Danos na cauda são característicos de impactos causados por mísseis antiaéreos, diz Lito Sousa

Internacional
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Na última quarta-feira, 25, um Embraer 190 da Azerbaijan Airlines caiu na cidade de Aktau, no Cazaquistão, com 67 pessoas a bordo, sendo 62 passageiros e cinco tripulantes. No total, 38 pessoas morreram. O especialista em aviação Lito Sousa, do canal Aviões e Músicas no YouTube, acredita que o avião foi abatido por um sistema de defesa aérea.

Ao Estadão, Lito destacou que os danos observados na cauda da aeronave são característicos de impactos causados por baterias de mísseis antiaéreos.

"As imagens mostradas logo após o ocorrido indicam danos que não são típicos de um acidente aéreo convencional", diz. "É uma possibilidade concreta que a causa principal tenha sido abate".

Opinião global

Vale ressaltar que essa hipótese também foi levantada por outras fontes. A agência Reuters, citando especialistas militares e imagens dos destroços, sugere que a aeronave pode ter sido confundida com um drone, possivelmente ucraniano, em uma zona de conflito.

A declaração foi feita inicialmente por Andriy Kovalenko, membro da segurança nacional ucraniana, que citou imagens de dentro do avião que mostravam "coletes salva-vidas perfurados".

Na sequência, outros especialistas militares e de aviação ecoaram a avaliação, que foi reproduzida até mesmo na mídia russa.

Além disso, durante o trajeto, o avião precisou fazer um desvio e perdeu contacto com os sistemas de rastreio, como o Flight Radar, sendo localizado novamente apenas quando sobrevoava o território cazaque.

Isso reforça novamente que sobrevoou uma zona de conflito. Como destacado por Lito, a região está passando por uma espécie de bloqueio militar de sinal de GPS, o que dificulta o rastreamento completo de voos -- é o chamado jamming.

Histórico do Embraer 190

Apesar do ocorrido, Lito foi enfático ao defender a confiabilidade do modelo Embraer 190. "Na análise histórica de operação desse modelo, foram registrados apenas dois incidentes fatais, sem que nenhum tenha sido atribuído à aeronave em si", explicou o especialista.

Ele também citou casos em que o modelo demonstrou sua robustez: na Noruega, o avião bateu em antenas do aeroporto durante a decolagem e mesmo com danos severos na fuselagem, conseguiu retornar e pousar em segurança, sem ferimentos para nenhum dos passageiros.

Segundo o especialista, o desempenho do avião no acidente recente reforça sua engenharia altamente redundante. Mesmo sob a suspeita de um ataque com míssil, o Embraer 190 foi capaz de cruzar o Mar Cáspio e tentar um pouso emergencial.

Sobre a companhia aérea, Lito ressalta não ter "muito conhecimento específico". Apenas ressalta a complexidade do Cazaquistão. "O país havia sido colocado na lista de proibição de voos da União Europeia em 2021. No entanto, atualmente, uma de suas companhias, a Air Astana, opera voos para a Europa, o que indica alguma melhoria no setor. Mesmo assim, não tenho informações mais detalhadas para comentar sobre", diz.

Desafios na investigação

A investigação do acidente, que resultou na morte de 38 pessoas, enfrenta complicações adicionais devido ao contexto geopolítico. A Rússia e o Cazaquistão, principais envolvidos no incidente, pediram calma enquanto os inquéritos seguem em andamento na região.

No entanto, como o Brasil é o país de origem da aeronave, o CENIPA (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) deveria, em tese, participar das apurações. Lito, no entanto, questiona como isso será conduzido: "Trata-se de uma situação envolvendo militares em uma zona de guerra, o que complica bastante o cenário".

Em outra categoria

O senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) afirmou considerar "natural" a margem apertada dada pelo Senado à recondução do procurador-geral da República, Paulo Gonet, e que o resultado não influenciará na indicação da vaga aberta ao Supremo Tribunal Federal (STF). Pacheco é tido como o nome favorito do Senado para a Corte, mas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tende a indicar o advogado-geral da União, Jorge Messias.

"São coisas independentes, são indicações independentes. Uma indicação não depende da outra", declarou Pacheco a jornalistas.

Gonet obteve 45 dos 81 votos na votação feita ontem, 12, para sua recondução. Foram 20 a menos do que conseguiu em 2023, quando obteve 65 votos na aprovação de seu primeiro mandato de PGR. "Nessa questão de margem de votos, é sempre natural que na recondução você tenha menos votos do que na condução original. É algo natural", disse o senador.

