Rússia faz ataque 'em massa' com mísseis e drones contra infraestrutura energética da Ucrânia

Internacional
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A Rússia conduziu um ataque "em massa" com mísseis e drones contra a infraestrutura energética da Ucrânia nesta quinta-feira, 28, denunciaram autoridades, aumentando os temores de que o Kremlin pretende prejudicar a capacidade de geração de energia do país antes do inverno. Mais de um milhão de ucranianos estão sem eletricidade.

"Ataques a instalações de energia estão acontecendo por toda a Ucrânia", disse o ministro da Energia Herman Halushchenko em uma publicação no Facebook. Ele acrescentou que cortes de energia de emergência foram implementados em todo o país.

Autoridades ucranianas alertaram recentemente que a Rússia estava estocando mísseis de cruzeiro e balísticos, presumivelmente para outra campanha aérea pré-inverno contra a rede elétrica da Ucrânia e acusaram a Rússia no passado de "transformar o inverno em uma arma".

Serguii Kovalenko, diretor da Yasno, uma das empresas fornecedoras de eletricidade, indicou em publicação no Facebook que houve "interrupções de emergência em todo o país devido ao ataque inimigo". Segundo ele, o grupo de energia Ukrenergo ainda planeja cortes de energia até a noite.

Cerca de metade da infraestrutura energética da Ucrânia foi destruída durante os quase três anos de guerra com a Rússia, e apagões de eletricidade são comuns. Os aliados ocidentais de Kiev têm procurado ajudar a Ucrânia a proteger a geração de energia com sistemas de defesa aérea e fundos para reconstrução.

A Rússia, em anos anteriores, mirou na geração de eletricidade da Ucrânia, visando negar aos civis o fornecimento crítico de aquecimento e água potável durante os meses rigorosos de inverno e quebrar o ânimo ucraniano.

Os ataques também buscam prejudicar a indústria de defesa da Ucrânia, que agora está produzindo mísseis, drones e veículos blindados, entre outros ativos militares. /AP

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Há 15 meses, em 4 de julho de 2024, a Polícia Federal (PF) indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro em caso em que ele tentou trazer ilegalmente ao Brasil joias doadas pela Arábia Saudita.

O caso, revelado pelo Estadão, segue sem decisão da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre se Bolsonaro será denunciado ao Supremo Tribunal Federal (STF). A reportagem mostrou que auxiliares do ex-presidente tentaram trazer pacotes de joias ao Brasil sem declarar à Receita Federal. Os indícios de irregularidades motivaram operação da PF que levou ao indiciamento.

O inquérito apura a apropriação indevida de joias e presentes ofertados a Bolsonaro por autoridades estrangeiras durante seu período na Presidência do Brasil. Também foram indiciados o tenente-coronel Mauro Cid e outras dez pessoas.

O caso só pode ir a julgamento se a PGR apresentar a denúncia e o STF aceitá-la, assim como ocorreu com a trama golpista. Na época em que os investigados foram indiciados, em 2024, o procurador-geral da República Paulo Gonet aguardou para evitar que o processo pudesse ser usado politicamente em meio às eleições municipais.

Gonet foi reconduzido ao cargo pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e aguarda sabatina no Senado para permanecer na função por mais dois anos. Se ele adiar mais a decisão sobre o caso das joias sauditas, o processo pode ficar para 2026, outro ano eleitoral.

Bolsonaro faz parte de oito investigações ativas no STF, incluindo o inquérito das joias. A mais recente apura suposta tentativa de coagir o Supremo, por meio de sanções aplicadas pelo governo dos Estados Unidos, para reverter o julgamento da trama golpista. Seu filho Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o blogueiro Paulo Figueiredo foram denunciados no âmbito dessa ação.

As outras investigações são os inquéritos das fake news e das milícias digitais; suposta interferência na Polícia Federal; suposto vazamento de documentos sigilosos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE); declarações falsas sobre a pandemia de covid-19 e apuração sobre a "Abin paralela", suposto esquema de espionagem ilegal de opositores para atender a interesses políticos e pessoais.

