.

A Polícia Federal afirma que o ex-presidente Jair Bolsonaro tinha "conhecimento e anuência" sobre a confecção e disseminação de uma carta com teor golpista assinada por oficiais do Exército. A carta seria "uma estratégia para incitar os militares e pressionar o Comando do Exército a aderir a ruptura institucional".

A informação surgiu a partir de um diálogo entre o tenente-coronel do Exército Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros e o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, no dia 26 de novembro de 2022, quando os militares ainda ajustavam o teor e a forma de divulgação da carta golpista.

"01 sabe disso?", questionou Cavaliere. 'Sabe', respondeu Mauro Cid.

O inquérito da Operação Contragolpe culminou no indiciamento de Bolsonaro e mais 36 investigados por golpe de Estado, abolição violenta do Estado de Direito e organização criminosa. Nesta terça, 26, o ministro Alexandre de Moraes enviou os autos para a Procuradoria-Geral da República.

Segundo a PF, os elementos de prova demonstram que os militares, com formação em Forças Especiais do Exército, reuniram-se no dia 28 de novembro de 2022, em Brasília, "com a finalidade de planejar e executar ações voltadas a incitar as Forças Armadas, recrudescer as manifestações que aconteciam em frente às instalações militares e pressionar o então comandante do Exército, general Freire Gomes e o Alto Comando, a aderirem ao Golpe de Estado".

"Os integrantes da organização criminosa buscavam obter o suporte do braço armado do Estado para que o então presidente da República assinasse o decreto golpista, mantendo-se no poder, sem oposição dos poderes constituídos, especialmente do poder Judiciário", assinala a PF no relatório final do inquérito da Operação Contragolpe, documento de 884 páginas.

A carta do golpe circulou nos quartéis sob o título 'carta dos oficiais superiores ao comandante do Exército brasileiro'. Em outra frente os investigados atuaram para pressionar o então comandante militar do Nordeste, o então comandante militar do Sudeste, e o então comandante do Estado Maior do Exército.

A execução das ações foi definida em uma reunião no dia 28 de novembro de 2022 com coronéis.

"Os investigados, ao concluírem a reunião, estabeleceram as ações que deveriam adotar (ideias-força), especialmente no campo informacional com o fim de estabelecer uma relação de confiança entre o então comandante do Exército e o presidente Jair Bolsonaro, para garantir o êxito das ações que subverteriam o Estado Democrático de Direito", aponta o relatório da PF.

Segundo o documento, os alvos da investigação "identificaram a necessidade de neutralizar o ministro Alexandre de Moraes, considerando o 'ponto de gravidade', a resistência, que poderia impedir a consumação do intento golpista".

Em agosto, o Exército concluiu o inquérito sobre a carta, apontando os autores do documento. Foi verificada a participação de 12 coronéis, nove tenentes-coronéis, um major, três tenentes e um sargento na carta. Os responsáveis pela redação são os coroneis Alexandre Castilho Bitencourt da Silva e Anderson Lima de Moura Carlos Giovani Delevati Pasini e José Otávio Machado Rezo Cardoso. Outros 11 militares, mesmo com o nome na carta, deram explicações consideradas suficientes por seus superiores e, por isso, não sofreram nenhuma punição.

O general Walter Braga Netto participou do planejamento da prisão e aprovou o plano de assassinato do presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. O general, segundo o relatório do inquérito da tentativa de golpe mostra que as chamadas "medidas coercitiva" previstas no plano Punhal Verde e Amarelo com o planejamento operacional para ações de Forças Especiais foi feito para ser apresentado ao general.

A conclusão da PF a respeito do ex-ministro do governo de Jair Bolsonaro e vice na chapa com a qual o então presidente buscava a reeleição é particularmente dura. "Os elementos probatórios obtidos ao longo da investigação evidenciam a sua participação concreta nos atos relacionados à tentativa de golpe de Estado e da abolição do estado democrático de direito, inclusive na tentativa de embaraçamento e obstrução do presente procedimento." E chama o general de "figura central nos atos que tinham o objetivo de subverter o regime democrático no Brasil".

