Área devastada em LA é quase do tamanho da zona oeste de SP

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Os incêndios que devastam a região sul da Califórnia, nos Estados Unidos, especialmente em Los Angeles, já atingem cerca de 139 km², uma área um pouco menor do que a zona oeste da cidade de SP, que tem 128km². O tamanho é equivalente também à cidade de São Francisco, nos EUA, que tem uma população de cerca de 808,9 mil habitantes.

Os dois maiores incêndios que devastam a região de Los Angeles, Eaton Fire e Palisades Fire, já mataram pelo menos 10 pessoas desde o dia 7 de janeiro, e destruíram mais de 10 mil casas e outras estruturas, disseram as autoridades.

Na tarde de quinta-feira, 9, um novo incêndio, Kenneth Fire, iniciou e cresceu rapidamente numa área de 4 km² em questão de horas. O fogo se espalhou para o condado vizinho de Ventura, mas a resposta dos bombeiros impediu as chamas de se espalharem. Cerca de 400 bombeiros permaneceram no local durante a noite para evitar que o fogo reacendesse.

Apenas horas antes de o Kenneth Fire começar, as autoridades tinham expressado otimismo após os bombeiros (ajudados pelos ventos mais calmos e por equipes de fora do estado) perceberem os primeiros sinais de sucesso ao combater os dois mais devastadores incêndios na região.

O Eaton Fire, próximo a Pasadena, iniciado na noite de terça-feira, 7, destruiu mais de 5 mil estruturas, incluindo casas, prédios de apartamentos, comércios, galpões e veículos. Os bombeiros ainda não conseguiram controlar o fogo. O incêndio já devastou 55,4 km², segundo o Cal Fire.

A oeste, em Pacific Palisades, o maior dos incêndios que queimam na área de Los Angeles destruiu mais de 5.300 estruturas, e os bombeiros ainda não conseguiram conter o fogo. O incêndio já atingiu 80,74 km².

Todos os principais incêndios que começaram esta semana estão localizados em uma faixa de cerca de 40 km ao norte do centro de Los Angeles, espalhando um clima de medo e tristeza pela segunda maior cidade dos Estados Unidos.

Desde 1º de janeiro, já são 11 incêndios na região. Atualmente, pelo menos 5 deles ainda não foram totalmente contidos, de acordo com informações do Departamento de Florestas e Proteção contra Incêndios da Califórnia (Cal Fire, na sigla em inglês).

Causas e consequências

Ainda não foi identificado o motivo dos maiores incêndios. Diversas agências de monitoramento climático anunciaram na sexta-feira que 2024 foi o ano mais quente já registrado na Terra. "O furacão Helene, as inundações na Espanha e o impacto das mudanças climáticas alimentando os incêndios na Califórnia são sintomas dessa mudança climática indesejada", afirmou o professor de meteorologia da Universidade da Geórgia, Marshall Shepherd.

A magnitude da destruição é impressionante, mesmo em um estado que já está acostumado a grandes incêndios florestais. Grande parte da pitoresca Pacific Palisades foi atingida. Várias quadras no bairro costeiro foram reduzidas a escombros.

Em Malibu, os restos carbonizados de palmeiras foram tudo o que restou sobre os escombros onde antes estavam as casas à beira-mar. Pelo menos cinco igrejas, uma sinagoga, sete escolas, duas bibliotecas, boutiques, bares, restaurantes, bancos e supermercados foram queimados. Também foram destruídos o Will Rogers' Western Ranch House e o Topanga Ranch Motel, marcos locais que datam da década de 1920.

O governo ainda não divulgou números sobre o custo dos danos ou detalhes sobre quantas estruturas foram destruídas. A empresa privada AccuWeather, que fornece dados sobre o clima e seu impacto, aumentou sua estimativa de danos e perdas econômicas para US$ 135 bilhões a US$ 150 bilhões na quinta-feira.

No início da semana, ventos com força de furacão sopraram brasas que incendiaram encostas. Neste momento, é impossível quantificar a extensão da destruição, além de "devastação total e perda", disse Barbara Bruderlin, chefe da Câmara de Comércio de Malibu e Pacific Palisades. "Há áreas onde tudo se foi, não resta nem um pedaço de madeira, é apenas terra", disse Bruderlin.

Fatalidades

Das 10 mortes confirmadas até agora, o chefe de bombeiros de Los Angeles, Kristin Crowley, confirmou que duas foram no Palisades Fire. As autoridades do condado disseram que o Eaton Fire matou cinco pessoas. Cães farejadores e equipes estão vasculhando os escombros para verificar se há mais vítimas.

