Nancy Pelosi passa por cirurgia no quadril após queda

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A ex-presidente da Câmara dos Representantes nos Estados Unidos, Nancy Pelosi, passou por uma cirurgia no quadril neste sábado, 14, em um hospital militar dos EUA na Alemanha, após cair durante um evento em Luxemburgo.

Pelosi, 84, "está se recuperando bem", disse Ian Krager, porta-voz da política democrata da Califórnia, em um comunicado.

Ela está na Europa com uma delegação do Congresso dos EUA para marcar o 80º aniversário da Batalha das Ardenas na 2ª Guerra Mundial .

Pelosi tropeçou e caiu durante um evento e fraturou o quadril, de acordo com fontes familiarizadas com o assunto.

Ela foi reeleita para representar seu distrito de São Francisco em novembro último. Fonte: Associated Press

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Era noite quando, depois de chegar de um comício, a então prefeita de Canindé, Rozário Ximenes (Republicanos), ligou para o promotor de Justiça Jairo Pereira, do Ministério Público do Ceará, e avisou que tinha uma denúncia importante. Ela foi recebida no dia seguinte, 26 de setembro de 2024, pontualmente às 8 horas.

A prefeita compareceu preparada. Tinha em mãos a relação de empresários e CNPJs que, segundo ela, vinham sendo usados para desviar recursos de emendas parlamentares em 51 municípios do Ceará. Rozário refletiu e, ao final do depoimento, decidiu assinar a denúncia, que poderia ter sido apresentada anonimamente. Naquela manhã, teve início a investigação que, meses depois, colocaria o deputado Antônio Luiz Rodrigues Mano Júnior (ex-PL), o Júnior Mano, na mira da Polícia Federal.

"Fui com a cara e a coragem, não conversei com ninguém antes", afirma em entrevista ao Estadão.

A reportagem pediu manifestação do deputado. Em nota enviada à imprensa, ele disse que está à disposição das autoridades e que confia que "sua inocência será plenamente reconhecida".

Pivô da investigação sobre o desvio de emendas, a prefeita ainda vai ser ouvida pela Polícia Federal. No primeiro depoimento, ao Ministério Público, relatou que o deputado Júnior Mano trabalharia em conluio com Carlos Alberto Queiroz Pereira, o Bebeto do Choró (PSB), prefeito eleito de Choró, para desviar e "lavar" o dinheiro das emendas. Procurada, a defesa do prefeito afirmou que não pode dar detalhes do caso, que tramita em sigilo, mas disse que vai provar a inocência de Bebeto (leia a íntegra da nota ao final da matéria).

Bebeto seria uma espécie de operador do suposto esquema, segundo a ex-prefeita. Ficaria encarregado de abordar gestores públicos e oferecer emendas parlamentares em troca de uma comissão. Ele foi impedido de tomar posse na prefeitura de Choró e está foragido por suspeita de compra de votos.

"O Bebeto sempre entrou nas prefeituras a mando do Júnior Mano, ele é a pessoa do Júnior Mano, a pessoa que fazia tudo para ele", diz Rozário ao Estadão.

A Polícia Federal pediu a transferência da investigação ao Supremo Tribunal Federal (STF), diante das suspeitas de envolvimento do deputado. Segundo a PF, a relação entre Bebeto e Júnior Mano, "marcada por uma combinação de subordinação, cooperação e articulação política-financeira, estruturou um sistema de corrupção baseado no direcionamento de emendas parlamentares, uso de caixa dois e manipulação eleitoral estratégica".

Para o esquema funcionar, ainda de acordo com a ex-prefeita, Bebeto recorreria a empresas registradas no nome de laranjas e a empresários aliados. Um dos laranjas seria um vigia que recebe salário mensal de R$ 2,4 mil e abriu uma empresa com capital social de R$ 8,5 milhões. O grupo combinaria preços para vencer licitações, inclusive em Canindé. "Tem um grupo fechado de empresários licitantes dele. Muita gente poderosa", afirma.

Aos 65 anos, Rozário começou na vida política por influência do marido, o radialista Ximenes Filho, morto em 2015, que também foi prefeito de Canindé. Depois de ter sido secretária municipal, vereadora e vice-prefeita, ela foi a primeira mulher a assumir a prefeitura da cidade, que comandou por dois mandatos, entre 2017 e 2024. No ano passado, não conseguiu eleger o sucessor. O adversário, Professor Jardel (PSB), venceu a eleição por uma diferença de menos de 7 mil votos. Rozário afirma que o suposto esquema de desvio de emendas parlamentares financiou a campanha da oposição. "Ele (Jardel) não tinha dinheiro de maneira nenhuma. Era dinheiro das emendas."