Até a publicação deste texto, a reportagem não havia conseguido localizar a defesa do general. Em nota publicada no sábado, dia 23, o general afirmou que nunca houve tratativas para se dar golpe de Estado no Brasil e negou a existência de um plano para assassinar autoridades.

Braga Netto é um dos personagens mais citados no relatório de 884 páginas da Operação Contragolpe os federais citam seu nome em 98 oportunidades. A operação levou ao indiciamento do ex-presidente e outros 36 acusados por três crimes - tentativa de abolição do estado democrático de direito, golpe de Estado e organização criminosa.

Segundo o relatório, as "ações operacionais para o cumprimento de medidas coercitivas (prisão, assassinato etc.) foram planejadas em reuniões que ocorreram na cidade de Brasília, nos meses de novembro e dezembro de 2022". Ainda segundo os federais, em reunião do dia 8 de novembro, pouco depois do segundo turno da eleição presidencial, os militares investigados ajustaram a elaboração do plano que seria exibido a Braga Netto.

"O documento denominado 'punhal verde amarelo' foi elaborado e impresso no dia 09/11/2022, no palácio do Planalto, pelo Secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência, general Mário Fernandes, que é um 'FE' (Força Especial), tendo inclusive comandando o Comando de Operações Especiais do Exército - COpEsp", diz o relatório.

O documento escrito por Fernandes descreve o levantamento da estrutura de segurança do ministro Moraes, os meios que deveriam ser empregados e a ação final de prisão e execução do ministro. O planejamento também estabelecia a possibilidade, dentre as ações dos kids pretos, como são conhecidos os FEs, o assassino de Lula por envenenamento ou uso de químicos e de seu vice, "com a finalidade de extinguir a chapa presidencial".

Em 12 de novembro de 2022, o relatório afirma que o então ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cesar Cid, e o então major Exército Rafael Martins de Oliveira (hoje tenente-coronel), ambos com formação em Forças Especiais), e o tenente-coronel Hélio Ferreira Lima se reuniram com general Braga Netto, na residência funcional do general, em Brasília.

Segundo os federais, eles "apresentarem o planejamento das ações clandestinas com o objetivo de dar suporte às medidas necessárias para tentar impedir a posse do governo eleito e restringir o exercício do Poder Judiciário". Foi ali que, segundo a PF, o plano "Copa 2022" - parte integrante do plano Punhal Verde e Amarelo - para emprego dos militares denominados "kids pretos" na prisão de Moraes no dia 15 de dezembro foi aprovado.

Após a aprovação do documento, os federais afirmaram que se iniciaram "as ações clandestinas para implementação do planejamento operacional, além de condutas voltadas a orientar e financiar as manifestações que pregavam um golpe militar para manter o então presidente da República Jair Bolsonaro no poder, evidenciando a arregimentação de militares com formação em forças especial para atuarem no cenário de interesse (as manifestações)".

Além de participar do plano golpista, Braga Netto teria dado ordens para que o ex-major Ailton Gonçalves Barros direcionasse ataques pessoais - inclusive a familiares - ao então comandante do Exército, general Marco Antonio Freire Gomes, e ao então comandante da Aeronáutica, o brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Júnior. Também deveriam elogiar o então comandante da Marinha, o almirante Almir Garnier, um dos 37 indicados no inquérito.

Braga Netto ainda teria orientado a "disseminação de notícias, com o objetivo de atingir a reputação do general Tomás Miguel Miné Ribeiro de Paiva, atual comandante do Exército, integrante do Alto-Comando do Exército (ACE), que também adotou uma posição legalista". Pelos planos dos golpistas, Braga Netto participaria como coordenador-geral do Gabinete Institucional de Gestão de Crise, que seria criado após o golpe sob a direção do general Augusto Heleno, então ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).

Os federais prosseguem afirmando que Braga Netto tinha conhecimento também na disseminação de dados falsos relacionados às urnas eletrônicas fabricadas antes de 2020. Por meio da análise do material armazenado no aparelho celular de Mauro Cid, os federais encontraram um arquivo em formato docx, com o título "bolsonaro min defesa 06.11-semifinal.docx", endereçado ao general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, então ministro das Defesa.

