Caos da lei marcial na Coreia do Sul se aprofunda, com batidas e tentativa de suicídio

Internacional
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A crise da lei marcial na Coreia do Sul se ampliou quando o ex-ministro da Defesa preso tentou suicídio, os investigadores disseram que tentariam prender o líder Yoon Suk Yeol e a polícia tentou invadir o gabinete presidencial.

A Coreia do Norte também quebrou o silêncio sobre o assunto, chamando-o de um "incidente chocante do regime fantoche Yoon Suk Yeol", onde "armas e facas de sua ditadura fascista causaram estragos em toda a Coreia do Sul", de acordo com uma reportagem da mídia estatal da quarta-feira, 11.

Às 23h52 de terça-feira (horário local), Kim Yong-hyun, o ministro da Defesa do país que renunciou recentemente, tentou se enforcar no centro de detenção onde está detido por insurreição e outras acusações vinculadas à ordem da lei marcial, de acordo com o Ministério da Justiça da Coreia do Sul. O exército de Seul disse que Kim propôs a Yoon a ideia de instituir poderes de emergência, que buscavam restringir a atividade política, a mídia e os serviços de saúde.

Kim - o primeiro oficial importante a ser detido pela medida da lei marcial - estava atrás das grades desde domingo, depois de ter ido voluntariamente para interrogatório.

Ele tentou tirar a própria vida dentro do banheiro de sua cela, fazendo uma corda improvisada amarrando sua camiseta e calças térmicas, disse o Ministério da Justiça.

As autoridades intervieram imediatamente e impediram a tentativa. A condição de Kim é estável e ele está de volta à detenção, nos arredores de Seul, como de costume, disse o Ministério da Justiça. Fonte: Dow Jones Newswires.

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O vereador Francisco Manoel do Nascimento Neto, o Francisquinho Nascimento (União-BA), de Campo Formoso, na Bahia, declarou à Justiça Eleitoral um patrimônio de R$ 213 mil. Ele foi preso pela Polícia Federal nesta terça-feira, 11, na Operação Overclean.

Antes de ser preso, o vereador tentou se livrar do dinheiro que mantinha em casa. Ele jogou uma sacola de dinheiro pela janela. Na sacola, segundo a PF, havia R$ 220 mil. Francisco terá que explicar a origem do dinheiro e por que ele estava guardado em casa. O Estadão busca contato com a defesa.

Ao registrar candidatura, ele declarou que tinha R$ 40 mil em dinheiro vivo, além de US$ 1,5 mil dólares e 2,5 mil euros em espécie. Em contas bancárias, segundo a declaração de bens à Justiça Eleitoral, havia cerca de R$ 14 mil. O vereador informou ainda a posse de uma casa financiada, pela qual ele teria pago R$ 112 mil até então, e de R$ 25,5 mil em participações de um laboratório de análises clínicas.

Francisco é primo do deputado federal Elmar Nascimento, líder do União Brasil na Câmara dos Deputados. Elmar não é investigado. Antes de ser vereador, foi secretário-executivo da prefeitura de Campo Formoso, na gestão do irmão de Elmar, o prefeito Elmo Nascimento (União), reeleito em 2024.

O vereador é um dos investigados em um suposto esquema de desvios de emendas parlamentares direcionadas ao Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) e a outros órgãos públicos. A Polícia Federal estima que o prejuízo causado seja de pelo menos R$ 162 milhões.

Além de Francisco, outras 16 pessoas foram presas preventivamente. A Justiça Federal também determinou o afastamento de oito servidores público e o bloqueio de bens dos investigados. O processo tramita na 2.ª Vara Federal de Salvador.

A PF afirma ter encontrado indícios dos crimes de corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitações e contratos e lavagem de dinheiro.

COM A PALAVRA, O VEREADOR

Até a publicação deste texto, a reportagem buscou contato com a defesa do vereador, mas sem sucesso. O espaço está aberto para manifestação (Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.).

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quarta, 11, que as informações a que tem acesso sobre o estado de saúde do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) são "rigorosamente" as mesmas que são divulgadas ao restante do País.

"Eu tenho informações semelhantes às de vocês. Tenho ligado lá para a assessoria. As informações estão sendo prestadas pela equipe médica, são rigorosamente as mesmas que se obtém por qualquer forma", respondeu o ministro.

Mais cedo, a equipe do presidente anunciou que Lula vai passar por um novo procedimento médico nesta quinta-feira, 12, para impedir o fluxo de sangue em uma região do cérebro. A intervenção busca impedir novos sangramentos como o que o obrigou a ser internado em São Paulo desde a segunda-feira, 9.

A Polícia Federal (PF) descobriu que o coronel reformado Reginaldo Vieira de Abreu, indiciado nesta quarta-feira, 11, no inquérito do golpe, fotografou o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no aeroporto de Lisboa, em Portugal, em novembro de 2022. Segundo os investigadores, os dois voaram no mesmo avião a Brasília.

Até a publicação deste texto, o Estadão buscou contato com a defesa do coronel, mas sem sucesso. Ele ficou em silêncio no depoimento à Polícia Federal.

O registro de Gilmar Mendes foi enviado por WhatsApp ao general Mário Fernandes, apontado como autor do plano "Punhal Verde e Amarelo", operação para prender ou executar o ministro Alexandre de Moraes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o vice Geraldo Alckmin (PSB).

A informação consta no relatório complementar da investigação sobre o plano de golpe, enviado pela Polícia Federal ao STF. A PF afirma que o coronel prestou "auxílio aos atos operacionais da organização criminosa".

"Importante contextualizar que a foto foi enviada no mês de novembro de 2022, no período em que os investigados tinham elaborado a primeira versão da minuta de golpe de Estado que previa, dentre outras medidas de exceção, a prisão do ministro Gilmar Mendes, conforme depoimento prestado pelo colaborador Mauro César Cid", destaca a Polícia Federal.

Em novembro, a Polícia Federal indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outras 36 pessoas na investigação. Nesta quarta, três novos nomes foram implicados pela PF no plano de golpe. Além de Reginaldo Vieira de Abreu, os investigadores acusam tenente-coronel Rodrigo Bezerra de Azevedo e o tenente Aparecido Andrade Portela. Ambos negam irregularidades.