Premiê da Hungria espera intervenção da União Europeia em disputa de gás com Ucrânia

Internacional
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O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, afirmou nesta sexta-feira, 24, que espera que a União Europeia (UE) intervenha em uma disputa de gás entre seu país e a Ucrânia, um possível sinal de atrito nas próximas discussões do bloco sobre a renovação de sanções contra a Rússia. Em entrevista à rádio estatal, Orbán criticou a decisão da Ucrânia de interromper o trânsito de gás russo para a Europa Central pelo gasoduto Brotherhood, o que forçou a Hungria a buscar rotas alternativas e elevou os preços de energia.

Além disso, o premiê afirmou que as sanções da UE contra a Rússia, impostas devido à guerra na Ucrânia, custaram à Hungria 19 bilhões de euros desde o início da invasão em larga escala em fevereiro de 2022.

Orbán, no entanto, não deu explicações de como esse valor foi calculado. "Não é justo que paguemos pelas consequências econômicas das sanções para ajudar a Ucrânia, enquanto eles os ucranianos viram as costas e nos prejudicam", disse, referindo-se à decisão de Kiev de permitir que o contrato de trânsito de gás pré-guerra com a Rússia expire no final de 2024.

Com a UE se preparando para renovar as sanções contra Moscou na próxima semana, com a exigência de unanimidade dos 27 líderes do bloco, a Hungria sinalizou que pode usar seu veto para bloquear as medidas punitivas. Fonte: Associated Press

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Além das suspeitas de venda de decisões que colocaram o desembargador Sebastião de Moraes Filho no centro de investigações criminais e disciplinares, o elo de familiares do magistrado com outros gabinetes do Tribunal de Justiça de Mato Grosso também chamou a atenção do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

A mulher de Moraes Filho, Marlene Prado de Moraes, e o filho do casal, Márcio Thadeu Prado de Moraes, que é advogado, ocuparam formalmente cargos de salários elevados no Tribunal de Justiça por vários anos - mas, na prática, nunca exerceram tais funções, segundo a suspeita da Corregedoria Nacional de Justiça.

Entre dezembro de 2017 e agosto de 2024, Marlene teria desempenhado a função de técnico judiciário no gabinete do desembargador Carlos Alberto Alves da Rocha, com remuneração de R$ 42,6 mil brutos ou R$ 31,2 mil líquidos.

Márcio Thadeu foi assessor técnico-jurídico do desembargador Dirceu dos Santos no mesmo período - dezembro de 2017 a agosto de 2024.

Em setembro de 2024, o advogado foi transferido para o Departamento Gráfico do Tribunal de Justiça, onde segundo o portal da transparência o vínculo está ativo. O salário atual dele é de R$ 31,7 mil brutos ou R$ 22,2 mil líquidos.

O CNJ investiga se houve nepotismo cruzado nas nomeações. A suspeita é a de que a mulher e o filho do desembargador tenham sido empregados nos gabinetes de outros magistrados apenas no papel, sem trabalhar efetivamente. A defesa do desembargador Moraes Filho, a cargo da advogada Mariana Albuquerque Rabelo, nega que ele tenha cometido irregularidades.

Em relatório obtido pelo Estadão, o ministro Mauro Campbell, corregedor do CNJ, afirma que "muito possivelmente, ambos os desembargadores alojaram parentes de Sebastião de Moraes Filho em seus respectivos gabinetes, colocando-os, ato contínuo, à disposição do reclamado, em prática popularmente conhecida como nepotismo cruzado".

A Corregedoria do CNJ pediu ao Tribunal de Mato Grosso informações sobre a produtividade dos servidores. Os dados reforçaram as suspeitas. Nos últimos cinco anos, Márcio Thadeu fez apenas 25 registros de atos administrativos, todos de cunho pessoal, como pedidos de folga compensatória.

"Não foram identificados atos judiciais, minutas ou elementos indicativos de efetivo trabalho na unidade, o que evidencia que, muito provavelmente, Márcio Thadeu Prado de Moraes, filho do desembargador Sebastião de Moraes Filho, simplesmente, não trabalhava", concluiu Mauro Campbell.

A situação da mulher do desembargador é a mesma. O Departamento de Tecnologia da Informação do Tribunal de Justiça de Mato Grosso encontrou apenas um ato administrativo vinculado às credenciais de Marlene. Foi uma abertura de chamado. Ela também não produziu nenhuma minuta ou documento no sistema de processos.

