Avião da Coreia do Sul colide com muro e pega fogo; número de mortos chega a 176

Internacional
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

Um avião de passageiros pegou fogo neste domingo, 29, após derrapar na pista de um aeroporto sul-coreano e bater em um muro de concreto quando seu trem de pouso dianteiro aparentemente não foi acionado. Pelo menos 176 pessoas morreram, em um dos piores desastres aéreos do país.

O avião de passageiros da Jeju Air colidiu ao pousar na cidade de Muan, cerca de 290 quilômetros ao sul de Seul. O Ministério dos Transportes informou que o jato Boeing 737-800 voltava de Bangcoc, com 181 pessoas a bordo.

Equipes de emergência conseguiram retirar duas pessoas, ambas membros da tripulação, para um local seguro. Autoridades de saúde disseram que eles estão conscientes e não correm risco de vida. Três pessoas continuavam desaparecidas cerca de nove horas após o acidente.

Imagens do acidente transmitidas por canais de televisão sul-coreanos mostraram o avião da Jeju Air derrapando pela pista de pouso em alta velocidade, aparentemente com o trem de pouso ainda fechado, ultrapassando a pista e colidindo de frente com um muro de concreto, o que causou uma explosão.

O chefe do corpo de bombeiros de Muan, Lee Jeong-hyeon, afirmou em um comunicado que o avião foi completamente destruído, com apenas a cauda permanecendo reconhecível entre os destroços. Ele disse que várias possibilidades sobre as causas do acidente estavam sendo analisadas, incluindo se a aeronave foi atingida por pássaros.

Autoridades do Ministério dos Transportes disseram mais tarde que a avaliação inicial dos registros de comunicação mostra que a torre de controle do aeroporto emitiu um alerta de colisão com pássaros para a aeronave pouco antes da intenção de pousar e deu permissão ao piloto para pousar em uma área diferente. O piloto enviou um sinal de socorro pouco antes de o avião passar pela pista e derrapar em uma zona tampão, antes de atingir o muro.

Um alto funcionário do Ministério dos Transportes, Joo Jong-wan, disse que dados de voo e os gravadores de voz da cabine da caixa preta foram recuperados e serão examinados por especialistas do governo.

A Jeju Air expressou em comunicado "profundo pedido de desculpas" pelo acidente e disse que fará "o máximo para gerenciar as consequências do acidente". Em entrevista coletiva, o presidente da Jeju Air, Kim E-bae, curvou-se com outros altos funcionários da empresa enquanto pedia desculpas às famílias enlutadas e disse que sente "total responsabilidade".

Kim disse que a empresa não identificou nenhum problema mecânico na aeronave após exames regulares e que aguardaria os resultados das investigações do governo sobre a causa do acidente.

A Boeing disse em comunicado no X que estava em contato com a Jeju Air e está pronta para apoiar a empresa no tratamento do acidente.

Em outra categoria

O historiador Jean Lima, que pediu demissão da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) nesta segunda-feira, já atuou em diversos órgãos da administração pública do Distrito Federal. Ele deixou seu cargo - que ocupava desde outubro de 2023 - comunicando a decisão em uma carta endereçada ao ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), Sidônio Palmeira.

Doutor em Histórica Econômica pela Universidade de São Paulo (USP), Lima pesquisou escravidão urbana e formação da classe operária no Brasil. Antes, cursou mestrado em História Social e fez graduação em História na Universidade de Brasília (UnB), da cidade em que nasceu.

No começo da carreira, Jean Lima atuou como professor universitário na UnB e em faculdades particulares. Ele ministrou aulas de Metodologia da História, História Contemporânea, História do Brasil e Formação Econômica do Brasil.

Na administração pública, foi presidente da Companhia de Planejamento do DF (Codeplan) e do Instituto de Pesquisa e Estatística do DF (IPEDF). Ele também trabalhou como assessor especial na Secretaria de Relações Institucionais da Presidência durante o governo de Dilma Rousseff (PT).

Lima ainda desempenhou outros cargos públicos na capital do País, como coordenador adjunto de Articulação Intergovernamental, coordenador executivo do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social e secretário-adjunto na Secretaria de Governo do DF.

