Trump diz não descartar aumento de preços no país

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Em uma longa entrevista ao programa de TV Meet the Press, da NBC, que foi ao ar neste domingo, 8, Donald Trump disse que não pode garantir que suas prometidas tarifas sobre os principais parceiros comerciais estrangeiros dos Estados Unidos garantam estabilidade nos preços para os consumidores americanos.

 

O presidente eleito ameaçou com penalidades comerciais amplas, mas disse não acreditar nas previsões dos economistas de que o aumento dos custos dos produtos importados para as empresas americanas levaria ao aumento dos preços internos. "Não posso garantir nada. Não posso garantir o amanhã", disse Trump.

 

Essa é uma abordagem diferente dos discursos de Trump durante toda a campanha de 2024, quando ele apresentou sua eleição como uma maneira segura de conter a inflação. Na entrevista, Trump defendeu as tarifas de modo geral, dizendo que elas "nos tornarão ricos".

 

Ele prometeu que, em seu primeiro dia no cargo, em janeiro, imporia tarifas de 25% sobre todos os produtos importados do México e do Canadá, a menos que esses países interrompessem de forma satisfatória a imigração ilegal e o fluxo de drogas ilegais, como o fentanil, para os Estados Unidos. Ele também ameaçou impor tarifas sobre a China para ajudar a forçar o país a reprimir a produção de fentanil. "Tudo o que eu quero fazer é ter um campo de jogo nivelado, rápido, mas justo."

 

JUSTIÇA

 

Trump também fez declarações conflitantes sobre como abordaria o sistema judiciário depois de vencer a eleição, apesar de ter sido condenado por 34 crimes em um tribunal do Estado de Nova York e de ter sido indiciado em outros casos por manipulação de segredos de segurança nacional e esforços para reverter sua derrota em 2020 para Joe Biden.

 

"Honestamente, eles deveriam ir para a cadeia", disse Trump sobre os membros do Congresso que investigaram o motim no Capitólio.

 

Ele ressaltou sua alegação de que pode usar o sistema judiciário contra outros, incluindo o promotor especial Jack Smith, que liderou o caso sobre o papel de Trump no cerco de 6 de janeiro de 2021.

 

Trump confirmou que vai perdoar os apoiadores que foram condenados por seus papéis no motim em seu primeiro dia no cargo. Quanto à ideia de que a vingança está motivando possíveis processos, Trump disse: "Eu tenho o direito absoluto. Sou o principal agente da lei. Eu sou o presidente. Mas não estou interessado nisso".

 

Em outro momento, porém, Trump disse que deixaria o assunto a cargo de Pam Bondi, sua escolhida como procuradora-geral. "Quero que ela faça o que quiser fazer", disse ele.

 

Por causa dessas ameaças, Biden está considerando emitir perdões preventivos e gerais para proteger os principais membros de seu governo que está acabando.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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A Procuradoria-Geral da República (PGR) defendeu nesta segunda-feira, 10, em manifestação enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF), a condenação dos deputados Josimar Maranhãozinho (PL-MA) e Pastor Gil (PL-MA), além do suplente de deputado Bosco Costa (PL-SE), por corrupção com emendas parlamentares.

Segundo a PGR, os deputados condicionaram a destinação de R$ 6,67 milhões em emendas ao município de São José de Ribamar, na região metropolitana de São Luís, ao pagamento de R$ 1,67 milhão em propinas. Os parlamentares negam irregularidades.

A Procuradoria afirma que as provas são "irrefutáveis" e que a autoria e a materialidade dos crimes estão comprovadas por diálogos e documentos obtidos na investigação.

"Embora os deputados Josimar e Bosco Costa tenham negado a autoria das emendas, aproveitando-se da baixa transparência dos dados públicos sobre a procedência desses recursos, as provas confirmam serem eles os responsáveis pelas destinações", diz a PGR.

O vice-procurador-geral da República, Hindemburgo Chateaubriand, enviou ao STF os últimos argumentos da acusação no processo. As defesas ainda vão apresentar suas alegações finais, última etapa antes do julgamento. O relator do processo é o ministro Cristiano Zanin.

Além da condenação, a PGR pede a perda dos mandatos e o pagamento de uma indenização por danos morais coletivos.