O Estadão apurou que quando foi intimado a prestar informações, Márcio Thadeu não compareceu. Marlene ficou em silêncio.

Nesta semana, o CNJ decidiu, por unanimidade, abrir um processo administrativo disciplinar contra o desembargador. O órgão também manteve seu afastamento cautelar até a conclusão do procedimento.

Mauro Campbell instaurou reclamações disciplinares para verificar a conduta dos desembargadores Carlos Alberto Alves da Rocha e Dirceu dos Santos e notificou a Procuradoria-Geral da República (PGR) por ver indícios de peculato e falsidade ideológica nas fichas de avaliação de desempenho dos servidores. O Estadão pediu manifestação dos magistrados por meio da assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça. O espaço está aberto.

O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para manter o ex-deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) preso. Os ministros negaram o pedido defesa para colocar o ex-deputado em liberdade condicional.

O ministro Alexandre de Moraes, relator do processo, argumentou em seu voto que, quando foi colocado em liberdade, Daniel Silveira descumpriu, "em diversas oportunidades", as condições estabelecidas pelo STF, sem "qualquer argumentação minimamente plausível para tal".

"Em conclusão, não há reparo a fazer no entendimento aplicado, pois o agravo regimental não apresentou qualquer argumento apto a desconstituir os fundamentos apontados", concluiu Moraes.

Os ministros Flávio Dino, Dias Toffoli, Cármen Lúcia, Edson Fachin, Cristiano Zanin e Luís Roberto Barroso acompanharam o relator. O julgamento ocorre no plenário virtual do STF. Estão pendentes os votos de Gilmar Mendes, Luiz Fux, Nunes Marques e André Mendonça.

Daniel Silveira foi condenado pelo STF a oito anos e nove meses de prisão por defender pautas antidemocráticas, como a destituição de ministros do tribunal e a ditadura militar.

O ex-deputado chegou a ser colocado em liberdade condicional, mas voltou a ser preso na véspera do Natal por descumprir o horário de recolhimento domiciliar noturno (de 22h às 6h) estabelecido como contrapartida para a flexibilização do regime de prisão.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) foi contra a revogação da prisão. O órgão afirmou em parecer enviado ao STF que a decisão que mandou prender o ex-deputado "não padece de nenhuma ilegalidade".

Na semana passada, Moraes já havia negado um pedido do ex-deputado para deixar temporariamente o regime semiaberto e passar a Páscoa com a família.

Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e Flávio Dino acompanharam na noite desta quinta-feira, 27, o empate entre Corinthians e Palmeiras que garantiu ao alvinegro a conquista do Campeonato Paulista de 2025.

Os ministros do STF acompanharam a partida de um dos camarotes da Neo Química Arena. A presença dos magistrados foi registrada por um vídeo publicado no perfil no Instagram do produtor de funk Rodrigo Oliveira, conhecido como "Rodrigo GR6".

Nas imagens, os dois aparecem sorrindo, e Moraes faz um sinal estalando os dedos.

Nesta semana, na terça-feira, 25, e na quarta-feira, 26, os dois participaram do julgamento na Primeira Turma do STF que aceitou a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais sete por tentativa de golpe de Estado.

Moraes é corintiano e Dino, botafoguense. Em setembro de 2024, durante o julgamento de um recurso apresentado pelo Corinthians ao STF, Moraes e Dino fizeram piada sobre a situação financeira do clube. O time do Parque São Jorge questionou a Corte sobre a aplicação de uma dívida por contribuição previdenciária.

Ao apresentar a ação em debate, Moraes chamou o recorrente de "glorioso Corinthians". Ao fim da sessão, Dino dirigiu-se a Moraes, em tom de brincadeira: "Gostaria de deixar registrado que sou contra o Corinthians vender o Memphis para pagar essa dívida, só para tranquilizar o coração de Vossa Excelência".

Moraes foi um dos doadores da "vaquinha" organizada por torcedores do Corinthians que pretende quitar a dívida do clube relativa à construção do estádio em Itaquera. O valor doado pelo ministro não foi informado pela assessoria do STF.

Campeão

O Corinthians venceu o Paulistão de 2025 ao segurar um empate em 0 a 0 contra o Palmeiras. O alvinegro havia ganhado a primeira partida da final por 1 a 0. O jogo contou com atuação destacada do goleiro Hugo Souza, que defendeu um pênalti cobrado por Raphael Veiga aos 28 minutos do segundo tempo.