Rebeldes que tentam derrubar Assad chegaram aos subúrbios de Damasco, diz oposição síria

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Rebeldes sírios dos sírios chegaram aos subúrbios de Damasco na noite deste sábado, 7, numa ofensiva militar vertiginosa que ameaça derrubar a ditadura de Bashar Assad, informou o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, grupo da oposição que monitora a guerra civil no país.

Em pouco mais de uma semana, o grupo jihadista Hayat Tahrir al-Sham, ou HTS, conquistou as principais cidades da Síria, como Aleppo, Deraa e Hama, e avança sobre Homs e Damasco. Hassan Abdul-Ghani, líder do HTS, postou no aplicativo de mensagens Telegram que as forças da oposição começaram a realizar o "estágio final" de sua ofensiva, cercando Damasco pelo norte, sul e leste.

Em paralelo, o Exército sírio se retirou de grande parte do sul do país no sábado, deixando mais áreas do país, incluindo duas capitais de província, sob o controle de combatentes da oposição.

As forças do governo sírio permanecem no controle de cinco capitais provinciais - Damasco, Homs e Quneitra, bem como Latakia e Tartus, na costa do Mediterrâneo. Tartus abriga a única base naval russa fora da antiga União Soviética, enquanto Latakia abriga uma importante base aérea russa.

Os rebeldes combatem forças de Assad nos subúrbios Maadamiyah, Jaramana e Daraya, em Damasco. Ele acrescentou que os combatentes da oposição no sábado também estavam marchando do leste da Síria em direção ao subúrbio de Harasta, na parte oriental da capital.

Retirada para defender Homs e Damasco

A retirada das províncias de Daraa e Sweida ocorreu no momento em que as forças armadas da Síria enviaram um grande número de reforços para defender a cidade central de Homs, a terceira maior da Síria, à medida que os insurgentes se aproximavam de seus arredores.

Os rápidos avanços dos insurgentes representam uma surpreendente reviravolta na sorte do presidente da Síria, Bashar Assad, que parece estar em grande parte sozinho, com seus antigos aliados preocupados com outros conflitos.

Assad está sem o apoio da Rússia, ocupada com sua guerra na Ucrânia, do Hezbollah do Líbano, enfraquecido por um conflito de um ano com Israel, e do Irã, alvo de ataques aéreos de Israel.

No sábado que os conselheiros militares do Irã começaram a deixar a Síria. Combatentes apoiados pelo Irã no leste da Síria, principalmente do Afeganistão e do Paquistão, se retiraram para o centro da Síria.

A ofensiva de choque começou em 27 de novembro, liderada pelo grupo, durante a qual homens armados capturaram a cidade de Aleppo, no norte, a maior da Síria, e a cidade central de Hama, a quarta maior cidade do país. O grupo tem suas origens na Al-Qaeda e é considerado uma organização terrorista pelos EUA e pelas Nações Unidas.

O líder do HTS, Abu Mohammed al-Golani, disse à CNN em uma entrevista exclusiva na quinta-feira, da Síria, que o objetivo da ofensiva é derrubar o governo de Assad.

Negociações diplomáticas

No Catar, país rico em gás, os ministros das Relações Exteriores do Irã, da Rússia e da Turquia se reuniram para discutir a situação na Síria. A Turquia é um dos principais apoiadores dos rebeldes que buscam derrubar Assad.

O principal diplomata do Qatar, Sheikh Mohammed bin Abdulrahman Al-Thani, criticou Assad por não ter aproveitado a trégua dos combates nos últimos anos para resolver os problemas subjacentes do país. "Assad não aproveitou essa oportunidade para começar a se envolver e restaurar o relacionamento com seu povo", disse ele.

O xeque Mohammed disse que ficou surpreso com a rapidez com que os rebeldes avançaram e afirmou que há uma ameaça real à "integridade territorial" da Síria. Ele disse que a guerra poderia "danificar e destruir o que resta se não houver senso de urgência" para iniciar um processo político.

Na sexta-feira, combatentes apoiados pelos EUA das Forças Democráticas da Síria, lideradas pelos curdos, capturaram grande parte da província oriental de Deir el-Zour, que faz fronteira com o Iraque, bem como a capital da província que leva o mesmo nome. A captura de áreas em Deir el-Zour é um golpe contra a influência do Irã na região, pois a área é a porta de entrada para o corredor que liga o Mediterrâneo ao Irã, uma linha de suprimentos para combatentes apoiados pelo Irã, incluindo o Hezbollah do Líbano.

Com a captura da principal passagem de fronteira com o Iraque pela SDF e depois que os combatentes da oposição assumiram o controle da passagem de fronteira de Naseeb para a Jordânia no sul da Síria, a única porta de entrada do governo sírio para o mundo exterior é a passagem de fronteira de Masnaa com o Líbano.

Este conteúdo foi traduzido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial e revisado por nossa equipe editorial.

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O levantamento foi realizado entre os dias 6 e 9 de novembro, por meio de entrevistas presenciais. Foram ouvidos 2.004 brasileiros com 16 anos ou mais, em todas as regiões do País. A margem de erro é de dois pontos porcentuais, para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%.