Cerimônia de posse de Trump em ambiente fechado é boa notícia para serviço secreto

Internacional
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A agência encarregada de proteger o presidente estará sob o microscópio durante a posse de Donald Trump na segunda-feira, após duas tentativas de assassinato do republicando ao longo da campanha.

A decisão de sexta-feira de transferir a cerimônia de Washington, D.C. para um ambiente fechado por causa do clima frio pode dar ao serviço secreto um presente nos preparativos para o evento.

A agência passará do gerenciamento de uma multidão de mais de 250.000 portadores de ingressos do lado de fora para garantir a segurança na rotunda do Capitólio dos EUA para uma multidão simplificada de autoridades e convidados escolhidos.

Para proteger a sala de 96 pés de diâmetro, eles podem recorrer a elementos do manual bem testado para eventos anuais como o Estado da União, geralmente realizado nas proximidades.

A proteção de um local interno e familiar, provavelmente, tornará o trabalho mais fácil para a segurança física, de acordo com Tim Gallagher, ex-agente especial encarregado do Escritório de Campo do FBI em Washington.

Os apelos para aumentar a segurança do presidente eleito aumentaram depois que um homem armado atirou em Trump em um comício durante o verão e outro apontou um rifle através de uma cerca quando o republicano jogava golfe. Os incidentes alimentaram dúvidas sobre se o Serviço Secreto é capaz de protegê-lo diante dos riscos de violência política durante o ciclo eleitoral.

Após sua posse, Trump disse na sexta-feira que planeja participar de uma festa de exibição e apresentar uma versão modificada do tradicional desfile inaugural na Capitol One Arena, com 20.000 lugares, do outro lado da cidade.

A polícia informou, na noite de sexta-feira, que as áreas fora do edifício do Capitólio dos EUA inicialmente abertas aos participantes com ingressos seriam fechadas em conformidade com a mudança de planos. Os detalhes sobre onde o restante dos 250 mil detentores de ingressos podem acabar permaneciam obscuros na noite de sexta-feira.

O FBI não está rastreando nenhuma ameaça crível ou específica à cerimônia de posse ou ao complexo do Capitólio na segunda-feira, de acordo com David Sundberg, diretor assistente encarregado do Escritório de Campo do FBI em Washington.

Em cada local, no Capitólio e na arena, as autoridades planejam adotar segurança reforçada, com maior presença policial e camadas de segurança física, incluindo longas listas de itens restritos e um extenso perímetro de segurança, de acordo com a atualização da tarde de sexta-feira dos EUA pela polícia do Capitólio.

As autoridades projetam que 25 mil policiais, policiais federais e militares, incluindo unidades do Exército e da Guarda Aérea Nacional de 40 estados, façam parte da equipe de segurança até o Dia da Posse. Fonte: Dow Jones Newswires

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A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) publicou neste sábado, 18, um vídeo no mesmo tom e modelo do divulgado pelo deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), no qual rebate as críticas do parlamentar à fiscalização do Pix. A gravação foi divulgada após Nikolas viralizar nas redes sociais ao atacar as novas regras da Receita Federal para a modalidade de pagamento, o que levou o governo Lula a recuar e revogar a medida.

No vídeo publicado no Instagram, Erika Hilton adota uma estética semelhante à utilizada por Nikolas, com um fundo de cor neutra, uma música ambiente e a inserção de imagens enquanto fala, incluindo registros do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), dos filhos dele e do ex-ministro da Economia Paulo Guedes. A deputada, que possui cerca de 3 milhões de seguidores, postou o vídeo por volta das 14h deste sábado. Até o fim da tarde, a publicação acumula 762 mil curtidas e 15 milhões de visualizações.

Ao longo da gravação, Erika Hilton argumenta que a medida do governo federal tinha o objetivo de garantir maior transparência e coibir irregularidades no sistema. Ela também acusa a extrema direita de disseminar informações falsas sobre o tema em uma estratégia para desinformar a população.

"Quem sempre defendeu a taxação do Pix foi o ex-ministro da Economia de Bolsonaro, Paulo Guedes. Ele sempre falou sobre taxar o Pix. O que o governo Lula propôs era algo que já existe, só que a partir dos R$ 5 mil. Hoje, já se passa na Receita Federal a informação de movimentações a partir de R$ 2 mil. É preciso não cair nessa onda de ataque e de mentira", disse.

A publicação de Nikolas, feita na mesma plataforma na última terça-feira, 14, alcançou mais de 170 milhões de visualizações em apenas um dia e, até o momento, acumula um total de 318 milhões de visualizações e 8,4 milhões de curtidas.

Nesse vídeo, Nikolas faz especulações sobre a possibilidade de taxação, lembrando de promessas não cumpridas pelo governo no passado. "Não, o Pix não será taxado. Mas é bom lembrar que a comprinha da China não seria taxada, foi. Não teria sigilo, mas teve. Você ia ser isento do Imposto de Renda, não será mais", disse. "Qual o objetivo real dessas medidas? Arrecadar mais impostos, tirar dinheiro do seu bolso."