Segundo Pacheco, o resultado de Gonet não pode ser visto como um recado ao Palácio do Planalto para a indicação do STF, porque o governo tem tido dificuldades em outros temas, não só indicações. "Essas dificuldades do governo já existem há algum tempo".

Em relação a diversos temas, não só a indicações propriamente. Tivemos sempre margens muito apertadas."

Pacheco ainda aguarda uma conversa com Lula sobre STF. Segundo ele, porém, não há data para a reunião.

Como mostrou a Coluna do Estadão, senadores mandaram um recado a Lula com a votação de Gonet, o de que Messias não seria avalizado. O Planalto, porém, minimizou o placar e insiste no nome do Advogado-Geral da União.

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro alfinetou a senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) nesta quinta-feira, 13, após a parlamentar comentar sobre os presos do dia 8 de janeiro.

Michelle usou as redes sociais para compartilhar um conteúdo criticando o caso. "Soraya Thronicke, senadora surfista da onda Bolsonaro e atual defensora dos advogados dos investigados na CPMI do INSS, do roubo de aposentados... Agora, na sabatina do Gonet, pede investigação contra os advogados das vítimas do 8 de janeiro. Surreal!!! Sério, não tô acreditando!!!", escreveu Michelle.

Na quarta-feira, 12, durante a sabatina que reconduziu o procurador-geral da República, Paulo Gonet, ao cargo, a senadora sugeriu que os advogados que defendem as pessoas investigadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) de participar de uma tentativa de golpe também deveriam ser investigados.

"Todo mundo que pegou o primeiro ônibus, estava tendo uma excursão de graça, pegou o primeiro ônibus sozinho, não conhecia ninguém. A narrativa se repete com réus de Norte a Sul do país, assistidos por advogados de todos os lugares do Brasil. Parece-me que há alguém ou um conluio por trás deste tipo de comportamento", disse Soraya durante a sabatina.

A parlamentar ainda lamentou o envolvimento de pessoas próximas no caso: "Mas, do jeito que defendo a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) na CPMI, aqui preciso destacar os profissionais que, na minha observação técnica, impõem um ponto de interrogação enorme".

Na comissão, Paulo Gonet foi aprovado com 45 votos a favor e 26 contra para permanecer à frente da Procuradoria-Geral da República (PGR) por mais dois anos. Gonet é o responsável por assinar a denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais 33 pessoas por tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

O senador Sérgio Moro (União Brasil-PR) aparece à frente em todos os cenários avaliados para o cargo de governador do Paraná nas eleições de 2026. Os dados do Instituto Paraná Pesquisas, divulgados nesta quinta-feira, 13, mostram que Moro mantém ampla vantagem sobre os demais possíveis candidatos em todos os cenários simulados.

No primeiro cenário, o senador tem 47,5% das intenções de voto, seguido por Requião Filho (PDT-PR), com 28,8%, e Guto Silva (PSD-PR), com 1,8%. Entre os entrevistados, 7,2% não souberam ou não opinaram, enquanto 8,8% declararam voto em branco, nulo ou em nenhum candidato.

Em um segundo cenário, Moro segue na liderança, com 44,2% das intenções de voto. Na sequência aparecem Requião Filho, com 27,5%, e Alexandre Curi (PSD-PR), com 13,8%. Nesse caso, 6,1% dos eleitores não souberam ou não quiseram opinar, e 8,4% afirmaram que votariam em branco, nulo ou em nenhum candidato.

Conforme o levantamento, em eventuais disputas de segundo turno, o senador Sérgio Moro venceria todos os adversários com mais de 50% das intenções de voto.

A pesquisa também avaliou a popularidade do atual governador Ratinho Junior (PSD). Segundo o levantamento, 84,3% dos entrevistados aprovam sua gestão, enquanto 12,5% a desaprovam. Outros 3,2% não souberam ou não opinaram.

Além disso, 38,5% dos eleitores paranaenses afirmaram que o atual governador deveria apoiar Sérgio Moro nas próximas eleições.

O levantamento ouviu 1.508 eleitores em 65 municípios do Paraná, entre os dias 7 e 11 de novembro de 2025. A amostra tem nível de confiança de 95% e margem de erro de aproximadamente 2,6 pontos percentuais, segundo o instituto.