Duas das vítimas eram Anthony Mitchell, deficiente físico, de 67 anos, e seu filho Justin, que tinha paralisia cerebral. Eles estavam esperando por uma ambulância e não conseguiram chegar a um local seguro quando as chamas se aproximaram, disse a filha de Mitchell, Hajime White, ao The Washington Post.

Shari Shaw contou ao canal de televisão KTLA que tentou convencer seu irmão, Victor Shaw, de 66 anos, a desocupar na noite de terça-feira, mas ele quis ficar para combater o incêndio. As equipes encontraram seu corpo com uma mangueira de jardim na mão.

Na quinta-feira, equipes de resgate retiraram um corpo dos escombros de uma residência à beira-mar em Malibu. Uma lavadora e uma secadora carbonizadas foram algumas das poucas coisas que restaram identificáveis na casa ao longo da Pacific Coast Highway.

Pelo menos 180 mil pessoas estavam sob ordens de desocupação. O Palisades Fire já é o mais destrutivo da história de Los Angeles. Todas as escolas do Distrito Escolar Unificado de Los Angeles, o segundo maior do país, estarão fechadas novamente na sexta-feira devido à fumaça densa que paira sobre a cidade e à chuva de cinzas em algumas áreas./Com AP e NYT

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Os três governadores pré-candidatos à Presidência da República em 2026, Ronaldo Caiado (União), de Goiás; Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais; e Ratinho Júnior (PSD), do Paraná, sinalizaram um pacto de união mútua caso algum deles chegue ao segundo turno contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Em discurso na 90ª edição do Expozebu, que reúne figuras do agronegócio em Uberaba (MG), dois deles fizeram críticas a Lula e falaram em um união do grupo de centro-direita.

O primeiro deles foi Caiado. "Vocês podem ter certeza absoluta, cravarem e apostarem de que em 2026 a centro-direita chegará a subir no Planalto e chegará ao comando dessa Nação", discursou, reforçando a união entre os três. "Qualquer um de nós que for para o segundo turno terá o apoio de todos nós."

Zema foi o mais duro ao criticar Lula. "Ano que vem, Caiado, Ratinho, tenho certeza que nós estaremos tirando esse governo que persegue quem produz, persegue quem trabalha, e o Brasil não merece", afirmou.

Durante o seu discurso, Zema aproveitou para manifestar apoio a Mateus Simões, seu atual vice-governador, para ser o seu sucessor em 2026.

"Como governador Caiado disse aqui, 26 está ali dobrando a esquina. Aqui em Minas, eu já disse que aquilo que está dando certo tem de continuar. Meu braço direito, Matheus Simões, tem sido uma peça fundamental e é quem, toda certeza tem condição de continuar esse trabalho em prol do agronegócio", disse Zema.

Ratinho evitou fazer menções ao governo e preferiu elogiar os outros governadores. O presidente do PSD, Gilberto Kassab, esteve presente no Expozebu, num momento em que o partido busca melhor espaço na Esplanada dos Ministérios. "Mostramos ao país que, quando se governa com seriedade, o resultado é esse que entregamos", afirmou.

O PSD cogita a retirada a depender do cenário político em 2026. Kassab cogita abrir mão da candidatura do partido à Presidência da República para apoiar o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), caso ele decida participar dessa mesma disputa, em 2026.

"Tarcísio tem dito que não é candidato. E o que eu sinto no partido, próprio Ratinho, todos, que o Tarcísio saindo, essa questão tem que ser discutida", afirmou Kassab.

Desses três, Caiado foi o primeiro a realizar um ato de pré-candidatura, no começo deste mês de abril. O evento foi realizado sem a presença de algumas das principais figuras do União Brasil, como o presidente do partido, Antônio Rueda, e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (AP).

O recente recuo da indicação do líder do União na Câmara, Pedro Lucas Fernandes (MA), ao ministério da Comunicação e a escolha de um nome do segundo escalão (Frederico Siqueira Filho, ex-presidente da Telebras) para essa mesma pasta pode ser um sinal de um desembarque da legenda no governo - é o que diz Caiado a aliados.

Zema, por enquanto, é que o tem o apoio mais claro de que será candidato em outubro do próximo ano. Ao site de notícias Poder 360 no começo desse mês de abril, o presidente do Novo, Eduardo Ribeiro, disse que Zema será o candidato do partido em 2026.

A Expozebu, além de reunir governadores, produtores e lideranças do agronegócio brasileiro, atraiu alguns dos principais políticos do centro e da direita brasileira, entre eles Kassab, o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, Pedro Lupion (PP-PR), e os ex-presidentes da Câmara Arthur Lira (PP-AL) e Eduardo Cunha (PRD-SP).

