Mikheil Kavelashvili toma posse como presidente da Georgia e complica caminho do país rumo à UE

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O ex-jogador de futebol Mikheil Kavelashvili foi formalmente empossado como presidente da Georgia neste domingo, consolidando o controle do partido no poder, no que a oposição chama de um golpe nas aspirações do país de entrar na União Europeia.

A presidente de saída pró-Ocidente, Salome Zourabichvili, disse na manhã deste domingo que desocuparia o Palácio Orbeliani, em Tbilisi, mas insistiu que ainda era a legítima titular do cargo. "Sairei daqui, irei até você e estarei com você. ... Esta residência presidencial foi um símbolo enquanto aqui existiu uma presidente legítima. Trago legitimidade comigo", disse a uma multidão de apoiadores do lado de fora do palácio. Ela chamou a posse de Kavelashvili de "paródia" e defende novas eleições.

Kavelashvili era o único candidato nas eleições e venceu facilmente a votação no início de dezembro, dado o controle do partido Georgian Dream do colégio eleitoral de 300 assentos, que substituiu as eleições presidenciais diretas em 2017. O colegiado é composto por membros do Parlamento, conselhos municipais e legislaturas regionais.

Em seu discurso, Kavelashvili prometeu ser "o presidente de todos, independentemente de gostarem de mim ou não". Ele apelou à nação para se unir em torno dele em torno de "valores partilhados, princípios de respeito mútuo e o futuro que devemos construir juntos".

O Georgian Dream manteve o controle do Parlamento na nação do Sul do Cáucaso nas eleições de 26 de outubro, que a oposição alega terem sido fraudadas com a ajuda de Moscou. O partido prometeu continuar a pressionar pela adesão à União Europeia, mas também quer "reiniciar" os laços com a Rússia.

A presidente de saída da Georgia e os principais partidos pró-Ocidente boicotaram as sessões parlamentares pós-eleitorais e exigiram que os partidos repetissem a votação.

Os críticos acusaram o Georgian Dream - estabelecido por Bidzina Ivanishvili, um bilionário obscuro que fez fortuna na Rússia - de se tornar cada vez mais autoritário e inclinado para Moscou, acusações que o partido nega. O partido aprovou recentemente leis semelhantes às utilizadas pelo Kremlin para reprimir a liberdade de expressão e os direitos LGBTQ+. A decisão do Georgian Dream, no mês passado, de suspender as negociações sobre a candidatura do seu país à adesão à UE aumentou a indignação da oposição e galvanizou os protestos.

Zourabichvili rejeita alegações do governo de que a oposição estava a fomentar a violência. "Não estamos demandando uma revolução", disse. "Pedimos novas eleições, mas em condições que garantam que a vontade do povo não será deturpada ou roubada novamente."

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A União Progressista, federação partidária formada pelo União Brasil e pelo Partido Progressistas (PP) criticou nesta segunda-feira, 4, o discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o tarifaço de Donald Trump. Para as siglas, a postura de Lula representa uma "retórica confrontacional".

Lula disse durante evento nacional do PT neste domingo, 3, que apesar de querer negociar em igualdade com os norte-americanos, não desistir de buscar fazer negócios em outras moedas que não o dólar. O presidente também relembrou o envolvimento dos Estados Unidos no golpe militar de 1964.

"Eu não vou deixar de compreender a importância da relação diplomática com os EUA, que já dura 201 anos. Eu não vou esquecer que eles também ajudaram a dar golpe aqui. Mas o que eu quero saber é daqui para frente o que eu faço? E daqui para frente eles têm saber que nós temos o que negociar. Nós temos tamanho, temos postura, temos interesses econômicos e políticos para negociar", disse o presidente.

"Eu não vou abrir mão de achar que a gente precisa procurar construir uma moeda alternativa para que a gente possa negociar com os outros países, eu não preciso ficar subordinado ao dólar", prosseguiu Lula.

Para os membros da União Progressista, o posicionamento do presidente "está longe de contribuir" para a resolução da crise tarifária. Na nota assinada por Antonio Rueda (União Brasil) e pelo senador Ciro Nogueira (PP-PI), a federação "manifesta sua profunda preocupação com as declarações".

