Lula lamenta falecimento de Jimmy Carter: 'Amante da democracia e defensor da paz'

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lamentou o falecimento do ex-presidente norte-americano Jimmy Carter que, segundo ele, foi um "amante da democracia e defensor da paz". Carter, que governou os Estados Unidos entre 1977 e 1981, ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 2002.

"No fim dos anos 70, pressionou a ditadura brasileira pela libertação de presos políticos. Depois, como ex-presidente, continuou militando pela promoção dos direitos humanos, pela paz e pela erradicação de doenças na África e na América Latina. Carter conseguiu a façanha de ter um trabalho como ex-presidente, ao longo de décadas, tão ou mais importante que o seu mandato na Casa Branca. Criticou ações militares unilaterais de superpotências e o uso de drones assassinos", elencou o presidente brasileiro, em suas redes sociais.

Lula destacou ainda que Carter trabalhou junto com o Brasil na mediação de conflitos na Venezuela e na ajuda ao Haiti. O Centro Carter, acrescentou, é uma "referência mundial" em democracia, direitos humanos e diálogo.

"Será lembrado para sempre como um nome que defendeu que a paz é a mais importante condição para o desenvolvimento. Meus sentimentos aos seus familiares, amigos, correligionários e compatriotas nesse momento de despedida", concluiu Lula.

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O prefeito Ricardo Nunes (MDB) se emocionou ao discursar no ato realizado no Theatro Municipal que marcou o início de seu segundo mandato à frente da Prefeitura de São Paulo. Após empossar 29 secretários e secretários-executivos, entre nomes novos e reconduzidos, Nunes relembrou como foi crescer na periferia da Zona Sul e pediu aos auxiliares que tenham humanidade no dia a dia para ajudar quem mais precisa. A cerimônia marcou a posse formal do próprio prefeito, dos vereadores e secretários e ocorreu após o evento da Câmara Municipal.

"O coração desse prefeito tem um endereço e esse endereço é a periferia de São Paulo. Quanto mais a gente faz pela periferia, mais a gente faz pela cidade inteira", disse Nunes, que cresceu no Parque Santo Antônio, no extremo-sul, mas atualmente mora em Interlagos. Ao falar sobre a importância do Executivo estar próximo da população, ele parafraseou Milton Nascimento: "A Prefeitura tem que estar onde o povo está", acrescentou o chefe do Executivo.

Em linha com o discurso do prefeito, que teve como um dos lemas na campanha ser "cria da periferia", a abertura da solenidade ficou por conta orquestra sinfônica Heliópolis, com repertório que trouxe canções de Chico Buarque e Adoniran Barbosa, como "Saudosa Maloca" e "Trem das Onze".

A cerimônia foi marcada pela ausência de padrinhos e caciques políticos que apoiaram o prefeito. O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), de férias no exterior, enviou um vídeo em que reafirma a parceria com Nunes, enquanto Jair Bolsonaro (PL) ligou para o prefeito enquanto o mandatário se deslocava do Legislativo para o Theatro Municipal.

O ex-presidente Michel Temer (MDB) chegou a ter uma cadeira reservada pelo cerimonial, mas também não compareceu. Por outro lado, Nunes citou nominalmente os presidentes do PSD, Gilberto Kassab, e do Podemos, Renata Abreu.

Um vídeo exibido mencionou que Nunes chegou à Prefeitura como vice de Bruno Covas, ex-prefeito morto em 2021, e citou o passado do prefeito como militante do MDB e sua atuação pela abertura democrática nos anos 1980. O prefeito saudou Tomás Covas, filho de Bruno, a quem chamou de "meu querido filhinho, irmãozinho". "Tenho certeza que seu paizão está aqui junto com a gente", disse Nunes. Tomás segue como coordenador de Políticas para a Juventude.