Canindé tem 74 mil habitantes. A cidade fica a 120 quilômetros de Fortaleza e é conhecida como um polo de turismo religioso pelas comemorações da Festa de São Francisco. A vaquejada é outra atividade que movimenta a região. Foi durante uma das competições de vaqueiros que, segundo a ex-prefeita, Bebeto teria feito ameaças à ela. Rozário pretende registrar boletim de ocorrência e pedir uma medida protetiva. "Não tenho medo, eu vou até o fim. Vai cair muita gente."

COM A PALAVRA, O ADVOGADO SAULO GONÇALVES SANTOS, QUE DEFENDE BEBETO

A defesa do investigado afirma que o seu nome está sendo utilizado de uma forma que não corresponde com a verdade.

O procedimento está em sigilo, razão pela qual ficamos impossibilitados de dar maiores detalhes sobre os elementos em investigação.

Todavia, a defesa provará a inocência do Sr. Bebeto no decorrer da investigação, o que será feito em consonância com a ampla defesa e o devido processo legal.

O ministro Edson Fachin, vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), disse em evento nesta quarta-feira, 8, que marcou os dois anos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 que "precisamos sempre lembrar do que aconteceu para que não se repita". Ele representou a Corte na solenidade organizada pelo Palácio do Planalto. O ministro disse que o STF teve e tem "papel decisivo" na defesa da democracia, mas ressaltou que o papel do Supremo não é de protagonismo e defendeu a autocontenção da Corte.

"Cabe sempre observar o limite da Constituição. Ao Direito o que é do Direito, e à política o que é da política", disse Fachin. "A Constituição estabeleceu que o jogo é o da democracia e, numa democracia, não cabe ao árbitro construir o resultado. O juiz não pode deixar de responsabilizar quem violou as regras do jogo, mas não lhe cabe dizer quem vai ganhar", complementou.

Fachin disse que o Brasil mostrou ter "uma democracia robusta", mas que não há espaço na Constituição para atentar contra o estado democrático de direito. "A democracia é o regime da tolerância, da diferença, do pluralismo, do dissenso, mas não é direito assegurado pela Constituição atentar contra as condições de existência da própria democracia", afirmou.

O protagonismo de Moraes na investigação tem sido alvo de questionamentos. Juristas ouvidos pelo Estadão afirmaram há um mês que, como Moraes era um alvo direto dos golpistas, seria ideal que ele se declarasse impedido de continuar na condução do inquérito na Corte. Segundo esses especialistas, essa medida evitaria que brechas processuais sejam exploradas pelas defesas dos envolvidos e que poderiam levar à anulação do caso. O afastamento também fortaleceria a legitimidade do Supremo, especialmente diante do atual contexto de crise de confiança que a instituição enfrenta.

Em fevereiro, o ministro Luís Roberto Barroso, presidente da Corte, rejeitou um pedido da defesa de Bolsonaro pelo impedimento de Moraes.

As investigações da Polícia Federal (PF) que revelaram um trama para matar Moraes, Lula e o vice-presidente, Geraldo Alckmin, reforçaram entre juristas a posição de que o ministro do STF deveria se declarar impedido de julgar os casos envolvendo a tentativa de golpe de Estado articulada por apoiadores e integrantes do governo Jair Bolsonaro.

'Narrativas'

Ausente no evento de ontem, o ministro Luís Roberto Barroso, presidente do STF, redigiu uma carta que foi lida por Fachin no evento organizado pelo Planalto. Na carta, Barroso disse que é "falsa" a narrativa que busca associar o combate ao extremismo a medidas autoritárias.

"E não devemos ter ilusões: no Brasil e no mundo está sendo insuflada a narrativa falsa de que enfrentar o extremismo e o golpismo, dentro do estado de direito, constituiria autoritarismo", disse Barroso, em carta lida pelo vice-presidente do STF, Edson Fachin.

"É o disfarce dos que não desistiram das aventuras antidemocráticas, com violação das regras do jogo e supressão de direitos humanos. A mentira continua a ser utilizada como instrumento político naturalizado", complementou Barroso na carta.

A declaração de Fachin se deu no mesmo dia de brincadeira feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o ministro Alexandre de Moraes, também presente no ato, em razão do apelido pelo qual o magistrado é chamado por populares: "Xandão", em um momento de descontração. No ato, lula disse que tem 79 anos de idade e que nunca tinha visto um ministro da suprema corte que tivesse sido apelidado pelo povo.