Um dia após a publicação, o governo decidiu revogar a medida da Receita Federal diante da repercussão negativa e da disseminação de informações falsas e distorcidas sobre o tema - entre elas, a de que o meio de pagamento seria taxado. Na quinta-feira, 16, o presidente Lula assinou uma Medida Provisória (MP) que assegura a não tributação de transferências bancárias feitas por Pix. O ato foi publicado em edição extra do Diário Oficial da União (DOU).

A nova instrução da Receita, em vigor no dia 1º de janeiro, obrigava instituições financeiras a informar movimentações, incluindo via Pix, acima de R$ 5 mil para pessoas físicas e de R$ 15 mil para pessoas jurídicas. A atualização do monitoramento financeiro, porém, não implicava mudança para os usuários, como reforçou a Febraban nesta semana.

As fake news de que movimentações por Pix passariam a ser taxadas pela Receita Federal chegou a 87% dos brasileiros, mostra pesquisa Quaest divulgada nesta sexta-feira, 17. Entre os entrevistados que tiveram contato com a informação falsa, 68% dizem ter tomado conhecimento sobre o desmentido do governo Lula. No entanto, mesmo assim, 67% dos entrevistados não descarta a possibilidade de que o meio de pagamento venha a ser taxado pela atual gestão federal.

A Quaest entrevistou 1.200 brasileiros entre os dias 15 e 17 de janeiro. A margem de erro é de três pontos porcentuais. Após defender o mérito da norma do Pix, o governo federal recuou e, com críticas às fake news, revogou a portaria na tarde de quarta-feira, 15.

A Advocacia-Geral da União (AGU) pediu à Polícia Federal (PF) a abertura de inquérito sobre a disseminação de fake news sobre a portaria do Pix. "Manifestações em plataformas digitais não podem ser realizadas para gerar desinformação sobre políticas públicas", afirmou a AGU no ofício, criticando a disseminação de informações que causavam "pânico na população".

Os dados da pesquisa Quaest vão ao encontro do argumento exposto no vídeo viral do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), que superou 310 milhões de visualizações. Na gravação, Nikolas critica o aumento do monitoramento de transações financeiras e diz que, apesar da norma do Fisco não taxar o Pix, "não duvida" que o meio de pagamento venha a ser tributado.

A Quaest mensurou que, antes da publicação do vídeo, em 14 de janeiro, a "polêmica do Pix" gerou 5,8 milhões de interações nas redes sociais X (antigo Twitter), Facebook, Instagram, TikTok e YouTube. No dia seguinte, o volume de menções chegou a 22,1 milhões e a norma foi revogada durante a tarde.

À Coluna do Estadão, interlocutores do Planalto admitiram o alcance do viral como o principal fator da crise que levou à revogação. Aliados de Lula, inclusive, temem o crescimento de Nikolas com a pecha de "herói". O deputado federal ultrapassou Lula em número de seguidores no Instagram, tornando-se o segundo político brasileiro mais seguido na plataforma.

O prefeito reeleito de Conceição (PB), Samuel Soares Lavor de Lacerda (Solidariedade), nomeou seu pai, sua mãe e sua esposa para o alto escalão da prefeitura.

Silvânia Maria Soares Lavor de Lacerda, mãe de Samuel, foi escolhida para chefiar a Secretaria Municipal de Educação. Antes disso, ela havia ocupado a pasta da Assistência Social no primeiro mandato do filho.

Francisco Ives de Lacerda, seu pai, foi colocado no Gabinete Executivo. Já sua esposa, Ingrid Dantas Marques Chaves Rodrigues, é agora secretária de Direitos e Políticas Públicas da Mulher.

O município no sertão da Paraíba de 18 mil habitantes tem domínio da família de Samuel desde 2012, quando seu tio Nilson Lacerda foi eleito e reeleito para o cargo pelo PSDB.

A vice-prefeita da cidade, Nena Diniz (PP), é a mesma há 12 anos. Além de ter sido vice nas chapas vencedoras de Samuel e Nilson, ela concorre ao mesmo posto desde 2004, em diferentes partidos, como PDT, DEM e PSB.

Procurada, a Prefeitura de Conceição não respondeu. Silvânia não quis responder ao contato.

Em outubro do ano passado, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu a nomeação de cinco parentes do governador do Maranhão, Carlos Brandão (PSB), em órgãos e empresas estatais. Moraes considerou que as contratações caracterizam nepotismo, prática vedada pelo Súmula Vinculante 13 da Corte.

A súmula diz que: "a nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal".

O Supremo, no entanto, tem afastado a aplicação da súmula a cargos públicos de natureza política, com exceção dos casos de "inequívoca falta de razoabilidade, por manifesta ausência de qualificação técnica ou inidoneidade moral".