"Nesse contexto, adotar uma retórica confrontacional, que remete a eventos históricos sem foco em soluções práticas, compromete a capacidade do Brasil de negociar com pragmatismo e buscar acordos que minimizem o impacto dessas tarifas", diz a federação.

Os partidos defendem que o Brasil negocie em condição de igualdade com os norte-americanos, no entanto, pedem que o governo atue pela "redução de barreiras comerciais e a proteção de nossas exportações".

Além disso, "a União Progressista defende que o governo federal lidere esforços para fortalecer as relações comerciais com os Estados Unidos", diz a nota.

Os partidos que compõe a federação possuem cargos no governo Lula e estão em processo de abandonar a gestão petista. Na última semana, ao participar de um evento da Expert XP, em São Paulo, Antônio Rueda fez críticas ao presidente e sinalizou que o partido não deve apoiá-lo na próxima eleição.

Em abril deste ano, o ministro do Turismo, Celso Sabino, indicado pelo União, havia defendido que a "ampla maioria" do partido dele apoiaria a reeleição de Lula em 2026 e voltou a falar da hipótese de a sigla ter a vice na chapa do presidente mesmo com o lançamento de Ronaldo Caiado, governador de Goiás, como pré-candidato à Presidência.

Políticos de esquerda e direita reagiram à prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que foi decretada nesta segunda-feira, 4, pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão do magistrado ocorreu após o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) publicar discurso de seu pai em rede social, o que havia sido proibido pelas medidas cautelares.

O líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (RJ), saiu em defesa do ex-presidente no X (antigo Twitter). "Ditadura declarada: Bolsonaro preso em casa por ordem de Moraes. O que mais falta acontecer? Tentaram matá-lo. Perseguiram sua família. Proibiram-no de falar. Agora o trancam dentro da própria casa, como um criminoso", escreveu.

O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) também criticou a prisão. No X, o parlamentar questionou a motivação da medida: "Corrupção? Rachadinha? Desvio de bilhões? Roubou o INSS? Não. Seus filhos postaram conteúdo dele nas redes sociais. Que várzea".

Os governistas, por outro lado, comemoraram. O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) escreveu "um tornozelo de cada vez em direção a Papuda", em publicação que compartilhou a notícia da prisão domiciliar do ex-presidente. O post faz referência às medidas cautelares impostas a Bolsonaro, dentre elas o uso de tornozeleira eletrônica.

A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) ironizou o ex-presidente: "Com isso, o ex-presidente não poderá sair de casa nem mesmo antes das 19h, tornando as nossas ruas mais seguras".

"O Ministro Alexandre de Moraes acaba de decretar a prisão domiciliar do inelegível, golpista e traidor da pátria Jair Bolsonaro por descumprir as medidas cautelares definidas pelo STF", escreveu.

O líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (RJ), citou que Bolsonaro apareceu em chamada de vídeo durante protesto realizado por apoiadores na praia de Copacabana neste domingo, 3.

"Além disso, (Eduardo Bolsonaro) segue promovendo sanções estrangeiras contra o Brasil e atentando contra a soberania nacional em articulação com atores políticos internacionais."

O parlamentar também afirmou que a "resposta do Supremo foi proporcional à gravidade dos atos".

"A prisão domiciliar visa conter o comportamento reiterado de afronta às instituições e proteger a ordem pública até o fim do julgamento", complementou.

Bob Floriano, jornalista e locutor, morreu aos 64 anos na madrugada desta segunda-feira, 4. O comunicador havia sido diagnosticado com uma leucemia, de acordo com a rádio CBN.

A notícia da morte foi divulgada pela Voz Up, plataforma de aulas de locução profissional, nas redes sociais.

Ele era casado com Viviane Faustini e deixou duas filhas.

O jornalista começou sua carreira em 1980, trabalhando como locutor na Rádio Cidade. Também trabalhou como locutor em canais como Eurochannel, Discovery e E! Entertainment.

De 1998 a 2000, ele participou do Fala Brasil, da Record. Bob também esteve à frente do programa ShopTour.

Bob Floriano chegou a ser entrevistado por Jô Soares em 2015 depois de ter sua voz em mais de 90 mil comerciais das Casas Bahia.

O jornalista também escreveu o livro Quem Fala Bem, Vende Mais.