EUA: Polícia divulga fotos mostrando rosto de procurado pelo assassinato de CEO em Nova York

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O atirador mascarado que perseguiu e matou o CEO de uma das maiores empresas de seguro de saúde dos Estados Unidos do lado de fora de um hotel em Nova York usou munição com as palavras "delay" e "deny" (atrasar e negar), disse uma autoridade policial nesta quinta-feira, 5.

O funcionário não estava autorizado a discutir publicamente os detalhes da investigação em andamento e falou com a The Associated Press sob condição de anonimato.

O CEO da UnitedHealthcare, Brian Thompson, 50 anos, morreu em uma emboscada na madrugada de quarta-feira, 4, quando caminhava para a conferência anual de investidores da empresa em um hotel Hilton em Midtown, a alguns quarteirões de atrações turísticas como o Radio City Music Hall e o Museu de Arte Moderna. O motivo do assassinato permanece desconhecido.

As palavras na munição podem ter sido uma referência às estratégias que as seguradoras supostamente usam para tentar evitar o pagamento de indenizações.

Os investigadores recuperaram várias cápsulas de 9 mm do lado de fora do hotel e um celular que estava no beco pelo qual o atirador fugiu, disse anteriormente o chefe dos detetives do Departamento de Polícia de Nova York, Joseph Kenny.

O assassinato e os movimentos do atirador nos minutos anteriores e posteriores foram capturados por algumas das inúmeras câmeras de segurança presentes naquela região da cidade.

A caçada ao atirador levou a polícia de Nova York na manhã de quinta-feira a pelo menos dois alojamentos no Upper West Side de Manhattan, com base em uma denúncia de que o suspeito de ter atirado poderia ter se hospedado em uma das residências na região, de acordo com uma segunda autoridade policial informada sobre a investigação, que pediu anonimato porque não estava autorizada a discutir a busca em andamento.

Dois detetives chegaram ao albergue Kama Central Park com uma foto do atirador e perguntaram aos funcionários se eles reconheciam o homem, segundo um funcionário confirmou à AP. Eles não reconheceram, disse o funcionário, e os detetives foram embora. Um funcionário do albergue HI New York City, localizado nas proximidades, também confirmou que a polícia havia visitado o local na quinta-feira, mas se recusou a fornecer mais informações.

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O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), comparou a postura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ao dizer que Lula ficou preso durante um ano e, apesar disso, não atentou contra a autonomia do Judiciário.

"Lula ficou preso um ano e meio, não foi um dia e meio. Com um ano e meio preso, e nunca quis derrubar a democracia nem o Poder Judiciário", disse o vice-presidente.

Lula foi preso em 7 de abril de 2018, condenado a pena de 12 anos e um mês por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no processo do tríplex do Guarujá, no âmbito da Operação Lava Jato.

Durante o tempo que esteve na prisão, na superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, o então ex-presidente criticou o Judiciário inúmeras vezes. Ele não defendeu sanções contra o Poder nem seus representantes.

No discurso antes de se entregar à Justiça, o petista criticou ministros da Suprema Corte por supostamente se subordinarem à opinião pública. Lula foi solto um ano e sete meses depois, quando o STF declarou que a prisão após condenação em segunda instância é inconstitucional.

Mais tarde, o processo contra ele foi anulado por falhas processuais, sem análise do mérito. O ex-juiz da operação e hoje senador Sérgio Moro (União-PR) foi considerado suspeito para conduzir os casos, por agir em conluio com procurador.

Tanto as tarifas impostas ao Brasil pelos Estados Unidos quanto sanção individual aplicada ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), tem influência do lobby encampado pelo filho de Bolsonaro, deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que tenta livrar o pai da condenação na ação penal do golpe de Estado.

Na sequência, ao ser questionado se o tom "de confronto" adotado pelo governo acaba prejudicando a situação, Alckmin afirmou que Lula tem um perfil conciliador e que sempre resolveu os impasses com diálogo.

Alckmin participou do programa Mais Você, apresentado por Ana Maria Braga, na TV Globo, para comentar a oficialização da tarifa de 50% a produtos brasileiros pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nesta quarta-feira, 30.

O anúncio ocorreu no mesmo dia Moraes foi punido pelo governo de norte-americano com a Lei Magnitsky, sendo a primeira vez que uma autoridade de país democrático é alvo da lei americana. Entre as punições estabelecidas, estão a proibição de entrada nos Estados Unidos, o bloqueio de bens e propriedades no país, e o bloqueio de contas bancárias e o acesso do ministro ao sistema financeiro americano.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) publicou um vídeo em suas redes sociais em que diz ter voltado a comer chocolate após um período de abstinência. O filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou ter feito uma promessa de não comer o doce até que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), fosse sancionado pelo governo dos Estados Unidos.

"Eu sou chocólatra, por isso fiz essa promessa", disse Eduardo. No vídeo, o parlamentar se emociona enquanto come um pote de sorvete.

Eduardo Bolsonaro está nos Estados Unidos desde o início de 2025. Em março, pediu licença do mandato na Câmara e anunciou que permaneceria no país, onde buscaria "sanções aos violadores dos direitos humanos", em referência a Moraes e outras autoridades que se alinham ao ministro do STF.

O filho "03" de Bolsonaro celebrou o decreto da Lei Magnitsky contra Moraes, a primeira autoridade de um país democrático a ser sancionada com a norma, que prevê bloqueio de bens e proibição de entrada nos Estados Unidos. O decreto também proíbe que Moraes contrate serviços de entidades que façam transações nos Estados Unidos, o que tem potencial de atingir as contas bancárias do ministro.