Entre os secretários nomeados estão três ex-prefeitos: Orlando Morando, de São Bernardo do Campo, assumiu a pasta de Segurança Urbana; Rogério Lins (Podemos), de Osasco, é o novo secretário de Esporte; e Rodrigo Ashiuchi (PL), de Suzano, comandará a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente. Ao tomar posse, ele prestou continência para o vice-prefeito, Ricardo de Mello Araújo (PL).

A nomeação de ex-mandatários era uma prática comum de João Doria, que largou a Prefeitura para se candidatar a governador. Auxiliares de Nunes, porém, negam que ele tenha a pretensão de fazer o mesmo e dizem que os ex-prefeitos foram escolhidos por terem experiência administrativa. Conforme apurou o Estadão, outros ex-prefeitos devem ser escolhidos nas próximas semanas para comandar subprefeituras.

O bolsonarismo não teve peso na solenidade, que foi dominada pela militância emedebista. O secretário mais ovacionado foi Totó Parente (MDB), que chega para chefiar a Secretaria de Cultura e Economia Criativa após passagem pelo Ministério do Planejamento. Enrico Misasi (MDB), que assume a Casa Civil, também foi festejado.

Veja os secretários que formam equipe de Nunes no segundo mandato:

1.Edson Aparecido, secretário de Governo

2.Enrico Misasi, secretário de Casa Civil

3.Eunice Prudente, secretária da Justiça

4.Luis Felipe Vidal Arellano, secretário de Fazenda

5.Marcos Monteiro, secretário de Infraestrutura Urbana e Obras

6.Luiz Carlos Zamarco, secretário de Saúde

7.Eliana Gomes, secretária de Assistência e Desenvolvimento Social

8.Celso Caldeira, secretário de Transporte e Mobilidade Urbana

9.Rogério Lins, secretário de Esportes e Lazer

10.Fernando Padula, secretário de Educação

11.Totó Parente, secretário de Cultura

12.Sidney Cruz, secretário de Habitação

13.Rodrigo Ashiuchi, secretária do Verde e Meio Ambiente

14.Rodrigo Goulart, secretário de Desenvolvimento Econômico e Trabalho

15.Orlando Morando, secretário de Segurança Urbana

16.Fabrício Cobra, secretário de Subprefeituras

17.Silvia Greco, secretária da Pessoa com Deficiência

18.Regina Santana, secretária de Direitos Humanos

19.Bete França, secretária de Urbanismo e Licenciamento

20.Milton Vieira, secretário de Inovação e Tecnologia

21.Ângela Gandra, secretária de Relações Internacionais

22.Marcela Arruda, secretária de Gestão

23.Rui Alves, secretário de Turismo

24.Fábio Portela, secretário especial de Comunicação

25.Luciana Nardi, procuradora-Geral do Município

26.Daniel Falcão, controlador-geral do Município

27.José Renato Nalini, secretário-executivo de Mudanças Climáticas

28.Clodoaldo Pelissioni, secretário-executivo de Planejamento e Eficiência

29.Gilmar Pereira, secretário-executivo de Mobilidade e Trânsito

A Câmara Municipal de São Paulo elegeu nesta quarta-feira, 1º, o vereador Ricardo Teixeira (União Brasil) como presidente para o ano de 2025. Teixeira obteve 49 votos, enquanto Celso Gianazzi (PSOL), também candidato ao cargo, ficou com 6 votos. O novo presidente do Legislativo municipal afirmou ter um perfil voltado para o diálogo e refutou a ideia de que a Câmara será uma "chanceladora" da próxima gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB).

"Eu voto aquilo que é bom pra cidade. Todos os projetos que nós aprovamos do Ricardo teve alteração, os vereadores debatem. O prefeito elegeu a maioria. Elegendo a maioria fica mais fácil. Não significa dizer que vai ser tudo aprovado, mas fica mais fácil aprovar", disse em coletiva.