"Eu tenho 79 anos de idade, já vivi muito, vim vivendo a vida da suprema corte brasileira, e nunca conheci um ministro da suprema corte que tivesse um apelido. um apelido, dado pelo povo, chamado 'Xandão'. é um apelido que já pegou. E, desse apelido, você nunca mais vai se libertar. Pode ficar sério e não adianta ficar nervoso, porque ninguém vai parar de te chamar de 'Xandão'", brincou Lula.

'Tribunais secretos'

A declaração de Barroso feita um dia após o CEO da Meta, Mark Zuckerberg, publicar vídeo acusando a América Latina de ter "tribunais secretos de censura", sem citar o Supremo brasileiro. O contexto da fala do empresário foi o anúncio do fim da parceria com checadores de informações no Facebook, Instagram e Threads nos EUA. o Executivo afirmou que a decisão foi tomada para acabar com uma suposta censura na plataforma.

O Supremo iniciou no final do ano passado o julgamento do Marco Civil da Internet, que discute a responsabilização das redes sociais por conteúdos publicados pelos usuários. Há três votos para ampliar as hipóteses de punição das plataformas.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em ato sem a presença dos chefes dos Poderes Legislativo e Judiciário para marcar os ataques golpistas do 8 de Janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um afago aos militares, destacando o potencial das Forças Armadas na defesa da soberania nacional. E agradeceu ao ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, por ter levado os comandantes militares ao evento realizado na Praça dos Três Poderes.

"Quero agradecer o 'Zé Múcio', que trouxe os três comandantes das Forças Armadas para mostrar a esse país que é possível a gente construir as Forças Armadas com o propósito de defender a soberania nacional", declarou o presidente da República, que está tentando reconstruir sua relação com as Forças Armadas. Há forte influência bolsonarista no meio militar.

O petista minimizou a ausência de algumas das principais autoridades do País no ato para relembrar os ataques às sedes dos Poderes em 8 de janeiro de 2023.

Os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL); do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG); e do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, não compareceram, apesar de terem sido convidados.

"Eu vi a preocupação de alguns meios de comunicação. Se ia ter muita gente, se ia ter pouca gente, se era fracassado ou não. Eu queria que as pessoas soubessem o seguinte: um ato em defesa da democracia brasileira, mesmo que tenha um só cara, uma só pessoa, numa praça pública, num palanque, falando em democracia já é o suficiente para a gente acreditar que a democracia vai reinar nesse País. As coisas que acontecem no mundo sempre começam com pouca gente", declarou o presidente.

O evento foi marcado pela entrega de obras de arte e diversas peças restauradas após a depredação há dois anos.

'Ainda estamos aqui'

Lula destacou que todos os responsáveis pelos atos golpistas serão punidos. No "Abraço à democracia", organizado pelo governo em alusão aos dois anos da invasão às sedes dos Três Poderes, Lula tomou emprestado o título do filme "Ainda Estou Aqui", estrelado pela atriz Fernanda Torres, ganhadora do Globo de Ouro, para definir sua visão de democracia: "Hoje é dia de dizer em alto e bom som: ainda estamos aqui".

Ele ainda destacou que a democracia precisa de cuidado. "A democracia precisa ser cuidada com todo o carinho e vigilância por cada uma e cada um de nós sempre e sempre. Sempre seremos implacáveis contra qualquer tentativa de golpe. Os responsáveis pelo 8 de Janeiro estão sendo investigados e punidos", declarou.

Lula afirmou que os envolvidos terão direito à defesa em processo justo, sem que culpados saiam impunes. "Ninguém foi ou será preso injustamente. Todos pagarão pelos crimes que cometeram, todos. Inclusive os que planejaram o assassinato do presidente, do vice-presidente da República e do presidente do Tribunal Superior Eleitoral", disse. O petista também declarou defender a liberdade de expressão, mas ressaltou que não se pode ser tolerante com discursos de ódio nas redes sociais.

'Amante'

Na defesa da democracia, Lula recorreu a uma metáfora que não agradou à primeira-dama, Rosângela da Silva, Janja. "A democracia é uma coisa muito grande para quem ama a liberdade, para quem ama a cultura, para quem ama a igualdade de direitos. É por isso que eu sou um amante da democracia, não sou nem marido, eu sou um amante da democracia, porque, na maioria das vezes, os amantes são mais apaixonados pelas amantes do que pelas mulheres", afirmou. A declaração foi tratada como gafe.

O presidente fez mais de uma referência ao plano de um golpe de Estado, afirmando que escapou de uma "tentativa de atentado de um bando de irresponsáveis", e chamou o grupo de "aloprados".

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.