Em outubro de 2023, Lima era diretor-geral da EBC e foi promovido a presidente interino após a saída de Hélio Doyle do cargo. O jornalista, que dirigia a empresa pública, foi demitido após chamar de "idiotas" os apoiadores de Israel. À época, o governo Lula mantinha neutralidade no conflito da nação do Oriente Médio. A permanência de Lima no cargo só se tornou definitiva em dezembro de 2023.

Na época em que Lima assumiu a presidência da EBC, o ministro da Secom era Paulo Pimenta. Com a chegada de Sidônio, em janeiro deste ano, ele foi mantido no cargo.

Durante o período em que presidiu a EBC, Lima anunciou a integração de 15 canais de televisão e 20 de rádio à Rede Nacional de Comunicação Pública (RNCP), totalizando 177 emissoras de TV e 155 de rádio no sistema.

O objetivo principal da integração de novos canais, segundo Lima, era alcançar a população com conteúdo regional e, "com isso, combater as fake news e fortalecer a democracia".

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta segunda-feira, 4, que pretende explicar ao secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, como funciona o judiciário brasileiro em possível conversa que os dois terão esta semana para tratar do tarifaço dos EUA sobre o Brasil. "Você pensa que, se você trocando de juiz, você vai trocar o veredicto? Você não vai trocar o veredicto trocando de juiz, porque nós temos aqui várias salvaguardas internas e externas", afirmou durante entrevista ao programa Entre Nós, da BandNews, sem citar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre Moraes, que vem sendo alvo de sanções norte-americanas.

Haddad lembrou que o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, recorreu ao Comitê de Direitos Humanos das Nações Unidas e foi absolvido. "Não só internamente, mas externamente ele foi absolvido", disse, salientando que o Brasil é signatário de todos os acordos internacionais que dizem respeito a direitos humanos.

O problema, conforme Haddad, não é o juiz, mas os atos perpetrados contra a Constituição. "Isso não vai mudar: o problema das provas, das confissões, das delações, dos fatos concretos apurados, isso não vai mudar trocando de juiz. O Estado brasileiro está tratando o assunto com a seriedade merecida. Agora, os fatos estão sendo tratados dessa maneira, porque são graves", considerou em referência ao julgamento do ex-presidente da República Jair Bolsonaro.

Questionado sobre se o governo não pretende retaliar os EUA comercialmente, o ministro disse preferir a palavra "proteger". "Vamos proteger o Brasil. Esta é a obrigação do Estado. Isso vale para o comércio, isso vale para as nossas instituições, vale pra democracia, vale para a soberania. Então nós vamos agir no sentido de proteger", disse, enfatizando que há uma relação de 200 anos de amizade e de prosperidade entre os dois países.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta segunda-feira, 4, que foram os Estados Unidos que puxaram o fio da democratização do continente, com a descolonização e o aperfeiçoamento da democracia. Mas, segundo ele, o Brasil foi além da democracia norte-americana em vários quesitos, em vários tópicos e a democracia do País é inspirada na dos EUA.

"Nós estamos até um pouco à frente. Isso não sou eu que estou dizendo. São cientistas políticos dos Estados Unidos da América que hoje dizem que o Brasil é mais exemplo de democracia do que muitos países pioneiros da instituição da democracia no mundo", afirmou Haddad, em entrevista à Bandnews.

De acordo com ele, o governo está aberto a discutir comércio e política externa. "Quer discutir comércio? Nós vamos discutir comércio. Quer discutir política? Política externa? Nós podemos discutir política externa", afirmou. O ministro contou que nos dois últimos anos da administração de Joe Biden ele foi encarregado de buscar uma aproximação econômica com Janet Yellen, que ocupava a secretaria do Tesouro norte-americano. "E estamos justamente discutindo parcerias com os Estados Unidos da América, sobretudo na questão da transição energética, que nós temos várias coisas comuns, interesse em solar, em eólica e biocombustíveis."

Haddad afirmou que a soberania do Brasil não está em discussão. "O nosso comando, as nossas relações bilaterais estão em discussão. Por isso é saudável que os Estados Unidos se interessem mais pelo Brasil e vice-versa. É um parceiro muito tradicional nosso", disse.