Tempestade de vento turbinam incêndio florestal em Los Angeles e força fuga de moradores a pé

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Um incêndio florestal se propagou rapidamente em uma região luxuosa de Los Angeles, nos Estados Unidos, provocando a fuga desesperada de moradores nesta terça-feira, 7, que fugiram a pé para um local seguro, com as estradas bloqueadas. Bombeiros correram para conter as chamas, enquanto uma forte tempestade de vento atingiu o sul da Califórnia, espalhando o incêndio visto a quilômetros de distância.

Mais de 310 hectares foram queimados em Pacific Palisades, nas montanhas de Santa Monica, que abriga luxuosas mansões na costa oeste dos Estados Unidos. Moradores de Venice Beach, a cerca de 10 quilômetros de distância, relataram ter visto as chamas. Foi um dos vários incêndios na área.

Os meteorologistas alertaram que o pior ainda pode estar por vir, com a tempestade de vento prevista para durar dias, produzindo rajadas isoladas que podem chegar a 160 km/h - incluindo em áreas que não recebem uma quantia significativa de chuva há meses. Cerca de meio milhão de clientes de serviços públicos correm o risco de ter sua energia desligada para reduzir o risco de equipamentos provocarem incêndios.

Trechos importantes de rodovias da região foram fechados para todo o tráfego não essencial para ajudar nos esforços de fuga dos moradores. Alguns deles abandonaram seus veículos para sair do perigo e esperaram para serem pegos. Autoridades utilizaram uma escavadeira para retirar os carros abandonados e dar lugar aos bombeiros.

A moradora Kelsey Trainor disse que a única estrada de entrada e saída de seu bairro estava completamente bloqueada.

"Olhamos para o outro lado e o fogo tinha saltado de um lado da estrada para o outro", disse. "As pessoas estavam saindo dos carros com seus cachorros, bebês e bolsas, elas estavam chorando e gritando. A estrada estava bloqueada, tipo, totalmente bloqueada por uma hora."

"Os incêndios nessas condições podem ser catastróficos. É muito preocupante", advertiu em entrevista coletiva o meteorologista Daniel Swain, referindo-se à força dos ventos.

Também houve relatos de pessoas abandonando a vizinhança a pé, carregando poucos pertences ou animais de estimação. "Jogamos um monte de documentos e roupas em algumas caixas, algumas fotos e partimos. Ficamos uns 20 minutos presos, mas escapamos", contou à AFP o professor da Universidade do Sul da Califórnia Andrew Hires, que deixou o local com a filha.

Os alertas vermelhos devem permanecer na região até a noite desta quinta-feira, 9. O presidente Joe Biden estava na Califórnia para anunciar a criação de dois novos monumentos nacionais, mas o evento foi cancelado devido ao vento, assim como a estreia em Los Angeles do filme Imparável, protagonizado por Jennifer Lopez.

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O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse, em nota divulgada nesta quarta-feira, 8, que "o País reafirma, neste 8 de janeiro, preceitos fundamentais que forjaram a nossa sociedade", sendo o principal deles a liberdade. "Não há liberdade verdadeira, responsável e plena fora do regime democrático. Por isso, toda ação em defesa da democracia deve ser destacada, assim como realizamos, no ano passado, o ato 'Democracia Inabalada', no Congresso Nacional", completou.

Pacheco não participa do evento realizado nesta quarta-feira no Palácio do Planalto em memória aos dois anos dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, quando apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro invadiram as sedes dos Três Poderes em Brasília e depredaram os prédios públicos, enquanto pediam uma intervenção militar.

O presidente do Senado justificou estar em uma viagem internacional previamente agendada.

"Parabenizo o governo federal e todas as instituições envolvidas nas cerimônias que reforçam a vigília em defesa do regime que considero ser o mais justo e equânime na representatividade popular e social", destacou o senador.

O Senado está representado no ato realizado pelo governo federal pelo vice-presidente da Casa, o senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB).

O ex-presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), afirmou nas redes sociais que recebeu um convite para a posse de Donald Trump no próximo dia 20 de janeiro. No X, Bolsonaro escreveu: "Muito honrado em receber do Presidente dos EUA, Donald Trump, convite para a sua posse e de seu Vice-Presidente J.D. Vance, no próximo dia 20 de janeiro. Agradeço a meu filho, o Deputado Federal Eduardo Bolsonaro, pelo excelente trabalho nesta relação com a família do Presidente Donald J. Trump."

Além disso, Bolsonaro informou que seu advogado, Dr. Paulo Bueno, já solicitou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) a devolução de seu passaporte para que ele pudesse participar do evento: "Meu advogado, Dr. Paulo Bueno, já encaminhou para o ministro Alexandre de Moraes pedido para eu reaver meu passaporte e assim poder atender a este honroso e importante evento histórico."

Bolsonaro, atualmente inelegível, teve que entregar seu passaporte em fevereiro do ano passado por ordem do STF em meio à operação da Polícia Federal Tempus Veritatis (hora da verdade, em latim), que apura a organização criminosa responsável por atuar em tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito.

O ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), disse que é "falsa" a narrativa que busca associar o combate ao extremismo a medidas autoritárias. "E não devemos ter ilusões: no Brasil e no mundo está sendo insuflada a narrativa falsa de que enfrentar o extremismo e o golpismo, dentro do Estado de direito, constituiria autoritarismo", disse Barroso, em carta lida pelo vice-presidente do STF, Edson Fachin, em evento no Planalto sobre os atos golpistas do 8 de Janeiro.

"É o disfarce dos que não desistiram das aventuras antidemocráticas, com violação das regras do jogo e supressão de direitos humanos. A mentira continua a ser utilizada como instrumento político naturalizado", complementou Barroso na carta.

A declaração foi feita um dia após o CEO da Meta, Mark Zuckerberg, publicar vídeo acusando a América Latina de ter "tribunais secretos de censura", sem citar o Supremo brasileiro.

O contexto da fala do empresário foi o anúncio do fim da parceria com checadores de informações no Facebook, Instagram e Threads nos EUA. O executivo afirmou que a decisão foi tomada para acabar com uma suposta censura na plataforma.

O Supremo iniciou no final do ano passado o julgamento do Marco Civil da Internet, que discute a responsabilização das redes sociais por conteúdos publicados pelos usuários. Há três votos para ampliar as hipóteses de punição das plataformas.