Apenas duas pessoas sobrevivem a acidente de avião na Coreia do Sul

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Autoridades sul-coreanas confirmaram que apenas duas pessoas sobreviveram ao acidente com o avião da Jeju Air, ocorrido hoje na cidade de Muan, cerca de 290 quilômetros ao sul de Seul. Estavam a bordo 181 pessoas.

O Boeing 737, proveniente de Bangcoc, na Tailândia, derrapou na pista, bateu em um muro de concreto e pegou fogo, depois que o trem de pouso dianteiro da aeronave aparentemente não foi acionado.

Um total de 179 pessoas morreram no incêndio, informou o corpo de bombeiros sul-coreano. Os socorristas resgataram duas pessoas, ambas tripulantes. Autoridades de saúde disseram que eles estão conscientes e não correm risco de vida.

Entre os 177 corpos encontrados até agora, as autoridades identificaram 88 deles. Os passageiros eram predominantemente sul-coreanos, no entanto, havia dois cidadãos tailandeses.

Autoridades locais iniciaram as investigações sobre as causas do acidente. Entre as hipóteses sob avaliação está a possibilidade de a aeronave ter sido atingida por pássaros.

Funcionários do Ministério dos Transportes coreano disseram que registros de comunicação mostram que a torre de controle do aeroporto emitiu um aviso de colisão com pássaros para a aeronave pouco antes da sinalização de intenção de pouso e concedeu permissão ao piloto para pousar em uma área diferente. O piloto enviou um sinal de socorro pouco antes do avião ultrapassar o fim da pista e derrapar em uma zona de proteção até bater no muro.

O alto funcionário do Ministério dos Transportes Joo Jong-wan disse que os dados de voo e os gravadores de voz da cabine da caixa-preta do avião foram recuperados e serão examinados por especialistas do governo que investigam a causa do acidente e do incêndio. Ele disse que pode levar meses para os investigadores concluírem a investigação.

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Após a repercussão negativa da retirada de um vaso sanitário e duas pias do gabinete que ocupava na Câmara Municipal de São Paulo, a ex-vereadora Janaína Lima (PP) decidiu doar os itens para a Casa legislativa. Segundo Janaina, a escolha de retirar os equipamentos foi feita com base na orientação de assessores jurídicos, mas agora ela prefere que a Câmara decida o destino dos objetos. Em vídeo divulgado em suas redes sociais nesta quinta-feira, 2, Janaina afirmou que seguiu todas as regras ao deixar o espaço.

"Por orientação do jurídico, equipamentos instalados com recursos próprios foram retirados. No entanto, por uma decisão pessoal, esses equipamentos estão sendo doados agora para a Câmara Municipal decidir o seu melhor destino", disse Janaína.

A polêmica teve início quando câmeras internas do Palácio Anchieta flagraram funcionários retirando os itens do banheiro do gabinete 607. Janaina alegou que as peças foram compradas com recursos próprios durante uma reforma realizada ao longo de seus mandatos. "A parte hidráulica da Câmara é sensível", justificou no vídeo.

No entanto, a atitude gerou insatisfação. Adrilles Jorge (União Brasil), ex-BBB e novo ocupante do gabinete, encontrou o banheiro vazio. "Tinha um banheiro lá, inclusive tem chuveiro no banheiro. Não tem é privada", ironizou o vereador durante cerimônia de posse na tarde de quarta-feira, 1º, na própria Câmara.

Além da questão do banheiro, Janaina afirmou que deixou no local itens mais caros da reforma, como vidro antirruído, luminárias modernas e bancadas de madeira. "Transformamos o gabinete em um coworking", explicou. Segundo ela, esses detalhes mostram o compromisso com a infraestrutura do espaço, ainda que tenha optado por retirar equipamentos menores.

Em nota, Janaina já havia dito que não utilizou dinheiro público para a reforma do gabinete, construído com recursos próprios, e por isso removeu a pia e o vaso. "É nosso dever devolver o gabinete como o recebemos, assegurando que todo o patrimônio público permaneça devidamente registrado e intacto", disse.

No vídeo, Janaina destacou sua economia ao longo dos oito anos como vereadora, afirmando ter poupado quase R$ 9 milhões em recursos públicos. Ela também mencionou que não utilizou verbas indenizatórias para despesas como transporte e combustível, preferindo arcar com esses custos do próprio bolso.