Em março, o ministro Alexandre de Moraes arquivou processo sobre fraudes em carteiras de vacinação, atendendo a parecer da PGR que considerou que o envolvimento de Bolsonaro não ficou comprovado.

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, rejeitou nesta terça-feira, 14, o pedido de prisão preventiva apresentado pelos deputados Lindbergh Farias (PT-RJ) e Talíria Petrone (PSOL-RJ) contra o também deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). A solicitação havia sido feita no âmbito do inquérito que apura a atuação de Eduardo e do comentarista Paulo Figueiredo em uma articulação junto a autoridades americanas para pressionar o Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento da ação penal do golpe, na qual o ex-presidente Jair Bolsonaro foi condenado.

Na manifestação, Gonet afirmou que os parlamentares não têm legitimidade processual para solicitar medidas cautelares como a prisão. "Sem embargo do denodo com que atuam os parlamentares, não estão habilitadas no feito em nenhuma dessas posições", escreveu.

Gonet acrescentou, porém, que a PGR poderá avaliar futuramente se há base para requerer medidas cautelares próprias, inclusive prisão, "no instante que estime oportuno". Ele também negou o pedido para suspender o pagamento de subsídios, cotas e verbas parlamentares de Eduardo Bolsonaro, argumentando que esse tipo de providência cabe à própria Câmara dos Deputados, que já analisa procedimentos administrativos sobre o tema.

Em julho, Lindbergh e Talíria haviam protocolado no Supremo um pedido de prisão preventiva contra Eduardo Bolsonaro. Na ocasião, os parlamentares argumentaram que o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro estaria negociando com autoridades norte-americanas para "sabotar o funcionamento das instituições republicanas brasileiras", em especial o STF. Lindbergh citou como prova uma série de ofícios e manifestações públicas de Eduardo nos Estados Unidos, onde o deputado se encontra licenciado.

A investigação conduzida pelo ministro Alexandre de Moraes no STF apura se Eduardo Bolsonaro coordenou, a partir dos Estados Unidos, uma ofensiva junto a políticos e autoridades americanas para pressionar o Supremo e questionar a legitimidade da condenação de Jair Bolsonaro. Eduardo e Figueiredo foram denunciados pela prática do crime de coação no curso do processo neste inquérito.

O presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), e o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) se resolveram após baterem boca por meio de postagens no X, antigo Twitter. O senador confirmou ao Estadão que os dois falaram por telefone nesta segunda-feira, 13.

"Está tudo resolvido e superado. Ficou bem claro que nossos caminhos são diferentes, mas o nosso objetivo é o mesmo, que é ganhar a eleição", disse ao jornal O Globo.

O desentendimento começou no domingo, 12, depois que Ciro disse ao Canal Livre, da Band, que a postura de Eduardo nos Estados Unidos causou um "prejuízo gigantesco" para a direita no Brasil.

"Eu não sei o que eu faria se meu pai fosse injustiçado, mas foi um prejuízo gigantesco para nosso projeto político. Nós tínhamos uma eleição completamente resolvida", disse sobre o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A avaliação diz respeito às articulações de Eduardo por sanções dos EUA contra autoridades brasileiras e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo o senador, a estratégia acabou favorecendo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que apostou no discurso de defesa da soberania nacional.

Eduardo reagiu e disse que o prejuízo foi gigantesco para o "plano pessoal" do senador. "Não se pode confundir o seu interesse com o do Brasil", escreveu.

Ciro chegou a publicar uma tréplica, em tom conciliatório: "Você sabe a distância entre o que falam de nós e a realidade. Nunca quis ser nada além do que sou. Com uma outra forma de ver, o que me interessa também é o Brasil".

O presidente do PP tem pedido união entre a direita e o centro, sob risco de se perder a eleição de 2026, e apontou uma "falta de bom senso na direita".

Nos últimos meses, intensificou-se, nos bastidores, a disputa para decidir quem herdará o espólio político do ex-presidente, com atritos entre com atritos entre Eduardo Bolsonaro e o governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos), por exemplo.