A PGR afirma que Josimar Maranhãozinho "ostentava a posição de liderança" do suposto esquema e, nessa condição, "coordenava a destinação dos recursos patrocinados pelos demais congressistas" e depois distribuía as propinas.

"Não há dúvida de que os réus, sob a chefia do deputado Josimar, constituíram e integraram organização criminosa", diz a Procuradoria nas alegações finais.

Os repasses teriam ocorrido entre dezembro de 2019 e abril de 2020, de acordo com a denúncia. Na época, o prefeito de São José de Ribamar era José Eudes Sampaio Nunes. A PGR afirma que ele foi "insistentemente abordado para ceder à solicitação de propina".

As defesas vêm pedindo o arquivamento da ação por falta de provas.

O novo ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Guilherme Boulos (Psol-SP), criticou a escolha do deputado Guilherme Derrite (PP-SP), ex-secretário de Segurança do governo paulista, como relator do projeto de lei antifacção.

"Colocar o Derrite como relator de um projeto do governo para o combate das facções criminosas me soa como uma provocação", disse Boulos, em entrevista depois de um painel sobre resíduos sólidos e crédito de carbono na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30).

Boulos criticou a escolha argumentando que o deputado está partidária, direta e eleitoralmente comprometido com quem tem se colocado como adversário do governo Lula. "Ele está, inclusive, comprometido com quem foi contra a PEC da Segurança Pública, que é o que permite que o governo federal atue de forma mais eficaz no combate ao crime organizado", disse o ministro.

O relator da CPMI do INSS, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), disse, nesta segunda-feira, 10, que a comissão parlamentar blinda investigados que receberam R$ 10 milhões em propinas, segundo ele mesmo.

Gaspar mencionou as tentativas de impedir a convocação e quebras de sigilo de Paulo Boudens, ex-chefe de gabinete do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP); a publicitária Daniela Fonteles, que recebeu R$ 5 milhões de Antônio Carlos Camilo Antunes, o "Careca do INSS"; a empresária Roberta Luchsinger, que atuou com o 'Careca"; e Gustavo Gaspar, ex-assessor do senador Weverton Rocha (PDT-MA).

"O STF não é o principal blindador dessa comissão", disse Alfredo Gaspar. Para ele, falta altivez do próprio Congresso. "A blindagem pela própria comissão é uma vergonha."

O relator ainda mencionou que o Senado ainda tem outra "vergonha" ao impor sigilo de 100 anos sobre informações acerca de visitar do "Careca do INSS" a gabinetes de senadores. "Esse sigilo de 100 anos é outra vergonha da República", afirmou.

Gaspar ainda fez um desafio ao STF. Há, na Corte, um mandado de segurança pedindo a divulgação dessa informação. "Abra essa caixa preta dessas visitas", apelou o relator.

Weverton Rocha já afirmou publicamente ter recebido o "Careca do INSS" em seu gabinete por três vezes, mas para tratar de assuntos legislativos.

Essa foi a fala inaugural de Gaspar na sessão da CPMI do INSS desta segunda-feira, 10, que ouve Igor Dias Delecrode, dirigente da Associação de Amparo Social do Aposentado e Pensionista (AASAP).

Causou nova indignação entre os membros da comissão um habeas corpus concedido pelo ministro André Mendonça, do STF, a Delecrode, para que ele possa permanecer em silêncio em perguntas que possam o incriminar.

Com o benefício, Delecrode permaneceu em silêncio às perguntas do relator. Diante disso, Gaspar fez uma introdução do depoente citando reportagem do Estadão.

A reportagem em questão fala do cancelamento, por parte dos Correios, de leilão de R$ 280 milhões após receber cheque sem fundo de ONG de pai de santo.

"Esse pai de santo é um coitado. Esses aqui tiveram sucesso", citando uma lista de outras quatro entidades que, juntas, faturaram cerca de R$ 714 milhões com descontos associativos de aposentadorias entre 2022 e 2025. A AASAP, de Delecrode, recebeu R$ 63,2 milhões.

"Esse que está aqui, teve mais sucesso ainda. Ele conseguiu colocar suas empresas juntando outras entidades num desvio de R$ 1,4 bilhões", disse Gaspar.

O relator define Delecrode como "o coração tecnólogico da safadeza", operacionalizando um sistema de coleta de dados e verificação de autenticidade.