Em seu mandato, Janaína implementou reformas estruturais no gabinete, transformando o espaço em um "coworking legislativo". O conceito, segundo ela, visava aproximar empreendedores de iniciativas voltadas para a cidade.

Janaína, que iniciou sua carreira política pelo partido Novo em 2020, foi expulsa da sigla em 2021 após uma briga com a então colega Cris Monteiro. O episódio ocorreu no banheiro da Câmara durante a votação da Reforma da Previdência municipal, resultando em agressões e uma investigação pela Corregedoria da Casa. Janaína foi vereadora de São Paulo por dois mandatos, mas não conseguiu se reeleger em 2024.

A posse do prefeito e dos vereadores de Araraquara, no interior de São Paulo, realizada na quarta-feira, 1º, foi marcada por vaias e ofensas transfóbicas contra a vereadora Filipa Brunelli (PT). Durante seu discurso, Filipa criticou o prefeito recém-empossado, Dr. Lapena (PL), por seu alinhamento ideológico.

Em seguida, declarou que fará oposição ao prefeito e associou seu governo a um "alinhamento ao retrocesso e à defesa de figuras políticas violadoras de direitos humanos", em referência ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), do mesmo partido. Essas declarações geraram vaias e protestos na plateia, incluindo ofensas transfóbicas.

A reação do público a impediu de concluir sua fala. Diante da situação, a vereadora solicitou a intervenção do presidente da Câmara, Rafael de Angeli (Republicanos). Ele pediu respeito e lembrou que o regimento interno assegura o direito à manifestação dos vereadores. Mesmo assim, as vaias continuaram, dificultando a conclusão do discurso de Filipa.

Após a intervenção do presidente da Câmara, Filipa continuou: "Fica o convite para vossas excelências concorrerem à próxima eleição e também terem a oportunidade de estarem aqui fazendo esse discurso". A fala gerou mais protestos da plateia. Para se sobrepor aos gritos, Filipa eleva o tom da voz para conseguir concluir. "Meu compromisso é com o povo e estarei disposta a contribuir por uma cidade melhor, desde que isso não signifique sacrificar os direitos das minorias políticas ou abrir mão de nossos princípios progressistas."

Reeleita com 1.747 votos, Filipa exerce seu segundo mandato como a primeira vereadora travesti de Araraquara. Ela afirma que foi a única parlamentar impedida de falar durante a cerimônia. "Somente o meu discurso foi completamente interrompido, e não somente por vaias", afirmou.

Clique aqui e veja o momento em que a vereadora é interrompida em 02:03:40.

O gabinete de Filipa busca identificar os autores das ofensas por meio de gravações da cerimônia. Embora a Câmara disponha de imagens limitadas, a equipe tenta localizar vídeos feitos pelo público. Até o momento, não foram tomadas medidas judiciais devido à falta de evidências claras.

Essa não é a primeira vez que Filipa enfrenta ataques transfóbicos. Em 2021, ela acionou o Ministério Público após sofrer ofensas violentas online devido a seu apoio ao lockdown durante a pandemia. O caso resultou, em 2023, na condenação de dez pessoas por LGBTfobia, marcando a primeira decisão judicial do tipo na comarca de Araraquara.

As penas impostas aos responsáveis incluíram até um ano, seis meses e 20 dias de reclusão, além do pagamento de multa. Filipa celebrou a decisão como uma conquista histórica: "A transfobia e a LGBTfobia não são opiniões, e sim discurso de ódio."

Eleita em 2020 como uma das 26 pessoas trans a conquistar um cargo político no Brasil, Filipa também já havia assumido, em 2017, a posição de Assessora Especial de Políticas LGBT em Araraquara. Desde então, consolidou-se como uma importante voz do movimento LGBTQIA+ na região.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino suspendeu os repasses de emendas parlamentares a 13 entidades não governamentais que não fornecem transparência adequada ou não divulgam as informações requeridas, de acordo com relatório da Controladoria Geral da União (CGU) entregue ao Supremo. O prazo para o cumprimento da decisão por parte do Executivo é de cinco dias.

Dino ainda intimou as nove ONGs que apresentarem informações incompletas a publicarem os valores recebidos em emendas no prazo de 10 dias corridos. Também determinou que a CGU realize auditoria específica sobre as 13 entidades sem transparência e apresente um relatório técnico sobre elas em até 60 dias corridos.