Além da Lei Magnitsky, Eduardo disse concordar com a imposição de tarifas a produtos brasileiros nos Estados Unidos. "Tanto que chamo de Tarifa-Moraes", disse o parlamentar em entrevista ao podcast Inteligência Ltda.

Eduardo Bolsonaro é investigado no STF por coagir o processo penal contra seu pai, réu por golpe de Estado. Segundo a Procuradoria-Geral da República, o deputado federal têm utilizado as punições ao Brasil como meio de obstrução da ação penal contra Jair Bolsonaro.

Horas depois de decretar a Lei Magnitsky contra Moraes, o governo Trump ratificou a imposição da tarifa de 50% a produtos do Brasil. No entanto, segundo um informe da Casa Branca, quase 700 produtos ficaram de fora do decreto. Entre as principais mercadorias prejudicadas, estão o café e as carnes. Um cálculo preliminar da consultoria Leme Consultores aponta que as 694 exceções da gestão Trump atenuam os efeitos do tarifaço em 41%.

A licença de Eduardo Bolsonaro encerrou-se em 20 de julho. O parlamentar disse não ter pretensão de voltar ao País. O deputado federal pode perder o mandato pelo limite de faltas não justificadas.

Na ação conjunta com a Polícia Federal para deflagração da Operação Korban, a Controladoria-Geral da União alega que supostas fraudes em um esquema de emendas parlamentares destinados à Associação Moriá causaram um prejuízo de R$ 13,2 milhões aos cofres públicos. A CGU aponta irregularidades em empresas contratadas para a realização dos Jogos Estudantis Digitais no Distrito Federal, fraudes em contratos públicos e uso de empresas de fachada.

Na terça-feira, 29, o ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal, autorizou a realização de buscas em 16 endereços no Acre, Paraná, Goiás e Distrito Federal, resultando no bloqueio patrimonial de R$ 25 milhões.

O caso tramita no Supremo porque, segundo a PF, há "indícios de que agentes públicos, dentre os quais os parlamentares responsáveis pela indicação de emendas, podem ter participado, pelo menos, dos processos de desvios, notadamente a partir do direcionamento e/ou redimensionamento dos recursos encaminhados via emendas". Até o momento, nenhum parlamentar é alvo direto das investigações.

Um dos elementos centrais da investigação é a relação entre a associação e a empresa Alpha Tech, que tem como sócio o contador Adriano de Andrade Marrocos. De acordo com a Polícia Federal, Marrocos atuava como "lobista", mantendo um relacionamento próximo com o senador Izalci Lucas (PL-DF), responsável por direcionar R$ 9,4 milhões em emendas para o evento.

Izalci não foi alvo da operação. Ao Estadão, o senador disse: "Foi para mim uma surpresa. Nunca falei com ele sobre nada disso". A reportagem busca contato com Adriano Marrocos. O espaço segue aberto.

De acordo com a PF, a Associação Moriá recebia verbas, direcionadas por emendas parlamentares, para realizar o Circuito de Jogos Digitais no Distrito Federal. A investigação diz que a entidade contratava, por um preço mais alto, empresas ligadas a lobistas que haviam influenciado no envio das emendas.

Para a CGU, também há indícios de que a Associação Moriá fraudou o processo de licitação para o recebimento dos recursos, indicando falsas empresas concorrentes que se intitularam 'Empresa 1' e 'Empresa 2'. Nota Técnica da CGU ressalta que as empresas fantasmas haviam copiado a mesma planilha de orçamento da Moriá, indicando os mesmos fornecedores.

"Há fortes indícios de falsificação de alguns documentos, com a aposição fraudulenta de assinaturas. Conforme já referenciado, o proprietário da Unik afirmou nunca ter preparado orçamentos para a Associação Moriá, o que conduz a evidentes indicativos de fraude documental", destaca o documento da Controladoria.

Com relação às terceirizadas, a apuração demonstra que uma empresa ligada à Moriá contratou os serviços de dirigentes da própria associação para realizar os mesmos serviços, promovendo 'o pagamento dissimulado de lucros a dirigentes da Moriá'.

Segundo a CGU, a prestação de contas da associação 'busca dar aparência de licitude aos contratos, de maneira a não levantar suspeitas quanto aos desvios (que ficariam muito mais claros se apenas uma empresa fosse sempre a contratada)'.

Em relação às empresas de fachada, os investigadores consideram que duas empresas contratadas reúnem os elementos típicos para a fraude, como a falta de sede compatível, carência de quadro de funcionários e ausência de serviços anteriores.

Outras duas terceirizadas, dotadas de histórico de efetivo funcionamento, teriam servido como meras 'laranjas' de fornecedoras ocultas, 'a fim de se dissimular vínculo mais direto com a entidade convenente e antecedente desabonador em contratações públicas e, com isso, evadir maior escrutínio'.

COM A PALAVRA, O SENADOR IZALCI LUCAS

"Foi para mim uma surpresa. Nunca falei com ele sobre nada disso. Minha relação com ele são interesses dos contadores. Ele foi presidente do Conselho Regional de Contadores e é conselheiro do Conselho Federal de Contadores. As fotos divulgadas são de sessões solenes em homenagem aos contadores, minha profissão. Ele foi candidato pelo PSD, eu era na época do PSDB."

COM A PALAVRA, A ASSOCIAÇÃO MORIÁ

Em nota, a Moriá alegou que foi surpreendida pela decisão e que esta à disposição 'para prestar todas as informações necessárias que demonstrem a lisura dos seus procedimentos, assim como das condutas de seus dirigentes'.

A entidade também alegou que os seus advogados não tiveram 'acesso aos autos que determinaram a medida cautelar e, portanto, não se manifestará, ainda, por desconhecer as razões da decisão'.