O ministro do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, Márcio França (PSB), afirmou neste sábado, 26, que pretende disputar o governo de São Paulo em 2026. Ao lado do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), França disse que já comunicou internamente ao partido sua intenção de concorrer, mas que ainda aguarda o aval do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. As declarações foram feitas durante discurso no congresso estadual do PSB, realizado na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).

"Claro que a gente faz parte de um governo federal hoje. Eu sou ministro e estou aguardando o presidente Lula, como ele enxerga o quadro. Ele ainda está fazendo os seus arranjos nacionais, mas tenho a impressão que caminha para um acordo", disse.

Em outro momento do discurso, durante evento que teve como pano de fundo a eleição do novo diretório estadual do PSB, França voltou a falar sobre a disputa de 2026. "Olha, pré-candidato, de verdade, você tem um período, que é a partir do ano que vem. Mas o desejo de disputar a eleição eu tenho. Eu já comuniquei isso a todo mundo internamente no partido", afirmou.

Como mostrou o Estadão/Broadcast, França é considerado o nome mais provável para disputar o Executivo paulista pelo campo político do presidente Lula. Aliados do petista afirmam que uma eventual candidatura do pessebista foi bem recebida durante um jantar com deputados do PT em Brasília, realizado há cerca de um mês.

França tem se mostrado confiante e acredita que há chances de vitória, especialmente se o atual governador, Tarcísio de Freitas (Republicanos), optar por disputar a Presidência da República. Nesse cenário, a oposição trabalha com a possibilidade de o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), ser lançado como candidato governista ao Palácio dos Bandeirantes.

Com 61% de aprovação e 41% de avaliações como ótimo ou bom entre os paulistanos, segundo pesquisa Datafolha divulgada em 10 de abril, Tarcísio é considerado um adversário forte demais caso decida buscar a reeleição no Estado. Ainda assim, o cálculo feito pela oposição é que Lula precisará de um palanque robusto em São Paulo para vencer novamente a eleição nacional. Márcio França, por sua vez, estaria disposto a encarar a missão.

O levantamento do instituto também mostrou que o vice-presidente e ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) é o nome mais forte da oposição contra Tarcísio e aparece em primeiro lugar num cenário sem o governador da disputa. Mas há dois empecilhos: a falta de sinalizações do desejo de Alckmin de concorrer e a sua eventual retirada da chapa presencial ser vista como um "desprestígio" ao seu nome e ao seu partido, fiéis a Lula, dentro do PSB.

Além de Alckmin e França, também participaram do evento outros nomes de peso do PSB, como o prefeito do Recife, João Campos, e a deputada federal Tabata Amaral.

O presidente em exercício, Geraldo Alckmin (PSB), disse que está feliz ao ver entusiasmo do ministro do Empreendedorismo, da Empresa de Pequeno Porte e da Microempresa, Márcio França (PSB), para concorrer ao governo de São Paulo nas eleições de 2026. Alckmin também fez uma crítica sutil à gestão de Tarcísio de Freitas (Republicanos) no tema da segurança pública neste sábado, 26, durante Congresso Estadual de seu partido.

"Quando assumimos, em 2001, o Estado de São Paulo tinha 13 mil assassinatos por ano. Fomos reduzindo: 12, 11, 10, 9, 8, 7, 6, 5, até 4, 3 mil. Com respeito, inteligência, tecnologia, trabalho e comportamento", disse o presidente. "Quero estimular todos: cada coisa tem sua hora e cada hora tem seu caminho. Conte conosco, Márcio França."

A segurança pública é a área mais mal avaliada do governo Tarcísio, segundo a mais recente pesquisa Quaest: 34% dos paulistanos veem o trabalho do republicano como negativo nessa seara.

Neste sábado, França afirmou publicamente que possui o desejo de concorrer ao Palácio dos Bandeirantes e aguarda o aval do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de quem o apoio considera essencial para que sua candidatura tenha musculatura. Durante discurso, o ministro criticou duramente o atual governador. "Nós temos hoje um ovo da serpente sendo gestado, preparado", disse.

"Além de tudo, orienta errado. E o jeito que se usa é matar os meninos. Mata os meninos, que aí resolve. Mas não adianta. Atrás de um menino vem outro menino. É preciso dar oportunidade, dar chance para esses meninos", continuou França, referindo-se à política de segurança pública. "É diferente do (Jair) Bolsonaro. Com todos os defeitos, o Bolsonaro é autêntico. É melhor do que as pessoas falsas. Porque as pessoas falsas não falam tudo o que pensam, elas esperam o momento certo."