A Controladoria-Geral da União (CGU) enviou nesta quinta-feira, 2, um relatório para o ministro que mostra que apenas quatro entre 26 Organizações Não Governamentais (ONGs) fiscalizadas pelo órgão apresentaram sistemas de transparência plenamente eficientes. O relatório aponta que 13 organizações sem fins lucrativos - selecionadas por terem um alto volume de recursos - receberam R$ 142 milhões em emendas, entre os dias 2 e 21 de dezembro, e não apresentam sistemas adequados de transparência.

O relatório foi solicitado por Dino, relator de uma ação na Corte sobre emendas sem transparência que sucederam o orçamento secreto. No início de dezembro, o ministro exigiu que a CGU apontasse se as ONGs informam, em sites oficiais e com total lisura, os valores oriundos do Congresso Nacional.

A CGU então selecionou 23 ONGs que receberam os maiores empenhos entre os dias 2 e 21 de dezembro de atestou que 11 entidades não possuem mecanismos de transparência, oito apresentam apenas uma parcela de informações e apenas quatro disponibilizam de forma adequada.

Também foram listadas três ONGs que receberam os maiores pagamentos no mês de dezembro. Duas delas não possuem mecanismos adequados de transparência e outra apresenta informações de forma parcial.

Assim, no total, de 26 entidades fiscalizadas, 13 (50%) não divulgam ou divulgam as informações de forma inadequadas; nove (35%) apresentam as informações de forma parcial; e apenas quatro (15%) promovem a transparência de forma apropriada. Outras sete entidades não entraram no cômputo por não terem recebido pagamentos no período de 2020 e 2024.

A organização selecionada pela CGU que recebeu o maior empenho e não dispõe de mecanismos de transparência foi o Instituto Brasileiro de Cidadania e Ação Social (Ibras). A ONG, que diz promover os direitos humanos e o desenvolvimento da cidadania, recebeu R$ 28,9 milhões entre os dias 2 e 21 de dezembro, mas não possui abas sobre transparência no site oficial. O Estadão procurou a Ibras, mas não havia obtido um retorno até a publicação deste texto.

Nas conclusões do levantamento, a CGU afirmou que "foram verificadas inconformidades" sobre a transparência das ONGs sobre o recebimento e aplicação dos recursos provenientes das emendas. Segundo a pasta, a ausência de informações dificulta a supervisão adequada dos gastos públicos.

"Nesse contexto, a ausência ou insuficiência de transparência ativa dificulta o controle, especialmente o controle social, essencial para a supervisão adequada e a garantia de accountability na aplicação dos recursos públicos", concluiu a CGU.

Dino suspendeu pagamento de emendas e ordenou investigação da PF

O relatório da CGU vem em meio a uma tensão entre Poderes a respeito da liberação de recursos por indicação do Legislativo. Em agosto, Dino resolveu suspender o pagamento das emendas parlamentares por falta de transparência na autoria e na destinação dos recursos feita por deputados e senadores. No mês passado, ele liberou o pagamento, mas estabeleceu exigências de transparência, o que gerou insatisfação na cúpula do Legislativo. A decisão foi chancelada pela maioria da Corte.

A Câmara, porém, manteve um sistema de indicações "apadrinhadas" que, segundo Dino, permite a "perpetuação da ocultação" dos parlamentares que solicitaram os repasses. Por isso, ele decidiu suspender, no último dia 23, o pagamento de R$ 4,2 bilhões em emendas.

Um dia depois, no dia 24, a Polícia Federal (PF) abriu uma investigação após ordem de Dino para apurar supostas irregularidades na liberação de emendas.

As decisões de Dino também causaram atritos no governo. No dia 26, Dino determinou que a Advocacia Geral da União (AGU) deveria dar explicações do porquê não foram abertas contas específicas para o repasse de emendas parlamentares destinadas à Saúde e não foram adotados os novos critérios de transparência para repasses.

No domingo, 29, Dino liberou a execução das emendas de comissão empenhadas até o dia da suspensão. Segundo ele, a medida busca evitar "insegurança jurídica para terceiros". Nesta terça, 31, ele permitiu o uso de outros R$ 370 milhões para garantir o gasto mínimo em saúde previsto na Constituição.

A AGU, por sua vez, sugeriu cautela ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o não pagamento dos R$ 4,2 bilhões em emendas. O braço jurídico do Executivo considerou que é prudente que o governo adote uma "interpretação mais segura" do posicionamento recente de Dino.