O mesmo documento foi enviado por Cid a Braga Netto. O documento é datado de 5 de novembro de 2022. Tratava-se de uma minuta a ser assinada por um representante de partido político e que, segundo a PF, "apresenta informações sobre supostas fraudes nas urnas eletrônicas, novamente relacionadas às diferentes gerações de urnas eletrônicas".

Conforme captura de tela efetuada em 14 de dezembro de 2022, o general Braga Netto encaminhou uma mensagem que teria recebido de um "FE" (Forças Especiais), com a seguinte afirmação: "Meu amigo, infelizmente tenho que dizer que a culpa pelo que está acontecendo e acontecerá e do Gen Freire Gomes. Omissão e indecisão não cabem a um combatente". Ele se referia ao fato de o então comandante do Exército ser contrário à aventura golpista.

Em resposta, Barros sugere continuar a pressionar Freire Gomes e, caso insistisse em não aderir ao golpe de Estado afirmou: "vamos oferecer a cabeça dele aos leões". Braga Netto concorda e dá a ordem: "Oferece a cabeça dele. Cagão". E demonstra seu apoio a manifestações em frente da casa do comandante do Exército. O comandante da Aeronáutica foi chamado então por Braga Netto de "traidor da Pátria". "Santa o pau no Batista Junior (...) traidor da pátria. Daí para frente. Inferniza a vida dele e da família", escreveu o general.

Por fim, Braga Netto manda "viralizar" ataques contra o general Tomás Paiva, que então comandava o Sudeste e era um dos legalistas que se opunham ao golpe no Alto-Comando do Exército (ACE). E insinuava que Paiva era "PT desde pequenininho". A campanha de que generais "melancias", ou "comunistas" foi lançada, segundo os federais, para pressionar os legalistas a aderir ao golpe.

Comandantes denunciam pressão das milícias digitais bolsonaristas

Em depoimento à PF, Freire Gomes disse que a pressão exercida por Braga Netto e pelas "milícias digitais" bolsonaristas se devia ao fato de ele ter se negado a dar o golpe. Baptista Júnior também foi ouvido pelos federais e contou que sofreu uma campanha nas redes sociais, onde era chamado de "melancia" e "traidor" e, por isso, teve de suspendê-las.

Durante as investigações da PF, os federais afirmaram que encontraram documentos "relevantes" na mesa do coronel Flávio Botelho Peregrino, assessor de Braga Netto. Um deles mostraria que o militar teve acesso a trechos da delação sigilosa firmada por Mauro Cid com a PF.

Em pastas de documentos, que estavam sobre a mesa do coronel na sede do Partido Liberal (PL), em Brasília, foi encontrado um documento, que descreve perguntas e respostas relacionadas ao acordo de Cid com a Polícia Federal. "O conteúdo indica se tratar de respostas dadas por Cid a questionamentos feitos por alguém, possivelmente do grupo investigado, que aparenta preocupação sobre temas identificados pela Polícia Federal relacionados à tentativa de golpe de Estado", diz o documento da PF.

Ele diz ainda: "No documento ainda constam perguntas relacionadas a atuação de Forças Especiais (FE) nas ações violentas ocorridas nos dias 12/12/2022, 24/12/2022 e 08/01/2023, além do conteúdo da colaboração que estaria saindo na imprensa".

Outro documento encontrado na mesa do coronel foi uma pasta denominada "memórias importantes". Nela foi achado um esboço de ações planejadas para a denominada "Operação 142". O plano descrevia "medidas autoritárias, que demonstram a intenção dos investigados em executar um golpe de Estado para manter o então presidente Jair Bolsonaro no poder: 'Anulação das eleições', 'Prorrogação dos mandatos', 'Substituição de todo TSE' e 'Preparação de novas eleições'".

Diante do documento, o veredicto da PF é duro: "O documento demonstra que Braga Netto e seu entorno, ao contrário do explicitado no documento anterior, tinha clara intenção golpista, com o objetivo de subverter o Estado Democrático de Direito, utilizando uma interpretação anômala do art. 142 da CF, de forma a tentar legitimar o golpe de Estado".