Teixeira foi questionado sobre os limites para os mandatos de membros da Mesa Diretora e afirmou que, caso o projeto seja apresentado, será votado em plenário. Em 2023, a Câmara, sob a liderança de Milton Leite (União Brasil), então presidente da Casa, aprovou uma alteração na Lei Orgânica que eliminou os limites para a reeleição para esses cargos.

O novo presidente da Câmara prometeu maior transparência, afirmando que pretende ampliar o número de audiências públicas e, pelo menos uma vez ao mês, levar essas iniciativas para as periferias da cidade, com o objetivo de ouvir a população. Teixeira também comentou sobre a confusão envolvendo a vereadora Zoe Martinez (PL) e destacou que qualquer manifestação é válida, desde que os vereadores sigam o regimento interno da Câmara e respeitem o decoro parlamentar.

Com 16 anos de experiência na Câmara e em seu sétimo mandato consecutivo, Teixeira é reconhecido por sua habilidade em construir boas relações tanto com a base governista quanto com a oposição - recebendo, inclusive, votos de vereadores do PT. Durante dois anos, atuou como secretário de Mobilidade e Trânsito na gestão de Ricardo Nunes (MDB), ganhando destaque como o "pai" da Faixa Azul para motos. Além disso, integrou o primeiro escalão da administração de Fernando Haddad (PT).

Como mostrou o Estadão, Teixeira se tornou o favorito para suceder Milton Leite (União Brasil) após Nunes vetar o nome de Rubinho Nunes (União), que até então era o mais cotado para o cargo, mas perdeu apoio ao declarar alinhamento a Pablo Marçal (PRTB) antes das eleições.

A proximidade com Nunes e sua longa experiência na Câmara foram determinantes para que Teixeira fosse escolhido como candidato do União Brasil, superando outros nomes dentro da sigla. Entre seus adversários estavam Silvão Leite, que embora fosse apoiado por Milton Leite, não tinha a mesma experiência legislativa que Teixeira.

Natural de Santos, Teixeira, de 66 anos, é formado em Engenharia Industrial e construiu sua carreira como servidor público, ocupando cargos na área de trânsito e infraestrutura. Ele trabalhou na Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), na antiga Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S.A.) e no Departamento de Estradas de Rodagem (DER) de São Paulo.

Além de Ricardo Teixeira, também foram eleitos para compor a Mesa Diretora da Câmara: João Jorge (MDB) como 1º vice-presidente, Isac Félix (PL) como 2º vice-presidente, Hélio Rodrigues (PT) como 1º secretário, e Milton Ferreira (Podemos) como 2º secretário. Edir Sales (PSD) e Major Palumbo (PP) assumiram, respectivamente, as funções de 1º e 2º suplentes, enquanto Rubinho Nunes (União Brasil) foi escolhido como corregedor-geral.

Empossado na tarde desta quarta, 1º, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) disse que entre 2021 e 2024 a cidade de São Paulo teve mais do que o dobro de investimentos do que nos quatro anos anteriores, e que conseguiu recuperar a saúde financeira da cidade. "Zeramos a dívida de R$ 25 bilhões entre a cidade e o governo federal", disse o emedebista.

Durante sua fala, Nunes enumerou realizações como a realização de Parcerias Público-Privadas (PPPs) e o enxugamento da máquina administrativa, e disse que gerou mais emprego do que qualquer Estado brasileiro. Além disso, o prefeito salientou que continuará a ter uma boa relação com a Câmara de Vereadores. "Quero continuar sempre mantendo um trabalho de colaboração com a atividade parlamentar", disse ele durante discurso de posse, durante cerimônia realizada no Palácio Anchieta.

O prefeito também aproveitou a oportunidade para se dizer o primeiro prefeito eleito em São Paulo, vindo da periferia, e também fez menção ao ex-prefeito Bruno Covas, morto em maio de 2021. Nunes era vice-prefeito e, a partir de então, assumiu o cargo. "Soube o que é a responsabilidade de cuidar da vida de 12 milhões de pessoas."